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segunda-feira, 21 de março de 2016

A minha visita ao Paul de Boquilobo nos Riachos

Paisagem bucólica
O tempo passa sem se dar conta, julgo sejam mais de 20 anos que visitei a Reserva Natural do Paúl do Boquilobo criada em 24 de junho de 1980, situada nos arredores da Golegã, seria no início da década de 90, numa iniciativa do Sindicato dos Bancários.
A Quinta do Paul do Boquilobo, foi pertença das Ordens do Templo e de Cristo, sendo doada pelo rei D.João I ao seu filho D.Henrique. Outrora dominado pelo bunho, daí a antiga designação de Bunhal.
Bunho
O Boquilobo é alimentado pelos caudais dos rios; Almonda e do Tejo, apresentando uma acentuada variação do nível das águas entre o verão e a época de inverno/primavera. A paisagem vegetal, é dominada pela presença de maciços de salgueiral ao longo das linhas de água e em densos núcleos nas zonas mais inundáveis com caniçal e bunhal  a ocupar áreas restritas. Um cortejo de plantas aquáticas vegeta nas zonas permanentemente alagadas para além de espécies infestantes como o Jacinto-de-água que, em determinadas épocas, cobrem rapidamente as valas de um manto verde salpicado com as flores. 
Mapa de Boquilobo
Na margem direita do rio Almonda existe um montado de sobro e zonas de transição entre a zona húmida e a zona seca, com montados e pastagens que envolvem a zona húmida.
Fomos bem vestidos, estaria algum frio, o inicio e final deu-se nas imediações da Quinta do Paul, de cariz agrícola ao estilo ribatejano, pintada de branco sita numa pequena elevação à esquerda em relação ao caminho tomado, tudo em redor se mostrava vestido de erva viçosa , alguns de nós  em terreno enlameado no descuido fatal com os ténis atolados na reserva húmida, delimitada por socalcos de argila amarela a fazer de mural baixo ornado a vegetação que na chegada da primavera já abrolhava verdejante clarinho, eram choupos, freixos, salgueiros e arbustos como o bunho, caniço, tabúa e espadana, que logo me reportou para a imitação da paisagem típica Bocage, por limitar lençóis brutais de água barrenta, teria chovido na véspera, salpicados de árvores de porte e grande cúpula com as raízes de molho em vasta zona alagada, um redondel de onde partiam riachos que se cruzam em meandros, debruados com plantas aquáticas e caniçal onde sobressaiam muitas garças, gaivina-dos-pauis, espécie rara no nosso País que por aqui também é rainha , outras aves, patos e claro avistavam-se  neblinas enquadradas em contesto paisagístico onde a água é rei e os silêncios se quebram com o chilreio das aves, cenário místico que deslumbra o visitante.
No Braço da Cortiça existe um observatório de aves.
Passámos debaixo de uma ponte da linha do caminho de ferro, percebi finalmente esta zona alagada coberta de vegetação que a beija, e se avista das carruagens nas muitas viagens percorridas nesta Linha, sem entender que  este mar de águas mergulhado em vegetação fazia parte do Paul de Boquilobo.
O almoço marcado na Brogueira no restaurante "Casa das enguias, de seu recente nome, ao tempo do Manuel Cepo" instalado numa casa onde entrámos e nos fundos em sala espaçosa, julgo coberta a oleados(?)  se comeram  à mão travessas abarrotar de enguias fritas, mas houve quem as quisesse saborear de ensopado.
No Largo da Brogueira, no concelho de Torres Novas nos Riachos, na pequena aldeia de Bolquilobo encontramos junto do restaurante a casa Memorial Humberto Delgado que aqui nasceu a 15 de maio de 1906.Terra natal da referência da democracia e da luta pela liberdade-, Humberto Delgado. Ainda hoje, fruto desse ícone local, muitos " Humbertos" ganharam o mesmo nome na região. 
A casa original era térrea do século XIX com palheiro anexo com uma grande cozinha e lareira, sala e dois quartos de fachada principal rasgada por uma janela e duas portas com postigo, que davam para a cozinha e para a sala.Comprada em 1993 pelo Engº Joaquim Marques de Oliveira que a ofereceu à Junta de Freguesia local com a finalidade de instalar o futuro Museu Humberto Delgado.O palheiro foi recuperado e ampliado com um piso superior sendo a Casa Memorial inaugurada em maio de 1996, por altura do 90º aniversário de nascimento do general.

Lamentavelmente não levámos máquina para registar momentos.Apenas ficaram as memórias visuais.
Ficou a vontade de voltar mas ainda não aconteceu!


FONTES
http://www.ribatejo.com/ecos/ambiente/boquilobo.html
http://www.cm-golega.pt/concelho/turismo/item/194-paul
fotos google

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