quinta-feira, 12 de julho de 2018

Escapadela em julho por Ansião

Cabaços
Chegar a Cabaços onde sempre me sinto em casa  com a graça da vista desafogada  do outeiro verdejante, e dos plátanos podados da praça, as recordações do correio onde o meu namorado, hoje marido, me surpreendeu um dia e almoçar no Lagoa, onde as azeitonas de sabor a erva de Santa Maria saborosas me regalam o paladar!
Mouta Redonda
Na minha casa rural tenho sempre bonitas flores à minha espera para me saudarem ...
O problema quando as roubam puxando pelo pé...
 
A JFPousaflores  andava em limpeza das bermas no pinhal do Alto do Índio
O meu marido meteu-se a limpar o sitio para estacionar o carro e eu a frontaria da estrada com erva tão alta que quase cobria a casa... Mal tinha acabado o trabalho passa a  máquina de limpeza das bermas e o bom homem agradece-me por já ter feito parte do seu trabalho. Quando vinha na outra berma a peça de cortar partiu um dente, foi o meu marido com mãos e arte de técnico especial , pese  reformado ainda não lhe perdeu a arte e a retirou para deixar o homem de boca aberta...Ainda lhe recomendou o João Medeiros da Mó para a soldar e assim foi da parte de tarde novo reencontro, tinha a máquina estacionada na berma da nossa fazenda onde nós andámos toda a tarde a cortar erva e não deixámos o trabalho acabado, tivemos de voltar na manhã seguinte para o terminar.
Na Mouta Redonda constatei as bermas de terrenos confinantes com a estrada pôs a descoberto antigas escadas de acesso a propriedades. Lamentavelmente já ninguém se importa com esta riqueza ancestral , as escadas de pedra e a cada ano se descarrilam mais...E com as ervas o pobre homem não as enxerga e estraga os dentes da ceifeira...Depois da passagem  da máquina deviam passar os homens da JFP com a roçadeira de cordel para os acabamentos e repor as pedras.
O dever cívico jamais deve ser descuidado, se o é pelo proprietário não o seja pela edilidade pública!
Escada de pedra calcária em terra rossa
A beleza das rosinhas de Portugal
Herança dos povoadores, ainda resistem...
O fundo do  lavadouro público na fonte da Mouta Redonda...
A água dos tanques fez espelho com o suporte da estrutura do telhado.
Inadmissível porem pedras dentro dos tanques.A JFPousaflores deve intervir ao divulgar aos novos habitantes que se estão a instalar na aldeia os modos de civilização que a aldeia sempre teve e deles carece, além deste, o estacionamento deve ser marcado para se mostrar ordenado e ainda a  proibição de cães à solta e a manutenção de quintais limpos e das frentes das casas.
Junto do entroncamento da estrada cuja  visibilidade é quase nula exige a limpeza urgente da figueira infestante com vários filhos nascida na quina do ribeiro.
A  limpeza dos quintais e leirões no Vale, na Mouta Redonda
Esqueci-me de registar fotos no final e antes de vir embora, apenas passados alguns dias já estava assim...
 A eira de xisto da minha mãe...
O buraco no carvalho onde estava o enxame ao lado do tanque de pedra
A conversa com o apicultor que vinha buscar o enxame de abelhas num buraco de um carvalho da minha mãe, onde um funcionário da Florestal o detectou e sendo seu senhorio, lhe instigou o apetite para  o vir buscar armado de indumentária, e ali nos transmitiu como se faz...
A minha filha deveras encantada com a beleza indescritível dada pela brutal limpeza  abrindo-se a sonhos, debalde  logo repudiei  - agora está limpo, daqui a horas começam a rebentar os fetos, as silvas e volta tudo pior do que estava...
A Florestal fez um bom trabalho, na verdade as courelas com leirões roteados pelos primitivos habitantes judeus aqui aportados como arrendatários de prazos dos islados do Convento de Celas, agora limpos a valer o triplo...
Procederam a limpezas, a minha cunhada, a minha mãe e o meu primo Tó Lucas Fernandes de Ansião, a quem telefonei se queria aproveitar a Florestal, acedeu e assim os três fizeram o que era preciso fazer. Ficou por fazer a parte dos "Lopes" junto da casa do Silvério e de outros familiares Lucas, da Horta.
Recado à JFPousaflores por ser PS
Há que investir no Vale, em fazer bem feito no que a vereação PSD fez mal quando fechou deliberadamente a passagem pedonal do actual Beco do Vale em  entroncar na estrada da serra antes da mina de S. João.Enviei email que com a limpeza dos proprietários apenas ficaram uns 10 metros de limpeza para o entroncamento, debalde não feito e o seria de  importância para  reabrir serventias antigas  e  desimpedir os caminhos para  não os perder. Bem distingui a dificuldade no ultimo incêndio...há falta de visão, de fazer bem feito para hoje e futuro, devia ser traçado plano estratégico de abertura de novas acessibilidades, porque a floresta é imensa. 



Teimei voltar à 3º feira de velharias e artesanato no Avelar
Cumprimentei o Sr. deputado Dr. Medeiros que se fazia acompanhar da sua querida mãe a caminho do café, lastimando-se que nem cafés já existem no Avelar...
Havia só no final do dia me aperceber que a pastelaria que havia na travessa da farmácia se encontra fechada.Reparei que a sua mãe tal como a minha é vaidosa, depois de sair do café da praça, havia de comprar um quadro por balelas indo  com ele para casa alegre como uma criança leva um brinquedo... Para dai a pouco a ver novamente já envergando novo tailler de seda de manga curta para com a família saír para o almoço.
O Sr presidente  da Junta Dr Fernando Inácio, bem os podia ter convidado para o almoço gratuito que a JFA ofereceu aos vendedores no Mercado, confecionado no restaurante Ti Matilde no Camporês. O meu marido foi primeiro , deixou-me no  estaminé, chega-se apressado a dizer vai depressa que a comida acaba , mal me chego ao Mercado vinham de regresso bem "arressuados"(termo que oiço à minha mãe usado na  Mouta Redonda) em dizer vinham de  papo cheio, diz-me um deles - olhe não sei se ainda há almoço para si....Mal chegada ao recinto logo percebi a razão, foi servido à moda de "enfarta brutos" com as terrinas de inox nas mesas para o freguês se servir, onde não faltava  bom vinho, todos a se servir e a enfardar até mais não...O Sr. Castela simpático, foi buscar mais feijoada,  estava boa, sobretudo a couve, genuína, da nossa terra e muito verde, e me soube bem e ainda bebi um copo de vinho. A tarte já tinha ido e não houve mais...
Fui a última, e ainda me perdi em conversa com o Sr Castela e um elemento da JFA!

Feira na Praça Costa Rego no Avelar
De vez em quando gosto de  participar.
As vendas ficaram aquém da primeira feira, ainda assim com sucesso!


Lá foi o pinguim vestido de estudante de Coimbra com cartola e bengala de latão que uma inglesa levou para casa, achou piada à combinação do objecto usado na década de 60 em cima dos frigoríficos alusivo ao gelo  que foram fabrico da Estatuária de Coimbra, em imitar os estudantes com a batina... Vendi também  uma travessa inglesa a um conterrâneo que não se apresentou, apenas me disse que me conhecia do Blog, agraciou-me com elogios - gostava da minha maneira de escrever e das criticas , que devia escrever mais sobre Etnografia, e que no post de gastronomia mostrei algumas coisas mais modernas, e ainda lançou o mote que devia fazer uma Monografia, até me deu os palpites como a fazer e ainda o rasgado elogio - tomara muito licenciado estar ao seu nível como aborda as coisas da nossa terra.
Em noite de S. Pedro, ao Fundo da Rua
Curiosa para ver o novo painel azulejar da Rainha Santa Isabel.Graças a Deus a moldura em pedra não foi mexida. De todo o mal o menos!
O meu marido a sair da  Capelinda de Além da Ponte muito bem engalanada
Encontrei o Renato Freire da Paz, outro apaixonado por Ansião
No Bairro, a caminho do Vale Cerejeira
 A  quelha foi só em 2019 agraciada na  toponímia  - Travessa Sá Carneiro...Na rota das Carmelitas e de Fátima -  a denotar quem aqui delineou traçado pouco sabe o que é a tradição e o conceito cultural  em não se desprestigiar  um  caminho de peregrinação...É tanta erva, coitados dos peregrinos em tempo de chuva , sem bermas, nem escoamento...E de verão com repteis...Merecia uma atenção especial a limpeza destes caminhos de peregrinação, como todos os caminhos deviam ser objecto de percursos limpos e desimpedidos, porque quem deles usufrui é merecedor.
Travessa Sá Carneiro...Toponímia  imprópria, só em grandes cidades, em Ansião, ainda vila, antes e primeiro fazer menção a quem teve mérito e de alguma forma se destacou na sociedade e ainda jaz esquecido e não devia por falta de conhecimento cultural . A actual avenida Sá Carneiro, metade me troço da Estrada Real.
Quelha do Vale Mosteiro ao Bairro de Santo António em Ansião
Caminho ancestral, dos primeiros na ligação da estrada real ao Escampado de Calados e Belchior.
Rotunda ao Ribeiro da Vide 
Engalanada com os seus canteiro revestidos a mosaicos, deixando a rotunda mais airosa e bonita floridos de alfazema. Boa aposta  de estética urbanística.
 
Fonte do Ribeiro da Vide
A caminho da casa da minha mãe mostra-se cenário despautério com a falta de manutenção na jardinagem do jardim , o que vejo é uma empresa para cortar a relva e a poda dos plátanos.
Depois da fonte para sul a lateral desmazelada  com os arbustos sem poda nem trato parece não faz parte do jardim, quando nele é peça integrante . Em abril distinguia a  casa da minha mãe e agora mal se enxerga...
O jardim   nascente do adro da capela merece atenção com poda da árvore de copa oval a crescer para o céu, o mesmo dos arbustos e o pinheiro junto do escadatório, ali descontextualizado  nasceu torto por causa de uma raiz de um plátano. O mesmo no lado poente com árvores da família dos choupos que devem ser dizimadas e só a ventania tem dado cabo deles. Os jardins devem ser tratados por gente que sente paixão por plantas e afins e não por gente sem qualificação nem perfil.O que se contacta amargamente!
O executivo PSD procedeu ao asfaltamento do Bairro de Santo António  depois do 25 de abril com calçada grossa. Recentemente removida para piso a alcatrão, com passeio.
Nova despesa pela má aposta do passado.O que ficou mal? A  ligação com a estrada para Alvaiázere com remate da berma calcetada a cimento, estar a levantar...E a dois metros um lancil do passeio que merece ser posto no sitio antes que alguém tropeça e caia. A  minha mãe já caiu para ir despejar o lixo, pela negligente passagem do adro para o novo passeio, sem ter sido arranjado o espaço entre ambos, baixo, ela é que a tem estado a entupir com pedras, não tendo sido objecto de estudo e o devia, uma lástima, a falta de perspectiva nas obras sem fiscalização, na defesa do bem público e das suas gentes. 
Os meus queridos netos a sul em passeio da  sala de visitas de Ansião,  ao lado do matagal...
Lisboinha 
Depois da safra de limpeza efectuada na Mouta Redonda levámos a minha mãe para ver a sua courela limpa, antes teimei parar em Lisboinha, onde o seu querido pai nasceu. Logo deparei com o nome do seu primo direito o padre Dr António Freire atestado na toponímia, no que antes era o Rossio de Lisboinha, até se dizia que Lisboinha tal como Lisboa tinha um rossio...
Registei a minha querida mãe junto da fonte restaurada pelo neto Alberto, de João Afonso . O mesmo apelido da minha mãe que este ano celebra 84 primaveras, mantém-se linda e de razoável saúde graças à sua vida diária de trabalho no quintal e do carinho das filhas que a presenteiam em passeios e presentes.
Rocio de Lisboinha
O  certo seria a Rua onde nasceu ser atestada com o seu nome e não  Travessa das Pedras...
Quando na realidade se trata de um Beco sem saída...
 A casa onde nasceu exibe placa em mármore com essa menção
 Na frente nesta casa encontrei outra placa sem saber quem foi este homem de apelido "Forte"!
Desta vez regalei o olhar com belas hortenses azuis
Pena não as ter registado na Mó e na Mouta Redonda e por aqui em cor de rosa...
Perspectiva do Beco vista de norte e não Travesa das Pedras
Uma boa aposta de reabilitação com a frontaria em pedra e o balcão
Vista para nascente de Lisboinha
Casal das Pêras em Ansião
O propósito de aqui voltar para fotografar as Alminhas que não as encontro referenciadas no Livro de Património Religioso...E devia constar, até porque é lugar com raízes a avó de um dos autores...
 A graciosidade do portão em ferro forjado com as iniciais de quem possivelmente a mandou erigir em 1922
O que foi a casa da Ti Otília Silva
Mulher de cara rude, alta, solteirona, a primeira  que conheci com dentadura já laça , atrevida a fazia deslizar da boca e nós os cachopos ficávamos assustados só de olhar...
Mercado de Ansião
Ao mercado comprar sardinha, melhor tivesse ido ao Intermaché ao que parece era mais barata e melhor... Comprei a broa, fruta e fui à procura de alfaces que a minha mãe me pedira, o vendedor no piso das galinhas de costas para o mercado dizia-me não quer levar umas couves? - respondi que desta vez não, e toca de por mais alfaces para o saco, só tinha pedido uma dúzia dando conta que ele me deu mais, pelo que lhe teci um elogio - você é mesmo boa pessoa, cada vez que aqui venho o vejo dar mais do que vende, não pode ser, bem sei que o freguês gosta de ser presenteado, mas tanto é demais...Chego a casa e conto à minha mãe diz-me ela olha mandou-te mais outra dúzia...respondi-lhe não te disse que o homem era boa pessoa!

O que foi a casa dos meus bisavós paternos ao Alto da Vinha do Vale do Mosteiro 
Vista de nascente, o meu bisavô implantou a  norte a sua padaria, a  primeira em Ansião.

Porque no Bairro de Santo António onde nasceu já a mãe dele cozia o pão.
Vista de poente da casa que foi dos meus bisavós
Esta perspectiva distingue-se melhor o cenário da estalagem pelo pátio cercado de outro casario adjacente onde havia um grande barracão com colunas em redondo e a casa do azeite, abaixo o poço e a eira.
Adeus a  Ansião pelo caminho que gosto 
Pelo  Vale do Mosteiro nesta rua atesta a toponímia  Rua do Vale Mosteiro...
O certo era ser  Estrada Real . O topónimo Vale Mosteiro foi dado a toda a herdade de Ansião e não apenas a esta quinta de S Lourenço. Não se trata da mesma coisa!O passado é para se preservar com os legados  do povo.

Vista sobre o vulgo mosteiro - que não foi!
A vivenda que se destaca sob o comprido foi o palco da capela de S Lourenço
A vivenda azul a seguir onde está a chaminé era o portal gótico da capela
Lote de António Serrador, o último para norte 
Reparei no imóvel já não ostentava a placa "vende-se" , ainda assim a medo fui espreitar pela última vez o que resta do vulgo mosteiro, para ver se deslindava mais e sim deslindei .
As fotos servem para memoria futura, depois da demolição, não resta.
Frontaria a sul
 Arco de volta perfeita a norte e a pedra de lagar
O arco de volta perfeita segue a sequência de outros  depois da capela, foi a Enfermaria

Na rotunda aos Bombeiros dei conta além do cartaz alusivo ás Festas de Agosto 
Onde dei conta de homens na tira sobrante da expropriação para se fazer a rotunda, em obras do muro de pedra do ribeiro.Então e o caminho absorvido pelo proprietário entestante? Era público? Como está a situação?
Urge quem de direito deslinde a razão do fecho do caminho público que sempre existiu entre o pavilhão dito dos chineses e o ribeiro!
A JFA  retirou as árvores que estavam no passeio ao Vale do Mosteiro
Bom trabalho, nem foi preciso alertar, até tinha tirado fotos com o passeio levantado,  numa caminhada com a minha mãe numa ida ao Intermaché. Estão de parabéns por estar atentos nos interesses da segurança dos seus cidadãos . Era de uma tamanha perigosidade,  remediada e bem.As marcas da nova calçada no passei já sem árvores.
Espiava os amarelos das terras do Alto da Vinha do meu bisavô Elias da Cruz
Eis que me aparece  a minha irmã  de carro e  oferece boleia. Para me aguçar o apetite levou-me numa passeata rápida, sem paragens, ainda assim sempre benéfica e me deixa radiante ,  acima e abaixo relatada. Mais vale ver rápido e partilhar que ver bem e nada dizer...

Empiados
Um dos lugares mais antigos referenciados em documentos
Alminhas ingénuas...
Na rota do Caminho de Santiago e pelos vistos de Fátima...
Por isso um dia depois do jantar no anunciado lusco fusco da noite encontrei dois peregrinos perdidos ao Ribeiro da Vide...
O autor do novo retraçado das rotas nas imediações da vila deixam qualquer um incrédulo...
O caminho das rotas de peregrinação vindo do Casal Soeiro...
Um pouco melhor contudo pouca limpeza!
Empiados


Aldeia que a olho gordo acho que por metro quadrado existem mais casas minimalistas fechadas com grandes portões...
Que saudade do Casal Viegas de antanho. 
Deu-me um baque, tanto e destemido progresso por entre caminhos estreitos de curva contra curva e muros de pedra seca!

Uma eira em pedra, ex-libris da cultura do povo que deve ser preservada!
A minha irmã apontava para norte para outra bela eira, debalde a máquina não a conseguiu registar em andamento...
O Henrique Dias fez zoom...magnifica eira, e a casa sem dúvida para fechar a crónica

Não vejo rival  na mesma paixão por esta terra a partilhar ...Emoções onde jamais falta a critica construtiva... Como o deve ser uma cidadã cumpridora no direito de cidadania!

Seguidores

Arquivo do blog