terça-feira, 8 de março de 2011

O rio Nabão de Ansião até ao Marquinho

Olhos  d'Água
As obras de requalificação em infeliz projeto
Ponte Galiz
Saudade eterna ao"Promenade", alcunha  que dei ao vizinho da minha irmã, o Sr Manuel, de belo olhar azul, muito simpático, dá-me flores , uma tarde quandotive de abreviar a conversa para ir com o meu marido buscar as bicicletas para o passeio, desejou-nos " boa promenade"...resquícios de ter vivido por França.

Fomos de bicicleta a olhar o Nabão florido de agriões em meados de fevereiro pelo carnaval da Ponte Galiz até ao Marquinho. Nas bicicletas da minha irmã, enchemos os pneus de ar, mudámos o carreto das mudanças e ala que se fazia entardecer em direcção ao rio Nabão na ponte Galiz. Primeira paragem na velha ponte romana desativada da Ponte Galiz onde comecei a registar fotos.
Dique do espelho de água
As duas pontes
O assoreamento sem limpeza dos tanques de chafurdo
Os blocos de cantaria dos arcos da ponte da Cal  com marcas de canteiro
Para nascente o chamado quebra mar, aqui quebra rio
Rosas junto da capelinha de S Pedro e Santa Isabel
Caminho pedonal para nascente
Nabão para nascente

Espaço Verde, para poente
                                       
Moinhos João da Serra
Moinhos de água ou azenhas com ponte pedonal de lajes em que uma das pedras se mostra caída no Nabão. Haviam destas pontes ao longo do curso do Nabão .A 1ª que conheci fazia a ligação do Canil Municipal onde hoje são os sanitários junto ao parque de estacionamento para o Fontanário da Bica e Lagoas na antiga estrada real.

Mouchões 
Onde o Nabão se mostra na sua primeira cascata, açude, dique, comporta ou represa depois da nascente. Tantos nomes para segurar águas para os moinhos, lagares e azenhas, e para as regas no verão das courelas. As tamargueiras na floração dão uma beleza singela em cor de rosa pálida, aqui as mulheres dos Anacos e do Pinheiro, lavavam a roupa e as ovelhas para depois venderem a lã a melhor preço.
 
 
Poios 
Antes do Marquinho com uma bela ponte. Na encosta da frente, a Gruta do Calais.
 
O nosso passeio de bicicleta.

Há que anos não me deliciava, pena estar tão perra... Vi jeito de não conseguir vir de volta, voltámos a custo...eu, claro!
Selim duro deu-me cabo do traseiro, as forças para pedalar? Músculos sem exercício...até pensei ligar à minha irmã para me ir buscar,valeu-me a fé, levei- a a reboque pela mão , consegui!
  
Pedra de fuso de lagar
No terreiro junto ao antigo lagar no Marquinho.
Curioso. A segunda que vejo igual em altura. A outra por detrás das ruínas do mosteiro no Vale Mosteiro.
As curvas, os meandros do Nabão e os agriões....lindos!
 
O rio e ao lado o caneiro que levava a água para o lagar no Marquinho
O rio a fugir por detrás do lagar no Marquinho. Ao longe uma ovelha a espiar-me...estava em propriedade privada...
 Marquinho junto do balogueiro que alimentava o lagar

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ruínas e verde na vila da Trafaria

Vila de traça antiga, alguns belos exemplares de casas, algumas tipo chalets.Depois do 25 de Abril assistiu-se a uma grande desordenação, abandono e aberrações. Tudo em prol do progresso que agora apesar de tarde se nota renascer em querer manter e preservar ainda o que de bom a vila nos proporciona.
Fotografei a ruína e o verde
Ruínas de uma antiga fábrica e do alto forno ainda de pé.
Pinheiro bravo no circuito de manutenção, onde existem muitos mansos e no tempo das pinhas são invadidos por escadas em inox para as roubarem e venderem os pinhões.
Gatito espreita o sol através da rede demasiado velha
Moinho em ferro e folha de Flandes abandonado...
Ruínas de igreja...
Outro perfil da igreja
Mais outra perspectiva da igreja. Entabuado o adro de barracas, carros, jipe, antenas parabólicas, ainda restos de calçada basáltica. Como é possível a Junta de Freguesia teimar em não ver esta deplorável imagem?
Bem que poderia ser restaurada para benefício da população, em vez dos modernos edifícios quadrados de cimento armado de janelas corridas e painéis de publicidade rectangulares...
Frios, sem história. Este carregado de simbolismos, reaproveitado tem tanto potencial, se tem!
Há que lhe acudir, antes que se perca.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Casa da Câmara de Chão de Couce no concelho de Ansião

A falta cultural ao passado das Casas das Câmaras das Vintenas, permitiu o seu quase total esquecimento.
Relembrar as ruínas da Casa da Câmara de Chão de Couce, onde foi encontrado um Livro das Receitas e Despesas da Câmara de Pousaflores, para o período que decorre entre 1766 e 1808. 

Numa das minhas idas a trabalhos rurais a caminho da Mouta Redonda, na vez de cortar na Serra do Mouro a caminho de Lisboinha, segui em frente para Chão de Couce e decidi parar!
Feliz por tantas vezes pensar aqui parar...e fotografar
Para a posteriedade, pois o espaço foi requalificado e perdeu-se! Ficam as memorias das fotos!
 Porta ao nível do r/c encimada ao lintel com meia lua em tijoleira
Plano superior à casa virado a sul. Acesso por uns improvisados degraus que possivelmente fariam parte do imóvel cuja frente a nascente não existe. Ombreiras de janelas? jazem em jeito de escada.


No plano superior logo encostado ao imóvel encontra-se um tanque quadrado, vazio com esgoto provisório para o plano abaixo na entrada da casa. 
Enquadrado num ambiente de prado, plano de gaveto, cariz bucólico num dos lados vegetação com canas da Índia. 
 Adorei o cenário bucólico, doce com o costado ao fundo até ao outeiro do souto de castanheiro francês, da Quinta de Cima.
A merecer escavação arqueologica, para saber se o habitat romano foi aqui ou na Quinta de Cima com deslocalização de materiais.
 
Citar José Estanqueiro Rocha " Tantas vezes subi estes degraus, para fechar ou abrir a água que abastecia o tanque e servia para regar vários talhões cultivados. O terreno neste patamar superior onde está o tanque e as persistentes canas da índia, foi cultivado pela minha falecida e saudosa mãe, (a ti Gracinda), em regime de arrendamento ao Sr. Moreira de Sousa, durante mais de trinta anos. Saudades!"
Parede com piais em pedra da antiga casa da Câmara de Chão de Couce
 
Outra porta com o tradicional triângulo em "v" acima do lintel, herança visigótica
 Só paredes, esta no interior
 
O interior visível ainda restos de estuque com cal
 
Parede exterior, a pedra cilíndrica, alvitra tambor romano, e não teve furo ao centro onde era preceito cravejar argola em ferro para prender os animais. No caso , está limpa, inspira ter sido romana ali requalificada.
Admito entre o palco da quinta de Cima e aqui houve um habitat romano, já que a nascente onde foi o corredor romano da via XVI, militar, de Antonino, de inverno para evitar as águas do Barqueiro,  derivou um ramal que serviu outro habitat romano e em época medieval foi o palco da Quinta da Mouta de Bela ( onde nas ruinas também vislumbrei pedars romanas requalificadas), seguia pela Ladeira, onde houve um poçod e chafurdo, Quinta de Cima, onde teve uma fonte de mergulho, hoje mina para o lavadouro, Borda da Mata, Vale Cego, Pereiro, Pobral ( fonte) Pousaflores e Maças de Caminho.

A casa da primitiva Quinta da Cerca em Chão de Couce

A minha avó Maria da Luz que viveu na aldeia de Moita Redonda falava muito nas senhoras da Quinta da Cerca. Nada sei sobre a Quinta da Cerca e das ditas senhoras, mas gostaria.
O que resta da casa solarenga, ruínas, ando há anos para fotografar, sobretudo a chaminé, umas das minhas predileções é fotografar chaminés .
A sede da Comarca das Cinco Vilas, vista do céu
Em frente das ruínas da Casa da câmara, de Chão de Couce.
Aconteceu agora com tempo...
Perfil da casa da Quinta da Cerca virada a poente
Pormenor da guarita com grades
Chaminé da Casa de traça elegante e grandiosa
Outro pormenor da chaminé, vista de lado poente
Outra vista da casa

Ombreira do portão de entrada. Muito simples, possivelmente alterado quando foi feita a estrada que cortou a Quinta de Cima e esta Quinta da Cerca em direcção à serra do Mouro e ligação à vila. 
A casa foi deitada abaixo por força do desenvolvimento-, alargamento do antigo caminho dos Loureiros,para o Furadouro, com entroncamento na estrada para a Serra do Mouro.
 Vista sobre a quinta de Cima
Quanto a mim foi uma pena não apostarem no restauro, era enigmática de beleza incomum, apesar de simples, mesmo em ruínas falava numa terra arquitectónica, das mais belas do concelho, onde desponta romantismo -, a cores quentes no outono com outeiros cobertos de folhas escarlate...
Fica o testemunho!
Em 2015 o espaço limpo com a casa arrasada e posto à venda onde encontrei um poço redondo de chafurdo com escadaria em lajes sobrepostas.

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