Recconhecimento na caminhada com o Grupo ás 9 na Pastelaria em 3 de abril de 2022
Quinta da Rosa, Mouta de Bela ,Pontão e Alto da Serra
Agradeço ao Alexandre Valente, meu primo, pelo costado de avoengos na Constantina, o mesmo gosto humilde e de aprazer em ajudar. A quem tinha sugerido na caminhada anterior gostar de conhecer o palco da que foi a Quinta de Mouta de Bela, em Chão de Couce. De véspera foi averiguar o circuito se tinha possibilidade de passagem. E sim presenteou todos numa caminhada brutal. Um orgasmo à cultura, desde a romanização à época medieval.
O topónimo alude ás grandes vinhas de outros tempos em Chão de Couce
Guarita da adega
A população insurgiu-se e bem para a retificação da toponímia
No tempo a incultura ao esquecimento e o linguarejar que trocou Bela por vela...
Quinta ancestral em local altaneiro, na crista da encosta, com vista deslumbrante e desafogada para nascente. Quiçá implantada num habitat romano, já que a via passava por aqui na direção de Chão de Couce. Em agonia total...Julgo há uns 4 anos quando o que resta da quinta de Mouta de Bela foi limpa para venda, o meu amigo Henrique Dias, na sua visita registou fotos que fez o favor de me partilhar. Foi mote de uma cronica no meu Blog. É tão antiga quanto a quinta de Cima e também foi de nobres. Na altura deslindei uns tambores romanos, como já tinha visto na que foi a casa da câmara de Chão de Couce, nada mais que umas colunas romanas, requalificadas.
Colunas redondas, na região as imputo à centúria de 600
Frontaria da capela com oculo
Em venda
Resiste a bela glicinia de cachos lilazes e perfumados. Então era espécie quase única
Entrada da Mina de água, indicia reutilização de pedras de outro habitat anterior
Frontaria da capela com oculo
Em venda
Resiste a bela glicinia de cachos lilazes e perfumados. Então era espécie quase única
Logo abaixo no costado, fica a mina da nascente de água. E um grande tanque de pedra , com lajes calcárias, com mais de 5 metros, como foi possível ali serem colocadas... Entrei na mina e constatei o amontoado de blocos, que não são calcário normal, antes mistura ditada pelo acabar do calcário e o começo do xisto, que os ditou mais arredondados, e pontiagudos , até alude mais a granito sem o ser, que noutra caminhada no sopé da serra da Barroca, na Serra do Mouro, também os distingui em amálgama enormes, como se fosse uma mamoa, incrível na mesma direção desta Mina.
Mina
Descida da encosta onde ao meio está a mina de água e um tanque descomunal para rega
Tanque com degraus de pedra sobrepostosEntrada da Mina de água, indicia reutilização de pedras de outro habitat anterior
Na descida para o vale grandes exemplares de carvalhos
Separa para poente a Quinta de Mouta de Bela e para nascente a herdade de Almofala da Ribeirinha com um grande poço com nora
A represa
Será funda, mais de 3 metros, sem sinalética. Perigosa. Precisa de ser limpa e estudada e poderá vir a ser mais um ponto lúdico de água no concelho para banhos.
As gentes da Mouta Redonda como os meus avós, mãe e a minha sogra vinham do limite de Pousaflores para o Avelar, por aqui. Disse-me que havia um grande poço com escadaria e no fundo tinha água. Aventa ter sido no passado um poço de chafurdo, no tempo alargado para a represa atual.
Derivação da via de Antonino para sul e para a direita Chão de Couce
Variante da via que seguia para Chão de Couce e na esquerda o corte para a represa que dava acesso à quinta de Mouta de Bela
Via de Antonino para norte para a ponte romana do PontãoVoltei em agosto para ver se deslindava o marco.
Encontrei estas pedras deitadas na esquerdada via para sul
Desconheço se eram colocadas à direita ou esquerda.
O costado apresenta afloramento de pedras de calcario com arenito
Como coligi no complexo megalitico de Alvaiázere, como na mina da quinta e no sope da serra na Barroca à Serra do Mouro.No cimo uma vivenda contemporanea. Quiça ali houve um castro...
Muito obrigado aos colegas de jornada, nomeadamente à Dra Cristina Marques, da JFCC.
Pela partilha de um terreno da sua família na Serrada Mata, que menciona lagar velho hoje, restam umas ruínas que se mostram abaixo
Lagar tinha de haver água por levada - a que me corresponde - há ali há frente o Ribeiro e a ponte romana. Disse mais, que a autarquia tinha conhecimento.
A ponte mal se visualizava pela água e erva, estou em cima do seu tabuleiro apontado para a ponteO Dr. Salvador Arnault, fez abordagem no seu livro Ladeia, Ladera, de 1937 a uma ponte romana em terrenos agrícolas, sem a ter ido visualizar, pese ter havido uma avelarense que lhe escreveu uma carta a dar a indicação da ponte a 150 mts de uma pedra com inscrições, que admito seria um miliário... Leitura que logo me motivou interesse em perceber a ligação do troço catalogado na Togeira, para Chão de Couce, ao desplantar a passagem pelos Cômoros, e Ponte de Freixo há uns 5 anos, nas vezes que vou a Ansião a questionar um tio que mora nos Cômoros para falar com pessoas mais velhas para saber se sabiam onde era a ponte . Noutra caminhada com este Grupo, vindos de Casas Novas, para a Ponte Freixo, alvitrei já ter pensado entrar no leito seco da ribeira para ver se havia alguma ponte perdida... no dia seguinte voltei de carro com o meu marido às Casas Novas, segui uma estrada de chão plano para o Pontão, sem achar jeito de nada. Na semana seguinte graças a esta caminhada, e à partilha da Dra Cristina. finalmente entendi e conheci a ponte romana, que de outra forma pese tão próxima do Pontão, jamais a enxergaria, ao ter sido deixada em abandono em plano mais baixo à nova ponte do Pontão.
Haviam duas estradas a partir de Conimbriga para sul - Lisboa- Uma era esta, a merecer maior intervenção em limpeza como de estudo e sinalética. Não basta cortar os choupos. A única estranheza é que temos uma ponte de um belo arco em Chãos, sobre a Ribeira da Murta, em Ferreira do Zêzere, a servir o corredor para poente para Colipo, Leiria. A outra via de Conímbriga seguia por Soure, Redinha, Pombal, Santiago de Litem, Albergaria dos Doze, Rio Maior etc. Devalde sem acerto ainda por investigadores.
Voltei em agosto numa tarde de muito calor e deslindei a ponte
A ponte romana seguia para sul a favorecer habitats romanos, como o que falei e outro no Olival, na Arega.
No Alto da Serra dei uma aula sobre a Graa, bugalhos polinizados por um inseto, tomam a cor escarlate, depois de secos eram triturados em almofarizes, o seu pigmento era vendido muito caro para tingir tecidos para a igreja e nobres. Foi uma grande riqueza na centúria de 700 em Ansião. De que resultam os topónimos Gramatinha e Graminhal.
Muito obrigado a todos por me aturarem...dizia uma senhora para o meu marido... Você em casa deve estar farto de ouvir a sua mulher falar de história... Pois é paixão! Dele por mim e eu pela história.