sexta-feira, 8 de maio de 2015

Oeiras no ensejo comemorar o meu aniversário de 58 primaveras

Afazeres em Algés e na Câmara de Oeiras-, o mote de juntar o útil ao agradável em jeito de continuada comemoração do meu aniversário, festejado em Lisboa, desta vez partimos com bilhete zapping, o mesmo bilhete de comboio deu para parar em Algés e retomar caminho, no espaço de uma hora.Porque é sempre agradável revisitar Oeiras. O jardim onde decorre a feira de velharias onde vou amiúde, e o passeio marítimo também.Ontem, em grande caminhada pela zona histórica, na procura de almoço, passamos por outros restaurantes onde no passado comemos bem, um bom cozido há mais de 20 anos, neste prédio a necessitar de requalificação urgente, de porta  larga entreaberta, julgo agora só taberna...

Nesta rua comemos um dia umas petingas albardadas, uma especialidade com açorda.
 
 
Porque a cegueira era comer sardinha e não as havia, o meu marido descobriu um pequeno restaurante inserido na lateral do mercado onde havia carapauzinhos fritos, os saboreamos com um belíssimo arroz de feijão, onde não faltava  bocadinhos de pimento vermelho. Maravilhoso almoço, com salada e muito em conta. À quinta feira servem cozido. Promessa a de voltar de comboio e aqui comer de novo!
Edifício do mercado
Senti o núcleo central de Oeiras muito deserto...  
Igreja fechada,ostenta no portal a data de 1777.
Nesta taberna tinham servido cozido.O 1º andar com varandins em ferro forjado século XVII/I
Algum casario forrado a azulejos  pombalinos

Persistente o antigo marco de pedra que iguais existiam na beira das estradas a dar indicação dos km em falta para a próxima localidade.
Descobri uma quinta camarária ocupada parcialmente com parque de estacionamento sita no tardoz do casario com frontaria para a rua principal.
Aliás é coisa que não falta em Oeiras, são parques de estacionamento estranhos (?) inseridos em locais que deveriam ter outra finalidade.
Resistem de pé a palmeira esguia das primeiras a vir para Portugal trazidas no tempo das Descobertas, o moinho de lata de tirar água ainda uma frondosa figueira e uma buganvília roxa.
Fora de muros, supostamente pertença de outra quinta uma ruína com remate  de ameias, em jeito acastelada, um miradouro sobre o Tejo!
No meio de ervas descobri um poço tapado...
Tanque ou poço, só vi de longe, não me atrevi a chegar perto pelo desnível e ervas altas
 E um tanque em pedra
 
Quem andou sempre na minha companhia foi um belo cão de coleira, parecia perdido...
 
Laranjal inserido no que foi um jardim, ainda resistente uma roseira "Rosinhas de Portugal"

Nespereiras de volta delas andavam dois homens de raça negra, supostamente sem abrigo, para suprir carências...

Parede com azulejos de uma antiga cozinha? Deixei o cão a comer erva, para se depurar.
O acesso para a rua principal faz-se por entre casas com saída ao portal aberto
Mais fachadas de azulejo
Os nossos retratados reflectidos na vidraça da montra...
Muito património  na zona histórica em degradação...
Descobrimos outro sítio  num rua lateral para se comer barato
Não distingui muitos fios suspensos , estes abaulados são exceção...na falta de estética, que aqui devia ser privilegiada.
Uma varanda florida
Biblioteca Operária Oeirense 
Com muitos cursos, o que francamente gostei de ver.
O descanso merecido do gato em terras do Marquês!
A construção do palácio do Marquês de Pombal situa-se na segunda metade do século XVIII, sendo um projecto de Carlos Mardel, arquiteto húngaro, que havia de ter um papel privilegiado na reconstrução pombalina de Lisboa.


A entrada principal do palácio é feita por um amplo terreiro onde se situa o edifício da Câmara Municipal, o Pelourinho e um grande chafariz.
Placa mandada fazer pelo Automóvel Club de Portugal
A Rua do aqueduto é a antiga Estrada Real. 
O aqueduto de Cacilhas, nos  seus terrenos adjacentes encontrei outro parque de estacionamento...
Outros dos locais a salientar na Quinta Grande ou Quinta de Cima, é a Casa da Manteiga, a antiga vacaria, onde se produzia o leite e a manteiga e onde atualmente se produz o famoso Vinho de Carcavelos.
O que restam das vinhas  de  antanho do afamado "vinho de Carcavelos" junto do aqueduto, um pé  de videira altaneiro e  verdejante
 
A Ribeira da Lage. 
Uma figueira brota da parede de sustentação da ponte...
Para no futuro prevenirem cheias e enxurradas como no passado já aconteceu, estragando imenso os jardins, bastava uma máquina dentro do leito e retirar os calhaus rolados, deixando o leito desimpedido de pedras e entulhos, e mais fundo.
Flor de aranto, as folhas para mim são mais espetaculares do que a flor...
Quinta Grande ou Quinta de Cima  o grande pombal octogonal. 
Quinta de Cima hoje sob a tutela da Estação Agrónoma Nacional do Ministério da Agricultura está está inserida  a Casa de Pesca, que era do Marquês de Pombal
Não deixem de ver http://ruinarte.blogspot.pt/2014/03/a-casa-da-pesca-do-marques-de-pombal.html
Também aqui existe a grandiosa cascata do Taveira, aqui eram os pomares e a produção de madeira e de bichos-da-seda no tempo de antanho.
 
Resma de algodão libertado pelos choupos fêmea...
Uma fileira de boas oliveiras que deveriam ser podadas e apanharem a azeitona, já que são pertença da Estação Agrónoma Nacional...
O 1º brasão representa o escudo dos Carvalhos (tal como o do Marquês) encimado por uma mitra, o que indica a sua posse a um membro do alto clero e familiar da Casa Pontifícia, Pertenceu ao Arcipestre D. Paulo de Carvalho e Ataíde, tio do Marquês. 
O segundo brasão dos Marqueses de Pombal, sendo hoje seu legítimo titular D.Manuel Sebastião de Almeida de Carvalho Daun e Lorena, 9º Marquês de Pombal.
Ambos os brasões ostentam simbologia judaica em forma de estrela de várias pontas, muito usada por alguns da sua descendência, que o Marquês de Pombal pelos apelidos "Carvalho e Melo" não esconde.a que se junta arte e talento e mau caracter. 

Lamentavelmente a empregada da receção ao portão, encafuada num nicho fundo e escuro, se mostrou de falas  e gestos altiva, sem modos nem presunção para atendimento personalizado no que se espera ser a receção, no jardim do Palácio, no mesmo estilo, embora mudo e quedo, a colega da Loja, nem cumprimentos, nem tão pouco se dignou abrir a boca... 
Quem as escolheu supostamente se deixou ludibriar na falta de perfil ... 
Quem esteve bem -, a empregada da limpeza no edifício da Tesouraria, além de atenta, educada e cuidadosa, teimou limpar a casa de banho para eu entrar. Merecia aumento.De resto vi algumas janotas com fruta na mão, outras ao telemóvel na escadaria ou a desfilar pelos corredores, senti curiosidade  de as ver a trabalhar, se calhar fazem pouco... Já a senhora da Tesouraria, mostrou-se muito conservadora e eficiente, sem sorrisos, no desempenho cabal da sua função, com brio.
Nota-se um staf enorme que trabalha para a Câmara, um grande centro empregador do concelho , atendendo ao número de carros estacionados...Porém tamanha demasia seja antítese da suposta falta de profissionalismo numa maioria...
Uma boa aquisição  para o concelho, obra do Dr. Isaltino Morais
Belos painéis de azulejos pombalinos
Belos terraços


Vasos despidos de flores...
Lindos vasos a ornar a escadaria sem uma flor, ficavam bonitos com cactos tipo "arroz" que nesta altura do ano florescem numa panóplia de cores desde o branco ao amarelo, roxo, laranja e,...
Espécie perigosa, os ramos partem com facilidade
Triste constatar os canteiros a ornar a Ribeira da Lage sem qualquer flor ou planta...
Os jardins, planeados originalmente por Carlos Mardel no século XVII, são de influência francesa e inspirados nos do Palácio de Versailles.
Cascata dos Poetas 
Adornada por quatro bustos em mármore dos poetas admirados pelo Marquês de Pombal: Camões, Virgílio, Tasso e Homero.
Escultura de Neptuno ladeada por dois golfinhos
Entrada da antiga horta é limitada por pilares encimados com bustos de imperadores romanos. 
Também ao fundo ao longo da estrada vi um parque de estacionamento...
Fonte das quatro estações
Adega/Celeiro
Parque das Merendas
Obras de requalificação nas fachadas e sustentação de azulejos no rodapé, sendo que uma maioria já se perdeu para sempre 
Azulejos em esponjado a manganês e nas paredes a norte e a sul em verde, muito deteriorados
Lagar de azeite
Estranho o prédio moderno que deve ter vista panorâmica sobre o Tejo, junto a um moinho? Como foi possível a  sua construção???
Se já existia o painel de azulejo com o nome da Rua do Aqueduto, não era necessário colocar outra placa (?), o que me parece mal foi a colocação do poste da iluminação que deveria ter sido afastado um metro.Mas o que me parece mais correto seria dar o nome antigo, Estrada Real.
O Moinho de vento em lata 
Painel  de azulejos azul e branco com a ponte do comboio
Bons passeios com bilhete zapping, por 1,80 € é só vontade e partir à redescoberta!
Na Transtejo dei conta de três senhoras com mais de 80 anos, de cabelos alvos, muito velhotas a saborear bolos, estando de pé no quiosque...
Foram horas de bom lazer. Adorámos!
Fontes
Wikipédia
http://www.cm-oeiras.pt/voeiras/Turismo/MonLugHist/Paginas/PalacioseQuintas.aspx
http://tocahistoriar.blogspot.pt/2009/12/brasoes-da-quinta-dos-marqueses-de_11.html
http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=22656

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Artistas portugueses alegadamente vivem aflição monetária...

Não tenho nada contra a vida artística, nem contra os artistas, no entanto constrange-me assistir na televisão pública à suposta aflição financeira que se constata na atualidade " coitadinhos, alguns a viver em aparente penúria(?)". Segundo se faz crer, o tema parece antigo em várias profissões, em que se ganhou  muito e se esbanjou demais, acabando alguns na miséria, lembro-me de futebolistas.
Na televisão em sequência semanal tem aparecido amiúde, em entrevistas, vários artistas do teatro e telenovelas, mas claro não vejo todas as tardes a TV.
Gostei de ouvir do Camilo de Oliveira com mais de 90 anos, a dizer que se preparou na vida para ter uma reforma aceitável.Um bom exemplo!

Dei-me conta do Joel Branco que falou do bom dinheiro ganho numa peça em cena muito tempo, dirigida por Filipe La Féria, supostamente comprou nesse tempo a sua vivenda na falésia dos Capuchos na Caparica (?) onde segundo afirmou presenteou amigos com refasteladas festas e, neste agora sem as poder continuar a dar, transpareceu estar a atravessar um mau momento financeiro (?) . Sendo também artista, pintor, homem nascido no Porto, o seu pai veio traze-lo a Lisboa para se inscrever em Belas Artes, enveredou pelo teatro e cantorias, neste agora de pouco trabalho (?) seria uma segunda fonte de rendimento, digo eu. 

A Lia Gama lastimava-se naquela voz altiva " tem uma pequena reforma na ordem dos 300 euros, viu a renda da casa ser atualizada 200%, tendo de  continuar a trabalhar ". Ora se a renda foi atualizada, imagine-se os anos que pagou uma bagatela (?) em Lisboa, o que se compreende poder ter viajado por Paris, Nova Iorque e outras modormias...

Há dias uma entrevista na TV sobre o Bairro Operário do Olho de Boi em Almada, em que o dono do espaço reivindica a sua devolução, supostamente para requalificação urbanística, bem merecida seja, que por ali tudo é um marasmo em aparente ruína. Uma das pessoas que deu a cara foi um ator conhecido do teatro e telenovelas, cujo pai era trabalhador da empresa  que encerrou portas  há anos. Ao que parece se esqueceram dos moradores que continuaram a pagar a renda, sendo que há muito nada pagam.
O ator ficou a viver em casa dos pais até hoje, no seu dizer "acordar de manhã e ver aquela paisagem, o Tejo e Lisboa, até dá vontade de trabalhar" ...ainda tem estacionamento privativo, onde não faltam bons carros e jipes, e quem quiser trabalhar no duro da agricultura pode ter hortas para cultivo de produtos biológicos. Ora se o ator não paga renda, nem a mãe-, é suposto ambos terem gorda poupança (?) e sem medo nem receio em  ter de se mudar para outro aluguer, ou não? Na zona histórica de Almada há bom casario remodelado ou para remodelação a bom preço e com vistas, e até menos perigoso, sem a descomunal arriba fóssil, que se não for solidificada como outra já o foi parcialmente, pode um dia destes acontecer um acidente.

Francamente  indignada por ainda haver gente que toda a vida viveu em casas de outros, sem pagar renda, ou uma ridicularia, e ainda exigem direitos(?), não me parece correto!

No pior o pedido de ajuda na página do Facebook da Florbela Queirós, que um  comum amigo partilhou e eu comentei.
Já não tenho o texto, ao que parece o Tristão da Silva não simpatizou, ou alguém das suas amizades, lhe soprou ao ouvido no jantar que lhe fizeram para angariação de fundos num restaurante para as bandas da Charneca de Caparica-, dias depois bloqueou-me do seu grupo de amigos!
Os comentários eram todos muito favoráveis na ajuda à "coitadinha da Florbela" enquanto eu me limitei a ser sincera, no meu implacável estar de frontalidade e educação, comecei por pedir desculpa de discordar com os demais acrescentando " acreditando que educou bem o filho, este se veio no tempo a deseducar " fazendo eco às notícias publicadas em revistas, sobre o dilema com o filho e a nora brasileira , supostamente lhe destruíram a sua vivenda, tema por ela corroborado no programa da tarde na TV no Herman, ainda falou do julgamento e da condenação em Tribunal, ficando sem se perceber, se os culpados(?)  não são obrigados a indemnizar os estragos avultados (?).
Acontece que a atriz é a segunda vez, ao longo da vida, que eu tenha assistido, que usa a televisão em direto, para solicitar ajuda financeira para si. Sendo que da primeira vez estava também sem trabalho, tendo sido prontamente ajudada  ao ser contratada para uma revista(?). Já antes tinha arranjado alternativa financeira para se suprir enveredado na área esotérica e Reik(?) sobre o tema li anúncios nos jornais, fazendo consultas e, por isso suplemento de rendimentos.
Agora veio pela segunda vez pedir não só que a contratassem para falar na televisão, fazer teatro e ainda na ajuda financeira, porque tinha uma divida de 25.000€ em cartões de crédito, e a casa toda vandalizada, inabitável.
Entretanto já estava agendada a surpresa do programa "Querido Muda a Casa"  que lhe vai fazer obras parcialmente, seria avultado fazer o total (?) supostamente irão recuperar o essencial: cozinha, sala, um quarto e os dois consultórios -, aqui interroguei-me a razão de arranjarem os dois consultórios, o que deixa no ar haver outra pessoa a trabalhar em conjunto com ela(?).E isso não soa bem!
Não que eu tenha nada haver que alguém lhe queira dar ajuda e prestar outros préstimos. Mas havendo uns e outros pagantes a contribuir com dinheiro ou trabalho para lhe solver percalços infringidos por terceiros, que de outra forma por si só jamais o conseguiria-, mostra se tratar de outra coisa ao contratar uma desconhecida da Mídia, no ramo da adivinhação e afins, supostamente para aparente ganho de maior lucro, limitando-se ela a dar a cara  conhecida aos consultórios (?).

O que não partilho de maneira nenhuma é se dar oportunidades na televisão a artistas a viver supostamente em "maus lençóis",  sem trabalho, sendo que alguns se valem das amizades de outros colegas do meio, neste agora com trabalho remunerado na Televisão Pública-, sendo que a Taxa do audiovisual  é paga do bolso de todos nós e condomínios, desde que a fatura da EDP seja superior a 400 kw ano. Sendo o que constrange  é sentir ter proliferado tanta miséria em virtude da recessão e do desemprego, mas também  é deprimente assistir no dia a dia, descaradamente, pedidos de ajudas, para alguns, quando os outros ditos não artistas, sem amigos na Mídia, tem de se desenrascar como podem através da Caritas, igrejas, autarquias, demais apoios comunitários e ainda pedir  de mão estendida na rua ou comer os restos dos outros retirados dos caixotes do lixo.Desigualdade injusta sendo uns filhos e outros enteados!
Também porque existem milhares de pessoas neste País, a viver tal como os artistas, os mesmos problemas financeiros, onde também o desemprego bateu à porta não de um, mas do casal, com filhos menores, e ainda outras pessoas a cargo, "sobrevivem sabe Deus como à míngua" com a ajuda da reforma dos pais e de dádivas de várias associações da especialidade contra a fome, tendo neste País de Direitos e Obrigações o mesmo Direito de vir à televisão pedir ajuda -, mas quem lhes dá antena? Salvo raras exceções há programas que dão umas "migalhas" a gente muito necessitada - a substituição de um electrodoméstico em mau estado ou avariado e, uns sacos com produtos alimentares ou roupa, para ficarem bem na fotografia, claro que fazem momentaneamente pessoas felizes. Por isso devia haver mais dádivas.

O Tristão da Silva, cantador de fado, de voz gaga, o conheci como colega, em categorias profissionais diferentes, no Banco Pinto e Sotto Mayor na Rua do Ouro, na década de 80/90, reformou -se cedo, aquando da reestruturação informática (?). Segundo o seu testemunho passou uma fase difícil depois de sair do Banco, em que teve de lavar vidros de montras na baixa de Lisboa para sobreviver, porque tinha a mãe a seu cargo e a mulher.Ora para mim qualquer trabalho é digno, porque é trabalho remunerado! Indignou-se com o meu comentário no Facebook, dizendo que neste agora há artistas conceituados a viver muito mal, a que respondi  "tenho pena" -, o problema é que desde sempre se pagou acima da média aos artistas, sendo que uma maioria nada descontou para a Segurança Social, havendo outros que descontaram pelo mínimo exigido. E quem não pagou ou descontou pouco,  ficou com mais dinheiro no bolso para gastar e, quando o certo seria ter poupado algum a pensar na velhice. Outros vêem agora com lamentos apesar de terem mais de 65 anos, na saga de ter de continuar a trabalhar, porque recebem de reforma pouco mais de "300 e picos euros"...Quantas pessoas que se fartaram de trabalhar de sol a sol, auferem reformas iguais ou ainda inferiores e sobrevivem ? Porque não sei se os artistas tem Sindicato que os proteja na vida ativa e na velhice-, se não tem, deviam ter e, se tem, há muitos anos que deveria ter o empenho em lutar pelos interesses e obrigações dos seus associados para solver estes percalços! 

Porque em grande maioria, os artistas quando vêem à televisão falam  com gaúlio das viagens que fizeram pelo mundo, das boas casas que compraram, da panóplia de carros, das festas, esquecendo-se dos demais que também gostariam de ter tido uma vida de fausto, mas nunca ganharam o suficiente para poder usufruir das mesmas regalias que o dinheiro compra .
E este é um grande dilema, porque nunca descontaram o que deviam como todos os trabalhadores por contra d'outrem, porque se o tivessem feito na fonte, hoje as suas reformas seriam suficientes para viver com dignidade.E mais, estariam em casa a descansar, a passear, a fazer o que lhes desse na real gana ,deixando o palco e o estrelato, para os jovens e outros de meia idade, que também precisam de trabalho, sendo o certo dar espaço aos mais novos.

Triste é ainda constatar a  contínua saída de milhares de jovens para o estrangeiro para sobreviver, para terem direito a uma vida de trabalho digna e social, já que o seu País que lhe deu formação académica, não teve empresas bastantes para os angariar no mercado de oportunidades oferecendo emprego com ordenado decente. No mesmo triste constatar outros, como eu, obrigados a poupar toda uma vida, no gosto de ter um "pé de meia" para acudir a uma emergência ou para solver problemas  com a manutenção de imóveis, já que nem todos podem contar com o "Querido Muda a Casa", sabendo que jamais tal benesse me venha a calhar um dia em rifa", poupar foi desde sempre e, neste agora com orçamento  mensal mediano, a palavra certa-, no meu caso viajei em tempos e neste agora viajo cá dentro e a pé muitas vezes, porque as duas situações não são compatíveis.Há três anos foi um telhado 5.000 euros, agora vai ser uma calçada 3.000€ e, depois....Há sempre qualquer coisa, para não falar do IMI na ordem dos 950€.

Caricato é haver gente neste País ainda tão limitada sendo que decorridos mais de 40 anos depois de abril, do ganho da liberdade e do conhecimento da globalização "ainda não se enxerga, pior, sem dois dedos de testa que não tem consciência do valor do dinheiro" - a propósito de um comentário de uma amiga do Tristão da Silva, que me afronta - "dizendo à laia de gozo, que eu daria uma boa ministra das Finanças"...
Pois acaso tivesse seguido Economia, não me chocaria o cargo! Sou do signo "terra" sendo que me sinto bem segura se tiver poupanças. Os meus primeiros dinheiros foram ganhos do meu pai, ao tempo não havia mesada, recebia 50$00 para fazer um turno no PBX do Correio à minha mãe, das 8 à meia noite, tinha dez anos. Ganhava 25$00 por fazer um  turno de dia, ao sábado ou ao domingo à chefe D. Maria Augusta.Depois do meu pai falecer, andava a estudar, até contratarem uma senhora para a limpeza do correio, em 73, fiz um mês a limpeza-, rica com o meu ordenado no bolso, meti-me na camioneta a caminho de Coimbra, sozinha, a minha primeira vez, tinha 16 anos, comprei prendas para todos que gostava e ainda me sobrou dinheiro.Mais tarde com 19 anos, viria a trabalhar como assalariada a prazo, na secretaria da telefónica em Coimbra, vivia num quarto, todos os meses punha de lado uma parte do salário que recebia à boca do cofre, ao tempo só tinha duas saias, que mudava à quarta feira...
Isto para dizer  que se é muito mais feliz sabendo que  se tem uma economia, para acudir a uma aflição, do que viver com dividas, pior, sem vergonha, gastar desalmadamente sem amanhã e, depois  para se salvar simplesmente o que lhes resta é pedincha descarada. Sim, porque para se pedir é preciso não ter vergonha nenhuma, antes descaramento, sendo que acredito haja pessoas que pedem súplica e humildemente, em detrimento do que não deve ser feito-, jamais roubar!
A mim sempre me custou imenso pedir fosse o que fosse a alguém.Gosto mais de ser generosa!

Porque há gente que gasta acima do seu limite,  nunca poupou . Na verdade jamais foram estrategas da sua própria economia, apesar de haver alguns que se esfalfaram em vários trabalhos, no troco imerecido - quanto mais dinheiro entrava nas suas casas mais gastavam!

À laia de conversa de remate veio-me à lembrança um casal que se sente rico com os 10.000 euros da herança da morte dos progenitores, apostou no mercado de ações , teve a sorte de ver duplicado o valor investido. Se tivessem cabeça (?) teriam posto uma boa parte em poupança, mas a primeira coisa que fizeram foi adquirir um carro de gama alta, para passear  por cá e por Espanha, sem sequer ter garagem...
Habitando uma casa cuja renda na ordem dos 50 euros, sendo o seu orçamento mensal  de 1.500 euros, diga-se em abono da verdade uma verba suficiente para  se viver razoável e dignamente e ainda poupar. Mas não, a vaidade é demoníaca.Imagine-se o inusitado com um evento familiar "para não ficarem mal na fotografia" resolveram fazer um empréstimo de 1.000 euros para acudir às despesas extras. Depois tiveram obras numa casa na terra e outros encargos extras, ambos sendo solucionados com empréstimos a taxas altas. Só que não contavam com os cortes na reforma mantendo na mesma a conduta do gasto do dinheiro mal gasto, e agora em desgaste financeiro e agonia total, nesta vida sem dinheiro, a contar tostões "de corda na garganta"  com atrasos nos pagamentos das despesas domésticas, prestações, comendo frugalmente em idade avançada, sentem-se em depressão!
E o problema reside precisamente em  haver gente que sempre gostou de mostrar uma coisa e na verdade é outra bem diferente, que não sabe administrar os seus bens, nem gerir o rendimento mensal, não aprende com os erros, caindo no facilitismo dos empréstimos fáceis e nas contas ordenado, que uma primeira vez sanadas com novo empréstimo, fica-se bem-, só que começam de novo nos gastos a galope, caiando irreversivelmente nos mesmos erros, numa contínua  vida de "Román de empréstimos" para liquidação de outros, sem fim à vista, estoirando a saúde, porque não há corpo nem mente, que resista ao incumprimento de dívidas, com as consequentes cartas de aviso, telefonemas e receio de penhoras-, "numa casa onde falta o dinheiro, todos ralham e ninguém tem razão, sendo que todos é farinha do mesmo saco"...E isto é que doí assistir -  filhos mal educados, que as mães  super protegem, sempre lhes fazem as vontades, dia sim dia não, batatinhas fritas com bifinho e, as sobras da travessa para os pais que aviam o estômago com sopa e cobrem as batatas frias ressequidas abarrotar de maionese...ainda do dinheiro dado às escondidas para o tabaco,  lhes fazem a cama, passam a roupa, resolveram, sem resolver o essencial ,que é ENSINAR PARA A VIDA, fazer deles homens capazes de se orientar e lutar por si só e, não um homem de fato e gravata, mas que nu, não passa de Menino da Mamãe...PiliKonas!
Neste caso a solução  seria deitar o orgulho de lado e, sem vergonha descer do pedestal fictício de abonados, desistindo de um dos carros, ficando apenas a família com um. Se em casa, um dos três tivesse clarividência, bom senso e, admitisse o que tem de ser feito -, na venda da viatura do filho, sanava parte da dívida, sendo a restante restruturada num empréstimo pessoal no seu Banco, porque são os Bancos, ainda o sítio certo para se pedirem empréstimos.Mas não admitem sequer tal hipótese!
Não que seja dona da verdade-, mas para mim o certo é estudar, aprender uma arte profissionalizante, e se fazerem sem medo ao mercado do trabalho com dignidade e, paralelamente  se for possível desempenhar o papel de ator ou afins, porque apenas a profissão de ator, é um risco imenso há muitos anos, pela contínua onda de gente com talento que aparece em todas as áreas, a cada dia, por isso só continua cego aquele que não quer ver!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Dia do Trabalhador na visita ao Santuário do Cristo Rei

Há 41 anos, feriado fui de carro com a minha mãe a Coimbra, para comprar salgados e bolos para levar no farnel da 1ª excursão à Serra da Estrela organizada pelo Externato em Ansião no dia seguinte. A gasolina foi-nos vendida à socapa, depois de muita súplica, atrás da bomba, para meu espanto os ranúnculos do pedestal do "mata frades" António Joaquim de Aguiar, estavam todos arrancados, derramados pelo chão com muitos panfletos e gentes de um lado para o outro...Não compreendi nada, tinha 16 anos! 
Houve anos que fui à manifestação na Alameda.
Depois havia de me cansar de tanto alarido, de pouca mudança neste País de oportunistas e gente reles!

Em caminhada pela manhã a ganhar apetite para a favada do almoço, até ao Cristo Rei.
 Avistei no Tejo golfinhos pintados nas sapatas dos pilares da ponte
Na arriba fóssil muito funcho florido em maio, a imitar as Maias
Toda a falésia do Cristo Rei agora de cara lavada com vedação de segurança, arruamentos, bancos de pedra, via sacra e muita oliveira.
 Imensos cliques de turistas nesta paisagem avassaladora.

Sob névoa encoberta , havia  excursões, uma delas com turistas alemães. Pelo Tejo desfilavam ao despique três semi rígidos carregados de gente, ainda um antigo cacilheiro com turistas e pelo ar um helicóptero de passeios.
Teimei perante os visitantes subir ao pedestal da estátua, para a imitar na ligação do abraço, neste DIA DO TRABALHADOR, a imagem que deixo a todos aqueles que humildemente trabalham e não se resignam, seja nas poucas regalias e nos ordenados baixos, neste País de patronatos, de modo geral vígaros, oportunistas, sem valores, que se valem descaradamente dos mais fracos para enricar milhões!
Desde ontem estacionado em Santa Apolónia um paquete da família Queen Elisabete
Hoje, 1 de maio, também é aniversário da estação de Santa Apolónia, construída num antigo convento, inaugurada em 1865, perfazendo 150 anos. 
Local de chegada e partida, com monumento dedicado aos emigrantes, lápide da viagem de Humberto Delgado, também foi palco da viagem de um Papa até ao Porto e,...
Tantas vezes por aqui  sempre descubro fósseis com milhões de anos.
Descobri uns fragmentos de faiança, o de riscas em azul clarfo é bem antigo, possivelmente século XVIII(?) e um de azulejo igual aos bancos do jardim da quinta da Arialva, que fica no sopé da falésia...
Banco forrado a azulejo do jardim da Quinta da Arialva mandada edificar em 1757(?) por João O'Neill, nobre irlandês, católico e exilado que aqui se estabeleceu com um negócio de produção e armazenamento de vinhos.
Sobranceiro ao Tejo o que resta da bucólica casa de chá(?) da quinta e no tardoz os bancos que fotografei há anos.
Foto da construção do Cristo Rei patente na exposição no santuário
 Na envolvente deparei com novas infraestruturas que desconheço a função futura.
Olival em flor. Lamentável não ser aproveitada, pelo chão ainda resiste azeitona ressequida do ano passado...Bem podia a direção do Santuário ou doar ou mandar apanhar a azeitona. Se a Câmara recuperasse ao fundo da falésia o antigo Lagar de Varas  na Quinta da Arialva
O certo era fazer de raiz um para azeite, seria aposta certa, porque há muita oliveira no concelho cuja azeitona não é aproveitada, e devia
 Parque de merendas, onde não faltam mesas cobertas com bons toldos
Em redor integrado no Campo de Futebol de Almada, o moinho, o último de antanho
 As canas fazem vedação a uma Quinta do Pragal
Muro pertença do antigo Forte de Almada, onde ainda é visível aglomerado de fosseis que um dia destes é coberto a cimento e se voltam a esconder por anos.
Vila Foles no Pragal
Apanhei capuchinhas em cores alegres em tons de laranja para enfeitar as minhas jarrinhas "casca de Cebola"
Fontes
http://lugaresdealmada.blogspot.pt/

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