quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Tempos difíceis

Terrível corona vírus! Quantos já sofreram e não resistiram? Outros saturados com familiares no desemprego, prejuízos no comércio, restauração e a falta de turismo? A TAP com aviões em terra e, na cultura quantos sem trabalho? Vive-se a contingência de medidas drásticas de pouca liberdade, por cá e pelo mundo a obrigação de máscara à laia de açaime. Bem pior fazer dos afetos reféns com as perdas de beijos e abraços!

Há quem se lembre de ouvir falar de epidemias; a pneumónica em 1918, a gripe espanhola na década de 50, mas agora é diferente. Resta a esperança da sua erradicação com as vacinas. Já repor o que foi a normalidade, aguarda sem palpite!

E o Natal? Atípico. Diferente do habitual.   Para mim foi e será sempre Ansião.Mesmo que este ano não possa por outros imprevistos familiares, ali estarei sempre imbuída em espírito. Graças ao aconchego familiar, lareira e o fumegar do comer à moda da terra  que saboreei na Lagoa da Ameixieira,  na casa da D Helena Duarte Silva, falecida este mês, dia 5. Grande consternação e quanta saudade. A D Helena teve uma vida cheia de vitalidade e de extraordinária franca energia, bem disposta, alegre, simpática , amiga do seu amigo, com gosto de dar e receber fosse à família ou a amigos. Do seu alto e belo semblante, ao apelo dos genes da família - Duarte, ficou-me o seu belo e doce olhar esverdeado, contadora de estórias, a quem devo ajuda em mais enxergar sobre o passado de Ansião, do apelido Reis, da Ameixieira. Recordo os últimos Natais na visita à sua casa, sempre com a lareira a crepitar, onde jamais faltava a boa sopa de pedra, tão bem a sabia fazer como mais ninguém, ou de caldo verde. A mesma mão nos assados, cachola e nos doces, tanta variedade, sem faltar o pão cozido na sua fornalha caseira. Ainda quente o fazia chegar a minha casa. E o famoso Pão de Ló, com dosagem à antiga - 8 ovos, 8 colheres cheias de farinha e o dobro rasas de açúcar. Senhora admirável, o conhecimento veio através do meu genro Samuel, por ser a sua avó materna. Sempre me distinguiu no trato afável de rasgado carinho e amizade, com boas recordações, fica a muita saudade que deixa no meu coração. Um exemplo de Matriarca - a mãe que todos gostavam de ter- o quanto adorava ver a família reunida. Confessou-me não ter medo da morte, o que lhe custava era deixar de ver crescer netos e de nascerem bisnetos, sempre a pensar na forma de também os vir a proteger na sua áurea de coragem e valentia. Recordo a última vez que a vi em novembro, o Vicente fez-lhe um desenho que lhe ofereceu e a deixou emocionada...A D Helena já pagou a sua fatura nesta vida, resta a cada um de nós exaltar - Paz à sua alma, e acreditar que se encontra nesta hora ao lado de Deus, de quem era ferverosa devota em companhia de todos os irmãos e pais, na esperança um dia todos nos voltaremos a juntar. A chuva de hoje seja sinonimo de lágrimas pela alta perda na esperança do sol abrir para o adeus , que bem o merece, por tudo o que fez em vida, uma lição a muitas mulheres. E sobretudo de honrar as tradições gastronómicas de Ansião. Até sempre querida amiga D Helena, para mim foi tanto ou mais que uma das minhas avós, seja por isso jamais esquecida, antes jubilada pelo seu elevado legado e fibra de gente de boa estirpe, a elevar o meu horizonte!

O comer à moda da terra, é uma sopa grossa com carnes de porco e enchidos - tradição gastronómica introduzida pelos nossos avoengos nas safras sazonais; vindimas e apanha de azeitona no Ribatejo. Guardo a arca que foi da minha sogra que levou ao Ribatejo, é dividida, na parte maior ia a roupa, e na outra o "feijão da velha" , carnes da salgadeira, fumeiro, batatas, massa meada, a bacia de faiança e a colher. Repasto ancestral de substância - sopa forte, enérgica, ao jus tranca da barriga com as novidades do que havia na horta; nabo, abóbora, hoje cenoura, couve-galega e lombardo.

Por volta de 1957 uma taberna em Almeirim serve-a como sopa de carnes. Quiçá foi aposta mais tardia o refogado e coentros com o rótulo Sopa da Pedra fazendo alusão à lenda de um monge... Afoitos, os Ribatejanos,  a vieram a certificar este ano. Porém, a raiz genuína da sopa de carnes, ou comer à moda da terra, é ancestral de Ansião e concelhos limítrofes; o “feijão da velha” cresce com o milho e na ciranda é peneirado com pedrinhas desagregadas do eirado, ao serem mal enxergadas vão aparecer na sopa, ainda acontece em produção de cariz familiar, se não estou atenta de vez em quando ainda as encontro.

A alma das tradições do nosso povo é dever e orgulho valorizar porque trata-se de Património Imaterial. Alegadamente foi deixado usurpar por falta de aposta na cultura, quando é imperioso a deixar aos vindouros. Saramago, aborda a tensão dos trabalhadores locais com os beirões Sujeitam-se a ganhar menos, vêm aqui fazer-nos mal, voltem para a vossa terra, ratinhos. Dizem os do norte - Na nossa terra não há trabalho, não nos chamem ratinhos, que é ofensa. Diziam os do sul, São ratinhos, são ratos, vêm aqui para roer o nosso pão…” O Nobel Saramago, desprestigiou sem dó nem piedade o valor meritório dos beirões, obstinados desde sempre a qualquer trabalho, aventureiros, sem medo de dar o corpo ao manifesto perante o desdém dos demais, por cá e pelo mundo. Sensato seria duvidar e mais ter investigado!

O meu Natal em Ansião? Firme nas tradições das minhas avós – Maria da Luz Ferreira da Mouta Redonda, Pousaflores e de Piedade da Cruz da vila de Ansião. Bôla de carnes. Bacalhau; couves asa de cântaro, azeite novo, azeitonas de travo a erva de Santa Maria, broa de mistura, queijo Rabaçal, fêveras, morcelas e leitão. Doces; Veloz de abóbora, Filhós de laranja e aguardente que tendia no joelho, Sonhos, Formigos com as sobras do Bolo de Noiva, passas, nozes e mel, Pão-de-Ló húmido, Torta de laranja e da minha lavra o  que me aprouver inventar!

A melhor prenda este ano no sapatinho? Livre-nos Deus do vírus com saúde para todos. A derradeira esperança que melhores dias virão para todos nós.

A fechar mais um ano, formulo votos de excelente Festa Natalícia a toda a Direção do Jornal Serras de Ansião, extensiva a todos os seus estimados colaboradores e leitores, na ânsia maior que o Ano Novo, venha a ser bem melhor para Todos!

 

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Histórias de Ladrões que as palavras nos contam em Ansião

O que é ser ladrão? Se considerar a pilhagem e homicídio a  má herança de romanos, vikings, assírios e árabes no salpico em genes de mil e uma artimanha astuta e facetada ao engenho e arte  e olho gordo, de meter a mão ao alheio ou ao freguês, assalto à mão armada, falsário, corrupção, tráfego humano; armas, drogas, branqueamento de capitais e,…Gente que não olha a meios para atingir fins; ao logro auspício de riqueza instantânea no adulado ditado Tão ladrão é o que vai à vinha como o que fica ao portal.

Recordar o  lampejo que se ouvia na voz do Bairro de Santo António em Ansião; matavam viajantes para os roubar, desprezando os seus corpos na estrumeira da cavalariça. Ao tempo a estrada real era minada de corjas de salteadores no mesmo mau agoiro estalagens e tabernas; o perigo de todo o viageiro; escapava o lázaro, e almocreves no frete de bagagens e mercadorias com coldre de pistolas para abastecer quadrilheiros. Perto de Tomar, na Soianda, o povo criou o provérbio “assaz e não pares porque podes ser morto”


A verdade doí. O passado da nossa terra não é diferente do que foi o das outras, no mesmo laivo a negrura. A descoberta retrata o povo que somos, das misturas de genes e sua estratégia, os álibis de sobrevivência, onde venceram quem se mostrou mais afoito e ganancioso . Demorei mais de 50 anos para fechar este ciclo, que antes ninguém se atreveu a contar. É forte, mas foi verídico. O relato de Aquilino Ribeiro corrobora o que acontecia ao tempo nas tabernas e estalagens - quando gente sem escrúpulos sentia o peso do ouro nas algibeiras de um viajante, o embebedava para o roubar ou então o surpreendia de noite e matava. No Bairro, temos o testemunho do homem, dado pela sua filha ainda viva - no estrume iam corpos misturados. Quando a parte das cavalariças e palheiro foram requalificadas, em duas casas - uma para a Ti Laurinda e o marido o Ti Inácio, e a outra de uma irmã julgo Beatriz que nunca conheci, de paredes levantadas com janelas abertas de portadas em chão de terra onde estava a laje sepulcral, o pedreiro foi o tio do meu pai - Manuel Silva do Bairro, dizia em casa que ao abrir os caboucos para os alicerces encontrou muitos ossos humanos... 
Tenham sido as mulheres a levar a dianteira no crime, agora a matar já não sei. A verdade é que houve necessidade de as separar da mesma cela masculina, pela confusão gerada com homens...Abriu uma outra cadeia para as separar. O sitio ainda existe. Não inventei nada, apenas correlacionei o que ouvia, juntei testemunhos com conhecimento dos palcos, onde existiram . 

Foto do palco da última estalagem no Bairro
Hoje apenas existe a parte a norte onde foram no r/c o salão, cozinha e dispensa e no sobrado os cómodos para dormir, adoçada a sul onde agora estão vivendas havia um grande arco para entrada das cavalariças e do palheiro.Debaixo do arco haviam  pias de pedra, os bebedouros e no chão de terra uma laje sepulcral. A estrumeira era no tardoz, no que foi uma dolina cársica, assoreada. A estalagem tinha ainda a norte depois do portão para o quintal uma grande e secular glicinia, de cachos lilazes, outra igual havia na vila onde foi o 1º hospital da Misericórdia, foi removida quando fizeram o 1º calcetamento do largo do Bairro, então em areado claro.Defronte da estalagem ainda resiste o banco de pedra corrido, na tradição, para se sentarem.

A última estalajadeira desta estalagem no Bairro foi a "Ti Maria da Torre"; viveu mais de 100 anos. Teria encerrado portas nos inícios  da década de 20 do séc. XX, quando alugou a parte dos cómodos da estalagem ao casal André, que daqui se mudou para o Ribeiro da Vide. 
O lampejo que se ouvia é corroborado graças ao testemunho do homem incumbido da trasfega do estrume que dizia em casa, e me foi transmitido pela filha, ainda viva, que levava corpos misturados, na carroça de grande galera para as terras a sul do Casal das Peras!

Brutal realismo naquele tempo vivido sendo retratado noutra estalagem no Livro Terras do Demo, de Aquilino Ribeiro (…) estalajadeiros que iam de noite cravar o coração ao viajante, em corpo cansado, fazendo desaparecer o seu cadáver debaixo da terra e só mais tarde a locanda (estalagem) ao mudar de dono, no acaso da cava do quintal, se descobria o cadáver, o que restava do homicídio (…) na rua o jogo do chincalhão e à noite o jogo de cartas, bailaricos, bêbados apalpavam as mulheres, e muitas os roubavam. Um homem é para o Mundo! Alanzoava, no duplo sentido a malicia sexual! Quanto mais santanários (beatos e hipócritas), mais ladrões. Mas, enfim, em pouco mato se esconde um lobo…ou como diz o outro; à conta de ciganos todos roubamos!

Óbvio nem todos os estalajadeiros seriam pessoas de estirpe honrada e sabendo das mortes como classificar esta estalagem no Bairro, em mais de 200 anos? Abona a seu favor o grande arco para a cavalariça com os bebedouros, pias de pedra em chão de terra, onde sobressaia laje sepulcral branca, como a cal, sem inscrição - quem ali fora enterrada? E,ainda a cortesia de Henrique Dias que localizou dois registos de óbito; em 28/3/1735 homem de caminho do Correio de Sua Majestade e em 31/3/1821 António Rodrigues dos Santos, fragateiro de Ovar, passageiro da diligência morreu repentinamente. Ambos sepultados no adro da igreja. A relevar condutas corretas em cenário de morte súbita, em épocas diferenciadas. Então o que mudou a justificar o motivado tamanho desprezo dado à vida humana? A ambição do dinheiro fácil a poder precipitar ocasião ao roubo e até morte, em ambiente de vinho e luxuria, a promover a inclusão de mulheres ao crime; artes de bruxaria; olhares sedutores , mãos de fada e sorrisos feiticeiros, na ciranda do amor ao jus da Pitonisa de Delfos, herança trazida do império Persa. Bem de ver, sem temor à cadeia pelo farrabadó na certa na única cela masculina. De tal maneira foi exponencial  com a necessidade de as separar surge uma nova cadeia em 1777, com lintel reutilizado, adoçada a norte à casa do carcereiro, de igual data, mas, em moldura. Desativado o poder na Cabeça do Bairro, por volta de 1875 pela mão do Conselheiro; a casa da câmara e as cadeias ficaram desativadas . O farrabodó ali vivido de ócio, sexo e roubo (pelos filhos incógnitos) na roda da estalagem, na beira da estrada real por onde quem viajava na ligação norte/sul tinha forçosamente de passar. No ajuizar - sem lei por perto, a ocasião faz o ladrão furtar o que tinha à mão de semear – algibeiras com libras de oiro e peças de prata fosse a forasteiro, mercador ou bêbado metido a valentão em volta do rol do mulherio...No séc. XX na cava do quintal da estalagem foram encontradas algumas peças e moedas em ouro - uma medalha de 1640 e, 28 libras que a avó dos "Borracheiros" achou debaixo das tábuas do resto do soalho da primitiva taberna do Casal do Galego, até se falava que estavam dentro de uma panela de ferro... Quem ali as escondeu? Passado esquecido agora colocado na historia de Ansião!

Os primeiros estalajadeiros eram galegos e árabes, qual deles enriqueceu dignamente? O que fechava contas, sem cravar o cliente, por conta disso; uma vez abancado freguês, não mais demandava outra estalagem e ainda passava palavra no caminho. Em destrinçar o que é a alma de qualquer negócio, a satisfação do cliente. Hoje, ainda se pautam os galegos por servir bem e barato. Já o inverso com mouros foi retratado por Bartolomé de Villalba y Estana, em 1575. A verrinosa descrição poética  da estalagem da Venda do Negro, Ansião. Na minha tradução.

Chegámos à Venda do Negro
Negro o pão, e negros os panos,
Negro o caldo e a carne chamuscada,
E negros, a santa companhia.
Neste ponto negro aqui chegámos,
Cascavel, a má cara do estalajadeiro,
Porca, negra, suja e desarrumada

Livre-nos Deus de tão negra pousada.

Ansião sentiu um aumento populacional na centúria de 500 com a chegada de clãs de judeus asquenazes; ao destaque de mentes visionárias; obreiros a engendrar sofisma a novos filões de negócio; Confraria da Misericórdia, Milagre da Fonte Santa, Confraria de NSPaz e Alvarás para 2 Feiras na Constantina e, ainda a base da atual Banca, com empréstimos a juro.

Neste tempo vivia-se uma grande agitação, tinham sido extintas as Ordens Religiosas em 1834 , que demorou a ter efeitos em Ansião, em finais da centúria ainda havia registo do pagamento de foros que encontrei no Diário da República. Revela que foi tardio a venda da terra em haste pública da que tinha sido a herdade de Ansião. E claro quando aconteceu, bem de ver veio a favorecer o enriquecimento, não só do Administrador, como dos seus amigos e correligionários; se julgarmos, sem ter havido isenção, nem benefício aos pobres, as muitas injustiças e disputas criadas. Aziago continuado de mau estar e de vento em poupa ao tempo de República, bem  retratado na transcrição da ata camarária pelo Dr. Manuel Dias sobre Adolfo Leopoldo de Figueiredo teve uma ação judicial incitada pelo barbeiro António Ferreira da Silva que alegou o favorecimento a familiares no carboreto utilizado na iluminação pública da vila, comprado a um seu familiar. Na sua qualidade e Administrador da vila só podia assistir às sessões da camara como qualquer particular, mas o que é fato é que tomava parte ativa nas mesmas; compra de votos para conseguir para o seu partido, terá oferecido terreno baldio, por preço muito inferior ao seu valor real, ao Ribeiro da Vide; enriquecimento corrupto – é acusado de ter vivido com algumas dificuldades, antes da República, mas, depois a sua situação financeira mudou completamente. O réu perdeu, condenado ao desterro para Setúbal em 1916.E se questionar a opinião do Jornal Imparcial de Pombal de 16.02.1919 da sua nomeação como Administrador do concelho de Ansião, com folha de serviços à Republica, que são soberba garantia de boa administração, puramente republicana e honesta. Fica o suspense das penumbras de interesses que se reveste  o passado de Ansião, e as sentidas duvidas, por ter sido atestado na toponímia…Se é merecido ou não!

Outra boa história partilhada nas redes sociais pelo Dr. Prates Miguel “Contava o meu sogro que certo aldeão de Albarrol comprara a um habilidoso do Maxial uma engenhoca de fazer dinheiro e passava o dia encafuado no curral da mula a falsificar notas de 20 escudos. Como a produção exigia muita mão-de-obra e não pagava o trabalho, decidiu-se por um aumento justo e passou a imprimir notas de 30 escudos que não tinham curso legal pois a Casa da Moeda só fabricava notas de 20, 50, 100, 500 e 1000 escudos. O homenzinho, além de falsário era bacoco”.

A minha mãe recorda na década de 50 ter havido um falsificador da Fonte Galega, o Ti Miguel, foi zelador da Misericórdia, agora se era este a que se refere o Dr. Prates Miguel na voz do seu sogro na adulteração ao local de origem ao referenciar Maxial...Não sabemos!

Muitos se lembram da venda de produtos ao alqueire com tábua rasa, sem migalha de oferta ao perfil sovina. E, do uso de alqueires diferentes nas feiras de Montemor-o-Velho e de Condeixa; a origem ao ralhete em Figueiró do Campo, a aldeia da mãe do meu amigo Dr. Américo Oliveira levas com a medida grande de Montemor. No talho da Ti Augusta do Ti Manuel da Olinda havia o presenteio - nesga febra – esta é para o gato…e a Ti Matilde do Cimo da Rua, adoçou a gulodice a muito cachopo com sopas de café; fumegava e resplandecia de aroma e sabor, quiçá enviado pelo irmão do Brasil.

Ansião é assinalada no mapa com corredores da via romana/medieval na ligação norte/ sul e Europa. Assaz pequena para manter pujança ao perfil ardil e visionário com aprendiz sabujo, para em boa hora os mestres se erradicarem. Ao jus do adágio Quem pouco ganha e muito gasta, se não herdou, furtou. Escroques e burlões existem em várias sociedades por todo o mundo que evoluíram em técnicas sofisticadas no almejo de enriquecimento rápido no desvio de milhões. Contínuas fraudes levam ainda ao engano a quem se mostra pacóvio e ingénuo, sem nada desconfiar, tão pouco de publicidade enganosa. Perdura a lábia estruturada do conto do vigário na fisga a idosos até os fazer denunciar que tem dinheiro em casa e acabam por dar de mão beijada, na ilusória ganância de não o perder, e sim perdem e outros cegos fazem contas a juros altos, quando correm baixos, tendo caído em nebulosa pirâmide até ao dia que rebenta…fazendo jus a quem tudo quer tudo perde. Antiguidades de sangue, da era romana, tem sido roubadas de túmulos da Síria e, de outros países para custearem o terrorismo da Al-Qaeda. Recordar a Camorra em Itália e, Portugal? Não foge à regra na alta corrupção; poder político, económico e judicial, com mediáticos processos a decorrer. Se no melhor pano cai a nódoa, o concelho de Ansião que se pauta de brandos e bons costumes na chispa do rumor em descendente na quota parte dos 100 milhões no BPN. E das armas de Tancos.Ainda perdura nuns de casa, o hediondo arreganhar de chão público, por falta de fiscalidade, condenável em Democracia. O recente troço medieval vindo de novo à ribalta  e um beco fechado, já liberto.Pese a herança trazida do passado e presente com histórias de ladrões e falsários, nada que ofusque o brilho a Ansião. O grande contraditório em cidadania com a distinção no agraciar filantropos, eleitos Comendadores, em tempo atestados na toponímia, pelas altas valias dadas ao concelho de Ansião e ao País!

O que realmente conta para vingar o seu progresso no futuro!

 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

O malfadado adágio a Ansião

 Artigo publicado em 15.10 de 2020 no Jornal Serras de Ansião

A importância da Cultura aos dias que correm interpretando o excerto do Livro “Estremadura Portuguesa”, do polígrafo, aquele que escreve sobre várias coisas - Alberto Pimentel, na sua estadia em 1902, em Ansião (…) Assim, não obstante o seu povo ser trabalhador, pacífico, religioso e respeitador dos bons costumes há um adágio tópico deprimente para eles: Em Ansião 30 habitantes e 31 ladrão. O autor não alude à sua fonte, a voz que lhe declamou o adágio - sem cautela, ao tamanho enxovalho a Ansião, até ali corria na oralidade, agora eternizado. Pior, invoca origem errónea (…) da época que aqui houve uma audaciosa quadrilha  de salteadores, de que era capitão, um preto, o famoso Escarramona, decapitado no Vale do Judeu com a cabeça espetada num pinheiro”. Sugere o nome do malfeitor alcunha à ligação do topónimo em perda; Escarramoa, a sul da Chã Galega, no Caminho de Santiago de Compostela. Bem antes, existiu outro mais famoso; Rui Mendes de Abreu, decapitado em 1679 em Lisboa. Viveu-se o terror em 1810 dos invasores franceses e as quadrilhas de salteadores na Guerra Liberal. Na cadeia de Ansião passaram ladrões famosos; Zé do Telhado e o Zé do Traço. Concluir sobre o delator do adágio - um tonho, vaidoso e iletrado. Jamais falar do que mal se conhece e não se sabe explicar; bem melhor ficar calado!

O Livro do Padre Coutinho em 1986 desmistifica o adágio. A dúvida se foi ou não conseguida? Usou sinónimos; provérbio e axioma “Ansião, terra de 30 moradores e 31 ladrão (…) Este axioma é, de imediato, interpretado e aplicado segundo os termos do enunciado, todavia, em abono da verdade, enferma de grave deturpação resultante da depreciação efetuada no seu sentido original. Corretamente deve ser: Ansião, 30 povoadores, 31 lá estão (…) o Mosteiro em 1216 fez aforamento da sua propriedade de Ansião a 30 bons povoadores (…) leva a afirmar que 31 lá estão pois, a presença deste adiciona-se à daqueles. É este o único e verdadeiro sentido de tal proposição intrinsecamente histórica e elaborada a partir de factos da nossa história medieval.”

Inegável o cerne do adágio entronca em 1216. Em pluralidade a necessidade de questionar a palavra onerosa – ladrão; nascida com o adágio ou no tempo apodo e, como sobreviveu a 8 séculos? Desde cedo no aprendizado a destrinçar carismas adversos; em crer, pessoas, de maus fígados. No curioso querer; enxergar mais sobre a origem dos seus avoengos, ao jus quem sai aos seus não degenera. No vasto panorama e rol; quezílias nas partilhas entre irmãos; casórios de tios e sobrinhas em agregar fortuna; núpcias com viúvos ricos no ganho de herança; o moço vindo da serra para tomar conta de porcos a um fintão; o costume não pagar contas, nem honrar compromissos, a sorte do guardador que acabou por lhe ficar com os bens; o dinheiro a tilintar na gaveta de qualquer negócio, alicia o ajudante de caixeiro a roubar aos bochechos; no logro enriquecer ao jus do ditado - grão a grão enche a galinha o papo. A má-fé; em chão de um e a oliveira de outro, o dono do chão descarnava o pé até a fazer secar; mudança de marcos de extremas; corte de serventias; quintal de irmãos, um deles muralhou a casa ao outro, até o fazer desistir e ainda proveito de chão público. Em panóplia ao carater; manhoso, impostor, ardil, ladino, cobiça, ganância, inveja, hipocrisia, mentira e somítico, em agoiro filhos de mau piçalho… Indivíduos de olho gordo, a reivindicar bagagem moura, adensada no cruzar de gerações com outros genes, nas artes de surripiar e atazanar a vida aos vizinhos.De almejo o supremo poderio, segurança e riqueza, sem pejo anular até os de sangue, qual guerra de titãs. Nessa claridade compreender a natureza do adágio. O Mosteiro, em 1216 tinha de ter hierarquia em Ansião, além de supervisionar a herdade a incumbência de levar os foros para Coimbra. Quem de fato recebe as 30 novas famílias e, fez a sua distribuição. Credível, cada família veio a instituir no perímetro de cada quinta, o seu sítio de morada delimitado, onde passou a viver com os filhos. Em crer, deu-se o início de novos Lugares em Ansião, denominados Casais, a se destrinçar uns dos outros acrescidos do nome do foreiro, ou da sua origem, a título de exemplo Casal do Galego, a sul de Ansião, por cabal ignorância cultural mudou para Pinhal.

Que ninguém se choque ao sair da minha base de conforto sem brando vaticinar. Os foreiros residentes não viram os novos povoadores com bons olhos, sem lhes dar afável acolhimento. Sentiam-se donos e senhores das suas quintas, sem o serem, afinal onde viviam com a sua família há mais de 40 anos. Ora, se atender que aos dias de hoje isto é passível de acontecer, não se mostra leviano o ajuizar. Sem amistosas boas vindas, tão pouco préstimo ou ajuda a potenciar conflitos. Só Deus sabe as agruras infringidas, para os ver desistir…Debalde, a inesperada cabal resiliência; carater firme, obstinado, corajoso, abnegado e lutador. A inspirar o audaz e sábio ripostar do refrão; curto e grosso; nu e seco; título bastardo aos 31 ladrões, os que cá estavam à sua chegada, na vingança justa, servida fria! O perpétuo louvor aos seus pais, a memória futura aos vindouros - jamais esquecerem o que foi o inferno singrar em Ansião!

Porém, corria outra versão do adágio – Ansião 30 moradores e, com o padre, 31 ladrão. Deturpação maldosa, pela correlação num estudo de Metrologia do Dr. Mário Viana dos Açores da contenda de Ansião arquivada na Torre do Tombo “ (…) A 17 de Janeiro de 1359, na alcáçova da cidade de Coimbra, Afonso Martins Alvernaz, seu juiz, fez pronunciar uma sentença no processo que opunha o concelho de Coimbra ao mosteiro de Santa Cruz quanto à jurisdição dos almotacés sobre o lugar de Ansião, e que decorria desde inícios de Dezembro de 1358. Vicente Esteves, prior de Ansião, enquanto procurador do mosteiro, assume a defesa dos moradores, argumentando que a jurisdição cível pertence ao mosteiro, nele tendo juiz, mordomo e almotacés próprios, e não ao concelho, pelo que os almotacés não podiam tomar conhecimento do feito relativo às maquias dos moinhos. Sem respeitar as leis do concelho e por isso se manifestar Domingos Eanes “rendeiro da almotaçaria, o qual, tendo detetado que os moleiros de Ansião não tinham colheres nem medidas novas destas que agora el rei mandava ter por seu senhorio”. A maquia de farinha nas mãos do povo sob o olhar do Prior? Quem de fato conhecia o seu árduo laboro para tirar uma fanega (alqueire) de farinha e, se contradiz “ A fio rouba o moleiro e mais dão-lhe o pão “ mas se revê, na oração do moleiro, na voz da minha mãe “ Deus te salve saco, 4 maquias te rapo - um pró burro comer, outra para te moer, outra para te levar, e outra para te trazer”.

A ladroagem perdura aos dias d’hoje com novos meandros. Tema da próxima crónica.

Concluir, o adágio cifra a negligente hospitalidade aos novos povoadores, em época específica. Ansião pauta-se por ser terra anfitriã, de gente boa. Cabe a cada um, agora mais esclarecido, o papel de erradicar o adágio. 

domingo, 6 de setembro de 2020

Espantalhos na sala de visitas sul de Ansião

2020 em tempo de pandemia, ainda assim saiu à rua e que bonito, os meus netos Vicente e Laura adoraram e divertiram-se.

                            
Encanado o Ribeiro da Vide, apenas este canal aberto, serviu no passado para retenção de águas para a atividade moenga

Ribeiro da Vide, mal amado seco ou molhado...

Fotos de varias estações do ano da Sala de Visitas a Sul de Ansião
                  
Poço público do Ribeiro da Vide
                                       
Placa a merecer substituição...
                 
O que aconteceu à pedra da toponímia da Rua Cidade de Santos? 
Ainda aqui está, mas depois desapareceu...e ainda não foi reposta.
Como se verifica a quem estiver na fonte ao Ribeiro da Vide não enxerga a capela de Santo António pelo alto arvoredo em toda a sua envolvente. Com os plátanos a necessitar de regenerar com forte atarraque e corte dos choupos a poente.
Ainda ontem dei conta de alguém a encher garrafões pese o letreiro de água imprópria. Óbvio que tendo pouca saída de água, nem limpeza, pode ser prejudicial e claro a autarquia com o letreiro está a salvo.
O espaço por ser delgado pode ainda albergar um estacionamento sob o comprido e relvado como o defronte.
A casa da minha mãe quase tapada...
Sugere-se a faixa lateral com a estrada arrasada de duas árvores que são prejudiciais à nascente da fonte como os arbustos, que podem depois de podados ser transplantados para outros locais. O chão tem terra a mais, depois de retirada será fácil ser encontrado o poço da nascente da fonte que deve ser limpo e com nova canalização para pelo menos esta e outras fontes voltarem a dar de beber como o foi no passado.
A imensa cúpula da árvore que nunca viu poda e devia!
A norte  da fonte há perigo que jamais foi reparado e já devia
O certo onde está o meu neto Vicente é fazerem um canteiro com os lancis em pedra  em sobra da regeneração urbana.
A  fonte do Ribeiro da Vide 
Suplica intervenção, deve ser subida, limpa e na envolvente com canteiros e flores


O muro do adro a necessitar intervenção de arte urbana
Passagem pedonal invadida pela árvore que cresceu torta além de folhagem enorme
Necessidade de parceria com a Fabrica da Igreja. Solicitei autorização ao Sr Padre João Fernando,  para podar as três árvores no enfiamento da casa da minha mãe, a fim de libertar visibilidade no horizonte,que se mostra fechada,  e da intenção em se intervencionar artisticamente com arte urbana no muro de suporte do adro a nascente com temáticas alusivas ao passado - ao Santo António o patrono dos viandantes da estrada real pelo Bairro e aos namorados.
As águas
Foz do Ribeiro do Cimo da Rua no Ribeiro da Vide 
Piso cimentado,mas, as terras acumulam-se e nascem espécies de agriões
Canal estreito do Ribeiro da Vide com uma macieira ali a  nascer...
Foz do Ribeiro do Cimo da Rua, encanado
Chegada das águas do Ribeiro da Vide ao lugar que lhe tomou o nome
Falta limpeza do canal, que sendo estreito...
                   
                                        
Enxurrada
Lençol de água com sarjetas entupidas...
                   
                    
Depois de eu a desentupir...
Limite do caudal a centímetros da estrada...
O rasto da enxurrada arrastou os agriões e terras....
Depois da enxurrada de junho de 2021, passado o fim de semana, na 2ª feira seguinte depois de um reparo no facebook a câmara limpou o canal, debalde esqueceu -se a partir da ponte pedonal em frente do lar e para nascente...
                     
Esqueceram-se de limar o canal todo...
Sarjeta de comunicação com o canal do rio mais alta e por isso o mar de +agua à sua volta....
Capela de Santo António
Culto vetado hoje a novena, rezas, velas e  flores na soleira da porta...
Também o adro com arvoredo sem poda... que devia ser apenas de oliveiras
Adro da Capela de Santo António
Completamente fechada a vista pelo alto arvoredo
O que precisa o adro?
Ter iluminação e desafogado da alta vegetação para norte e para nascente, para maior segurança dos vizinhos e de meliantes que no verão deambulam neste cenário ao relento em praticas desabonatórias. Exige-se a reposição da sua vista de 180º.
2021 a minha irmã cortou a erva maior do adro...


Assalto em 2020, ainda está assim mais de um ano depois...
Toponímia incorrecta. é uma rua e não uma travessa e o nome é inadequado não respeita as tradições de uma estrada que foi importante quando a Casa da Câmara esteve instalada no Bairro
Sugere-se poda nos ramos dos plátanos  menos de um metro, mais baixos produzem menos lixo
Ao cimo do escadório cedros que tem de ser cortados e a sua madeira por ser nobre a usar em mobiliário estilo D. Maria, em carpintaria no Camporês para embelezar o futuro Museu Municipal de Ansião. Pelo corte da relva anual do adro pese o esquecimento da poda das árvores...
           

 No passado deixaram subterrados 4 degraus do último lanço do  escadório...Sem necessidade!

Silvas a nascer entre as raízes do plátano...
O pinheiro deve ser cortado, além de torto aqui não faz sentido. E sim foi cortado depois da publicação da cronica.
Choupos infestantes devem ser arrasados                                                             
Lixo...Faltam caixotes  e dispensadores para os excrementos caninos
Sugere-se agilização de funções para manter o espaço aprazível com um recado - "quem passeia os seus cães deve apanhar os degetos dos mesmos", no caso não vi ninguém com o saco na trela ou ao pulso....tão pouco de dispensadores camarários com sacos para o público. Estou farta de olhar para o chão para não atolar os sapatos... E no adro igual.Teve de se incutir  cidadania a respeitar o meio ambiente e os outros.
No relvado joga-se a bola, o meu marido com o meu neto Vicente
O caixote do lixo devia ser subterrâneo
Como regenerar a Sala de Visitas do Ribeiro da Vide?
O pelouro urbanístico dos espaços verdes, lavadouros, fontes e rotundas deviam estar continuadamente  asseados, com equipas personalizadas e bagagem cultural dos locais e suas memórias. A manutenção é parca nesta Sala de Visitas a sul de Ansião, muito pela moldura  dos plátanos, não basta a poda anual, urje a necessidade de atarraque, há ramos com  3 metros, o certo é manter copas pequenas e airosas, ao produzir menos lixo.A necessidade de parceria com a Fábrica da Igreja e a Câmara, para se melhorar o adro  e revitalizar o escadatório,  interligado ao  jardim,  em bem os  iluminar e apetrechar  com canteiros de  flores, proceder à elevação da fonte com bica de água potável para saciar a sede,  renovando a canalização e a limpeza da  nascente , retirando  terra que cobre o poço fechado com lajedo, e apelo criativo  em arte urbana  ao pintar Mural na parede do adro a nascente e pela frente parque verde seguido de estacionamento ao longo da estrada . Substituir o pedestal do nome do Jardim por outro em pedra, com colocação de dispensadores de sacos para dejetos de cães, guiados por trela!
Mais,o costado a poente do adro precisa de intervenção regeneradora, com degraus sobrepostos para subida alternativa ao adro, no sopé reinstalar o Parque  geriátrico, e o atual espaço se exalte  gabarito autárquico a bem mudar, para melhor, com a devolução do chão à Santa Casa da Misericórdia, para nele fazer nascer um Centro de Dia, moderno, funcional,  envidraçado, engalanado pelos plátanos em redor de bom atarraque sugerindo o telhado com painéis solares para aquecimento de ambiente e águas, pela substancial  ligação pedonal ao ribeiro pela ponte.Isso sim, seria revitalizar espaços com  interajuda camarária, o apoio a premiar a comunidade, estando atenta a críticas construtivas para atuar sem medo. Assim, há que pesquisar no arquivo municipal a documentação que há poucos anos esteve em debate em cima da mesa, a legitimidade de quem era o seu dono promulgada pelo então Provedor em exercício da Misericórdia que o reclamava , tendo sido agilizado a contento, por  a Câmara, também o reclamar por ter sido palco da Feira do Gado, mais de 40 anos, e assim  nasceu a instalação do parque geriátrico. De convir o respeito que a todos bem merece a Instituição de apoio assistencial mais antiga em Ansião -  a Santa Casa da Misericórdia,  fundada na centúria dos meados de 600, sendo extinta no séc. XIX, os seus bens na vila foram vendidos, apenas resta a atual Igreja.O início do séc. XX  marca a escolha do morro do baldio do Ribeiro da Vide , ao ser improdutivo ali foi edificado o 2º hospital da Misericórdia, debalde, o seu zelador no tempo deixou perder chão do seu limite a norte. A regeneração dos antigos caminhos que contornam a antiga Cerca, hoje ruas alargadas, sempre em chão da Misericórdia, a que acresce  a poente e a norte parque de estacionamento, a contribuir na perda substancial de metragem a favor do público, agora a se reclamar justa a nova revisão na sua devolução. Fica tudo bem, o jardim é grande e suporta a nova infraestrutura. Haja vontade, empenho e atitude a corrigir erros do passado!
Quando os ouvidos e olhos nos ignoram resta-nos a Palavra no direito à Cidadania!
O repto  do desafio, aqui deixado à nova Provedora, a minha irmã!

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