quarta-feira, 22 de julho de 2015

Munícipes de Arroios e Av ª Novas na reunião descentralizada da câmara de Lisboa

Na sequência da minha crónica "Participe nas Escolhas da Freguesia, urge revitalização urgente o Bairro Inglês " enviada via email à presidente da Junta de Freguesia de Arroios, Dra Margarida Martins-, gentilmente me respondeu " Li o seu blog.Lamento que não tenha conhecimento da competência de cada entidade.A maioria dos assuntos descritos, ou são de entidades particulares, ou da CML, ou de outras juntas de freguesia.Como por exemplo Rua Cidade Cardiff, que do lado direito quem sobe, pertence a Junta de Freguesia da Penha de França. Pedi as Equipas do Espaço Publico, da Área Social para informarem V. Exa., como atuamos nas diversas áreas"
E, também reenviada ao vereador Dr Sá Fernandes, mas sem resposta!

Lamentavelmente fiquei à espera que o staff da Junta de Freguesia de Arroios me enviasse a informação, debalde não enviou, a que acresceu culpa minha, ao não ler o edital como o mesmo o merecia, nesse pressuposto deixei passar o prazo para apresentar as minhas queixas e soluções, nomeadamente, para o Bairro Inglês. 
Contudo não quis deixar a oportunidade de assistir à reunião que decorreu no Lisboa  Ginásio Clube aos Anjos. 
Ao chegar dei conta do Dr Sá Fernandes estar na frontaria  a fumar com outros, subi ao 4º andar, constatei a sala em anfiteatro estar cheia, havia fotógrafos, e  uma mesa onde estava o  Sr. Presidente e o Vice da edilidade , Vereadores e staff. Na primeira fila distingui a presidente da Junta da Freguesia de Arroios, a Dra Margarida Martins.

Fiquei sentada num hall onde havia um televisor e mesa com água e bolachas.No pior, o barulho dos ginastas, os gritos e alvoroços, que à aquela hora não eram compatíveis com o desenrolar da reunião. Desconforto, o grande o vaivém da entrada e saída das casas de banho...
Percebi que se tinham inscrito 20 munícipes para apresentar as suas queixas/propostas.Cada um tinha três minutos, mas muitos o ultrapassaram.Sendo que a reunião começou à hora marcada 18,30 H, eram 8,30 e ainda só tinham ido à tribuna apresentar os seus argumentos sete munícipes. 
Temas abordados que assisti: 
Plano de acessibilidade pedonal-, Uma mãe furiosa, queixosa, com uma filha com mobilidade reduzida , fechada em casa,queixava-se insistentemente com a zona onde mora , pelas más condições para sair com a filha, que ia fazer um filme e,... já estava a falar quando cheguei, julgo seria na zona da 5 de outubro(?)....O presidente depois de a ouvir pacientemente, disse-lhe que a zona onde mora até nem é das piores em relação a outros munícipes, e que os passeios de fato não tem sido ao longo dos tempos estudados para cadeiras de rodas, carrinhos de bebé, pessoas de mobilidade reduzida, invisuais.A utilização da calçada portuguesa, que tanto engrandece a cidade, por ser genuína,peca por ao longo do tempo ter sido utilizada a pedra calcária, de erosão rapida, que em sítios de declive, com gordura das árvores e do lixo, facilmente se escorrega, e os acidentes são uma constante.Ele próprio já caiu!
Um dia destes a passear pela Penha de França na brutal decida da Rua Poço dos Mouros, reparei que a calçada foi refeita com alternância de pedras com outra textura (granito?) que dão uma apetência fantástica ao se caminhar nela, não senti medo de cair.Um bom exemplo a seguir!
Concertos no Largo do Intendente
Queixas do consequente barulho forte e estridente que estremece vidros e cria depressão na faixa etária idosa (?). Que ninguém quer alugar na zona e,...
O presidente respondeu que estão atentos ao possível transtorno, tendo sido reduzida uma hora, em relação ao ano passado, passando os espetáculos a terminar pela meia noite. (Se a munícipe reclamante, dona de um prédio em obras, se aproveitar a onda das obras e substituir a caixilharia, apostar em vidros duplos, concerteza vai notar substanciais diferenças de barulho). Mulher intempestiva na argumentação, falou com desdém do sítio onde mora, quando de mal, neste agora, há pouco, quase nada a apontar à nova vida do INTENDENTE, porque só é cego aquele que não quer ver ,e com isso se repetia , perdida no platô, até que o presidente lhe calou o bico...  "a repetição não qualifica a argumentação"...

Estacionamentos grátis 
Um jovem munícipe da zona de Santa Bárbara, queixava-se por não haver lugares disponíveis para se estacionar grátis, ao estacionar indevidamente viu o seu carro ser rebocado com a consequente multa onerosa, julgo 160€ (?) . Responde-lhe o presidente, se tivesse aderido ao lugar de residente, além da taxa do pedido,  acresce a taxa de 12 € ano o que lhe daria para pagar uns 12 anos...
Apesar de haver mais dísticos do que lugares de estacionamento,o que faz pensar muitos terem segundo carro e até terceiro, o presidente de EMEL estando presente, falou sobre situações abordadas pertinentes e, na possibilidade de se criarem lugares grátis. Uma boa notícia.

Os buracos no asfalto
Ainda um munícipe não tinha terminado a sua apresentação do mau estado do piso no local onde habita desde sempre, o Largo do Leão, já se fazia chegar em mãos uma folha dando-lhe nota do começo da obra isto sim é eficiência, a articulação do staff administrativo em atender rapidamente a reclamação, com tremendo sucesso, que deixou todos de boca aberta!
Sobre esta temática, o presidente trazia na manga boas novas-, nos próximos dois anos vão ser melhoradas vias, as de paralelepípedo, más apostas do passado, algumas ainda foram cobertas por alcatrão, (faltou dizer que ao subirem o asfalto em relação aos passeios, penalizaram as saídas de águas dos algerozes que ficaram tapadas, com isso quando chove muito, as águas espalham-se pelos passeios e quem caminha inunda-se... o que foi no passado um bom serviço, dos canos passarem por debaixo dos passeios, agora é vê-los cortados a descarregar diretamente para a calçada).
Alvitrou que  muitas ruas vão ser repavimentadas, nas de pedra, se der para manter o piso, serão intervencionadas onde estão esventradas.
O que foi no passado má aposta na pavimentação querem hoje melhorar, para maior segurança e conforto, num total de 100 Km, em dois anos.Pisos confortáveis dos passeios, rebaixamento nas passadeiras
( deveria ser também obrigatório nas garagens). Já tem empreitadas adjudicadas a começar este mês de julho.

Outra reclamação interessante foi de um morador na Rua de Arroios, se lamentava da falta de estacionamento, a rua tem várias oficinas e stands, com lugares na frontaria, reduzem a capacidade para os residentes estacionarem. Pertinente e convicto de ter estudado bem a matéria que o trouxe à tribuna, pediu para quem de direito averiguar se os alvarás das casas abertas afloradas estão em vigor e do direito do estacionamento.O vereador do pelouro atento, respondeu que iria tomar previdências sobre o exposto. O que francamente revela ser medida acertada se levada avante e com determinação!

Outro munícipe de bastante idade lia o seu extenso relatório de mão atrás das costas, os dedos tremiam tanto que me deu dó...falava sobre estacionamento na frente de um condomínio, pilaretes, falta de espaço para passar uma ambulância...temas que a EMEL atenta foi peremptória, em dizer que vai analisar.
Visivelmente satisfeita com o que vira e ouvira na reunião.
Sobretudo imensamente encantada com a juventude, o estar, saber ouvir e sobretudo intervir, armado de voz suave, sintético na análise, acutilante na medida certa, homem de fibra e carisma, o que me impressionou pela positiva na pessoa do Sr Presidente da edilidade-, Fernando Medina,( fatalmente veio-me à lembrança o Dr Medina Carreira, com ele tantas vezes fomos a Tribunal, no tempo do Sottomayor) na sua tomada de posse apresentou o "tempo de uma nova ambição": a de "mais e melhor emprego", de um novo fôlego na reabilitação urbana (conclusão da nova frente ribeirinha e início do programa "Uma Praça em cada Bairro"), na mobilidade suave e nos transportes públicos (reivindicando a gestão municipal da Carris e do Metro), na valorização da diversidade cultural e em "fazer avançar os direitos sociais", contrariando os atuais tempos de retrocesso" e, recordando que é o primeiro presidente da CML que cresceu após o 25 de Abril de 1974, pugnou por direitos como os da habitação e da participação cívica."
Gostei também de ouvir falar o vice presidente, igualmente jovem, bem falante, conciso no discurso da reclamação apresentada.
Por isso atendendo à hora tardia que iria terminar, o relógio marcava 8,30, decidi abandonar a reunião, convicta que a câmara de Lisboa e as suas Juntas de Freguesia, estão empenhadas em melhor fazer em prol da população, do património, das vias de comunicação, e do turismo-, a arma de receita que o País precisa para não afundar!
Por fim lamento não ter participado com as queixas e consequentes soluções para o Bairro Inglês. 
  • No entanto sendo coincidência ou não, porque há quem garanta que as coincidências não existem-, depois da crónica, tenho reparado que pequenas queixas tem sido regularizadas, disso tenho tomado nota e gosto. Hoje andava um calceteiro a remendar o passeio na Rua Poeta Milton.
  • Há dias o homem de mota que aspira os passeios o vi pela primeira vez na rua Cidade de Manchester.
  • No Beco da Cidade de Liverpool o buraco na passagem de peões, foi tapado com alcatrão.
Uma das extremas da freguesia de Arroios com a Penha de França termina com a Rua de Liverpool e começa na Rua Cardiff, o que no passado tem deixado a Rua Poeta Milton em abandono, ao Deus dará.Mas hoje acordou, julgava eu, afinal apenas foi tapado um buraco e deixaram ainda um grande no começo da rua!
  • Há dias andava um homem armado de roçadeira com cordel, a dar cabo das ervas junto das janelas das caves.Claro que não é suficiente. O ideal seria as pedras não terem terra entre as pedras para não dar azo a proliferarem as ervas, há edilidades que pulverizam a calçada, dizimando-as, mas será danoso para os animais(?).
As tílias nas escadarias da Rua Cidade de Manchester e Liverpool nesta altura do ano transpiram um verniz que deixa os empedrados negros e pegajosos. As árvores de tamanho enorme, retiram sol ao casario, no pé as suas raízes esventram a calçada e em redor crescem mil rebentos, que foram cortados há poucos dias e já voltaram a crescer...
O lixo é uma constante pelo Bairro, por não haver grandes contentores. Podia existir um subterrâneo no Beco da Cidade de Liverpool onde todas as manhãs é um monte imenso de lixo, sacos, cartões e mobiliário.Não é suficiente a recolha noturna, o que implica de manhã deveria haver nova passagem pelas ruas do Bairro, que os tenho visto, mas não é suficiente, falta a comitiva de varredores de calçada. 
  • A EMEL deveria estar atenta, porque precisamente aqui em cima do passeio dorme um táxi, quando os colegas os deixam na garagem mais acima.
Também há dias dei conta da lavagem do passeio na entrada do Rua Liverpool. Falta fazer o mesmo no terminus ao cimo da escadaria!
Também porque a população  está acrescida de gente estrangeira, uma maioria vive em prédios quase devolutos, a necessitar de obras, com panos a tapar janelas, há dias na Rua Cardiff ao passar na calçada com o meu neto, não levei com almofadões de sofás, por um triz , uma miúda os atirava da janela do 1º andar para o passeio, ainda um platex...e do outro lado da rua junto de um prédio em ruínas, um grande monte de lixos e mobílias.Um desassossego! 
  • Ora esta gente tem de aprender a socializar e a manter a cidade limpa.Deveria ser condição primeira, a sua vivência e permanência na capital de Portugal!
 
  • Nunca tinha visto os Tuk Tuk pelo Bairro Inglês, abordei o tema numa recente crónica, e há dias vi dois sem turistas, pareciam andar a explorar as ruas(?)!
No meu papel de cidadania, continuo a falar do que vejo e não gosto, mas também do que vejo a ser reparado, porque o meu  Lema: Não vale a pena fazer queixas sem ter soluções!
ESPERO POR OBRA MAYOR NA REVITALIZAÇÃO DA QUINTA CAMARÁRIA NO TARDOZ DA RUA LIVERPOOL E CARDIFF!

Fontes
http://www.cm-lisboa.pt/

domingo, 19 de julho de 2015

Exposição no Torreão poente "A Luz de Lisboa"

Exposição a decorrer no 1º andar a seguir ao torreão, debaixo das arcadas. Os reformados pagam 2€.


Pensamentos
Fernando Assis Pacheco
"Se fosse Deus parava o Sol sobre Lisboa"

"E a luz de Lisboa é, de facto, uma luz que ilumina Lisboa. O amanhecer em Lisboa é especial. Primeiro, está tudo escuro. Depois, incrivelmente, o sol começa a despontar a leste. À medida que o sol sobe, o fantástico acontece e coisas que não conseguíamos ver, agora, são visíveis. Do castelo é que apreciamos bem. Ali, vista da muralha, Lisboa parece mesmo uma cidade vista a partir de uma muralha. Primeiro, não vejo nada porque há uma pedra, depois vejo telhados porque há uma ameia. Deixo de ver porque há nova pedra, agora volto a ver através de outra ameia. Ao longe, a Ponte 25 de Abril faz lembrar uma obra de engenharia construída especificamente para unir duas margens de um rio. Em nenhum outro lugar do mundo se une Lisboa e Almada daquela forma.
Tudo isto é proporcionado pela luz de Lisboa. 
Depois, anoitece. 
Lisboa deixa de ser iluminada pela luz de Lisboa e passa a ser iluminada pela luz da China, que é donde vêm todas as lâmpadas..."
De costas para o Tejo mas de braços abertos, saboreando a Luz de Lisboa

Vasco Graça Moura

Canção do terreiro do paço

está Lisboa em dia de sol frio
e trânsito parado.
é quase inverno, mas vai manso o rio
marulhar no bugio
como em barco encalhado.
a rua do arsenal é o princípio
do meu deambular assim na baixa,
de atravessar a faixa
dos peões e passar no município,
olhando de caminho,
no seu mármore esguio, o pelourinho.

chegando à vastidão feita de arcadas
e a rasgar para o tejo
do terreiro do paço, onde apressadas
em bando, as mais lavadas
das tágides mal vejo,
vindas dos cacilheiros, matinais,
são horas já do incêndio das buzinas
em sombras pombalinas,
no volante de quantos dão sinais
em palavrões e gesto
de quem cedo se esgota num protesto.

o semáforo abriu mas não avança
o rebanho compacto
dos automóveis, um ardina lança
o seu pregão na dança
de dar o troco exato
com o jornal, de carro para carro.
abrem as bancas três alfarrabistas
e ao centro, a dar nas vistas,
no bronze patinado a verde sarro,
lá está o D. José
que aprecia melhor quem for a pé,

ou lembre, antes de entrar nos ministérios,
enigmas e passagens
sonâmbulas de arcadas e mistérios:
de chirico prefere-os
em silentes imagens.
mas não cabem aqui tais perspetivas
de hora lunar, quadrantes, manequins:
trepida nos confins
este rolar humano em marés vivas
e frio, azul, enxuto,
o céu tem falta aqui de um aqueduto.

mesmo a luz, que acidula por calcários
e outras geometrias
os tons fluviais e os seus contrários,
só restitui, dos vários
relentos, maresias,
fragmentos da memória, muito pouco,
e a quem vai açodado não inunda.
a pressa é a profunda
razão de ali se atravessar num rouco,
derrancado exercício,
entre os pombos vadios e o bulício.

passo ao Martinho: a hora não é boa
e em flagrante de litro
nunca se poderá ver no pessoa
um bispo de Lisboa,
por isso eu o desminto,
sem encontrar aquilo que procuro,
sem hora absurda, arcanos, labirinto,
sem achar que pressinto
em tudo isto algum sentido obscuro
de mentira ou verdade,
do todo de uma vida ou de metade,

sem ver nisto a poética transposta
de um delicado, urbano,
lirismo de que às vezes mais se gosta
e a que lisboa encosta,
Carlos Botelhiano,
mas só a confusão, o triste esgar
nas almas pós-modernas em cardume,
sem sequer o perfume
de uma melancolia a enredar
os timbres desde cedo,
como um lilás trepando em dia ledo.

canção amanhecendo no terreiro
do paço em desmazelo,
não penses que são modos de tripeiro
ou dor de cotovelo
pôr-me aqui a dizê-lo:
antes me desmentisses
sempre que eu te dissesse
que se nesta cidade andou Ulisses,
às vezes não parece.


A luz refletida no Tejo e nas colinas concentra-se nos vales.


"Quanto à cor de Lisboa(...) disponho-me a jurar e a declarar notarialmente que branca não é.(...) Lá terá as suas brancuras aqui e além, mas estão preciosamente colocadas para compor o todo."


Pensamento de Maria do Rosário Pedreira 

"Não te demores - o sol anda a deitar-se sem, pudor, em todos os telhados , e a luz esmorece, e o luto da noite alonga a espera. Eu não me deito sem ti mais nenhum dia: as memórias que se recortam nas sombras são fantasmas perversos que caminham em círculos como cães que perseguem a cauda enlouquecidos ou aves encurraladas na boca escura de um túnel ".


Pensamento de Manuel de Freitas

"O céu do ocidente, em Lisboa, é um fundo negro de asfixia e paixão, onde apenas estrelas moribundas nos lembram que existem um olhar míope."

Sexta feira, a minha filha disse-me que me liberava cedo...Já tinham batidos as cinco da tarde, quando aconteceu.Caminhei a pé para ir ao antiquário espreitar e talvez comprar, mas estava fechado. Na minha frente seguia no passeio uma flausina dançante , que teimei ultrapassar, não sei se foi olho gordo, logo enfiei o  pé  numa cova e descarrilei, pior a correia da sandália se soltou ! Olhei para todos os lados para encontrar uma drogaria na mira de comprar cola, nada encontrei...Chateada, voltei atrás para ir espreitar outro antiquário onde tinha visto um açucareiro da VA no início da semana. Ao perguntar o preço à empregada, disse-me 25€, fiquei sem pinga de sangue, e disso lhe dei conta " estive aqui esta semana, a outra senhora falou-me em 10€ ". Sim trouxe-o por esse preço. Voltei ao caminho e parei num Bristôpastelaria, no gaveto na Almirante Reis, para um lanche, onde me acolheram muito bem. Continuei a minha caminhada, a ver montras, saldos, dando conta da festa do Inatel, do seu  aniversário de 80 anos no Terreiro do Paço.Os Pauliteiros de Miranda aguardavam entrada. Mal os vi na cegueira da exposição entrei e subi escadas e mais escadas.
Defraudada porque me pediram para me deixar fotografar com o Vicente a soltar balões no Miradouro Sophia Mello Breyner Anderson à Graça, para as fotos integrarem uma exposição sobre a Luz de Lisboa.
Debalde não vi nem uma única foto!


Fontes
http://novascartasdemarear.blogspot.pt/2014/05/cancao-do-terreiro-do-paco-esta-lisboa.html
http://www.publico.pt/opiniao/noticia/luz-de-lisboa-camara-municipal-accao-judicial-contra-legitimos-proprietarios-1622441

quinta-feira, 16 de julho de 2015

A Baixa de Lisboa com carteiristas ao Terreiro do Paço...

Ontem  ao sair do metro na Baixa-Chiado em frente ao longe avistei com saudade o miradouro Sophia de Mello Breyner Andresen, onde o mês passado nos pediram para nos deixar fotografar a soltar balões, para uma exposição sobre o Sol de Lisboa a decorrer, debalde não vi na exposição nenhuma foto exposta de ninguém...
Rua da Vitória, com breve visita à sua igreja de Nossa Senhora da Vitória
Os azulejos de feição neo clássica. Interessante o esmalte se mostrar em cor de grão.
Lamento a foto não mostrar bem.
 Puxadores do contraforte da entrada
 Rua do Ouro
Dei de caras com uma montra do BCP com máquinas antigas. A da frente, máquina de cálculo de juros, ainda trabalhei com uma na década de 80, na sede na Rua do Ouro. Era impressionante a técnica de fazê-la trabalhar à manivela, e o seu barulho sonante.
Quarteirões acolhem novos hotéis
A pastelaria "A Central da Baixa" o que foi noutros tempos, e no que está...
Onde trabalhei na sede do Banco Pinto e Sotto Mayor, tantos anos a calcorrear pedras da calçada, que entrei por aquela porta, e tantas outras que sai, no tempo de gravidez da minha filha, sem faltas, apenas o tempo legal, ainda assim na notação profissional na pontualidade foi-me atribuído um "G"...Neste agora de novo na mesma calçada, com o meu neto ao colo, o Banco há anos que se fundiu noutro e perdeu o nome...
Memórias!
Antiga estação dos CTT e do telégrafo e Ministérios abarcam restaurantes
 
Cais das Colunas sempre emblemático
Ontem podiam-se ler as inscrições nas colunas. Um casal de espanhóis tirou-nos a foto.
"Como se fosse um templo maçónico, o Terreiro do Paço tem duas colunas à entrada. Mas, aquelas que estão no Cais das Colunas não se chamam Boaz nem Jachim. Têm outros nomes, que estão inscritos em grande destaque na base das mesmas: "SALAZAR" e "CARMONA". Para a posteridade o acto histórico, foi decidido gravar na pedra uma mensagem do Presidente da República e outra do Presidente do Conselho".
 
"Aqui embarcou o chefe do Estado para a primeira viagem às terras Ultramarinas do Império: S. Tomé e Príncipe e Angola XI de julho- XXX de agosto de MCMXXXVIII com a certeza de que fala pela minha voz Portugal inteiro, proclamo a unidade indestrutível e eterna de Portugal General Carmona a segunda viagem do Chefe de Estado às terras Ultramarinas do Império: Cabo Verde, Moçambique e Angola. XVII de junho - XII de setembro de MCMXXXIX a viagem do Chefe do Estado às terras do Império em África está na mesma directriz das nossas preocupações e finalidade, é manifestação do mesmo espírito que pôs de pé o acto colonial Salazar."
"O regresso de Carmona, em Setembro de 1939, seria obscurecido pelos ventos que já sopravam da Europa: começara a Segunda Guerra Mundial. Mas, para Portugal, as memórias dessas duas viagem seriam guardadas para sempre naquela entrada simbólica de Lisboa.
Entretanto, os anos passaram e os estadistas morreram. O Império perdeu-se, o regime mudou, outros estadistas apareceram, outro povo surgiu, houve obras no Terreiro do Paço, mas as colunas com as inscrições sobreviveram até aos nossos dias. Penso que, devido ao respeito que a História merece - independentemente da ideologia -, as colunas deveriam ser restauradas de forma a ser mais perceptível a mensagem dos dois estadistas. Agora, se deveriam permanecer ou não no mesmo local, isso é outra discussão. Não me escandalizaria, por exemplo, que as colunas fossem colocadas num museu municipal e substituídas por novas colunas, com outras mensagens. Isso iria dignificar o local, constituindo assim um atractivo extra para os inúmeros turistas que todos os dias visitam o renovado Terreiro do Paço. 
Caso esta última ideia possa ser adoptada, proponho que as novas colunas contenham poemas de
 "A Mensagem" de Fernando Pessoa. Quais?  Há dois que seriam bastantes apropriados para substituir os actuais: 
"O Infante" Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. 
Deus quis que a terra fosse toda uma, 
Que o mar unisse, já não separasse. 
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma, 
E a orla branca foi de ilha em continente, 
Clareou, correndo, até ao fim do mundo, 
E viu-se a terra inteira, de repente, 
Surgir, redonda, do azul profundo. 
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal. 
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. 
Senhor, falta cumprir-se Portugal! 
"Mar Português" 
Ó mar salgado, quanto do teu sal 
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, 
Quantos filhos em vão rezaram! 
Quantas noivas ficaram por casar 
Para que fosses nosso, ó mar! 
Valeu a pena? 
Tudo vale a pena 
Se a alma não é pequena. 
Quem quer passar além do Bojador 
Tem que passar além da dor. 
Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 
Mas nele é que espelhou o céu. "
Terreiro do Paço
Reparei nas cúpulas das arcadas do Terreiro do Paço que começam a lascar o estuque. 
Pois se o retirassem seriam muito mais belas, ao natural.
Dia de ir ao pastel de bacalhau com queijo, o empregado veio-nos trazer o tabuleiro ao 1º andar, claro entornou-se numa dentada, sujei o vestido e a camisola do Vicente, valeu-me um casal brasileiro de S. Paulo, que prontamente nos limparam...
A casa de banho com uma escultura branca, muito linda 
Quadro do Mestre Malhoa
Rua Augusta, o Vicente ficou admirado com a cabeça da vaca...
Com as montras das bonecas e  dos...
Benetton vontade em  rever o mural de azulejos a esmo da escadaria.
Tive uma sorte do "caneco". O calor ao meio dia era demais sentada numa paragem de autocarros quase na frente do arco da Rua Augusta em local de vaivém de muitos turistas para os vários transportes públicos; tuk tuk, táxis, anfíbio, elétrico, autocarros para a Costa de Caparica e,...Na frente do banco um indiano de madura idade, tipo pedinte, dava indicações aos turistas das várias paragens, deles recebia gorjetas que depois o vi a trocar as notas com um motorista de um dos tuk tuk...No banco apenas estava sentado um outro homem na casa dos trinta anos, pelo que me sentei na ponta, julgando que ficaria melhor, mais à vontade. Achei estranho na minha frente estar um carro de alta cilindrada com motorista, supostamente ao seu lado sentado um alto cargo de algum Ministério, perplexa na razão da persistência em olhar na minha direção, ainda me virei para trás, e nada vi, supostamente estava de olho num carteirista a meter a mão à minha mala...mas do assalto, não senti nem vi nada, sorte a mala estar cheia com o lanche do Vicente e a carteira, ao de cima apenas tinha uma puchete verde com o telemóvel, o ladrão quando viu que não havia dinheiro, teve o bom senso de me a devolver, dizendo que estava no chão...No meio do azar há momentos de sorte.Ao ver ser entregue a carteira o carro de alta cilindrada arrancou. Ainda há gente que se interessa com os outros. Mas lá diz o ditado "Todo o descuido é a morte do artista" .
Tenho de ser mais atenta! Eles andam aí em grande-, os carteiristas!
Desta vez ele teve pena de mim olhou os meus cabelos brancos com um bebe...

Fontes
http://paramimtantofaz.blogspot.pt/

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