domingo, 21 de junho de 2015

Palácio Rosa ou do Marquês de Ponte do Lima na Mouraria

Mouraria onde me deparei com o que resta do jardim do palácio do Marquês de Ponte do Lima e não de Lima.
Ruína do jardim envolta em  milhenta trepadeira de petúnias-, delicioso manto verde em contraste azul arroxeado, sentido ao calor abrasador do entardecer , onde extasiei perdidamente o olhar!
"Muro da cerca do palácio dos Marqueses de Ponte do Lima. Aqui havia um jardim. Hoje é um matagal, fácil pasto de qualquer catástrofe."
"O Palácio da Rosa assenta sobre a casa nobre quinhentista que pertenceu a Luís de Brito Nogueira, senhor dos morgados de S. Lourenço, em Lisboa, e de Santo Estevão, em Beja. Por casamento, o Palácio entra para a casa dos Viscondes de Vila Nova da Cerveira, e Marqueses de Ponte de Lima, título outorgado ao 14.º Visconde. Igualmente por casamento, entra para os bens dos Marqueses de Castelo Melhor. Destruído quase na totalidade pelo Terramoto, foi reedificado no Séc. XVIII. 
O Palácio da Rosa permanece na posse da família, até à sua aquisição pela Câmara Municipal de Lisboa." 
"Aspeto do recém-classificado Palácio da Rosa. É hoje Imóvel de Interesse Público. Ainda bem. O palácio dos Marqueses de Ponte de Lima na Mouraria, é um dédalo de vestígios bem anteriores ao terramoto, janelas e portas quinhentistas, elementos barrocos e rococós, painéis de azulejos setecentistas e oitocentistas. O vínculo que levou à construção deste palácio data do século XIII. Classificado ou não, o seu valor histórico e presença num dos mais antigos bairros da capital é incontestável. A sua recente história é uma vergonha de compras e vendas, hotéis e não hotéis, retorno ou não do investimento.
Desde 2003 que o seu destino se joga nos amanuenses que despudoradamnete negligenciam o que Lisboa tem de excecpional."

Terraço com platibanda balustrada com uma vista soberba ...
Igreja de S. Lourenço pertença da CML, sem serventia fechada!
"Nota-se uma porta ogival. Resistiu aos diferentes terramotos que assolaram Lisboa. 
Não resistirá aos desmandos da razão humana."
"Fachada nobre do palácio dos Marqueses de Ponte de Lima. Entre vidros partidos, janelas e portas entaipadas, redundantes avisos de segurança para obras que não existem, é o caricato o novo selo deste belíssimo exemplar de arquitectura aristocrática lisboeta. "
Já conhecia o palácio, agora com novos arruamentos, torna-se mais agradável a visita, faltou-me na lateral subir as escadinhas para o conhecer no seu tardoz. Ficará para outra visita.
Notei a retirada de placas das fachadas, ficando a mancha nas paredes das mesmas. 
Apenas vi a da igreja que menciona património da CML
Qual será o futuro deste palácio? Especula-se um hotel de charme.
"Pedra de armas dos Marqueses de Ponte de Lima. 
Elementos barrocos e rococó.
Notável composição que não é das mais comuns na nossa capital."
"Porta da entrada nobre. Avisos para quê? Já ninguém aqui trabalha de forma continuada. Na pressa do abandono, nem os cartazes se retiraram."
Palácio da Rosa, sala de jantar, Armando Serôdio, s.d, Arquivo Municipal de Lisboa, AFML - A63954
Palácio da Rosa, sala de jogo, Armando Serõdio, 1968, Arquivo Municipal de Lisboa, A63951
Palácio da Rosa, sala do trono, Armando Serôdio, 1968, Arquivo Municipal de Lisboa, AFML - A63953

O pátio era revestido com azulejos XIX ao gosto XVIII, como se veem iguais no Palácio do Marquês de Pombal em Oeiras, com cenas de caçadas e outras e o átrio  era revestido a azulejos XVII, e a escadaria azulejos séc. XVIII.A maioria dos painéis foi saqueada , lamentavelmente!
"Atualmente, o Palácio da Rosa pertence a um grupo hoteleiro madeirense, tendo sido adquirido em hasta à Câmara municipal de Lisboa.
Já há algum tempo, era objetivo da Câmara Municipal de Lisboa disponibilizar o Palácio da Rosa, por um determinado período de tempo, a um grupo hoteleiro que o recuperasse e usufruísse dos dividendos, já que a autarquia não tinha dinheiro para tal. No entanto, com o executivo actual, as prioridades mudaram e foi resolvido proceder-se à venda.
Apesar do objectivo de aí se instalar um hotel de charme, a verdade é que o futuro do Palácio da Rosa é um tanto incerto pois, para que tal acontecesse, seria necessário que aí fosse construído um Parque de Estacionamento, tal como é obrigatório por lei. No entanto, segundo o Plano de Ordenamento do Território, nesse local será impossível a construção do dito Parque de Estacionamento.
Como tal, resta-nos esperar para ver o que o futuro reserva para este imóvel que se encontra em estado adiantado de degradação."
  • No gaveto do jardim do palácio ao lado da escadaria coberto de trepadeiras, podia suster um parque de estacionamento em cilo(?), e um elevador panorâmico, mas sou eu a dizer, não choca a paisagem ladeada por escadaria renovada...
Supostamente empresas em processo de insolvência, aguardam ansiosamente que se esgote o prazo estabelecido por lei,  para arrancar finalmente obras em muitos sítios ...na mesma situação que aqui se encontra a frente ribeirinha do Ginjal em Cacilhas.

Fontes
http://revelarlx.cm-lisboa.pt/
http://cidadanialx.blogspot.pt/
http://www.azulejoportugues.org/
http://www.historiadeportugal.info/

sábado, 20 de junho de 2015

Volta pelo Regueirão dos Anjos à Rua de Santa Bárbara

A toponímia atesta fartura de águas  sulfatadas calcárias, provenientes da Ribeira de Arroios -, o Regueirão dos Anjos, descia o vale ao Intendente,  Rua da Palma e  desaguava no Rossio, supostamente afluente dum braço do Tejo.
Regueirão dos Anjos, no tardoz do Banco de Portugal, na Rua Frei Francisco Foreiro, descobri mais uma brutal chaminé, segundo informação de uma leitora Manuela Mendonça que passo a citar:
"No Regueirão dos Anjos a brutal chaminé era de uma metalúrgica muito antiga chamada "Fabrica Portugal" clique no link e verá a história da fábrica. Onde hoje é o Banco de Portugal eram os serviços administrativos e loja da Fábrica. http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2013/07/fabrica-portugal.html "

Não deixa de não ser interessante a casualidade do nome da antiga fábrica (Portugal), produtora de camas de ferro, ainda tão vivas na mente de muitos de nós , entre outros produtos para o consumidor , no mesmo  local da escolha para a construção do Banco de Portugal.
Escadaria de acesso ao Regueirão dos Anjos
Rua Passos Manuel
Fachada  de um prédio com falta de azulejos, tendo sido em parte outros, mas  repostos a esmo...
Pequenos jardins junto do pé das árvores que deveriam ser bem podadas e não as deixar crescer em altura...
Grande probabilidade destes belos azulejos relevados em verde serão fabrico da Fábrica do Desterro(?).
Jardim Constantino-, em homenagem a Constantino José Marques de Sampaio e Melo, um dos maiores floristas de Portugal, conhecido por Rei dos Floristas.
Este jardim possui uma árvore única em Lisboa, a Melaleuca styphelioides Smith, vulgo árvore-papel. 
 Jacarandá ainda  com cachos floridos em  cor de alfazema
árvore da borracha
 Possui também, num dos seus canteiros, uma estátua de  Prometeu.
Deixei o jardim para me sentar numa esplanada de uma pastelaria, porque o Vicente adormeceu, e claro aproveitei para devorar uma bola de Berlim, já tinha nas pernas uns 6 quilómetros aviados, por causa da greve do Metro.Regalei-me com as calorias!
Neste compasso de tempo não pude deixar de apreciar um homem na casa dois 70 anos, bem vestido, em constante vaivém na calçada, sempre a falar ao telemóvel, para cima e para baixo, num entra e sai; da pastelaria e da farmácia, cariz carregado e visivelmente nervoso-, às tantas deu para entender a suposta aflição de conversa com o gestor de conta, para venda de ações (?), dizendo-lhe "o BCP està a subir 0,1 é uma merd...mas não deixes de estar em cima"...
O Vicente mal acordou , de novo nos pusemos a caminho a calcorrear o desconhecido...
Nesta casa a falta de reboco evidencia a existência de arcos revestidos a cerâmica doutra estrutura antes do terramoto? Ou após , tendo sido amputada para rasgo da rua(?)
Na procura da Rua de Santa Bárbara, nomeadamente de um palacete propriedade da câmara, que ouvi dizer foi uma pechincha (?) por ainda nele morar um inquilino, no âmbito do projeto Recria, compra e paga depois, supostamente adquirido por pessoa hoje sobejamente conhecida no meio político, tendo iniciado o mercado de trabalho, como bengaleira, em clubes no Bairro Alto.Foi-me informado que seria perto de uma Embaixada, sendo este defronte da Embaixada Italiana, poderá ser este?
Rua de Santa Bárbara do lado da árvore, tudo me pareceu em brutal degradação, o muito casario velho por reabilitar, outrora teria sido quiçá bucólico (?) pelo mote dado pelo terrado do largo debruado a varanda em ferro forjado, que o liga à rua e ao que resta da fiação. Ora tenho de voltar para mais descobrir.
Descobri o que resta de uma fábrica, julgo!
O sol sentia-se forte, hora de voltar a casa.

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