sábado, 9 de julho de 2016

Foz do Ribeiro de Albarrol no Nabão no concelho de Ansião


Sentir o entardecer à foz do Ribeiro de Albarrol, no rio Nabão, no concelho de Ansião.
Prémio de interajuda à minha irmã, em afazeres.Presenteou-me, local que não conhecia.
Trincávamos uvas gordas que levou para o lanche...
Tive a felicidade em captar esta belíssima foto de contrastes.

domingo, 3 de julho de 2016

Praia com piquenique na Trafaria nos 20 meses do Vicente


Ontem mais um dia estafante na feira de Setúbal, que em abono da verdade foi fraquinha. Mal chegada a casa prepus para hoje no dia de aniversário dos 20 meses do Vicente, estreia na praia na Costa de Caparica com piquenique.Deitei-me cansada e preocupada para não me esquecer de nada.Levantei-me às 6 da manhã para acabar de fazer o que faltava porque na verdade as coisas ficaram alinhavadas de véspera sob salamaleques do meu marido...e pelos vistos acordou no mesmo continuar de me atazanar-, não vais deixar o peixe no carro ( a pensar no calor e nos cheiros)...pois não, vai ficar no peixeiro porque vou ao Mercado da Trafaria.Gosto de deixar homens de boca aberta...Correu tudo como planeado, fiz a encomenda  do peixe às 8 H, seguindo depois para a Costa de Caparica onde atracámos na frente de "Barbas" avistei um mar distante de ondinhas em espuma com as pedras desagregadas dos paredões vestidas de verde viscoso resplandecente e areal a perder de vista. 
A minha Dina o Samuel e os meninos chegaram pelas 10H. 
Fomos à molha de pés, a Laura gostou da sua primeira vez, só se  aventuraram no banho, a Dina e o meu marido, de volta à toalha saboreámos minis croissant com doce de ovos e de chocolate. Deixámos a praia já passava das 11,30 H,  ficaram a saborear o sol e a aragem com as crianças mais meia hora. 
A Laura com 7 meses a molhar os pés
 Ao meio dia o Sr Necas, que só conheci hoje, tinha uma caixa de esferovite com as sarguetas, choupas, sardinhas, e uma lula em gelo e ainda um grande pimento vermelho, atrevida lhe pedi para comprar às colegas quando chegassem. Saí do Mercado para comprar um pão alentejano. O piquenique foi no Parque da Trafaria junto da GNR.Os 4 assadores com dois lugares eram 8 a funcionar a todo o vapor. A pensar em tudo levei o meu fogareiro, que não dava vazão. Vivia-se um ambiente de azáfama, parecia um restaurante; saíam travessas de lindas espetadas de carne de meio metro em espetos de inox a estrear que me reportou para as tradicionais na Ilha da Madeira; quilos de febras finas, de entremeada  e de entrecosto;  bons nacos de entrecot de vaca; quilos de embalagens de salsichas; chouriço cortado às rodelas sem despegar, pimentos de todas as cores e,...a cachopada nas mesas comia batatas pala pala...
Havia uma panóplia de gente, mas também filhos da terra, tabelei conversa com dois irmãos aqui nascidos, que chegaram a ir ao Bugio a pé e se lembram do Círio passar para o Cabo Espichel, vinham assar as entremeadas e a sardinha para comer na casa da mãe com 94 anos; havia grupos com grandes caixas de esferovite com bebidas e,... gentis, nos ofereceram um copo de vinho de frutos vermelhos-, lembra pela cor o rosé, e pelo sabor fica entre o moscatel e a sangria-, os ingredientes; licor beirão, espumante, frutas, canela e,...havia também famílias pacatas com os filhos, um grupo de ucranianos a fazer salada de repolho fininha, e até uma família cigana, ordeira, que as mulheres antes de irem ter com os homens ao café, deixaram a loiça lavada a resplandecer de brilhos. Nos assadores só havia homens, sendo eu a única mulher, diz-me um dos dois irmãos que esperavam pelo meu assador, as nossas mulheres ficaram em casa a pôr a mesa,a cozer as batatas e a fazer a salada, mas pelo que vejo a senhora vale por duas, é a única mulher nos assadores, com dois homens na mesa...Respondi-lhe -, ambos tem as mãos finas e são lentos, é preciso perícia e pele dura para aguentar as queimaduras...
Na nossa mesa não faltou a batatinha nova cozida com a pele, salada mista, queijo do Rabaçal, pêssegos de S. João, arroz doce, tarte de maça e houve quem reparou e ficou a olhar de nos ver tomar café e beber um brandy fresquinho.
Afinal o mais importante, é esforçar-me a valer, mas compensar!
Faziam-se horas de eles voltarem a Lisboa, pelas crianças e pelo trânsito. Claro, peguei na manta de trapos e fui deitar-me debaixo de um pinheiro manso, acordei às 5 com o sino da igreja, parecia que estava em Fátima!
De novo um assador a funcionar e mais gente a comer, numa mesa um homem sozinho comia com as mãos o farnel da embalagem!
Foto com gotículas de água para um trabalho da creche do Vicente

A minha filha acabou de me telefonar para me dizer - mãe adoramos o piquenique, a praia deu uma energia ao Vicente  não pára,  parece que já fala  ... O Vicente este ano não mostra vontade de molhar os pés, ao invés do ano passado que afoito e de peito feito, parecia um galo, se atirava para a frente sem medos!

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Ao entardecer a procissão do S. João em Almada

A fechar mais uma semana em vivência diária com os netos em Lisboa de regresso pela tardinha  a caminho de casa ponderei a decisão de irmos até ao castelo de Almada assistir à chegada da procissão do S. João.

Espreitei o Tejo e a Quinta da Cerca
A Igreja de São Tiago de Almada foi construída nos primórdios da reconquista cristã.
Neste agora foi alvo de restauro no telhado, chão, tetos e altares, ficando apenas uma capela com telas para recuperar.
Os dourados saltam à vista em demasia, porventura deveriam ter apostado num dourado velho (?).
Nitidamente a capela mor será mais antiga que o corpo da Igreja que sofreu com os terramotos de 1531 e 1755. Deslumbre a contemplação do seu teto em abóbada de pedra, construído em estilo manuelino. O altar-mor detém algumas lápides sepulcrais e valiosos azulejos do século XVIII. Escavações arqueológicas puseram a descoberto sepulturas datadas desde o século XII.
Teto
Transparece beleza o jogo dos arcos em pedra com os painéis azulejares em azul no contrate austero do altar mor a imitar um pórtico romano ladeado por uma dupla de colunatas em mármore rosa.


Interessante são as 4 portas com grade que se encontram nas laterais-, daqui as freiras assistiam à missa. Almada foi profícua em conventos femininos. Ouvi dizer que vão regressar em setembro.
Perguntei onde se instalavam, por não ver jeito de instalações conventuais(?), logo me mostraram salas ao correr da lateral e no tardoz da igreja.E a cozinha perguntei a pensar nos doces?
- Vão fazer o que é preciso...
 Capela por recuperar
 
 Outra capela
Tradicional coroa florida com os frutos da época
 
A coroa de flores com frutos foi leiloada por 20€, a senhora que a arrematou apenas tirou algumas ameixas e a ofereceu à organização. Ritual a invocar o tempo de antanho da Quinta da Ramalha, que naquele tempo era fora de portas de Almada, onde o Santo se dirigia de véspera em procissão com o padre sentado em carroça (?) para não se fatigar, geralmente abonados de carnes, sendo que ambos ali ficavam hospedados, o Santo a fazer companhia à Santa na capela, já o padre acredito bem aressuado de boa comida e do bom vinho produzido nas Quintas do Pombal onde dormia  em lençóis frescos, na brancura do fino linho em alarido ressono. No dia seguinte partiam de novo em procissão para Almada com a carroça abarrotar de fruta e vinho...atrás seguiam homens sem eira nem beira, trabalhadores agrícolas, mal pagos, a cambalear de bêbados tocando música em canas rachadas-, vivia-se o profano em contraditório ao religioso que havia de ditar a ausência deste ritual mas não o matou, felizmente foi retomado há anos.
Quinta da Ramalha
Também acabou desde o ano passado o ritual da distribuição das flores do andor que acontecia no final da procissão, agora só no dia seguinte com hora marcada...ora se era tradição que deixava as pessoas satisfeitas  como se fosse um prémio a título de pagamento de  quase 3 horas andantes em procissão...
Ainda fui espreitar o pôr do sol ao miradouro do castelo, debalde nem vê-lo.
A noite caia e arrefecia . Chegados a casa vestimos casacos e fomos à procura de sardinha que não havia na Ramalha, nem no Pragal, só mais à frente onde vimos duas potentes motas da polícia-, ora se lá comiam policias, sinónimo de boa comida e preço em conta...
Por se terem esgotado as sobremesas voltámos ao arraial do Pragal para comer duas farturas saborosas que nem azia nos deu.
De volta a casa, alegretes, o meu marido acedia aos meus pedidos para imitar os "amuos" do Vicente-, mote para soltar forte risada em plena rua, afinal é preciso tão pouco para nos sentirmos felizes.
Mas o melhor veio depois e ainda tinha resquícios pela manhã!
Julgo que foi da amarelinha, malvada cachaça!
Rua Capitão Leitão
Pragal , a música fazia-se ouvir num ambiente quase às moscas...e com resmas de gente nos Bairros periféricos, sobretudo a poente...

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