quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O património que se deslumbra na Mata Nacional do Buçaco

A caminho de Mortágua teimei  conhecer o moinho de Sula ao alto da serra. 
A névoa apoderou-se das vistas e arrepiei de frio em pleno entardecer
De seguida paragem no Vale dos fetos junto do lago do Buçaco. O meu marido e a minha mãe partiram de carro, já eu e a minha Dina subimos a escadaria com a cascata artificial de inspiração italiana que nasce na fonte fria.Estava um grupo de jovens do norte julgo Viana ou Braga que ao ver a nossa odisseia se atreveram e também fizeram o percurso e ainda conversámos.

Senti desmaselamento nas calçadas de pedrinhas tão típicas nesta região, muita falta de manutenção na escadaria, nos riachos, nos banquinhos e na floresta nem se fala com as intempéries muitas árvores de alto porte caíram, estão cortadas algumas, mas é difícil o acesso com máquinas para as tirarem do local. Pois não as deviam deixar crescer para o céu, a poda é para as deixar airosas e assim melhor suportarem os ventos sem se arrancarem do chão.
Depois da escadaria deparei-me com a ruína de uma ermida da via sacra  a imortalizar a Paixão de Cristo e Jerusalém, que outras há espalhadas pela mata, e claro entrei
O que resta do altar, nota-se que roubaram os azulejos que revestiam a parte de baixo
Ora este buraco me pareceu ser uma retrete inserida no vão de uma janela
De novo a penantes encosta acima até  à meta onde o meu marido já nos esperava e a minha mãe tinha desarvorado
Antiga casa dos guardas florestais agora hostal, o mesmo está a ser intervencionado noutras
Existe  a norte uma vivenda, não sei se pertencia ao Convento, se a ele foi acupulada, forrada a pedrinhas como igual se vêem no Luso, e depois de paredes meias com o Hotel e no meio incluso o convento, que apenas tem frontaria e dele vi o frontal da torre sineira a poente.
Decidi  revisitar o Convento  iniciado em 1628 por Frades eremitas dos Carmelitas Descalços. 


O Convento apresenta-se com um pequeno telheiro forrado a cortiça na entrada e depois abre-se num largo corredor lajeado em formato quadrado
Só depois da visita me recordei que já o tinha visitado.

A minha Dina no corredor lajeado junto da vitrina com paramentos e alfaias eclesiásticas
As portas de acesso aos quartos também forradas a cortiça.Curiosamente o uso da cortiça  foi uma excelente ideia como o uso do cedro para naqueles tempos de clausura se viver melhor.
Lembro-me que em tempos fui conhecer as ruínas de outro  Convento na serra de Montejunto, sendo que os frades não aguentaram a agrura do frio e desertaram de lá...
                                                                Aplicação de cortiça
Quartos com tijoleira
D.João Mello Bispo de Coimbra pintura do século XVIII (?) de autor desconhecido
Os corredores encontram-se ornados de altares forrados a belos silhares de azulejos em azul e amarelo com aves e motivos vegetalistas que assim vi muito semelhantes no Convento de Almada na sacristia.

A minha Dina sentada numa pequena janela de uma capelinha lateral
Estou habituada a ver Conventos em que o claustro maior ou menor ( o de Almada é pequeno e gracioso) se desenvolve ao meio da estrutura quadrada ladeada pelos corredores com os aposentos, cozinha, adegas e lagares . Aqui neste onde seria suposto ser o claustro é a igreja principal -, fato que me chamou a atenção para o Mosteiro de Ansião que dele nada se sabe aos dias d'hoje e me parece ter sido de cariz semelhante, pois na ruína que dele existiu entrei por um grande portal ogival  há 50 anos por um corredor em passadeira de calcário que terminava no espaço que pertenceu à igreja, pois lá vi uma pia de água benta, uma cruz de pedra e restos de arcos no cimo das paredes.Ainda fiz outra analogia, no Convento de Almada só o corpo da igreja e a adega são grandes e o mesmo seria no de Ansião, porque a seguir ao espaço da igreja nascem arcos de volta perfeita, parede sim parede não, dois sabemos estar na arrecadação de uma casa revestidos a cimento, e mais dois noutra casa, ainda um a descoberto e debaixo deste uma pedra redonda com buraco ao centro  que se presume dela ter sido ali o lagar de vinho.Na frontaria do Mosteiro ainda sou do tempo de vinhas.
Por isso as visitas são estimulantes para se olhar, mirar, apreciar, comparar  e jamais visita por visitar. 
O património deve ser contemplado e apreciado, pois exala beleza imensurável dum passado que é de todos nós.
Aqui notam-se azulejos de época mais antiga em meias luas usada na decoração da faiança do século XVII

Depois da visita fomos ver o Hotel Palace do Buçaco 


O Hotel Palace do Buçaco começou a ser construído em 1888 a 1905 em estilo arquitetónico neo- manuelino, está decorado com  painéis de azulejos alusivos à epopeia dos descobrimentos marítimos. Apresenta perfis em pedra de Ançã da Torre de Belém, do  claustro dos Mosteiro dos Jerónimos, e arabescos e florescências do Convento de Cristo em Tomar muito ao estilo gótico e romântico.

Uns turistas na esplanada ficaram a olhar para o meu descaramento de me empoleirar no varandim para registar a selfie...o mesmo do empregado!
Frontal sineiro do Convento

Doutras vezes estive na Cruz Alta e no Museu Militar-, há sempre muito para conhecer e rever, sempre!

Osso da Baleia com piquenique na Fonte da Pedra

Último dia de férias...Ora estou sempre de férias. Mas desta feita por terras de Ansião.
Destino escolhido a praia do Osso da Baleia do concelho de Pombal.
Agendado piquenique que muito nos apraz saímos pelas 10 H. Na Siveirinha Pequena a minha irmã encomendou frango assado e entrecosto com hora agendada. Por aqui apesar do terreno se mostrar em planura o urbanismo foi crescendo sem simetria  com as estradas  no ordenamento certo -, uma confusão a deficiente sinalética e ainda senti incúria nas gentes (?)  por não se agregarem e juntarem as propriedades para delas fazem hortas como na Costa de Caparica, além de dar trabalho à população residente, dava  por certo lucro, pois o terreno leve igual no Meco dá batata, cebola, cenoura, couves e outras espécies de qualidade.
A autarquia gastou "uma pipa de massa" na ciclovia de quase 10 km  ao longo do Pinhal de Leiria que  aqui toma o nome de Mata do Urso que se esteve até  à praia .
Casas de guardas florestais em abandono bem poderiam ser adquiridas e transformadas em turismo rural. Também não se compreende em pleno século XXI que  a zona envolvente da praia esteja totalmente protegida  pela reserva natural , Quercus e sei lá mais que organização, e neste agora seja proibido construir. Ora meus senhores lentes "nem tanto à terra nem tanto ao mar".Numa extensão de areal a perder de vista  que me transportou até à ilha de Porto Santo deveria haver investimento porque catapulta FUTURO E PROGRESSO!. 
A meu ver junto do Parque de Merendas poderia nascer um Parque de Campismo e algum casario de apoio ao veraneio  das gentes do concelho, e de fora, e colónias parea crianças como aliás acontece em todas as praias ao longo da costa portuguesa. 
Porque uma Coisa é uma Coisa e outra Coisa é outra Coisa!
 Para isso é necessário envolvimento de interessados-, porque mesmo quem vive nos arrabaldes não frequenta a praia-, coisa para estranhar!

A minha irmã passeia de mão dada com a nossa mãe, já o meu marido sai de banho, parecia a Costa de Caparica com mais de cem metros de chão direito que apetecia entrar dentro!
Bom banho, bom iodo, boa areia e bons ares selvagens da vegetação das dunas que enchem os pulmões . As camarinhas opacas em branco frescas, o refresco da boca antes do almoço.
Uns jovens alemães faziam no parque de estacionamento o seu pequeno almoço. No pequeno fogareiro faziam o café na cafeteira  e depois os vi fazerem o galão e num ápice já os vi no banho. Outros lavavam a loiça do jantar no lava pés...
Na saída vi chegarem outros turistas de mochilas pesadas às costas.
Praia equipada para deficientes desfrutarem do mar e uma equipa de bombeiros sempre alerta. Noutros anos via um Cabo da GNR.
Em rota de saída fomos apanhar a encomenda dos assados e seguimos na direção do parque de merendas de Antões...Acontece que nos perdemos na sinalética...e já na Marinha da Guia vimos a indicação para a Fonte da Pedra, seguimos o itinerário. 
Em tempos dele andei à procura e me perdi na sinalética-, desta vez encontrámos e todos ficámos estupefactas com  o espaço engrandecido com a fonte de duas boas bicas correntes com caneiros de ribeiros que afluem num lago com barbos. Muitas mesas de todos os feitios e para todos os gostos. Interessante o número de assadores de vários formatos e ainda dois fornos para cozerem pão. Não faltam as casas de banho e dois locais com caixotes do lixo. Incrível não falta a Luz eléctrica para música e as máquinas de café. 
O menos bom a salientar é a falta de parques de estacionamento ordenados em redor e a deficiente sinalética, pois na saída a ideia seria seguir em frente e nisto o alcatrão acabou, entrámos em terra batida entrámos no túnel da IC 8 sendo que o bom censo guiou-nos para inverter marcha e voltar atrás para seguimos pelo Outeiro do Louriçal quando deveríamos por certo seguir a outra estrada a subir direito ao Louriçal. Mas para isso é necessário e urgente porem placas identificativas!
Mal chegados fui procurar mesa, havia muitas, logo se abeirou de nós para nos cumprimentar uma senhora do Mogadouro que trabalha num talho em Ansião, minutos depois na mesa dela apareceu alguém com um leitão inteiro da Ansileitões!
O nosso arroz de ervilhas com o entrecosto estava divinal, o frango igual, a salada também se comeu e o melão doce caiu que nem ginjas, o mesmo o pão de ló com o cafezinho que faço questão de levar a água quente no termo.
Ao virar-me para ver o ambiente constatei que tiravam o pão de um forno, logo saltei do banco e corri para ver o cenário e pedir autorização para fotografar. Logo aceite pelo casal de Vila Verde a D. Alice Santos e o marido o Sr Albino Monteiro reunidos com a família: irmãos, filhos, noras e netos. O filho disse à mãe " se é para tirar a fotografia vamos tirar como deve ser e de novo se pôs a broa na pá a sair do forno".
Haveria de me  contemplar com um naco desta e doutra de carnes.
Forno visto por dentro. A D. Alice disse-me que tem ciência acender-, nunca na boca do forno sempre ao fundo!

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