Duas feiras anuais em Ansião que começam estrategicamente por "P"
Pinhões e PoceirosFeira dos Pinhões …o seu dia a dia 24 de janeiro."segundo o Dr. Manuel Dias que fez um Livro da Confraria de Nossa Senhora da Paz, esta feira nasceu na Constantina na 1.ª metade do século XVII, dia de grande peregrinação a Nossa Senhora da Paz, e nos finais do século XIX a Câmara a transferiu para vila de Ansião" .Mudada recentemente pela mesma Câmara para o sábado seguinte ao seu dia de antanho. Adorava no meu tempo de adolescente percorrer a feira vezes sem conta, com tantos feirantes e tanta gente que vinha de todos os Lugares...Desde o ano passado decorre com grande animação na Praça do Município renovada, onde não falta a visita da televisão que dá uma retrospectiva do concelho para o Mundo.
Boas Vindas ao evento turístico
Pinheiro manso, por cá se chama "pinheira"
Com mancha na Costa do Escampado, Constantina e Pinheiro e e na foto as da Mata Municipal
Para mim teorizo a semente veio com povoadores na centúria de 500 da Grécia que o plantaram entre Ansião e mais tarde Soure para aqui nascer a Feira dos Pinhões e mais tarde na centúria de 800 nascer o Ramo de Pinhões ao Divino Espírito Santo em Assamassa em Soure.
Em miúda com a minha irmã íamos armadas de saco de serapilheira às costas pela subida espinhosa e pedregosa do costado da serra da Fonte da Costa até ao cume onde se situa uma das nossas propriedades para a apanha de pinhas resinosas, verdes e pesadas, em casa se abriam ao calor do forno para saltar pinhões com o martelo se partiam para comer.Curioso por terras de Ansião no meu tempo sem se dar valia a este produto, sendo que havia muita mancha de pinheiro manso pelos Anacos, Pinheiro, Escampados e,...As minhas pinheiras produzem pinhas mais largas que as da foto.
Medidas de madeira servem para vender os pinhões que não se vendem à fiada
Noutros tempos as vendedoras de pinhões se faziam chegar das bandas da Gândara de Vieira de Leiria.As mulheres se faziam apresentar vestidas em traje típico da sua região; na cabeça chapelinho pequeno em veludo preto, redondo, enfeitados na orla por pena preta, nas mãos carregos de fiadas de pinhões.A tradição dizia que seria os rapazes a fazer a compra e os oferecer às raparigas.
Na minha geração eram muito envergonhados, tímidos, reservados, e sem tostão nos bolsos...
O mesmo uso noutras regiões do centro do País.
Na minha geração eram muito envergonhados, tímidos, reservados, e sem tostão nos bolsos...
O mesmo uso noutras regiões do centro do País.
Hoje só restam recordações como no Rancho de Leiria
Chapéu da Gândara da Bairrada em veludo com pena de pavão traje de Cantanhede
Trajes da gândara de Aveiro
Trajes da região de Oliveira de Azeméis
A vendedeira de frutos secos e tremoços da região que vende no mercado de Ansião
Quando andava no Externato António Soares Barbosa em Ansião , vulgarmente conhecido por colégio, este dia era um delírio no calcorrear as ruas vezes sem conta sempre de passagem pela Praça do Município, por onde desfilavam as tendas e tendeiros, ao almoço e nos intervalos o mesmo vaivém -, e nunca se via toda, sempre de bata vestida, atrevidas, no prazer dar nas vistas, chamar a atenção, e ouvir comentários -, "são as meninas do colégio" algumas colegas abençoadas de peito farto, que o sol nelas se estatelava em glória, quão abundantes proeminências resplandecentes na bata ensebada...
Feira dos Poceiros…
Também chamada de S. Lourenço que se realizava a dez de agosto por altura das Festas do Povo, o certame decorria na Avª Vitor Faveiro, com estaminés prostrados no chão, onde os havia de todos os tamanhos; cestos para as vindimas de vários feitios, tamanhos e cores, cestas de mão, cabazes, cestas de costura, fruteiras, garrafões empalhados, onde não faltavam também os carateristicos da região feitos em cana, que ainda existe uma artesã da Bairrada-, a Flor, que os faz muito bem, e dela tenho alguns exemplares. O meu bisavô Elias do Alto, a recordação que tenho dele num sábado em cima do almoço que o vi no seu passo lento avir da Praça do Peixe a descer a rua a caminho de casa , e cesta de cana na mão com a sardinha.
Onde o vi muitas vezes sentado a trabalhar.
Fez-nos vários em tamanho pequeno, de apenas um quilo, para eu e a minha irmã com eles pelas mãos airosas caminho fora para a "vinha", nome da fazenda que também tinha oliveiras, nas férias de Natal íamos fazer de conta que apanhamos azeitona...Julgo nunca os enchemos!
Lembro os poceiros grandes usados nas vindimas, que depois de encher algumas vezes se tornavam pesados por ficarem molhados com o mosto, havia quem os usasse para carregar o estrume à cabeça e outras tarefas.
Também chamada de S. Lourenço que se realizava a dez de agosto por altura das Festas do Povo, o certame decorria na Avª Vitor Faveiro, com estaminés prostrados no chão, onde os havia de todos os tamanhos; cestos para as vindimas de vários feitios, tamanhos e cores, cestas de mão, cabazes, cestas de costura, fruteiras, garrafões empalhados, onde não faltavam também os carateristicos da região feitos em cana, que ainda existe uma artesã da Bairrada-, a Flor, que os faz muito bem, e dela tenho alguns exemplares. O meu bisavô Elias do Alto, a recordação que tenho dele num sábado em cima do almoço que o vi no seu passo lento avir da Praça do Peixe a descer a rua a caminho de casa , e cesta de cana na mão com a sardinha.
O meu cabaz de verga branco feito na região de Ansião
O meu pai gostava de os encomendar em Aquém da Ponte da Cal, no cesteiro artesanal ,o "Ti Zé Mau" -, que trabalhava na sua fazenda defronte para a estrada debaixo dum parco alpendre, levantado por troncos frágeis e secos, sem
paredes, onde o dia se via por todos os lados, se mostrava castiço em telha vã...Onde o vi muitas vezes sentado a trabalhar.
Fez-nos vários em tamanho pequeno, de apenas um quilo, para eu e a minha irmã com eles pelas mãos airosas caminho fora para a "vinha", nome da fazenda que também tinha oliveiras, nas férias de Natal íamos fazer de conta que apanhamos azeitona...Julgo nunca os enchemos!
Lembro os poceiros grandes usados nas vindimas, que depois de encher algumas vezes se tornavam pesados por ficarem molhados com o mosto, havia quem os usasse para carregar o estrume à cabeça e outras tarefas.