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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Olhar o mar em Matosinhos ...

Na 2ª semana de Janeiro de 2006 tive o privilégio de desfrutar Matosinhos durante 15 dias em formação curricular.Fiquei alojada no hotel Amadeus no 6º piso mesmo em frente a uma das principais rotundas da cidade. Com vista magnífica sobre o mar, as ondas a estatelarem-se nas rochas, cenário deslumbrante quando não havia nevoeiro. O andante a passar no meio da rotunda e da fileira de camiões de combustível da Teal de Maças de D. Maria, ali tão perto...
Matosinhos é uma cidade moderna, muito limpa, arrumada, grandes avenidas, edifícios com design elegante duma nova arquitectura que está a emergir com muita massa em vidro e inox, e uma frente de mar a perder de vista desde o Castelo do Queijo até ao Porto de Leça de Palmeira.Depois do jantar, fui várias vezes em breve caminhada junto à imensa frente de mar, o prazer de sentir as ondas a tocar de mansinho a areia, parecia que estava em Sesimbra, se não tivesse a oportunidade de apreciar tão rara beleza talvez não acreditasse que ali tal fosse possível, imagem soberba, espectacular.Em frente ao mar do outro lado da avenida sucedem-se as casas de grelhados a mais famosa o 427, nº da porta...onde se pode ver muitas vezes o Pinto da Costa, cafés modernos tudo à mistura com enormes armazéns típicos do início do século XX com grandes portões agora revitalizados em discotecas, restaurantes, tabernas de degustação de vinhos, apresentam na frontaria grandes lonas a anunciar o repasto, nesta última um Lamborgoni imensamente amarelo à porta.Jantei todos os dias em locais diferentes, no Mocho Sentado com música ao vivo, batuque brasuca, os criados vestidos a rigor, um de meia-idade parecia o detective Poirrot com enormes sobrancelhas pretas e olhar irrequieto num jeito de o igualizar, até fazia impressão, também, nessa noite quem lá estava era o Diego jogador do Porto, acabou por ser dispensado do clube alguns tempos depois, festejava o seu aniversário, recebeu do barman um enorme ramo de rosas vermelhas e beijaram-se afectuosamente na face.Porém na mesma semana ainda o havia de encontrar novamente com amigos e algumas crianças na pizaria italiana, o espaço muito bem decorado. Deleitava-se com uma bela e enorme piza. Os empregados eram uma brasa tipo macho latino; morenos, altos, musculados, barba rija, mui gostosos de olhar fulminante, um delírio de homens...
Bem... falava do jantar magnifico no Mocho Sentado, do vinho, autêntico néctar dos deuses, aperitivos, carne, saladas, sobremesa...bom, o ambiente ... os casacos ficam logo à entrada em cabides altos, ambiente dos melhores até hoje onde já entrei, doce vida, só para quem pode...na praça junto à Câmara comi numa marisqueira sentada ao balcão uma belíssima sopa de peixe, faltavam os coentros, o empregado de imediato se esgueirou e numa rajada os trouxe, que cheirinho. Numa outra noite fui de andante até Sta Catarina mesmo no coração do Porto jantar no mais famoso café o Magestic.....comi uma soberba francesinha, o espaço antigo e um pouco degradado sobretudo nos espelhos e couros, ambiente tipo anos 20 com mesinhas altas de madeira, guardanapos grandes de algodão, ao fundo o piano lindo preto de calda curta.Há, já me esquecia , num desses grandes armazéns, havia um restaurante fino a funcionar no r/c e depois de subir um lanço de escadas o espaço abria-se amplo, com 20 pratos confeccionados à escolha, tentei aproveitar e comer o máximo, repeti, repeti mas debalde já não ...ambiente mui acolhedor. No almoço de despedida fomos à discoteca que também tem a vertente de self service, logo na entrada deparámos com um grande sofá a fazer lembrar o programa do Herman no formato de boca com lábios tipo a mulher do Brad Pitt...,“lábios em amarelo”, um espanto!Ao longo da escadaria estendiam-se grandes tapeçarias em jeito de imitação de quadros, muito encantador. Já no 1º andar as escadas eram insinuantes e atrevidas a abrirem-se para um espaço novo, escolhi à vontade,o bolo de chocolate estava uma delícia. No último dia fomos ao Assador à entrada do Porto, na zona industrial, o espaço muito agradável, aliás vários espaços à escolha do cliente; recatado, snob e o dito normal, com palco para se desfrutar música ao vivo, tudo é grelhado no momento, aderimos à picanha recheada de frutas exóticas, o vinho uma pomada e para remate a jeito de despedida bebeu-se uma garrafa de uísque James Marti'ns que à laia de piada trouxe de recordação, vazia pois claro, bem ,ainda trazia um pinguito no fundo que o Luís Alberto saboreou...risos. Houve dias que comia mesmo por ali numa pastelaria que servia mini-pratos, comi sobretudo francesinha e bitoque entalado em fatias de pão saloio com alface. Depois do jantar fiz grandes caminhadas, tipo "brigada do passeio", cruzava-me com algumas pessoas tipo rol de vizinhos a caminhar a passo acelerado em alegre cavaqueira , na tentativa de queima de calorias claro está. Senti as noites, apesar de ser Janeiro não eram frias, acolhedoras até para a estação, de manhã quase que não era preciso grandes agasalhos pareceu-me o frio mais seco.Numa dessas noites passeei ao longo do porto de Leça todo vedado não deu para desfrutar a beleza da foz do rio que lhe deu o nome pareceu-me no entanto bonito, subi até ao Senhor de Matosinhos, igreja enorme lá no alto a desfrutar o mar e o rio a banhar-lhe os pés, o espaço envolvente verdejante e amplo com alguns bares é confortante e eis que senão já estava outra vez na zona velha no começo da rua que deve ter quase 2 kms Conde .... e termina no hotel,de um lado e do outro vislumbram-se algum casario tipo solarres, outros pobretes mais remediados e capelas, tudo bordado a granito enegrecido pelo tempo com o fulgor do brilho translucedente dos cristais de quartzo, tão intensos a imitar diamantes na penumbra da noite. Foram 15 dias inexplicáveis de prazer de reconhecer a cidade do Porto e toda a extensa zona ribeirinha no seu mais alto esplendor até Leça da Palmeira, valeu a pena, quero voltar com a família.O tempo ajudou não choveu, o sol foi assaz resplandecente a tocar o mar parecia primavera, foi um deleite conhecer assim Matosinhos.
Naturalmente algo ficou por dizer por esquecimento talvez mas o interessante é voltar e redescobrir e assim valorizar num cenário diferente e mais agradável.Até sempre Matosinhos, de repente pareceu-se uma cidade espanhola, imaginem, a sobriedade dos edifícios, muita tijoleira... vidraria e inoxs, o modernismo num contrate quase perfeito com o passado, nunca tinha visto por metro quadrado tantas máquinas voadoras de alto calibre como nesta cidade, Ferraris azul e vermelho, Lamborgini, Mercedes último modelo assim com BMW,.....e tantos outros....imaginem até existe uma enorme loja de gaveto só com artigos para comandantes de aeronaves e afins, nunca tinha visto um espaço tão grande recheado de bonés, fardas, acessórios e um não sem fim de tudo.....crachás, insígnias tudo muito amarelo a reluzir na frontaria da grande porta com degrau redondo.
Bem Hajam os que vivem e podem desfrutar desta terra , um cumprimento especial para o sapateiro na correnteza do hotel que muito amavelmente me recolocou novas capas nas botas, pois o piso é todo em calçada granítica, mas os pés são tortos e as capas escafuderam-se, o costume, o sapateiro é que foi amável, aguardei no momento e foi muito barato.
Gostei de ter dormido em Matosinhos.
Não me lembro se por lá sonhei!

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