Em agosto estive na Lousã, dormi no Palácio dos Salazares também conhecido por Viscondessa do Espinhal. Sai em caminhada para conhecer o Museu, onde distingui num pequeno largo com um plátano vestido em quadrados de malha em policromia, que se usaram há 50 anos para fazer colchas crochetadas com os fios usados nas fábricas de tapeçarias que aqui se instalaram e também em Ansião, a CUF.
Segundo o Pelouro da Câmara da Lousã foi após o
falecimento do Padre Joaquim José dos Santos, ilustre sacerdote com alma de colecionador,
que a Câmara conseguiu, devido ao entusiasmo e dedicação do Professor Álvaro Viana
de Lemos, e à amizade que o ligava ao falecido Pároco, obter dos herdeiros parte por
compra e parte por oferta o seu numeroso espólio: livros, moedas, estampas, objetos artísticos e simples
curiosidades e recordações que o ilustre Sacerdote adquirira nas suas viagens na Europa e
no Oriente, a que se acrescentaram numerosas doações de Lousanenses, que
posteriormente se constituiu o núcleo inicial do Museu. Esse valioso
conjunto que se não tinha grande valor material era no entanto muito interessante e
valia bastante como elemento cultural. Inicialmente instalado na cave dos Paços do Concelho albergou a Biblioteca e Museu Municipal em 1938.Fechou para reabrir em 1985 que se revelou inoperante pela escassez de espaço. Finalmente encontra-se instalado na antiga Casa dos "Erse Figueiredo ou Coronel Tenreiro", datada de 1901. É uma
construção digna pela dimensão e escala, que se insere corretamente no conjunto
edificado, fazendo parte da imagem histórica da vila. Esta construção apresenta dois
pisos (para a rua Miguel Bombarda) e um para as traseiras prolongando-se num
logradouro com jardim, quintal, eira, poço e tanque.
A sala Prof. Álvaro
Viana de Lemos oferece ao visitante
inúmeras doações e aquisições, em várias temáticas, Arqueologia,
Numismática: várias moedas romanas e medievais, Metrologia: pesos (conjunto de pesos
do séc. XVI/XVII; pesos da zona da Palestina; pesos correntes), Medidas (para
líquidos e sólidos, em madeira e latão, com marcas de aferição antigas.
Balanças Correntes, para pesar libras e meias libras.
Etc...
Lamentavelmente não me recordo o dizer desta placa ...
Artefactos do Paleolítico Médio 300.000 a.C.
Objetos da Idade do Bronze
(machados, contos de lança, espada curta, etc.)
Época Romana (ânforas,
lucernas, urna cinerária, unguentário, pesos de tear, mós, colunas, vidros etc.)
Azulejos hispano-árabes
Faianças
O prato da frente com "grega" faiança ratinho de Coimbra, tenho um exemplar, o de trás também seja faiança de Coimbra. As jarras de altar parecem ser fabrico de Gaia.O galheteiro com muita certeza fabrico
de Coina, merece ser estudado, julgo atribuído à Vista Alegre (?).
Cerâmica: Reis Magos em barro polícromo Séc. XVIII (Escola de Machado de
Castro)
No Museu há pedras com uma ave esculpida que se encontram encastradas em brasões de palacetes como este, que não sei o significado.
Armaria
Sabres; punhais; pistolas;
espingardas,modelos utilizados pelas tropas francesas e luso britânicas aquando
das Invasões Francesas em 1810.
Projécteis (em ferro encontrados em Foz de Arouce,
deixados na 3ª Invasão), etc.
A coleção de
pintura do Museu Municipal é uma incursão na história da arte portuguesa desde
fins do séc. XVI até ao presente.O início da
coleção é marcado pela pintura maneirista de inspiração religiosa.
O retrato é
também objeto de apreciação de pendor realista na obra de Carlos Reis e simbolismo
de António Carneiro. Artistas como Tomaz Pippa, Alvarez traduzem o espírito
romântico a partir das suas paisagens. A transição
para o séc. XX é marcada pelas pinturas do João Reis introduzindo jogos de luz
natural e Carlos Ramos no campo do naturalismo e paisagismo.
J. Eliseu
filho regressa à paisagem inspirando-se na Lousã
e nos costumes do mundo rural. O
desvio para a desconstrução das formas está patente nas obras de Carel Verlegh e Mário
Silva. A última aquisição da Câmara Municipal da Lousã, 2011, da autoria de
Sérgio Eliseu, num exercício de reconstituição dos “Antigos Paços do Concelho" que desse tempo apenas existe o pelourinho, a câmara foi acrescentada e a igreja feita uma nova.
Escultura
Nossa Senhora da Conceição séc. XVI/XVII; Alabastro de Nottingham; Nossa Senhora da Piedade, séc. XVII
Mobiliário
Pinturas de vários autores
Este quadro reportou-me para a pintora Paula Rego
Este quadro quando o olhei imaginei ser de Helena Vieira
Exposição temporária Ilustração/Pintura de Patrícia Roque
O tardoz do Museu
O chão em pedra da região, lousa, ou ardósia alegadamente deu o nome à terra pela abundância, com elas faziam os telhados.
http://www.cm-lousa.pt/_uploads/Museu%20Municipal%20Alvaro%20Viana%20de%20Lemos/brochuramuseu.pdf