quinta-feira, 16 de abril de 2015

Pedra da Ferida no Espinhal no concelho de Penela

Na minha segunda vez na tentativa de conhecer a cascata da Pedra da Ferida, porque da primeira, atribuo as culpas na deficiente sinalética e do piso de terra batida-, mau agoiros para o meu marido e mãe, quase em gritos me demoveram da aventura na desistência-, outro remédio não tive senão inverter marcha no meio de eucaliptos ...
Para a visita é obrigatório partir da Vila do Espinhal no concelho de Penela, todo o percurso acontece no deslumbramento encantador da vila do Espinhal  com casario antigo e uma bela igreja que se projeta pela diversidade a todo o momento. Tomando a indicação da Pedra da Ferida, logo à saída da vila para nascente, deparei com um brutal  e estranho sobreiro, postrado no meio da estrada, foto registada no automóvel, e na margem da Ribeira das Azenhas, uma casa restaurada na encosta com um brutal arco no r/c( pode ter sido uma azenha?)
Desta vez consegui chegar até onde a estrada termina, que não tem placa sinalética avisadora " SEM SAÍDA".Odisseia o trajeto em terra batida, logo quase no início apresenta uma grande subida com curva para a esquerda, sendo de piso estreito, com o lado direito a desafiar o abismo do costado, sem qualquer proteção, onde  bons carros e jipes se lançavam em velocidade, até ao dia que acontece um acidente e, a Câmara se lembra de a alargar ou mandar pôr sinalética para limitar a velocidade, demoníaca a enorme poeira  da argila amarelada que deixa nos carros e no ar. 
Acaso será o caminho assim tosco para proteção deste ambiente quase intato na região cebtro do País-, das massas e dos roteiros turísticos?
No términos da estrada  um pequeno largo alberga o estacionamento de uma meia dúzia de viaturas.
A partir daqui segue-se o trilho a pé, dado em mote pela verticalidade do estreito e improvisado caminho, que os burros dos moleiros sulcaram em passada firme durante séculos até chegar às azenhas, carregando os donos e o cereal, décadas depois, o clima  foi tornado mais difícil, quando os burros e os moleiros as abandonaram, pelo fatal progresso...
Este ambiente faz lembrar o quadro idílico a esboçar Rembrandt, quiçá  semelhança à Ribeira d'Alge no concelho de Figueiró dos Vinhos. 
A foto não evidencia com clareza, as maleitas do mau tempo e do vento que deitou por terra duas grandes árvores em cada uma das margens, uma delas um choupo, debaixo do pé das raízes mil e um cascalhoso de xisto...
Logo na entrada existe uma passagem pedonal de madeira de acesso a uma azenha recuperada  no pequeno bosque  com um parque com mesas e bancos para piqueniques.

Subimos o trilho a pé ao lado da Ribeira de Azenhas

No entanto os trilhos da subida não tem qualquer segurança, mostram-se estreitos, cobertos de ervas (propicio a se escorregar) e lamacentos, pelas quedas de água do costado da esquerda, um deles com uma bela telha mourisca a fazer de fonte, no mesmo mote uma assim igual deu o nome à Fonte da Telha na Costa de Caparica. Ao lado corre uma regateira que mal se vê ao meio da foto.
Devia haver corrimões de madeira ou com cordas, e varandins para apreciar a beleza bucólica, que a todos nos pareceu muito interessante, fresca, mais agradável que a outra na região...
Violetas aqui florescem  sem cuidados e me parecem ser tão delicadas...
A queda d'água que dá o nome ao local dista de onde se deixa a viatura, sempre a subir uns trezentos metros?Um grupo na entrada falava em 2 quilómetros....
Porque não levávamos calçado adequado, nem roupa para caminhada, o mais sensato foi virar no trilho da encosta  à direita, na direção de uma ruína de azenha, uma das tais por onde um burro pachorrento calcorreou e supostamente nunca caiu na ribeira, mas eu vi jeito...
 A minha irmã apreciava a ruína da azenha
Tivemos de atravessar o dique para o outro lado.  A minha mãe com mais de 80 anos, aventurou-se, mas no dique ajoelhou-se. 
Na represa junto do dique reparei num fragmento de covilhete "ratinho" que logo imaginei ter sido pertença de uma das azenhas.Quis traze-lo comigo pela história que encerra -, pois parecia fácil chegar até ele, debalde ao meter o braço na água gelada o senti distante. Mas como não sou de ficar sem fazer mais nada, perante as várias tentativas minhas e da minha irmã, o inusitado aconteceu com a minha filha que se despiu, e se meteu dentro d'água, mas logo se arrepiou com medo dos troncos viscosos movediços no banco de areia no rebuliço da água corrente...Outro remédio não tive senão arregaçar as calças e sem medos, meti-me dentro da represa, o mesmo que dizer que me molhei todinha!

Um momento solene com fotos registadas pelo meu marido e risos de boca cheia. São estes momentos de aventura, que me enchem de tremenda satisfação.Quem mais se aventuraria a tal? Tinha estreado a camisola...

Faiança de Coimbra conhecida pelo nome de " loiça ratinha" produzida em barro vermelho, o mais barato(ganhou há anos foros de nobreza no mundo) com arrepiados no esmalte no tardoz, apresenta o formato carenado a partir do limite do covo para a aba, decorado em policromia a filetes finos,  um em manganês ao limite do centro, e outro no rebordo e ao meio da aba um duplo em azul claro.Guardei-o com estima, como se fosse uma peça completa.Será que durou enquanto a azenha produziu farinha? Seria onde o oleiro comia a frugal ceia? Ou a medida da farinha para encher o taleigo das freguesas?
 
De volta a descida por outro trilho difícil, parei junto a esta azenha recuperada onde acabei de espremer águas...
Chegavam-se turistas, uma família com uma brutal máquina com tripé às costas. 
De repente lembrei-me, quem sabe da feliz coincidência; na semana anterior as minhas crónicas "Falar do concelho de Penela, a julgar pela forte  visualização na semana anterior...
Julgo decorreu um congresso com médicos no Hotel de Penela.
http://quintaisisa.blogspot.pt/2014/03/migalhas-neste-falar-do-concelho-de.html
e Grutas das Taliscas e Chão de Ourique por terras de Penela
http://quintaisisa.blogspot.pt/2015/03/grutas-nas-taliscas-e-chao-de-ourique.html
 A minha mãe e irmã seguiam na frente, esperaram por nós sentadas num banco de madeira.
Remato  no acordo aqui firmado de voltarmos com piquenique, depois vamos delirar com a cascata da Pedra Ferida-, queda d' água livre sobre uma brutal fenda de placas de ardósia negra com efeito resplandecente de brilhos a estrelas cadentes, oiros, do sol brilhante, para gente apaixonada que ama a natureza!
"A Cascata é uma pérola da Natureza, tal a força criativa que dela se desprende, tal a mística do bosque que a moldura. Um local que nem todos, infelizmente, respeitam, violando os valores ali existentes, como tivemos oportunidade de ver. Os vândalos ainda permanecem ativos, decepando loureiros, azevinhos, fetos gigantes, ramos de castanheiros, matando lesmas, partindo bens úteis ao visitante. "
"Desde o silêncio de oiro apenas interrompido pelo sussurro da água da Ribeira da Azenha e canto das aves, até à frescura das sombras e imponência das escarpas, ao esqueleto das velhas azenhas e pisões, ao saltar dos gafanhotos e danças das libelinhas, às seculares e diferentes espécies arborícolas e a outras riquezas que a sensibilidade de cada pessoa sabe encontrar e usufruir. E, depois de ultrapassar os obstáculos naturais, atravessar a ribeira, “descobrir” as trutas e beber a fulgurância deste bosque sagrado, de repente, surge imponente e sedutora, misto de surpresa e admiração, a queda de água que se derrama, impetuosa, da altura de 32 metros, tendo construído um enorme poço e edificando outro mais pequeno. É o prazer espiritual, a sofreguidão de ser “baptizado” nas suas águas. O tempo esquece-se. Estamos no paraíso real."
"Ouve-se a água a correr...
Límpida e gelada...
Escorre da serra do Espinhal para o val.
Num local paradisíaco!"
A finalizar a bela aventura trauteia-se a quadra popular: 
"Pedra da Ferida, cascata
Mistério de água pura
A água nunca lá seca
A ferida nunca se cura"
O caminho, felizmente, dificulta o acesso pela rudeza dos acidentes naturais e impede o automóvel de lá chegar, se não …Estaria  por certo devassada pelo turismo de massas!

Fontes

http://www.asbeiras.pt/2010/09/pedra-da-ferida-cascata-de-rara-beleza-no-espinhal/
http://espacoaberto-umanovamiranda.blogspot.pt/2007/09/pedra-da-ferida-espinhal-penela.html

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Dia do Beijo porque não o Dia do Museu em Ansião!

Felicito os meus bons amigos no DIA DO BEIJO  13 de abril com as Coisas que Gosto
Rosa Albardeira (a cuca de jardim) 
 
Falar de  Pedras!
A terem  valor patrimonial deveriam ser espolio  no Museu que tarda em Ansião!
O que falta? 
Conhecer melhor estas pedras e perceber se são originais ou não e foram trabalhadas pela mão do homem
Rua da Gatina - topónimo com origem numa doença nos bichos da seda
Aqui me desculpo no atrevimento das fotos em propriedade particular.Fácil seria perguntar aos donos da casa, infelizmente faleceram o ano passado em terrível acidente. Esperança merecida, sentir as suas "almas" envoltas de muita Luz.A Rosa nascida no meu ano de 57, é fácil encontrar muita cumplicidade a das pedras é só uma delas.
As pedras em forma circular foram cimentadas nos pilares do muro na frontaria e outras no muro lateral a norte. O despertar e curiosidade de onde teriam vindo? Acaso serão balas das catapultas? 
Réplica da catapulta
Se alguém mais souber da proveniência destas pedras, seria um remate feliz da charada, porque acredito tenham história para contar. Sendo a Rosa natural da Lagoa da Ameixieira e o marido julgo da Sarzedela, à partida poderiam ter vindo de um dos locais da sua origem, terrenos dos pais, ou mesmo de outro terreiro nas redondezas. Ainda bem que as acharam belas para engalanarem o seu jardim.
A Batalha de Ourique nos anais da história celebrizada no Alentejo
Há historiadores que defendem o seu palco em vários locais. Eu também defendo que foi na região centro no planalto compreendido entre Chã de Ourique (Penela) Aljazede, Ateanha e Camporês em terras de Ansião, ou entre  Leiria e a Vala de Ourique, em Soure.
A terem sido encontradas  na várzea de Aljazede, tenham sido usadas do morro da Ateanha que teve função militar natural.No castelo de Torres Vedras distingui pedras semelhantes em exposição.
Já as pedras  prostradas no muro sem a forma tão arredondada identifiquei outras duas parecidas que a florista colocou no cenário do batizado dos meus netos em Ansião. Foi o vizinho da minha mãe - o Freire das Cavadas (Formigo) que eram "pedras broesas", as assim compridas eram  usadas na soleira da boca do forno para manter o calor mais tempo. E de fato a pedra parece ter grãos de granito e de xisto, e os buraquinhos parecem esculpidos a escopro e martelo, serão naturais aquando da sua formação geológica (?), ou não e foram arredondados pelo homem em região maioritariamente calcária, encontram -se na Sarzeda, em dizer também haja filão para os lados do  Casal  de S Brás  onde vive a florista (?).

                            
Cerâmica  Garriaz, quase ninguém  sabe que existiu...
 Pecegueiro e Ancião eram escritos à antiga
E não era fabrico "rasca"
Apresenta-se em bom estado de conservação, com desenhos  na parte superior e com a denominação do fabricante e da terra na parte inferior, ao invés de outra, que mostro por último, no mesmo telhado, sem qualquer inscrição nem desenhos na lateral, apenas ao meio. revela um fabrico mais artesanal.
Deviam estar guardados exemplares para dignificar o futuro Museu de Ansião.

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