quinta-feira, 26 de março de 2020

Fim de tarde até ao esteiro da Amora, no Seixal

Para os conterrâneos com raízes de Ansião a viver no concelho do Seixal, na freguesia da Amora, sem ser ainda com este nome, aparece referenciada em 1384, na Crónica de D. João I pelo cronista Fernão Lopes na localização das galés do Mestre de Avis, que se encontravam abrigadas no braço do rio Tejo . Julga-se que o nome lhe advêm da plantação de amoreiras para o bicho da seda, faziam xailes de lã e de seda na Fábrica de Lanifícios da Amora, fechou anos 20. O dr Rui Mesquita sobre a fábrica disse- do que tenho investigado nunca encontrei uma fábrica de seda na Amora ou Almada, sei apenas que os Marqueses de Alorna mandaram plantar amoreiras nas suas Quintas de Almada e Almeirim. A Fábrica de Lanifícios da Arrentela, ao limite com a Torre da Marinha, ainda lá está, fundada em 1855 , cheguei a conhecer um dos seus últimos donos em 80, cliente BPSM, alentejano, com um nome grande e pomposo. O que está escrito sobre esta fábrica nada referencia a produção de seda, em alvitrar antes desta fábrica houve outra na Amora, a produzir os xailes de lã e de seda - o fabrico de seda em Portugal teve vida efémera, os bichos da seda foram introduzidos nos meados da centúria de 700 desde o norte, centro, até aqui com italianos da Toscania no ensino e sua produção, invoca dizer que a fábrica existiu em finais de 700 , dando mais tarde azo à construção de uma maior em local mais desafogado igualmente ao limite do esteiro ,mais a sul, na Arrentela, o que interpreto no aproveitamento da matéria prima da região, a lã, porque a seda, nas minhas investigações tudo aponta para uma doença a dizimar os bichos , chamada Gatina, nome que persiste na toponímia em Ansião, e me chamou a atenção, onde a Casa de Pereira, do Desembargador em Lisboa e do Bispo Conde de Coimbra -os manos Lemos de Faria Pereira Coutinho, nascidos no Brasil, adquiriram muitas terras compradas ao Marquês de Pombal que tinham sido da Casa de Aveiro. Na leitura das recentes cartas que os manos trocaram se menciona a criação de bichos da seda. Na Wikipédia diz ser a fábrica na Amora, e também por isso segui a fonte.Aliás a história da Amora, associada ás amoreiras, nem sei se hoje ainda alguma existe, em Ansião existe um enorme, está muito pouco esclarecida, sobre a fábrica de vidros nem encontrei nada...A sul da Amora no casario moderno Porto da Raposa, ao limite com o esteiro, no seu tardoz existe casario antigo e da ponte pedonal consegue-se enxergar o resto de um muro escondido pelo sapal, seria ancoradouro? dando a sensação que ali antes houve alguma coisa ligada a transformação (?).
A Fábrica se Lanifícios da Arrentela teve origem numa fábrica real de mantas para o exército primeiro empreendimento fabril naqueles terrenos aforados no início do século XIX pela Câmara...
Tarde em caminhada das Paivas ao jardim ribeirinho do esteiro do Tejo em maré alta a beijar o Seixal, Arrentela e Amora com as gaivotas empoleiradas no que resta das estacas dos passadiços e patos a passear pelos meandros do sapal. Espreitei o fecho da feira de velharias, enfeirei umas chávenas Lusitânia de Coimbra iguais a um açucareiro que a minha sogra me ofertou há muitos anos e não pude deixar de comprar em ferro uma espécie de catavento para espantar os pássaros, para levar para a casa rural na Mouta Redonha, vai ser festa nas férias para os netos se divertirem com ele a rodar com o vento...Espreitei o fecho da feira de velharias, enfeirei umas chávenas Lusitânia de Coimbra iguais a um açucareiro que a minha sogra me ofertou há muitos anos e não pude deixar de comprar em ferro uma espécie de catavento para espantar os pássaros, para levar para a casa rural na Mouta Redonha, vai ser festa nas férias para os netos se divertirem com ele a rodar com o vento...
A rotunda bem decorada com homenagem ao vidreiro e aos garrafões que aqui se faziam grandes.
              
                                        
             
          
Lindos os candeeiros de braço em ferro forjado, como deve ser em ambiente histórico no que resta do bairro operário de vidreiros, as suas casas iguais adoçadas, só com 2 janelas e uma porta.
O que não gostei? Descampados a céu aberto a perder de vista em pleno séc XXI a merecer atenção em lhe dar vida...
Amora engrandeceu com a ponte pedonal em madeira a fechar o esteiro com o sapal.

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