quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Porto de Mós e a visita ao seu belo castelo

O Castelo de Porto de Mós lembra mais um palacete do que propriamente um castelo, porque não tem as tradicionais ameias, foi erguido sob os escombros de um posto de vigia romano, tendo acumulado ao longo dos séculos influências militares, góticas e renascentistas, assentes numa estrutura pentagonal com torreões, de reforço nos ângulos, apesar de apenas só resistirem apenas quatro. Os dois torreões que compõem a fachada principal são ornamentados por duas cúpulas piramidais, com acabamento de telhas a lembrar a concha das vieiras,em que uma parte do bivalve é plana, e por aqui na região nas praias é rainha, na imitação produzidas em cerâmica vidrada de cor verde. Inicialmente  fortaleza de índole árabe que foi flagrante durante o período da conquista cristã, após sucessivas guerrilhas entre portugueses e mouros, em 1148, D. Afonso Henriques auxiliado por D. Fuas Roupinho, acaba por tomar a vila e vencer as tropas sarracenas, comandadas pelo rei Gámir de Mérida , ficando por isso também conhecido como Castelo de D. Fuas Roupinho, por ter sido o seu primeiro alcaide.
Passeio em outubro de 2006
As telhas em cerâmica vidradas em verde a lembrar as conchas das vieiras

Fechadura da porta, tive de arredar a corrente...

Paisagem dada pelas janelas abertas  sobre a vila de Porto de Mós
Em pela serra de Mira d'Aire a fórnea onde nasce o rio Lena
Fórnea vista de cima

Fontes
http://www.municipio-portodemos.pt/page.aspx?id=162
Wikipédia 
 http://pt.freeimages.com/search/sea-shell

Bilhetes postais de 1895 entre compadres do Espinhal e Leiria

Na minha primeira vez na feira de velharias em Évora há uns anos, encontrei por mero acaso um colega que conhecia bem a região centro, nomeadamente as terras de Sicó , desde Ansião a Miranda do Corvo, onde desde pequeno andou com o seu pai a comprar velharias. A última aquisição foi uma biblioteca com bastantes romances, de capa frágil e correspondência trocada entre compadres. Bilhetes postais que circulavam ao tempo em Portugal e Espanha, com a imagem de Santo António, ladeado de um ramo de açucena, o brasão com as quinas de Portugal, e o preço dez réis.
Endereçados a Adriano Manuel Freire d'Andrade do Espinhal, Penela, Coimbra, remetidos de Leiria por António Manuel Freire d'Andrade, que se correspondiam diariamente. Sem haver ao tempo, 1895, outra forma de comunicação, sendo esta a única via. Interessante  o último que retrata o atraso da entrega pelos correios. 
O Sr Bonito, disse-me - escolha aí o que quiser, a minha escolha recaiu neste pelos apelidos Freire d'Andrade, ao me lembrar de uma amiga a Dra Maria Andrade, e da sua avó  dos lados de Penela. Ainda estava longe na investigação para perceber a ligação destes apelidos aos nobres vindos da Galiza na centúria de 500, se vieram a fixar em Pedrogão Grande, de onde se ramificaram vários ramos que se estenderam em Ansião e Alvorge, onde um pelo menos está atestado na toponímia.
Notável a eficiência em genealogia do Henrique Dias
Esta publicação com anos e por  partilhada no Facebook e só agora se fazer luz.  Lamento a enorme biblioteca que foi vendida em Évora, com muitos romances e correspondência desta família que se correspondia diariamente, o único meio naquele tempo de saber as noticias do núcleo familiar de ambos os sítios onde estavam, no caso Espinhal e Leiria. Debalde, a minha maturidade histórica na altura ainda era a meio gás...e ainda muito longe de reconhecer este apelido em Ansião...
Documentos como este são hoje relíquias de um passado ainda quase recente, deveriam permanecer nas suas terras, em Museus, ou salas de exposição, pelo testemunho do passado das suas gentes e vivências.Mas para isso é necessário destrinçar o que é cultura seja entre os organismos do poder local e as gentes que as vendem ao desbarato, só para libertar casas...Para pensar o quanto património daqui já saiu, falava-me o antiquário que já tinha comprado um brasão e o vinha buscar dali a dias!
Ora os brasões é para permanecerem no sítio onde um dia foram encastrados! 

Alvorge
Atestado na toponímia  o Conselheiro Abílio Duarte Dias de Andrade com mandato 1938 e fim 40 no Tribunal da Relação de Coimbra
                              
Cortesia de Henrique Dias
"António Manuel Freire de Andrade aqui referido, é certamente o Farmacêutico nascido no Alvorge em 1823, que à data destes postais teria cerca de 72 anos. E o Adriano e o César ali referidos eram seus filhos, e com estes dados conseguirá por certo compor melhor a história. 
Veja o Grupo Familiar:

No Livro Alvorge Terra Alta de Jaime Tomás
Nada se refere sobre este farmacêutico, nem de nenhum.
Em Ansião o apelido existiu pelo menos na centúria de 800, mas perdeu-se.

Ecoparque da Pia do Urso na serra de S. Mamede

Paragem na Batalha para tomar a estrada da serra de S. Mamede para conhecer a Pia do Urso, aldeia de pedra reconstruída em ecoparque temático que inclui  seis estações pedagógicas: Planetário, Água, Jurássica, Abstracta, Lúdica e Musical a pensar no invisuais com sinalética sensorial  por todo o percurso pedestre das várias estações interativas lúdicas, num conceito inovador copiado do estrangeiro, pretende levar a essas pessoas a possibilidade da apreensão do meio envolvente que os rodeia utilizando para o efeito os restantes sentidos, particularmente o tato e o olfato. Ao tempo tive o prazer de ver o  presidente da Câmara Municipal da Batalha na televisão dizendo que reconhece que o projeto da aldeia  que precisava de ser revitalizada  é único em Portugal, e não teria chegado a este ponto sem o apoio de Carlos Costa, especialista em recriações históricas e réplicas medievais, da empresa Ataraxia, que desenvolveu as informações em Braille e da empresa Sistema 4, que efectuou em conjunto com a autarquia a imagem gráfica e o design do percurso. “Tínhamos as ideias, mas tínhamos alguma dificuldade em colocá-las no terreno”, pelo que, segundo António Lucas, o apoio destas três entidades foi fundamental.  
Inserida em brutal contexto calcário, rocha maleável que o tempo e a erosão esculpiu pedregulhos com pias, de belos formatos e tamanhos a ditar a toponímia à aldeia no tempo que serviam de bebedouro a ursos, e mais tarde quando aqui se instalaram os primeiros habitantes serviam como poços para reter as águas para a sua sobrevivência.Da Pia do Urso a Fátima dista 12 Km.
Excelente local para se desfrutar de um passeio em família realizado em outubro de 2006 dado pela brutal paisagem semeada de pedra que por aqui é rei, tanto a meu gosto, em caminhada  sempre rodeada de uma envolvente calmaria dada pela natureza e pelas flores.
Gostei da reconstrução do casario na sua traça antiga, balcões e alpendres, o caracteristico "V" invertido acima do lintel das portas herança visigótica e a porta com janela.

Os muros de pedra seca carateristicos destas paragens calcárias

Bonitos exemplares de pias com água

Pia canteiro de hortenses
Pia sob o comprido que o povo lhe colocou uma pedra a fazer de ponte para passagem e tirar água
 Pia em formato coração
 Ciclo da água com a nora tão carateristica  no Rio Nabão

Fontes
Algumas fotos do google

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Lembrar alguns casamentos a preto e branco no papel de convidada

Caricatamente o primeiro casamento a que assisti foi ainda na barriga da minha mãe, no dia 10 de fevereiro de 1957 na igreja de Pousaflores, a que assistiram alguma família e amigos do meu pai, que vieram de camioneta alugada para o efeito, a boda foi em Ansião, na padaria dos meus avós paternos. 
Na cerimónia não faltam os tios do meu pai, o António Rodrigues Valente e a mulher Júlia, do Escampado de S.Miguel, com as suas duas belas filhas, em destaque a Júlia de bonito olhar, sem saber a razão da outra tia do Bairro de Santo António, a Maria o seu marido Manuel e os filhos, não terem estado presentes, supostamente azedumes da recente herança(?) sendo que os seus pais, o seu irmão Chico, e a minha avó Maria da Luz que levou galinhas da Moita Redonda, ficaram a organizar o banquete e a cozer o pão.
O padre Melo é que fez o casamento, ao lado um primo do meu pai que havia de emigrar para o Brasil, o seu tio António Valente, e para a direita a sua mulher Júlia mulher baixinha, de lenço atado na cabeça ladeada pelas filhas com o mesmo olhar da mãe.
Distinguem-se amigos do meu pai; Armando Cardoso, Fernando Silva,"Armando Girafa", Diamantino Monteiro; Artur Paz; Germano Pires e,...do lado da minha mãe só vejo a sua irmã mais velha, a Titi, o marido estava a trabalhar nos Açores, a Clotilde e a Rosária emigradas em Luanda, o seu irmão Alberto, morador ao adro não se mostra presente, mas foi , de oferenda lhe deu dois bons cobertores, muito menos sei se o outro irmão, o Carlos do Furadouro se apresentou...
Esta foto vale pela mostra da igreja antes do brutal incêndio, tinha uma capela lateral na esquerda

Foto registada nos Olhos d'Água  com um casal na esquerda das Lagoas, o Sr Chiquinho e a esposa, nem sei quem são as mulheres a lavar roupa, foto registada pelo Américo Antunes que a irmã Odete gentilmente ofereceu à minha mãe, onde estão o meu pai do lado direito alto e na frente o seu irmão o Chico.
Aqui mostrada para registar o meu querido tio Chico em falta nas fotos do casório
O segundo casamento em 1962 em Ansião no tardoz da casa da tia do meu pai, Maria-, no casamento da sua filha do meio, a Albertina, que se tratava por Tina, a minha irmã na frente com o chapéu na mão e eu atrás com ele na cabeça. A irmã da noiva, a Júlia de avental porque serviu nas mesas instaladas no quintal.
O fotografo foi o meu pai com o kodak emprestado pelo Jaime Paz, por falta de perfil para a arte, a maioria das pessoas ficou a falar e a olhar uns para os outros, na vez de se mostrarem para a foto...
Foto registada na frontaria do antigo hospital, apenas eu, a minha irmã fartou-se...
A minha irmã desdentada por ter partido num degrau de pedra os dentes da frente a dar o ramo à noiva
Uma das terrinas, eram três em porcelana do serviço SP de Coimbra, modelo Angola, delicado, que os meus pais emprestaram para a boda.
No portão da igreja de Ansião, o casamento da minha vizinha Fernanda Dâmaso com o Gilberto Carvalho-, tinha 14 anos, estou atrás do noivo com cabelos compridos e de vestido com babete branco.
Casamento da minha prima Isabelinha Paz, a minha mãe sua madrinha de batismo com o tio dela Adolfo
Nesta foto a minha mãe já era viúva, deve ser em  73(?), as minhas sobrancelhas sem graça que no ano anterior na estada no Colégio Religioso as Salesianas no Monte Estoril, me atrevi  em as redefinir e com isso sem sabedoria as estraguei para todo o sempre, e no mesmo em ter cortado os lindos cabelos...Sintomas da adolescência...
Foi o  primeiro casamento no Registo Civil que assisti em Leiria, nem sabia que era possível, com boda no hotel em S. Pedro de Moel. 
A noiva, a minha prima Isabelinha lindíssima, muito bem vestida.
 Casamento da minha prima Manuel Lucas em Pousaflores deve ter sido 74?
Fui claro a outros casórios, mas de momento não tenho as fotos para os documentar.

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