O terramoto de 1755 deixou arruinado Rodrigo Caetano Ximenes Pereira Coutinho Barriga e Veiga e para tentar salvar as terras, as aluga a José Gomes de Abreu da Rua Augusta , Lisboa. Tinha de abrir valas, secar paúles, fertilizar e pagar anualmente 14.000 cruzados a livrar, dentro do prazo determinado, os bens das penhoras que sobre eles pesavam(...) Não devia ter dinheiro para rotear a Barroca D'Alba, a terra era de sesmaria, sujeita a condições de cultura. Para em 14 de julho de 1767 é lavrada a escritura com Jácome Ratton do emprazamento das terras (...)Jacome Ratton nas suas recordações em 1767, refere os indícios arqueológicos na
Entre 1984 e 1990 com apoio das Câmaras de Almada; Alcochete e do Seixal o Centro de Arqueologia de Almada, desenvolveu campanhas arqueológicas (...)O “Porto de Cacos” foi descoberto em 1984 por um trabalhador rural, que permitiu a identificação do Conjunto de fornos romanos da Herdade de Rio Frio (...)No inicio dos trabalhos agrícolas com acomodagem para os criados, palheiros, abegoaria, e cómodos para gados, a comprar segundo a quantidade as espécies que seriam necessárias e como a todos os utensílios para a lavoura como carros e charruas. O Mestre de abrir as valla é Manoel Gomes, o ruivo(…) como mui eminente na factura de vallas, vallados, guardamatos, e sarjetas dos paues, tanto para preservar as ágoas de fora, como para dar sahida às de dentro; no que empregeui cousa de duzentos valladores, que me vieraõ dos campos de Coimbra, e de Leiria (…)E com efeito romperaõ os ditos paules, e se semeou logo, naquelle Outono de 1767, e primavera seguinte, a parte deste que foi possível. Com tudo o dito mestre de vallas, naõ sendo melhor prático do que eu, fez erros que depois a minha própria experiência me ensinou a emendar (...) Ao mesmo tempo que se trabalhava nas obras da vallas com a actividade expressada, se hiaõ construindo as acomadaçoens, e alojamentos para 24 famílias de criados; no que se ocupava um nume proporcionado de pedreiros, carpinteiros, de modo que desde Maio até o São Miguel, se aprontaraõ os alojamentos dos criados, abegoaria, celleiros, palheiros e até se repararaõ as casas para minha habitaçaõ, e de minha família, quando ali íamos passar algum tempo(...)Porém huma grande alluviaõ, que houve no memorável dia 17 de Abril de 1770, bem conhecida pelo nome da cheia das cobras, em rasaõ das muitas,que arrojou ao mar, assim como também palheiros e gados que existiaõ na margem do Tejo, inundou aquelles meus situios, de modo que rompeo os fortes vallados, e inutilizou todas as minhas despezas, tanto na abertura dos paues como o dito moinho. Em 1781 muda o moinho.Abandonou a cultura de trigo no Paul do Torrão pelo prejuízo da cheia. A marina produzia sal de fraca qualidade.Em dois anos salda a divida de mais de 200 mil réis.
A concluir que estas deslocações sazonais
Deram lugar à fixação e colonização na região de destino, impulsionada pelo sistema de foros vigente. A atual freguesia de Pinhal Novo foi uma das zonas onde esta fixação se revelou mais profícua, dado que o Palácio da Herdade de Rio Frio e todo o núcleo habitacional construído para alojar os trabalhadores contratados, se situa nesta região, a poucos quilómetros do centro da vila.
Mais, se percebe a origem do seu topónimo- Pinhal Novo
Os terrenos de charneca de matos mandou vir durante mais de 20 anos do Pinhal do Rei penisco para semear que resultou no maior pinhal na região de Lisboa.Com muitas despezas em guardas para o preservar de fogos acidentais, ou postos de propósito, dos quais já tem padecido.
Desenvolveu-se pelo eixo do caminho de ferro. Favorável a se fixarem as populações.
(...) Em 1769 manda plantar, nos terrenos de Barroca d’Alva, amoreiras brancas de Piemonte (Itália) para fornecimento da Real Fabrica da Seda e cria ainda uma horta e um pomar junto à herdade (...) Em 1808, por ser francês foge para Paris por causa das invasões francesas deixando o filho Diogo à frente dos negócios (...)Após a Republica a colonização feita pelo proprietário com “400 casais ocupando 2.000 hectares divididos em courelas de 4 a 6 hectares. Os colonos foram implantados por contratos de arrendamento que procedem da Beira. Pagam a renda de 1$000 réis por hectare, era a medida indicada para manter a sustentabilidade do projecto porque ―se os campos fossem maiores, com 9 ou 10 hectares, teria sempre que fazer nele trabalho, deixando de ter possibilidade de fazer trabalho de jornaleiro para o proprietário”. E é esta combinação entre a grande propriedade, com necessidades de mão-de-obra em certas época, e a pequena propriedade onde se assegura a subsistência básica, que, segundo Oliveira Martins, se encontra o segredo desta colonização, que para além do exemplo de Rio Frio, defende para todo o Alentejo. “Eram Caramelos beirões semi-nómadas: vivem hoje numa casa telhada, têm a arca fornecida de grão, no chiqueiro um porco, junto à casa uma horta e contíguo um campo de semeadura com pés de vinha”.
Fortuna (1997) começa por afirmar que o substantivo designa a deslocação dos ranchos do norte que anualmente transpunham o Tejo a fim de mourejarem em campanhas sazonais de trabalhos agrícolas: com esse êxodo rural de de dúzias – mesmo centos – de famílias, os caramelos personificam capítulo tão capital da história da agricultura e ruralidade de Palmela (1997: 59). Todavia, considera que a marca mais profunda desta gente não foi o ir trabalhar para fora, mas a fixação nas terras de acolhimento. Desenhou o cenário das suas principais ocupações agrícolas, dividindo-os segundo as seguintes categorias: Caramelo da Uva – habitava entre estação ferroviária de Palmela ao Poceirão, de Agualva a Pegões, Asseiceira e Forninho, Cajados, Carregueira, Rio Frio; e Caramelo da Hortaliça – a mancha hortícola fixava-se em zonas onde a água era abundante e a pouca profundidade, o que no concelho de Palmela corresponde a uma linha que vai de Pinhal Novo à Barracheia, com o epicentro nos Olhos de Água. Quanto ao significado, considerou que poderia ser sinónimo de rijo e duro, de acordo com a capacidade que estes trabalhadores tinham em se adaptar às difíceis condições de trabalho. De outra perspectiva, Maltez considera que o ”caramelo”, açúcar em ponto e solidificado, também significa “doçura” e, consoante as fases de confecção, “brandura”, maleabilidade”, facilidade de se adaptar às situações. As gentes gandaresas de rosto e corpo tisnado pelo sol, “cavando a leiva”, ritmadamente com os pesados alviõs, por certo “derretiam” as fracas reservas que as migas com o toicinho frito lá iam fornecendo. Cabrita assinalou também uma primeira referência ao termo, em 1609, com as “charamelas” – tocadores de instrumento. É-nos possível sugerir que esta denominação colectiva se formou através da conjugação dos factores origem, destino e ocupação. Os migrantes originários das zonas delimitadas por Fortuna que se deslocaram para as terras que actualmente compõem a freguesia de Pinhal Novo (...)Fortuna, no seguimento da pesquisa de fontes históricas encontrou vários registos de róis de confessados e outros documentos que indicam a presença desta designação (caramelo) em grande número. Com recurso ao registo de baptismos, que denomina por registos dos caramelitos, por um período de quase cem anos: 1850 a 1945, verificou que as primeiras e maiores zonas de destino foram Azeitão, Moita e Palmela.
O nome Lupi está intimamente ligado ao mundo tauromáquico da Península Ibérica. Isso se deve em maior parte ao nome José Samuel Lupi, clássico cavaleiro tauromáquico português, a quem, a a par de outros como os Doméc, se deve uma grande divulgação do "rejoneo"em Espanha.
(...) Terão os novos senhores de Rio Frio o génio e a sabedoria dum José Maria dos Santos, ou a habilidade e equilíbrio de gestão de Santos Jorge e José Lupi para utilizar essa memória como ferramenta de futuro? Este é o desafio do presente!
Em verddae, mal aqui cheguei fiquei até hoje com a sensação que já aqui tinha estado...telepatia!
A entrada para a Herdade de Rio Rio, apresenta-se cingida em cotovelo, quando por ali se apresenta chão plano, pese a ribeira ou será o Rio Frio que lhe atesta a toponímia, acresce a sinalética desatualizada, já não existe adega e esqueletos de outdoors...e por todo o lado canavial em despautério.
Continuámos...A estrada divide duas facções, da divisão da herdade com o falecimento de Maria Amélia Pereira Lupi. Partilhada a herdade de rio frio José Lupi fica com a Barroca d'Alva e transfere a sua coudelaria para Espanha.
Esqueletos do engenho do arroz e das adegas
O sino que ao toque dava o sinal do pessoal entrar ao trabalhoAlfredo Santos Silva quem mandou construir o Palácio de Rio Frio em 1918. Não se sabe quem foi o arquitecto, mas há muito traço de Raul Lino. A documentação desapareceu num incêndio, os azulejos que decoram o exterior e o interior foram encomendados a Jorge Colaço. Quem pintou em 1930 os painéis azulejares da Estação da CP de Vila Franca de Xira.
A piscina
A graça da moldura em barro dos frades a segurara a Cruz

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Dra ANDRADE, Paula Maria Cruz