segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ponte de Sôr na minha primeira feira de velharias

Recebi convite da minha colega Isabel Rute de Carcavelos - valeu a insistência, desta vez no sábado rumei até Ponte de Sôr. A minha primeira vez que aqui passei foi em 75 ficou-me na memória um antiquário com um grande portão e na sua frente - velharias a chamar a clientela antes da ponte  romana que lhe daria para sempre a graça do seu nome e do rio que lhe passa debaixo dos arcos.Havia de aqui voltar a passar outras vezes - a última o ano passado na rota que fiz no dia de aniversário da minha mãe, descansámos deitadas no relvado da zona ribeirinha, a comporta no rio Sôr confere ao espaço uma fresquidão imensurável naquele Alentejo que mais me pareceu ser uma Beira arraiana ou mediana (?) - a fazer jus a outras : alta,  baixa e litoral...

Saí bem cedo. Amei contemplar os arrozais do Vale do Sorraia - verdes - a perder de vista, lindos serpenteados por grandes cegonhas nos ninhos altivas ou no chão à procura de alimento. Na lezíria de Coruche ao amanhecer já andavam dois balões de hélio a deambular pelos céus, bem lhes quis tirar uma foto...ficaram pequeninos...

Senti escassa sinalética, sobretudo no entroncamento para o Couço - merecia um entroncamento ou rotunda bem sinalizada. Já em Mora gostei de apreciar as avenidas novas a circundar a cidade, nunca pensei que o fluviário ficasse fora de portas, junto ao rio, faz sentido. Amei revisitar a barragem de Montargil, vi alguns pescadores, e barquinhos ancorados  numa baía .Paisagens lindas com o sol a raiar e bandos de rolas e pardais pelos céus...uma calmaria. Parei para desembrulhar as pernas e verter águas, enterrei-me até ao joelho - tal a fofura das terras roteadas ao longo da estrada para prevenir os incêndios - fez-me lembrar os anos 75 quando fui a 1ª vez a Badajoz - via este lavrado quilómetros sem fim sem saber tal significado.Tão verde esta extensa faixa de terras de regadio : arroz e milho na maioria.Deveria-se apostar mais na agricultura - a paisagem é magnífica nesta altura do ano.
Ganhei a feira no prejuízo.Havia uma ligeira brisa, o suporte do prato de porcelana China finais do século  XVIII não aguentou a agrura e viria a estatelar-se na calçada em mil pedaços...cheio de borboletas pintadas à mão...aqui ainda está na banca o penúltimo do lado esquerdo - vêem-se alguns de Macau maiores e bem diferentes, este era autêntico - valeu que o tinha comprado por uma pechincha por o vendedor não se ter apercebido ou nem tal saberia...
Senti que as gentes de Ponte de Sôr vão à feira com gosto de comprar. Passavam de mãos a abanar e vinham com sacos cheios...de coisas embrulhadas em jornais.
A menina que organiza os feirantes é muito acessível e simpática. Não se paga terrado, o espaço é o que se queira.Nos cafés o chamariz são as tigeladas de Abrantes - doce típico "roubado" ...maravilhosas!
A feira desenrola-se ao longo da calçada do jardim junto à avenida. Relva bem cuidada com rega automática, muito espaço de lazer. Florido. Muito bem cuidado com casas de banho públicas subterrâneas de 1971 com um azulejo alusivo a "menina e menino" que me recordei logo deles assim que os vi...Nos dias de feira podia ter papel e sabão, ainda um autoclismo avariado - só depois vi o balde junto à torneira no hall...
Senti que as gentes pouco usufruem destes belos espaços sombrios e acolhedores, junto ao rio um leque de aparelhos de ginástica - excelentes para exercícios de manutenção - ouvi comentar que alguns gostavam, todos os dias logo de manhã faziam ali a  sua ginástica. Muito bom saber.

Pavoneavam-se duas senhoras na feira - à partida parecia nada terem haver uma com a outra de tão diferentes que eram ou talvez tenham... quiçá não quis dar "a mão à palmatória ao meu instinto"...nestas coisas os homens são mais afoitos -, na feira de Setúbal na semana anterior vi passar um garanhão altarrão pela feira  com o braço a arrematar contra ele o companheiro pequeno e loirinho -cena ternurenta...
Mulher vivaça,  fanfarrona de conversa ligeira vestia calças de ganga -  larga traseira parecia um sofá e mamas verdadeiras que de silicone não vi nem um par. Tabelei conversa com ela e os demais para "dois dedos de conversa" tirou os óculos de sol - constatei  lindos olhos, no imediato me fiz ouvir, nem agradeceu... do longo cabelo fez farta trança de ponta loira e raiz branca a rondar as costas - enquanto a outra mais alta, tipo intelectual, recatada e tímida vestia saia escura e blusa de seda às riscas azul e branca, de poucas falas - amedrontada... me pareceu apesar da altura. Calcorrearam a feira acima e abaixo, num repente  a vivaça sentou-se à sombra de uma árvore na frente do estaminé do Sr Manel das Caldas onde este abancou a mesa para o almoço, antes entrosavam alegre cavaqueira sobre a faiança atrevida que se fabrica e ainda  se vende para os turistas nas Caldas -, até gostou de contar que quando se casou e lá foi em visita, afirmou tal loiça não conhecia...estava dado o mote para conversa farta - cena caricata que se criou com um vendedor de souvenirs...o Sr Manel e o filho jeitosos para o negócio aproveitaram o ensejo dela se ter sentado na sua beira a fazer que descansava - nisto ofereceu-lhes comida - comeram sandes, que não se fizeram "caras" em aceitar. A amiga também se sentou ao seu lado - então não vi o filho dele a correr a pedir emprestadas cadeiras a outro colega... comeram na rua com aquela gente sem modéstia - afinal tinham feito 40 km para vir à feira. No íntimo do Sr Manel gravitava negócio, pensava para com os seus botões - "estão no papo para começar a vender"...e, vendeu - completamente extasiada com o brilho das latas, ferros e latões, estava a vivaça. Foram buscar o carro para junto do estaminé, nele meteram uma trempe triangular para a lareira em ferro forjado, um invólucro de munição de 90 cm  em latão  reluzente- apenas desmontada, nunca foi utilizada - um perigo se ousarem mexer na espoleta - vão sentir uma pequena explosão, ou se vão, ainda se assustam, ou então não...senti que a amiga estava à distância, talvez se sentisse incomodada com tal à vontade, ainda se entusiasmou com uma pequena enxada de cabo torcido em aço...e tantas outras peças que ficaram de reserva para comprar na próxima feira: braseira em cobre, hélice e dois tachos de asas em latão...ainda trocaram contactos para quando forem a banhos para os lados das Caldas irem almoçar a casa dele.Um conhecimento de mais valia - sorte grande,. já que só tinha enfeirado coisa de 30€...senti que o filho do Sr Manel estava hilariante com a sua tática da venda e lábia para a seduzir e do abaixar preço pelo pai para faturar - fazia a contabilidade depois das despedidas - de manhã vi um colega de Coimbra descarregar na sua camioneta de caixa aberta pias e suportes em  pedra que um dia aguentaram grandes pipas de vinho - um comprador ficou encantado com as esculturas para a sua quinta em Viseu a quem  o vendedor respondeu " pense, se as quiser todas vou lá levar-lhas, agora só uma, não...".
Fiquei surpresa por reencontrar a colega Maria Helena dos lados de Fátima que conheci na feira de Pombal e Miranda do Corvo - mulher franzina a quem a vida nunca agraciou tamanha bondade, de tarde passava ela pela minha banca, dizia-me "fui à procura de farturas para o meu home, a mulher costuma estar ali ao fundo a vender, hoje não a vi" - disse-lhe - por não lhe comprou uma tigelada, responde - " primeiro tenho de lhe dizer..." coitada uma sofredora, tal o medo que tem do marido um "brutamontes" - não imaginava que se deslocasse tão longe - afinal é mais perto do que o meu caminho...também reencontrei a Ermelinda com quem estive na feira de Torres Novas - coitada anda a reboque com o marido, doente diabético, mal se descuida na hora do pequeno almoço, o açúcar sobe...arrelias de meia noite e gastos com uma reforma de 300€... gostei de voltar a ver o prato de grandes dimensões de Coimbra  todo ele decorado a motivos florais em verde ervilha com reservas de ondinhas ovais sucessivas em manganês -  afinal ainda anda na banca - marcado 250 fazia-me por 100 - da 1ª vez que o vi  na sua banca disse-me que tinha um comprador em Óbidos que lhe ficava com todos...comprei-lhe umas peças a um euro muito interessantes.Também estava a D. Isabel e o marido Antero que conheço da feira de Setúbal e Montemor o Novo. Entre eles o grande estaminé pelo chão do colega "cigano" ruivo e sardento que dantes fazia Azeitão esteve em Montemor onde não faturou e agora julgo que também não, dizia ao meu marido "amanhã vou fazer a feira de Castelo Branco". As peças dele na maioria boas - estatuetas em granito, latões, cerâmica e ferro - são muito muito caras.O pai dele faz nos sábados - Estremoz com um estaminé de pratos e a neta igual - peças muito boas. Na minha voltinha o netinho do sardento disse-me " então não me está a conhecer?" respondi - sim, da feira de Montemor...levanta-se e diz-me " compre aqui qualquer coisinha na minha banca" e, dirigiu-se comigo até ao estaminé prostrado no chão onde tinha: frascos de todas as cores, pratinhos de faiança de Aveiro e outras miniaturas...disse-lhe "se queres vender tens de por preços como a colega lá do fundo...desde 1 a 5 € porque quinquilharia as pessoas compram...senti que não me deu ouvidos...habituado que está com a família a pedir sempre muito.A primeira pessoa conhecida que vi e que cumprimentei -  a Isabel, o marido e a filha linda de 17 aninhos - sobretudo ela muito enérgica, uma lutadora. Depois vi mais acima o Sr Henrique e a esposa Ilda da Marinha Grande que tinham estado ao meu lado na feira de Montemor o Novo.
O meu marido viu no colega de Coimbra uma taça de Sacavém para a marmelada com a publicidade da "confeitaria Aviz de Coimbra" -e comprou-a. Havia uma taça do crescente - de tender a broa  com filetes a manganês - tenho uma igual, pedia caro, ao almoço levantou a banca e foi embora...

O pior mesmo as formigas! A colega do lado teve de ir aos chineses comprar uns sapatos antes que elas lhe comessem os pés, também a D. Isabel lá teve de ir comprar uma camisa para o marido que de manhã num recheio que comprou se sujou a carregar sozinho - camisa apertada - o Sr Antero passeava-se com o peito o léu...feliz tinha vendido uns pratos de Sacavém do chinês...( o meu marido percebeu dos chineses, debalde o bom homem quereria dizer com o motivo chinês do pagode: amarelos, castanhos com toques de azul, dos meus preferidos.
Honras teve um prato na minha banca de Sacavém com a bordadura em relevo de espigas de trigo e ao centro dois miúdos de África a fazer que pilam mandioca...passa uma senhora, pergunta-me se sabia alguma coisa sobre este modelo...respondi -"tenho alguns exemplares com outros motivos: ceifeiras; caçadores; flores; pesca milagrosa e motivos africanos com canoas e este em particular o que gosto mais pela exuberância do desenho" - naquilo diz-me " foi o Salazar que mandou fazer estes motivos à fábrica de Sacavém no tempo do Estado Novo - sobre as actividades do povo e claro das províncias ultramarinas."
Pois são conversas como esta que se partilham e fazem das feiras lugares apaixonantes!
No regresso fiz um trajecto novo de alternativa - segui a indicação do Couço sem passar por Mora. Curva contra curva do "katano - sicha penico" a ponte sem laterais...apenas uma corrente em ondinhas, frágil,  o rio assoreado de regatos, regateiras e murteiras verdes mais me pareceu o Mondego velho em Montemor o Velho...
Pior mesmo foi um funeral sem carreta de defunto - comandita de carros que não ultrapassavam em rota de cruzeiro a 70...levaram uma buzinadela...vi o da frente do pelotão, velhote de cabelos grisalhos em cima do guiador com medo de sair da estrada...uma frota de carros de fazer inveja ao meu velho Ford com mais de 20 anos - abriu sinal para passarmos em segurança e, assim chegámos a casa sãos e salvos.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A boa corvina que se pesca em Cacilhas...

  • Corpo de Deus no gozo com sabor a feriado -, o último em Almada!
Inicialmente o dia estava destinado para ser o  1º dia de praia. Depois mudou-se de ideias - com ida no comboio pela ponte até Lisboa assistir à procissão do Corpo de Deus...debalde o dia amanheceu frio e molhado, ouvimos falar em greve de comboios - mudança de planos.
Umas compras numa grande superfície para o meu estaminé nas feiras, ainda fomos à Cova do Vapor encher a base do chapéu de sol com areia - maré vazia - lindas as canoas que estavam no areal.Fresco a aragem que se fazia sentir a iodo, saímos em direção ao mercado do Monte de Caparica à sardinha e morangos. Na varanda acendi o fogareiro para as assar -senti o cheiro a Santos populares...e já pingam no pão de centeio. Uma grande salada e batatinha cozida - repasto saboreado e regado com bom vinho maduro a olhar para o Mar da Palha - privilégio de morar no último andar. Hoje foi dia de pôr a máquina  a lavar a loiça. Dias não são dias. Depois de tomar o nosso cafezinho com cheirinho sem açúcar saímos em caminhada por Almada velha - parámos no jardim junto da igreja - defronte do lago com repuxo um lindo painel de azulejos de...
Cargaleiro de 1956


Uma pintura muito à frente naquele tempo!

Calcorreámos ruelas estreitas de Almada velha até ao - Largo da Boca do Vento.

O vento no miradouro fez-se sentir nas "fussas"  todo o caminho da descida até ao Olho de Boi.
Pena o Museu Naval estar encerrado aos feriados e domingos - Não deveria!
Lápide que assinala o local do palácio do  Prior do Crato - El Rei de Portugal  que mandou incendiar para os mouros não o pilharem e se apoderarem dele.
Painel de azulejos com a Senhora do Cabo Espichel feito na fábrica de Sant' Anna em 1893 na frontaria

Fonte da Pipa outrora grandiosa com as suas bicas a encher pipas para os barcos levarem água doce além mar virou parque de estacionamento - não gostei.
Jardim junto ao Tejo a olhar a falésia  vaidosa com o seu elevador panorâmico num namoro descarado a Lisboa a toda a hora, finalmente temos este belo espaço - porque Almada esteve de costas viradas para o Tejo séculos a mais!
A emblemática Ponte Salazar -que em segundos virou 25 de abril. O estadista falhou em não dar continuidade ao projeto - a linha férrea - que a ter sido feita hoje seria muito mais interessante o seu trajeto e o fixar de populações. Acredito tivesse uma variante até à Costa de Caparica, que tanta falta faz.
                       Armazéns e casas do tempo áureo da pesca do bacalhau , algumas forradas a azulejos da                             Fábrica Viúva Lamego. 
Não resisti deitar-me na relva!
Andava um pai com a filhota a brincar..possivelmente um pai divorciado...

Janelas da Copenave  abertas de vidros partidos à espera de requalificação.

  • Porta alguém se atreveu a pintar - fez-me no imediato lembrar as cores alegres da faiança de antanho.
Homens a trabalhar no feriado na solidificação da arriba fóssil















Pescador no Ginjal - a pesca gloriosa - robalos e esta corvina com 10 kg -, já só já tinha a cabeça, possivelmente vendeu o resto para algum restaurante...



















Explicou-me que a desova ocorre entre abril e junho...Só as apanham mais um mês.
Vi gente de idade vestida com sedas e cores florescentes à Benfica  até fazia doer o olhar - dirigiam-se para o baile no salão do  restaurante Ginjal.
No largo de Cacilhas as esplanadas com gente a ouvir a música do bailarico abrilhantado por um conjunto. Algumas pessoas dançavam - reparei num casal amoroso - que inveja despertou nos demais e em mim também - homem de cabelos grisalhos descalço a dançar daquela maneira envolvendo a sua companheira e amada- uma loucura de tirar a respiração - até um velhote dançava sozinho e mexia-se bem - nem reparou no jipe da GNR que fazia espera para entrar no quartel!
Cacilhas está em requalificação urbanística.Em fase de ultimação a montagem do antigo fontanário perto da igreja - a rua agora é pedonal, aos poucos volta ao antigamente -  só falta a requalificação das fábricas de gelo e dos armazéns dos armadores do bacalhau serem reconvertidas em restaurantes  e outras unidades viradas para o turismo na frente ribeirinha.
  • O restaurante Ponto Final estava à pinha  - o palanque com almofadões - deitados estavam uns quantos numa modorra de relaxamento a ver o Tejo - ambiente por demais romântico!
Uma caminhada de mais de seis quilómetros. Sinto-me estoirada!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O voltar à feira de velharias de Montemor o Novo

Rumei pela 2ª vez à feira de Montemor o Novo. Desta vez fui mais cedo, mesmo assim ao chegar o recinto estava cheio. Julguei não ter lugar, nisto fui ao encontro do Sr Custódio, amavelmente me disse se não queria ficar junto à parede dos sanitários...aceitei.Até me disse "temos autorização da Câmara para avançar pelo jardim" - fiquei super descansada!
Abanquei junto da banca da Isabel, do Manel "Ourives" do "Igrejinha" , da Mariana e do Laureano.
Havia uns quatro feirantes de etnia cigana com grandes estaminés prostrados pelo chão. Dois meus conhecidos. Todos com peças de encher o olho: estatuária em granito; talhas em cerâmica ; pias em pedra; faiança da boa a preços exorbitantes...claro que houve tantos que me encheram as medidas, o pior mesmo a carteira!
Montei a minha banca de encosto na parede e ainda um pano vermelho no chão com saldos...
Estreei-me com um livro, o único - parece-me ... no Alentejo não apreciam leitura...e um DVD para "putos"...depois apareceu um senhor de muita idade de bengalinha que se encantou por duas peças - uma cremeira francesa sem tampa e uma peça para se por o ovo cozido  na mesa...ofereci o ovo de madeira que fazia a decoração...depois do troco viu-o enrolar a nota que lhe dei e mete-la numa latinha que dantes foi de vitaminas efervescentes..manias de velhos!
Uma senhora queria comprar uma jarra com incrustação de estanho - o que me ofereceu rejeitei - outra um ícone religioso com latinhas dá para pôr uma foto ao meio - queria barato...isso é nos trezentos...ainda outras queriam jarrinhas "casca de cebola" dadas...e até um cestinho...são peças de coleção, depois outra com o marido queria uma peça da VA, não gostou foi do preço - voltou - eu para fazer dinheiro baixei a contento e lá foi feliz com ela - no seu dizer tem duas filhas e tem uma peça igual, ligeiramente maior e assim fica com duas peças - um dia não há chatices na divisão...mulher pensante. Outra comprou um copo de água lavrado da Marinha Grande, ainda uma máquina de filmar com uma avaria - tinha letreiro com o preço e aviso - vende-se como está - a outra senhora vendi um naperon...chávenas de café e...podia ter faturado mais, mesmo assim a minha melhor feira de sempre...os colegas na maioria  enfeiraram pouco e outros nem se estrearam...desde 7,5€ a 30 € - eu atingi o record de 3 algarismos!
Apareceu na feira o Sr Bonito com uma irmã de Évora e a esposa Teresa vieram cumprimentar outra irmã - Mariana, que acabei por conhecer e com quem me fartei de conversar. Filha de antiquários da Vidigueira passou o negócio de Silvares para a filha e genro - distrai-se com uma pequena banca e o marido com livros.Vi dois belíssimos pratos de grandes dimensões: um intacto outro com gatos - dizia o vendedor serem de Fervença...calei-me, não ia gastar o meu latim - o partido seguramente de Darque( além da decoração exuberante de amarelos tinha a cúpula do pagode em azul tal como tenho num prato também grande numa imitação de Miragaia - o outro também  norte com castanhos borra de vinho, esmaltes brancos, lácteos.
Continuei a minha volta pela feira, descobri uma banca no chão com um prato que tinha visto há 15 dias na feira da ladra- no meu jeito frontal falei alto, naquilo a mulher diz " olhe lá imagine que ele lá foi e eu não podia saber" respondi...isso é um problema vosso, eu só constato verdades e no caso reconheci o prato ( de barro de Viana do Alentejo gravado na pasta, antigo com arabescos tipo árabes) ainda  peças de vidro usadas pelos enólogos - na altura comprei duas e, ainda lhe comprei em esmalte uma cafeteira minorca e um tachinho - taro...diz o homem de óculos escuros à Stallone e calções abaixo do joelho "estou a lembrar-me sim senhora" - mais acima noutra colega que veio das Caldas comprei uma tacinha oval em jeito de couve ornada nas pontas com duas azeitonas, peça antiga Bordado Pinheiro.
Na minha última volta pela feira fui à banca do cigano perguntar o preço do prato com um peixe -, lindo apesar de um grande cabelo na aba...de manhã pediu-me 110 e no final de feira para colega fazia 75...muito caro para mim , lindo, uma segurança afirmar Darque (?) ou Santo António do Vale da Piedade pelo tamanho, esmalte branco e cores, tinha ainda uns pratos pequenos tipo porcelana finos em esmalte azulado,estampa cavalinho cor de amora...possivelmente José Reis Alcobaça -,dizia-me ele isto é Coimbra galega (?)... na banca da filha uma loucura de pratos: Real fábrica de Sacavém , pareciam porcelana com a decoração a séptia -, motivo a lavoura; de Coimbra, grandes, azuis para todos os gostos e pequenos ainda do José Reis de Alcobaça - um em particular motivo casario em verde alface, china azul, cantão e, norte...demorei uns minutos a dar uma aula grátis sobre faiança...que agradeceu com uma pergunta "em Estremoz a mulher do toureiro Bastinhas diz que estes pratos são China azul" e você o que acha...
Numa banca de gente de Peniche comprei um prato em esponjado azul de Coimbra com gatos e gasto na curva do covo, não o deixava por 2 €.

Mesa improvisada para almoço à sombra - comiam: o Laureano e a esposa Ana Maria que ontem estava cheia de dores da sua coluna e ainda o "Igrejinha"...chamaram-me para beber um copo...nunca hesito comer à moda do Alentejo: canivete na mão  - cortei pão e uma rodela de paio de porco preto ainda bom queijo, cerejas...bolo que a Luísa fez...havia muita fartura de comes e bebes até o Óscar o caozito do "Igrejinha" tinha a malga de inox cheia de papinha...
Prometi da próxima vez fazer um bolo de chocolate para presentear esta gente que me acolhe tão bem!
No final da tarde chama-me a Mariana tinha ido a casa, trouxe para o lanche chouriça caseira...uma maravilha - outra vez de roda da mesa o Laureano, o "Igrejinha" eu e,...
Nunca conheci um homem tão bondoso e amigo de dar de comer como o Laureano - ainda por cima um bom "vivan" sardento - umas vezes de chapéu à cowboy outras de cinto entrançado branco e vermelho à matador...o raças do homem é giro à brava -pela tardinha foram beber a bica, trouxeram gelados para as senhoras...ainda por cima é amoroso!
Abeira-se da minha banca uma senhora alta e elegante derretida com uma caixa de lata, não gostou do preço - "tenho de gerir prioridades"...pois quem não tem...voltou a passar  levava na mão dois discos de vinil, por entre dentes dizia à amiga "já vou contente com os discos"... naquilo passa uma mulher franzina coisa de 35 quilos toda feliz "já vendi os discos todos"...
Depois de arrumada a minha banca a Ana Rita a mulher do "Ourives" começou a arrumar a dela, ainda fui a tempo de comprar 3 copinhos minorcas para oferecer à minha filha...sei que adora.De manhã o meu marido comprou-lhe um pequeno bule de Massarelos com bolinhas azuis para uma decoração igual que temos noutra casa...
Despedi-me da Isabel e do marido  Rogério com o convite de nos voltarmos a ver no sábado em Ponte de Sôr...
Outros vão para Vila Real de Santo António, Estremoz e feira da ladra.
Vamos ver - o que eu gostava - era ir e dormir em Évora para fazer no domingo a feira na cidade - claro!
Mas não creio!

sábado, 2 de junho de 2012

1º de junho com feira de velharias molhada em Setúbal

O dia ameaçava chuva contra a vontade do meu marido teimei ir fazer a feira - tinha saudades!
Queria estrear a minha bancada nova... e vender...acontece que enfeirei  mais do que ...

A minha banca....nem reparei que deixei a colcha torta...fez - me lembrar cena igual na sacristia da igreja em Ansião no batizado da minha filha . Amanhã vai ficar mais bonita por cima vou por uma toalha de altar... ao fundo o meu chapéu com as cidades do mundo...
Levei livros, loiça, fosseis e futilidades...

Conheci um colega artesão - Sr Carlos que habitualmente faz feiras de artesanato. Andou imigrado pela Holanda nos estaleiros como soldador no tempo que as Meco as fragatas da Marinha Portuguesa foram lá feitas...até me contou a asneira de terem à última da hora ter de encurtar a proa...porque não caberiam na doca da Marinha...dizia ele " sempre foram 6 metros "...respondi eu...não não...foram 10...por isso na vez de cortarem as ondas como uma faca cortam como se fosse um sapato - andam sempre de "focinheira dentro de água a bate-las...e as peças de artilharia que se lixem...até saltam parafusos, é o que tenho ouvido. "
Faz barcos e outros motivos que monta dentro de garrafas e garrafões.
Dizia ele que um dia perto de S. Pedro de Muel chegou-lhe um velhote à banca todo aborrecido porque as pessoas não valorizam as peças de vidro - no caso era um garrafão de 25 litros - antigo vidreiro contou  "para fazer um igual eram precisos sete homens e ainda assim saia com defeito".
Em Cascais vendeu uma peça do género com a  "Sagres" a duas senhoras bem apresentadas. Quando vende uma obra sua gosta de perguntar ao cliente para onde vai - para atestar o seu orgulho - no caso elas disseram sem papas na língua " vai para uma casa da descendência Champalimaud "...
Ainda outra venda...andava ele com uma peça que adorava , gostava de mostrar, não tencionava vender por isso marcou o preço de 500€  até que um dia é abordado por um senhor que lhe pergunta o preço, diz que é muito interessante, mas cara. No dia seguinte o mesmo senhor aparece acompanhado por outro bem vestidos e dizem de rajada - vamos levar a peça...o homem ficou boquiaberto....perguntou se lhe podiam dizer para onde ia - responderam "podemos sim senhora - vai para o Museu do Estádio do Sport Lisboa e Benfica"...ainda - sabe "dantes chegava-se à banca um casal com um filho e este dizia  coisas tão lindas - os pais olhavam um para o outro  respondiam - deixamos escolher o menino ...agora chegam-se na mesma, o menino diz a mesma coisa - só que os pais dizem  - é lindo sim, mas temos a casa cheia"...
Um contador de estórias!
Chega-se uma senhora  baixota , idosa de cabelo sedoso  com uma malinha redonda e dentro dela trazia peças suas para as quais procurava parelha embrulhadas em jornal, ainda um rolha de vidro para garrafa - tabela conversa comigo " não foi à senhora que prometi uma rolha de vidro?" - respondi que não, que não vinha à feira há mais de um mês...teimava "a senhora é tão parecida, bem talvez a outra seja mais velha..." respondi - pois ainda sou uma menina e moça...não desgrudava..."o prometido é devido"...tenho de a encontrar se prometi não posso falhar... voltava ao mesmo - "promessas são promessas"...
Passadas mais de 3 horas fui dar outra voltinha pela feira - encontro-a na frente de uma banca a conversar, meti-me com ela " então ainda anda na feira"...responde "sim, já comi uma maçã "... nisto admirei a banca da colega e descubro uma garrafa que me pareceu ser a "panela cujo testo seria a rolha dela" ...e sem delongas disse-lhe "parece-me que é esta garrafa, já que a senhora até é parecida comigo - ora dê cá a rolha para experimentar....responde pausadamente - "eu até a trocava se a senhora tivesse uma rolha para a galheta que parti na Páscoa"...fiquei muda...falsa duma figa...tinha uma rolha a mais  e não queria comprar, apenas trocar...a mim fartou-se de "mandar postas de pescada" em matéria de seriedade...
Há velhos muito surdinas...cuidado com eles!
Julgo que houve colegas que não se estrearam.

Li as "gordas" do jornal - um pavor a trágica notícia - alegadamente "um irmão teria atropelado e depois assassinado à facada uma irmã por causa de heranças -  palácio onde nasceram presentemente à venda..." ..."tudo porque o presumível homicida viu o Dr juiz lhe revogar a Procuração dada pela mãe (?) após o falecimento do pai para tomar conta dos negócios, num ano estoirou em casinos mais de um milhão de euros"... indignada pelo inusitado e extrema violência - sem mais nada saber, apenas feeling...acho que esta mãe (?) como muitas outras não sabem o real significado de uma Procuração Notarial e dos poderes exarados na mesma - pior do que isso é sentarem-se à sombra da bananeira à espera que o seu filho (?) adorado, favorito o eleito em prol dos outros (?) o líder para  tomar conta dos  negócios de família e da fortuna...e, com isso assumem tomar medidas extremas com tal gesto impensado : delegam e afastam-se - dão "rédea solta", não acompanham os negócios, não pedem contas, limitam-se a aceitar  directrizes  - são literalmente "enganadas com muita lábia" e mentiras ardilosas, tolas - fazem que não notam as extravagâncias que se vêem a "olhos vistos" - porque lhes é difícil aceitar - "afinal é o seu menino" a quem perdoam sempre...porque o dinheiro é muito, se fosse pouco a coisa mudava de figura..no dizer popular " casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão".
Há mães que nunca deixam crescer os filhos. Não lhes dão uma educação para a vida, para serem gente a pensar a agir. Serão sempre apesar da idade - 40, 50, 60 anos " eternamente crianças no pior dos sentidos" - porque é bom ser-se criança em qualquer idade!
Esta mãe ao ver revogada a Procuração pela justiça - um acto bem feito - será que consegue interiorizar o que quer dizer?..."que o seu filho não reunia condições de responsabilidade no momento,  pior nunca reuniu a dar azo à notícia "estoirou mais de  um milhão no casino num ano ...
Difícil agora será esta mãe gerir a tragédia que assolou a sua família e para a qual possivelmente contribuiu ao não ser perspicaz , atenta, nem tão pouco ponderou medir consequências futuras ao dar-lhe tal poder milionário - o filho ao sentir na pele a revogação de tais poderes ficou louco de raiva a clamar vingança desmedida sem capacidade de avaliar danos, porque está doente - viciado em jogo - só isso parece lhe dar prazer(?)  - estoirar a fortuna da família, porque se fosse só dele - tinha esse direito .
Onde estão os valores de família ? - este homem simplesmente os atirou para segunda linha. Afinal o maior património a meu ver do que disputas de heranças.
A  sede de vingança revelou-se na pretensão de querer assassinar as duas irmãs...pereceu a golpes fatais na mais velha, a outra sobreviveu porque um homem acudiu a tempo ... ainda parece que foi até Alcácer à procura de uma terceira irmã...
Coitada desta pobre e rica mãe - o filho na prisão - será ela capaz de o visitar (?) sabendo que foi o alegado assassino da sua primogénita?
Deve ser dor que nunca mais acaba - não há dinheiro que pague, nem palácio que valha a pena!
Esta a sociedade dos nossos tempos formatada a pensar somente no dinheiro e no seu poder afrodisíaco!
Desculpem o desabafo, fiquei agoniada - tanta gente com tanto dinheiro...tantos que querem comer e não tem nada nem tostão...ainda outros que são poupados para andar com a vida direita - uns desgraçados !

Vi muita maezinha tolinha a proceder assim durante anos na minha atividade profissional. Um dia chega-me ao banco uma velhota a perguntar se ainda havia dinheiro na conta....conversa puxa conversa acabou por me dizer que em tempos comprou a casa ao senhorio, como só tinham uma filha decidiu com o marido fazer logo a escritura em nome dela...entretanto a filha licenciou-se e foi para o estrangeiro...um dia  em Lisboa tocam à campainha...eram os novos donos - compraram a casa só por fotografias - a filha tinha-a vendido sem se preocupar com a mãe viúva que ficou na rua...(no caso deveriam os pais ter feito escritura de usufruto) ...dizia-me a senhora lavada em lágrimas...era tão boazinha a minha menina, nem acredito que foi ela que fez uma coisa destas...estava na rua e não aceitava dar-se conta!
Um dia escrevo estórias verdadeiras como esta.
Mulheres que fizeram maus casamentos, que não se realizaram  acabam por se rever num filho homem, ou num único filho - será sempre o seu bebe ...não os deixam crescer, aceitam passivamente tudo o que eles dizem e fazem até quando estes os começam a drogar para manobrar as suas investidas para levantar poupanças...
Já estou a divagar é que a noticia deixou-me completamente extasiada...Não havia necessidade de tamanha loucura!

O meu colega do lado- rapaz de Setúbal desempregado - bom moço e generoso - em Azeitão deu-me duas moedas do tempo do último rei...hoje, deu-me um quadro pequeno com tela pintada...bem andei de volta dele para lhe comprar uma forma de sapato de criança - uma loucura de bonita...tinha outras maiores, até me dava uma - aquela por ser airosa fazia-se caro a puxar preço - bem contei o dinheiro que me restou, até dava...naquilo ele disse-me "na próxima feira se ainda a tiver dou-lha..." pois sim é danada de bonita o raças da forma de sapato de criança...começou a chover foi um desatino a arrumar, não deu para negociar...fiquei com tanta mas, tanta pena. Sonhei oferece-la à minha filha.
Sei que ia amar!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sempre um frenesim a Feira da ladra

Tempo enevoado convidava a passeio, enfeirei, como é hábito. Tenho bancas que não passo sem as ver e comprar, claro, pela qualidade e preço.
São aqueles vendedores que compram recheios durante a semana, iniciam a venda aqui  e, no domingo acabam na feira do mês nas redondezas - o que sobra vendem por atacado a outros colegas para fazerem negócio - tem vezes que hesito não compro, depois ao domingo encontro as peças na D. Maria...

Na banca do Miguel comprei impecáveis - nunca foram usados três lindas peças da SP de Coimbra: dois pratos e uma saladeira - imaginem faziam-me falta. Ainda um pequeno prato Viúva Lamego em tons amarelo impecável e uma moldura pequena por 1 € - antiga para a casa rural, estava em falta - pretendo redecorar uma parede da sala com fotos a preto e branco dos antepassados - tipo  colecção que vi num livro de 1967 da Reder's Digest que a minha mãe tinha - e nunca, claro esqueci.Em casa reparei que afinal  os cantos são em prata e foi partido o vidro para retirarem a foto - esqueceram-se que atrás ficou a verdadeira foto de família de 1947 tirada num fotografo em Lisboa com dedicatória...

Almocei bem - comi umas sardinhas regadas com bom tinto fresco e bolo de bolacha, fiquei confortada -  tivemos por companhia dois homens jovens, com eles travamos boa conversa, um  divorciado há 2 meses, tanto falamos sobre relacionamentos...

Noutro estaminé postado no chão - comprei uma moldura com uma estampa de uma Santa - que me saltou logo foram os escapulários na sua mão, a coroa, cantinhos em lata a imitar prata e vidrinhos espelhados à volta do caixilho, uma delícia, por 1,5€ para ornamentar a sala da casa rural. O vendedor - um jovem negro de S.Tomé , bem falante, rija e boa a conversa, rapaz bem disposto, parecia de bom intimo acabou por nos oferecer uma caderneta militar de 1929 - num relance tirou o boné de marca da cabeça - olhando para nós, disse...bom, muito bom, não sabem o bem que me fizeram aqui e...apontava para a cabeça...Senti tanta pena dele, bem que o influenciei para aproveitar as Novas Oportunidades e tratar da legalização, até me mostrou os papéis - "topei" logo que era diferente, com cultura, trabalhou muito nos restaurantes da Expo - ainda lhe comprámos um cavalo tipo Lusitano branco - pó de pedra de Alcobaça ou biscuti a rivalizar com os famosos da Vista Alegre- que sujo estava,  lindo agora que foi lavado!
Mais à frente encontrei outro vendedor com quem travei conversa, já mais velho, magro de origem Goesa, via-se que tinha percorrido o mundo, sabia o que dizia...em jeito atrevido disse-lhe - sabe, os seus olhos são iguais aos nossos, tem por certo na sua família genes de gente portuguesa..o que nos rimos, farta conversa. Este o maior prazer da feira, o imprevisto, conversar com gente anónima de tudo e de nada, rir...e apetecer ficar!
Num canto vi um tinteiro em porcelana chinesa, tipo casca de arroz marcado por 1,5€ - nunca tinha visto, tive de o comprar, fez-me lembrar os tinteiros brancos de rebordo das carteiras na primária - ao chegar a casa constatei tratar-se de um cálice (para beber a aguardente de lagarto) ...

Na saída comprei uns Jambés com couro para oferecer à  minha filha, lindos por um preço simpático.Ao lado um colega, já enfrascado com pacotes de vinho pelo chão - vazios...tocava, tendo como instrumento uma simples cana rachada, o raças do rapaz, apesar de embriagado tocava como ninguém o malhão, até lhe dava o jeito de bater com a mão.Comprei-a por 1€. A cana desnudada - tem contudo por baixo um parafuso para ajudar a vibração, fazer saltar o som característico que me catapultou à infância - homens em romaria cantavam à desgarrada estrada fora com elas nas mãos engalanadas com fitas berrantes em jeito de laço.Ele a cantar, batia com ela na anca, atrevidote convidava a dança!

O que tive pena? Vi pela primeira vez lindos azulejos século XVIII com caras de anjos e um painel quase completo com um anjo desnudado, eram lindos de morrer, a vendedora rapariga na casa dos quarenta, muito magra, marcada pelas amarguras da vida, falava fluentemente inglês...trocava conversa com um homem novo, conhecedor...Vim embora, ao fim de alguns passos voltei-me, para meu espanto arrumava-os...voltei, nada vi, vendeu-os dados! Se estivesse sozinha tinha-os comprado!
Eram divinais, únicos, de onde teriam sido roubados?
Sim, era mercadoria nobre, se era!

domingo, 27 de maio de 2012

Finalmente tratei da mobilidade dentária...à borla!

Tormento com mais de dois anos com infeções na gengiva no maxilar superior - duas por ano. Ao tempo foi tema para descarregar uma raiva sobre o comércio da nova vaga de clínicas dentárias que proliferam no mercado como cogumelos...Detesto negócios com raiz em franchising - o grosso do negócio para o master - uma carestia no preço final para  cliente porque o parceiro tem de lhe pagar comissão -  royalties !

http://quintaisisa.blogspot.pt/2011/06/quem-nao-teve-dor-de-dentes.html

Perceber este filão de negócio que estes serviços apresentam confesso  tem sido o meu comodismo em decidir o que fazer. Apesar da higiene bocal - o problema persiste por força de dentes tirados em miúda e os do siso aos 20 anos - infalivelmente o mirrar das gengivas  - sendo a boca o maior foco de bactérias no nosso corpo - infiltram pela gengiva,criam fissuras, atacam o osso que prende os dentes - na sua consequência  perdem mobilidade - abanam e, acabam por perder-se se não forem tratados - esta doença tem o nome pomposo - Periodontia - em miúda julgo que  ouvia falar - Seborreia...ainda me lembro nesse tempo ver velhotes quase sem dentes, a minha avó materna só  tinha um à frente...claro que nunca os lavaram, outros tempos !

Amei esta foto apesar da falta de dentes tem um sorriso delicioso!
Interiorizei que tinha de ir a um consultório eficiente, consciencioso e a preço justo...não me parece que exista (?)... até que uma higienista jovem me falou na Faculdade de Medicina Dentária no Monte de Caparica, se bem que tirou o  seu curso na de Lisboa. Já há muito tinha ouvido falar -  confesso nunca lhe conferi destaque para uma visita, talvez pela morosidade na lista de espera...Contudo desta vez tomei a iniciativa - telefonei a marcar uma consulta que ocorreu na sexta feira. Gostei francamente das instalações, do espaço, da modernidade em open space dividido por gabinetes nas várias especialidades - música ambiente e uma infindável azáfama de alunos, bacharéis e professores doutores sempre a intervir, a ajudar, a dar sugestões, a colaborar em equipa - "sem vaidades nem trunfos na manga" - em prol de prestarem um serviço de qualidade que se entende de Excelência  - vali-me do meu poder de observação - enquanto fazia espera da minha vez constatei o perfil atento de simpatia - logo no acolhimento - condução do utente para a consulta - igual cortesia após a intervenção à receção - onde ainda havia tempo para dicas e despedidas.Chegou a minha vez - o mesmo acolhimento cavalheiresco e afável no abrir as portas com a primazia de me fazer entrar - sentir "em casa" até ao gabinete onde me foi feito um diagnóstico de rastreio e algumas perguntas - o  Dr Duarte que me fazia o diagnóstico pediu-me para olhar para ele...fácil foi constatar sem palavras que apenas queria entender o meu rosto - no caso observar os queixais na expetativa de avaliar anomalias na dentição. Seguidamente fiz um RX panorâmico com uma prévia análise por uma equipa, enquanto eu de boca aberta - ouvia as notas ditadas a outro colega o Dr AA das intervenções que sugeria virem a ser feitas. Sendo a primeira consulta de rasteio, estava concluída - sai acompanhada pelo Dr António Amorim que na receção agendou duas consultas. Horas mais tarde  - recebi um telefonema precisamente do Dr. AA se estaria disponível para no dia seguinte pelas 14 horas me deslocar à Faculdade  - "tinham analisado mais detalhadamente o RX, havia um dente a precisar de implante ósseo que seria excelente para um trabalho de Pós Graduação, haveriam fotos, mas era gratuito" - respondi logo que sim. Ao chegar, cumprimentou-me com um aperto de mão fervoroso e disse-me -  " fiquei muito contente por ter aceitado "...Sou moderna, ainda me lembro do tempo da minha filha ter de fazer trabalho idêntico para Psicologia - recolha de estórias de pessoas toxicodependentes...
Pareceu-me que pelo facto de haver pouca gente seria a tarde para "trabalhos a apresentar pelos alunos em final de curso e graduações" (?).
Confesso que senti - apenas haver interesse no tratamento de apenas um dente...quando o Dr Ricardo me pergunta qual era o dente a tratar, respondi "  no maxilar superior no lado esquerdo os últimos dois dentes estão a abanar, julgo que o último não sei se terá condições de tratamento"  - sem delongas inicia o tratamento segundo a minha sugestão, mais tarde passa um colega que o instiga " não era para tratar o dente com defeito?"...responde o Dr Ricardo " sim - mas a senhora queixou-se de dois em cima, um apresenta grande mobilidade" - acordam em fazer um RX a que se seguiu a intervenção de limpeza do dente até à raiz com aparato de muitos olhinhos em cima de mim...fui pincelada na cara com betadine enquanto davam palpites -fosse do número do dente fosse do grau de mobilidade - atribuído grau dois - após uma hora de limpeza e outras intervenções - não sentia nada - mas a Drª assistente segurava no dente para não baloiçar ou cair - no entretanto oiço o Dr Ricardo desabafar isso mesmo com ela - a mim disse-me "tenho de o tirar, é um foco de infeções, quem sabe até da enxaqueca"...assim foi - de seguida começou a tratar do dente ao lado que lhe fazia parelha...limpeza e cirurgia para implante de uma cunha com osso para regenerar a parte óssea da gengiva  - na minha intuição julgo que o implante vai fazer crescer de novo o osso da gengiva e com este brutal reforço ósseo, agarra de novo o dente. Levei pontos desde o palato a toda a volta do dente mais do que foi arrancado...o médico dizia "foi a minha avó que me ensinou a dar pontos para cozer as meias" depois de cozida não sentia forças no canto da boca já passavam mais de 2 horas...aguentei ao pedir para me anestesiar junto ao lábio, assim foi mais fácil tratar do "dente com defeito" que o Professor em sorriso dizia aos colegas " nunca cá apareceu um dente igual a este de 3 pontas...merece constar em livro"  - senti que aquele dente com defeito despoletou um autentico orgasmo intelectual... A máquina fotográfica parecia dessas dos fotógrafos com uma grande teleobjectiva, na mão o médico segurava um espelho mais parecia uma tala de formas arredondadas para ajudar na visibilidade do trabalho à medida que ia sendo feito, não faltou o bocal para manter a boca aberta -a parte mais difícil porque ao estar anestesiada, não se tem a precessão do grau de abertura. Novos RXs antes e depois da cirurgia. Falavam sempre em modo profissional com termos que não são do nosso quotidiano - percebi por entre dentes um desabafo sobre o "medo" de não se utilizar o produto(?) ...substituído por osso no enxerto da cirurgia (entendi se tratar de algum método ainda não totalmente testado cientificamente, ou ... tal e qual o que senti em situação análoga há 31 anos no Hospital de Santa Maria com a introdução no endométrio de um medicamento  em teste  - prostaglandina com a função de provocar aborto espontâneo do nado morto - debalde senti dores como se fosse um parto normal com a rotura do saco de águas - a enfermeira deixou-me uma arrastadeira com a indicação de a usar...mas nada saiu pelo que no dia seguinte tive de me submeter a uma raspagem- só me lembro à minha volta estar um grupo de estudantes de medicina de batas brancas, aparentemente brincalhões a fazer perguntas " quando menstruou a 1ª vez...quando teve a sua 1ª relação sexual...a gravidez foi pensada...e,...o meu humor estava péssimo - fui indelicada tal a loucura de nervos - lembro-me que a anestesia não surtiu efeito até levar dose dupla - no dia no recobro o médico disse-me " nunca mais cá apareça para fazer serviço igual, mesmo anestesiada não parou de se mexer um segundo na marquesa, foram os alunos que a seguraram - estavam ali para aprender como se faz uma raspagem..." mal sabia ele que aqueles alunos a aprender a serem doutores me fizeram lembrar o Dr. Pica no seu tempo em Coimbra - um malandreco  - "um dia corta o pénis numa autópsia  ao cadáver e sorrateiramente o deixa no bolso da bata de uma colega..." agora imaginem quando a menina sorteada  dá com o brinde do dildo ereto no bolso...julgo desmaiou!
As palavras são como as cerejas já estava a divagar...no caso optaram pelo implante ósseo. Já conhecia o método em outras situações análogas que vi numa reportagem na TV. A odisseia demorou 4 horas.Se para mim não foi fácil para eles também não.Imagino o cansaço brutal de braços e de mãos para não falar cerebral.
Senti-me muito bem tratada e acarinhada. Muita educação - tantos desculpe D. Isabel...mais um bocadinho já está pronto...esta-se a portar muito bem...vou fazer o meu melhor apesar de ser do Sporting - eu do Benfica, se fosse do Porto era bem pior...está-se a aguentar...quer continuar? ...estes dentes vão ainda durar muito e, ...
Com a minha caneta prescreveu o receituário sob olhar atento de outro colega de olhar lânguido esverdeado qual lago de nenúfares ao entardecer - aquele olhar transportou-me à minha infância no meu tempo da 4ª classe ao lembrar o Salvador...momento arrepiante - homem  por demais sedutor!
Volto para tirar os pontos no dia 5 - o Dr AA vai estar de propósito para os tirar - até me disse " se não houver muita gente retoco a coroa daquele outro dente..."

Um louvor e um BEM HAJA aos médicos que estiveram comigo extensivo aos outros que colaboraram com destaque para o Dr António Amorim  - elo de ligação para o convite , do Dr Ricardo - cirurgião e assistente a Drª....quase ficou "com o pulso aberto" de tanto segurar nas mangueiras de sução da saliva e outros apetrechos cirúrgicos, ao Dr Duarte, não menos gentil. Muito obrigado a todos por me terem distinguido com a sua simpatia e aparente eficiência neste serviço de cirurgia e implante regenerador prestado na  Faculdade de Medicina Dentária cujo nome encabeça outro nome não menos ilustre - EGAS MONIZ - na Quinta da Granja no Monte de Caparica .
Não precisei de tomar o S.O.S...Bom trabalho caríssimos médicos, dormi muito bem, ajudou na minha auto estima uma dose dupla de cinema que me aqueceu o coração...Sinto-me bem...o canto da boca ficou neste estado...mais umas horas estou pronta para nova aventura! 
2016
Voltei para acrescentar que deve haver muitos com a mesma patologia, a crónica vai perto das 6000 visualizações.
O que aconteceu entretanto? Aqui aportei outras vezes nestes últimos anos, onde nem sempre fui devidamente atendida , porque os alunos, que são alunos, uma maior parte, deles no meu opinar, não denota perfil para exercer esta profissão..., sendo sempre o trabalho em parelha, passam o tempo a falar de tudo; borgas, festas, fatioras, enquanto o paciente espera e desespera, alguns sem memória, e parco conhecimento, vale o outro que toma apontamento do que ele dita, onde se constatam constantes enganos seja na numeração da dentição mostrando dificuldade em saber atribuir o nº certo ao dente que está a verificar na sondagem da verificação da enfermidade- até 3 é considerado normal, depois disso começa a ser grave com a infiltração das bactérias que se alojam no osso e o tecido gengival começa a ficar esponjoso e podem originar um abcesso, e os dentes a ficar com mobilidade, se a infeção não for tratada a tempo os dentes acabam por se perder . Tive um abcesso em agosto passado tratado com antibiótico. Entre este tratamento e a consulta marcada em outubro comecei a sentir as mesmas dores do início do abcesso, pelo que me acautelei, fiz um tratamento simples, que vou explicar e de facto não voltei a ter abcesso- com uma cotonete embebida em água oxigenada a 10 volumes mergulhada em sal fino, fui carregando bastante, sendo que doía muito a gengiva inflamada, de aspeto esponjado, repetia o mesmo em volta de todos os dentes, de seguida lavava a dentição com uma boa pasta receitada noutra altura pelo dentista em detrimento das vulgares compradas nos supermercados, armada de escovilhões que passava por entre todos os dentes por o fio dental não me dar jeito, finalizava com um solução de água oxigenada com água, em partes iguais para bochechar em detrimento dos elixir tradicionais no mercado, fiz isto todos os dias ás 3 refeições, fora delas não comia nada para não ter o trabalho de voltar a lavar a boca. Comecei a sentir resultados evidentes em poucos dias, o que me deu força para continuar, sendo que tudo foi feito com peso e medida, li bastante nas pesquisas que fiz, separei o trigo do joio, e sem medo algum estava certa que apesar de poderem haver contratempos, sobretudo pelo sal descontrolar a tensão alta, ainda assim o fiz. Quando me apresentei na consulta expliquei o que aqui relato e se deixaram a olhar uma para a outra, uma delas ainda diz, assim não precisa de voltar ao dentista...foi-me informado que tinha uma doença crónica, devia ser tratada em perio, de novo o espicaço das gengivas para fazer a estatística referida atrás, que depois vem a médica e volta a espicaçar para verificar se a numeração dada está correta, sendo q que não está tem de ser emendada. Marcada nova consulta para fazer alisamento. Por fim disseram-me que andava a lavar muito bem os dentes e se usava fio dental-, respondi que sim, lavava muito bem a dentição, mas usava era escovilhões, percebi que afinal a numeração referente à gravidade da doença da minha dentição era perfeitamente aceitável, resulto do meu trabalho, que afinal foi simples e económico.  Cancelei o alisamento radicular ao maxilar inferior, percebi é muito espicaço, sendo feita raspagem com anestesia local, deveria primar por ser cuidadosa o mais profundo, limpando áreas com placa ou película bacteriana. Na maioria  fui atendida por alunas sem perfil(?), de uma maneira geral em todas as equipas, a que tomava notas se revelava com mais sabedoria em relação da que fazia o trabalho, errava constantemente a numeração dos dentes... convenhamos para o dorentede boca aberta fica a pensar se está em boas mãos!
Portanto se continuar a proceder como até aqui, reduzo a infiltração de bactérias e consequentemente mantenho os dentes saudáveis. No objetivo de reduzir a inflamação e reduzir a mobilidade escovo os dentes  e na frente em rotação para as gengivas não regredirem. Bochecho apenas à noite com a solução de água oxigenada com água.
Conclusão o sal é a única coisa que combate as bactérias, que as mata.
A minha solução é mistura de um pouco de sal fino e de bicarbonato de sódio.Com a cotonete embebida em água oxigenada passo na mistura e pressiono junto das faltas de dentes, onde é mais provável as bactérias se infiltrarem, corroem o osso e por isso deixam o dente com mobilidade.Não abusar do bochecho com água oxigenada, correm o risco de queimar a língua, fica branca e a pele pode saltar. A mim nunca aconteceu.
Como sei? Não gosto muito de regras, sou mais a "OLHO" e abusei da +agua oxigenada e sim tinha a língua esbranquiçada. Na ultima consulta, as alunas(de lambidas)  alvitraram que quando lavasse os dentes também lavasse a língua...estranhei e perguntei a razão- resposta escorreita "tem a língua branca cheia de bactérias"...horrorizada, logo eu que até faço uma equilibrada higiene oral, fiquei chocada...em poucos dias por me perturbar este estar de bactérias, em conversa com um amigo, tranquiliza-me ao dizer que também tinha abusado da água oxigenada, queimado a língua e a pele tinha saltado toda...

domingo, 20 de maio de 2012

Parabéns Briosa...Parabéns Pincesa - HURRA, HURRA, HURRA!!!

Cantarei até que a voz me doa o - Grito Académico da minha cidade - Coimbra!
O Grito Académico - divide-se em duas partes: Dedicatória e Aclamação (em que existe uma voz de "comando" a que responde a assembleia).
Assim, temos:
- Então (malta), e para a Briosa não vai nada, nada, nada, nada?
- Tudo !
- Mas mesmo nada, nada, nada, nada?
 - Tudo
- Então, com toda a cagança, com toda a pujança e aclamação pela taça de Portugal aqui vai /sai um...F-R-A!

- Frá! - FRE! -Fré! -FRI! - Fri! - FRO!
- Fró!
- FRU (com prolongamento do som É da letra F: "éf "- concluindo com RU - "ériu"). - Fru!

-(todos) FRA, FRE, FRI, FRO FRU ALIQUA, (a)liquá, (a)liquá (BIS)

CHIRIBIRIBI-PÁ-TÁ-TÁ-TÁ (Bis)

 HURRA, HURRA, HURRA!!!

Sou Sporting - o meu coração não se dividiu a ver o jogo - dois clubes do meu coração na final da taça. O dia prometia festa para quem a ganhasse!
O lema de uma final além da sorte e do azar as equipas tem o dever de entrar em campo para "dar o litro"- numa luta de igual para igual, entrega, sacrifício, amor à camisola e vontade de vencer, porque é uma final -ontem no Jamor os vitoriosos foram  os da minha terra onde um dia eu nasci - Coimbra a cidade dos amores de Pedro e Inês, do Mondego, do Penedo da Saudade e dos jogadores da Académica!
Desde pequena os vi treinar no seu estádio no Calhavé, emblemático para mim com um grande arco em "U" virado ao contrário na entrada através dele divagava em sonhos para lá das grades ao ver o relvado e nele rapazes atrás de uma bola vestidos de  camisolas pretas...
Tantas foram as vezes que os havia de ver nas constantes idas à cidade berço em companhia da minha mãe no carro de táxi do Sr Estrela a consultas da especialidade -  " Doenças das Senhoras"....
Claro que via outros do clube a União de Coimbra a treinar junto ao Mondego onde depois de tirar a carta a  minha mãe deixava o carro estacionado.
Em 1978 quando trabalhei nos CTT na baixa junto ao jardim da Manga cheguei a ir ver  jogos, ainda haviam muitos estudantes jogadores -" mas foi sol de pouca dura..."

Fiquei francamente feliz com a vitória! Se sofri!O Sá Pinto não arriscou e deveria!

De manhã entrei na euforia da promoção de 50% na compra de carne no Pingo Doce. Valeu a pena comprei lombo de vitela de 20 a 10 €. Aguaceiros iam e vinham, o meu marido foi ver o desfile em mar e terra da Marinha em Cacilhas. Azáfama na cozinha, assei duas agulhas de vitela com batatinhas, aproveitei o forno  fiz um bolo de chocolate, o mais fofo de sempre...até o meu marido me perguntou onde fui buscar a receita, resposta escorreita - o segredo é a água morna e metade de uma maçã ralada...

Repasto divinal com salada de alface e laranja...até parecia leitão fingido.
Pela tarde saímos numa voltinha à Costa de Caparica. A feira pelas 3 horas estava em demanda...muitos feirantes arrumavam estaminés. Muitos lugares vazios, fraca afluência.Já não é o que foi!
Amanhã a minha querida filha completa 30 primaveras. Está em Barcelona com o namorado.
Felizes.
Eu também!

Aldrabona  nas cantigas e, fora de mim por tanta alegria  entoou o grito académico à minha maneira...

Áferreá Á
Afeeré É
Aferri  I
Afeerrió Ó
Aferriu U
A E I O U  Chiribi tá tá
URRA URRA URRA!
Parabéns Briosa!
No miradouro de Santa Luzia - a ver o Tejo!
                                                      PARABÉNS PRINCESA
                                                             DINAH  ISABEL!
                                                           URRA URRA URRA!

Saúde, e alegria - que contes muitos.....sssssssssssssss 

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