quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Os manos da minha mãe Ricardina da Mouta Redonda, Ansião

Recordar a infância da minha querida mãe nascida em 1934 na Mouta Redonda, na freguesia de Pousaflores no concelho de Ansião, a sorte ter nascido num tempo de pré menopausa, naquele tempo dizia-se "fora de tempo" em que os cinco irmãos já se mostravam casadoiros, tendo vivido com muito mimo.O seu nome foi-lhe dado pela madrinha Ricardina, das Ferrarias, colega  dos meus avós, com banca de paneiro na feira de Ansião, do Avelar e outras.Todos os anos pela Páscoa lhe dava um corte para fazer um vestido. 

O meu grande amigo Arnaldo Silva de Torre de Moncorvo
Amante fervoroso das fotos antigas com recolha de grande manancial, do primeiro fotografo da vila hoje guardadas no seu Espaço  Museológico da Fotografia do Alto Douro, segundo ele é um gesto talentoso guardar e publicar as raízes. Para os menos informados, colocava-se um pano branco aplicado numa parede. E era esse o cenário. E porquê? Para o fundo ficar certo e para não localizar o local onde foram tiradas, segundo o meu primo Afonso Lucas.
Na fotoà la minut será ela na esquerda de mão dada e do outro lado a irmã da minha mãe, a Clotilde, e a outra possivelmente será irmã da madrinha(?).
Destaca-se o corte de cabelo "à tigela" corte do barbeiro Manuel da Serrada da Mata e os fatos elegantes feitos em casa à época; a minha tia Clotilde de vestido de seda branco com bolinhas a condizer com laço, bolsinho com botão, cinto e fivela.As outras com belas saias, com cortes para lhes dar elegância no cair com casaquinhas de pregas nos ombros, sendo que o vestido da minha mãe se mostra escuro, de corte pesado com pequena carcela de botões e um cabeção ao peito, para a tenra idade, mas deveria ser para o contraste do cabelo muito loiro e olhos verdes...
                                            
A mesma foto retocada pelo meu primo Afonso Lucas
Foto retocada pelo meu primo Afonso Lucas
A  minha mãe Ricardina, de vestido estampado com um lenço de mulher, porque deveria estar calor,  com a irmã Clotilde na esquerda e na direita de mão dada com a Maria Augusta, Maria da Luz, sempre a tratei por Titi e a tia Rosária. A Clotilde com bela blusa com duas carreiras de  favos que ditam graciosidade a imitar elásticos, os mesmos favos mas em painel no vestido da Titi de meia manga, elegantíssimo e a blusa de laçarote da Rosária.
Festa em honra de Nossa Senhora das Neves em Pousaflores
O  irmão da minha mãe Ricardina, o Alberto à direita, a Clotilde, a minha mãe  a segurar o tabuleiro da fogaça, como manda a tradição, a Rosária e a Titi,  todos vestidos de fato à exceção da minha mãe vestida de sainha pregueda com blusa e laçarote nos cabelos, já a Titi que já estudava em Coimbra se apresentou com chapéu, afastado o Carlos de mão na algibeira.

A Clotilde com um bonito vestido estampado de virados

Casamento na Vidigueira da Titi com António Paz com a presença dos pais Zé Lucas e Maria da Luz
Comunhão solene em Pousaflores
A minha mãe Ricardina vestida no tradicional imitar  de anja ou noiva pura, de mãos juntas, serena, na cor da pureza do branco,  véu e  grinalda  segura com teara rematada por flores e laço ao pescoço. 
Com 18 anos madrinha da sobrinha Isabel Paz com o tio paterno Adolfo
Foto para o seu primeiro bilhete de identidade
O casamento dos meus pais no dia 10.02.1057 na igreja de Pousaflores
Estou na barriga da minha mãe, nasci a 5 de maio,os convidados vieram numa camioneta de aluguer

8 de agosto de 1957 dia do meu batizado na varanda da casa com a minha mãe e avó Maria da Luz

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

"Coming Out" alguns quadros no Chiado e no Miratejo...

Na minha passeata de 10 de dezembro de 2015 pautou-se por apanhar o Metro para ir ao Miratejo, onde já não ia há imenso tempo, com a finalidade de descobrir no terreno os quadros "desviados do Chiado" referentes à exposição "Coming Out", reproduções de altíssima qualidade, em escala real, providas de molduras em madeira e tabelas, inicialmente 31 réplicas de obras-primas da colecção do Museu de Arte Antiga, numa parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e a HP Portugal, expostas nas zonas do Chiado, Bairro Alto e Príncipe Real.
Em dois meses desapareceram 14 dos 31 quadros da exposição, o primeiro quadro foi o do Inferno onde foi deixada a menção humorística "Retirada temporariamente para exposição privada".
Seguiram-se os quadros “Ruínas de Roma Antiga”, de Giovanni Paolo Pannini, e “Feira da Ladra na Praça da Alegria”, de Nicolas Delerive .
Sobre o desvio de alguns quadros para o Miratejo quando a TV aqui veio na entrevista dizia uma transeunte  "A receção dos moradores foi tão boa que os "dois das Artes" começaram a imaginar mais obras de arte por ali, não no mesmo prédio onde colocaram o D.Damião, mas no Largo. Fazer uma espécie de galeria para a comunidade". Foram apenas quatro quadros desviados da "Coming Out" para de novo serem expostas no Miratejo.  Outra entrevistada ao olhar para o quadro com o " Retrato do Senhor de Noirmont " supostamente na sua ideia atribuía o quadro pelo penteado e pose ao nosso Marquês de Pombal (?), dizendo à boca cheia " devia ser o Bocage, pois aqui é a Praceta com o nome dele...Faz sentido, mas no caso a obra não fazendo parte da "coming out" a que se junta o parco saber sobre obras do acervo dos nossos Museus-, porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, revela lacuna na falta de cultura e iletricia das gentes, apesar da globalização que deveria ser madura com mais de 40 anos. Na minha aventura a percorrer ruas, travessas e pracetas, tudo me parece um labirinto(?), no ensejo de encontrar os quadros, eis que ao longe distingo um, e já a mira-lo  foi fácil reparar que na praceta havia outro, e olhando em redor no estacionamento, diz-me um homem novo que estava dentro do carro " na praceta além há mais dois", ao deixar o local presenciar duas mulheres e um homem que vinham do mercado, falava uma delas " mas se os quadros são obras de arte, porque não os vendem..." falar assim de boca cheia, e não é que acertou no vaticínio? Foram mesmo a leilão, em detrimento da visão inicial que a exposição de rua foi direcionada para cativar o público em aderir ao conhecimento, à cultura, e a ir aos Museus.
Mas de de fato as obras entretanto recolhidas encontram-se no momento Leilão Online Especial ComingOut | MNAA
 E SE, PELOS REIS, O MUSEU SAÍSSE DA RUA PARA SUA CASA?

A receita obtida em Leilão reverterá na íntegra a favor do projecto do Museu Nacional de Arte Antiga "VAMOS PÔR O SEQUEIRA NO LUGAR CERTO".
O quadro de Domingos Sequeira  " A Adoração dos Magos" .
"O quadro mais difícil de furtar não foi aquele que os dois jovens (que não querem ser identificados) levaram da parede da PSP, na Rua Capelo. Foi o primeiro, o “São Damião” de Bartolomé Bermejo, na Travessa dos Teatros. “Achávamos que ia ser complicado, estávamos nervosos mas foi muito fácil. Foi só desaparafusar”, recorda, entre risos nervosos."

O “São Damião”
Quadro com 1,65 metros de altura. "Os dois rapazes esperaram pelas quatro da manhã e levaram um escadote, porque não chegavam aos parafusos superiores. “Foi à justa que coube no carro”, conta. O objetivo do furto estava traçado desde o início: colocá-lo perto de casa, num bairro entre o Laranjeiro (Almada) e Miratejo (Seixal). 
“Gostámos muito da atividade do museu e achámos que devia ser alargado a outros sítios”.
O “Retrato do Senhor de Noirmont” em Lisboa na Rua Capelo
"Retrato do Senhor de Noirmont" Aristocrata do século XVIII habilmente pintado segundo as mais brilhantes convenções do retrato francês de aparato exposta numa parede gratifada no Miratejo .
O meu marido a tentar perceber como foi colocado
"O mais arriscado terá sido o “Retrato do Senhor de Noirmont”, não só porque tem 1,38 metros de altura mas também porque foi tirado “nas barbas da polícia”, admite, já que o quadro estava pendurado na parede da esquadra da PSP da Rua Capelo."
“Conversação” tirado  duma esquina da entrada da Rua da Rosa. 
No Miratejo também o puseram numa esquina, sob duas caixas elétricas que lhe tiram a graça que merece...
"Novamente de madrugada, foram ao Largo do Picadeiro buscar o “Retrato do Conde de Farrobo”, cujo original foi pintado por Domingos António de Sequeira."

Barras que seguravam o quadro do Conde de Farrobo no Largo do Picadeiro ao lado do quadro da Família do 1º Visconde de Santarém pintado pelo mesmo autor
Família do 1º Visconde de Santarém
Dá a impressão que no Miratejo foram bem coladas, o mesmo não posso dizer dos dísticos que um já desapareceu e dois estão descolados.
Ainda dei dois dedos de cultura a duas senhoras idosas sobre o 1º Conde de Farrobo-, 2º Barão de Quintela-, Joaquim Pedro Quintela, que passou a vida no Teatro D. Carlos com o pai e mais tarde mandou construir o seu próprio Teatro Thalia, agregado ao palácio das Laranjeiras. Mais tarde este Palácio foi alvo de um trocadilho político usando a expressão "farrobodó" aquando da instalação do gabinete do vice-primeiro-ministro de Portugal, Dr. Paulo Portas, por esta ter sido outrora morada do conde de Farrobo. Porque os principais cantores de ópera europeus da época atuaram neste Teatro Thalia, onde invariavelmente terminavam todas as festas em fausto e circunstancia (...) Foi por causa delas que surgiu também a expressão popular "farrobodó" como ficou conhecido o conde pela vida de opulência que acabou com todo o património herdado...
Obviamente que me fiz às selfis como já o fiz nas vezes que fui ao Museu de Arte Antiga, quando era à borla ao domingo de manhã.
Uns dias mais tarde parti em direção a Lisboa para ver mais quadros
Largo de S. Carlos 

Outras obras que descobrimos
"A obra de Lucas Cranach, o Velho "Salomé com Cabeça de São João Baptista", também já foi alvo de interesse de ladrões que, ao perceberem que se tratava de uma réplica, desistiram."


E outros quadros na Rua do Alecrim que perdi  sem saber como as fotos, nem na reciclagem as encontro...


FONTES

http://observador.pt/2015/12/06/robin-das-artes-tirou-quatro-quadros-do-chiado-e-deu-os-ao-miratejo/
https://www.facebook.com/camaradelisboa/photos
http://pt.blastingnews.com/
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/esta-obraprima-custa-seis-centimos-a-cada-portugues-1711987
Wikipédia

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