terça-feira, 26 de julho de 2016

Jardim Caracol da Penha, Monte Alperche ou do Bairro Inglês?

Este dia  26 de julho é dedicado aos avós-, seja dedicado também aos meus queridos netos, em especial ao Vicente, assente no marsupio, ao meu colo, ambos andantes pela freguesia de ARROIOS, percorremos cada rua, beco e escadaria, para em total pasmo ter visto tanta coisa menos bem e outras mal, que em final do dia em casa, o assunto era partilhado com  a sua mãe, a minha filha, até que um dia, em 2014, decidiu enviar e-mail à Junta de Freguesia de Arroios, à Dra Margarida Martins, dando-lhe conhecimento do imenso matagal da quinta camarária existente no tardoz do prédio onde habita, que engloba as ruas : Cidade de Liverpool e Cidade de Cardiff) , reforçando a urgência em ser limpa e o espaço revitalizado em utilidade pública, desafogando aberturas de novas acessibilidades, aproveitamento do casario devoluto para infra estruturas de apoio a crianças e idosos, estacionamento e jardim. Recebeu como resposta que a quinta era jurisdição da câmara para onde foi reencaminhada a reclamação. Depois de algum tempo sem respostas e tendo conhecimento do Concurso " Participe nas escolhas da Freguesia"  informei a minha filha para participar, logo me disse tu é que tens tempo e jeito, para essas coisas...sem falta de modéstia pus-me a inventariar tamanho trabalho em 2015 com levantamento de toda a envolvente da malha urbana da referida quinta, nos meus passeios matinais com o meu neto Vicente, o que me deu mote para registo de fotografias-, debalde deixei passar o prazo de entrega, mas não querendo perder o trabalho exaustivo em conjecturar a crónica,  a enderecei à Dra Margarida Martins, que acusou a receção e a sua leitura, e dei conhecimento ao vereador Dr Sá Fernandes da Câmara de Lisboa, e ainda não quis deixar passar a oportunidade de assistir à reunião descentralizada no Lisboa Ginásio Clube , aos Anjos. Ao tempo esta temática deu origem a muitas crónicas individuais-, a este assunto concretamente foram três crónicas:
http://quintaisisa.blogspot.pt/2015/06/bairro-ingles-chamines-de-olarias-urge.html
http://quintaisisa.blogspot.pt/2015/07/no-rasto-do-lagarto-da-penha-de-franca.html
http://quintaisisa.blogspot.pt/2015/07/reuniao-descentralizada-da-camara-de.html
Logo após a publicação no Blog e da forte visualização constatei que muitas das ocorrências que chamei à atenção foram resolvidas; calçadas esventradas, buracos, ervas, lixo e estacionamentos indevidos.
Constatei que um Engenheiro veio ao local ver a degradação apontada das escadas da Rua Cidade de Liverpool  e  de Manchester (deveriam investir num tapete rolante como em Albufeira e Toledo).
Constatei a remoção de toneladas de entulhos e afins, matéria altamente combustível que saiu da quinta e que por ser deficiente a rede viária no local, as camionetas tiveram de usar o sentido inverso(Rua Poeta Milton) ao habitual sentido único Rua Cardiff, fechando o transito tendo sempre um elemento da polícia a supervisionar.
Interessante é reconhecer que na capital  com tantos problemas para resolver, este por mim apontado, quiçá outros(?) no mesmo opinar (?) que se mostrava grave, já se encontra agora semi resolvido-,  independentemente de haver outros moradores insatisfeitos com as mesmas anomalias e supostamente se tenham manifestado a quem de direito, mas ao que faz transparecer não lhe deram ouvidos(?), atendendo ao tempo imensurável de total abandono -, porque na verdade ali laborou uma marcenaria, desativada à volta de 50 anos, e pasme-se, durante tanta década nada foi feito, será que nunca ninguém se indignou?!
Não querendo chamar a mim tamanho privilégio em contatar a Junta e Autarquia-, sei que desde que conheço o Bairro, coisa de 3 anos, logo me mostrei empenhada e determinada em algo fazer para o melhorar, a pensar no melhor para os meus netos, no objetivo de almejar o sucesso no ganho e  concretização de coisas palpáveis para usufruto de toda a população, sabendo que não basta reclamar, é preciso também dar soluções, e foi o que fiz, fazendo uso do meu direito de cidadania, observando, fotografando, analisando, e sobretudo dissecando várias ideias, para outros-, os técnicos camarários e da Junta, as descodificar, debater, analisar, e fazer obra, porque nada fazer ou ficar parado é morrer!
Estranho foi constatar tamanho abandono e falta de limpeza  da quinta-, o que faz transparecer (?) alegadamente é quem usufruía das vistas para a mesma não se empertigava com o matagal, ruína  e escombros de madeiras...apesar dos serviços da Junta procederem à sua parcial limpeza, sendo banal, apenas procediam ao corte de canas, uma vez por ano, segundo ouvi da boca de moradores, tendo constatado que nos últimos três anos, se mostrou quase ineficaz-, uma vez fui eu a dar ordens(?) do varandim para serem cortados uns ramos a um homem que só fumava, sem se inquietar com tamanha perigosidade, enquanto outro andava de roçadora na mão, eram sempre mais técnicos a supervisionar do que a trabalhar, sendo que há dois anos deixaram de proceder à limpeza, estando as canas cada vez mais a alastrar, assim como uma figueira que se ramificou em diversos pés, árvore infestante a colidir com os muros dos quintais dos prédios, fazendo lixeira com as folhas e os figos, impossibilitando os seus moradores de poder usufruir dos mesmos, e outros que vivendo em caves, impossibilitados do desafogo de vistas, e do sol, com tantas árvores por podar, o que não é certo.
Durante a remoção dos entulhos e foi muito tempo, mais de um mês, constou-se uns zumbis, por causa da abertura do Beco da Rua Cidade de Cardiff, a que chamam pátio ( consta-se que houve uma concessão de 50 anos para a sua utilização a título de serventia dos prédios (?). Ora as concessões antigas à muito que deixaram de ter valia (?), o mesmo se passava com os poços que os vizinhos que os não tinham deviam partilhar com eles a água . A verdade é que aquele Beco e não Pátio-, outros há por Lisboa mais pequenos e com placa de toponímia, que aqui foi negligenciada (?) está empedrado em basalto com passeios, exatamente como outras entradas da referida quinta, sendo que alguns moradores o usam para estacionamento privado, e ao que parece não será suficiente para todos (?), sendo que outros na rua os ouvi lastimar-se por terem de pagar taxa anual à EMEL, e eles não...supostamente quem usufrui do estacionamento privativo e não o querendo perder (?) chamou a RTP para fazer uma reportagem (?). O carro passou por mim numa das passeatas com a minha neta Laura, tendo estacionado no local  onde distingui umas três pessoas ao portão do Beco que aguardavam a equipa para a entrevista-, haveria de passar uns 15 dias depois no programa Portugal em direto, com a Dina Aguiar. A reportagem contemplou ainda uma entrevista com a Dra Margarida Martins e um técnico da Câmara que aflorou o projeto  para a referida quinta- , por o terreno ser em declive vão ser usados três patamares para 86 estacionamentos, um quiosque na parte mais alta e um pequeno jardim .Ora lamento o estacionamento à estoreira do sol...(inserido no coração de Lisboa, redescoberto no século XXI, não faz sentido a perda de espaço, quando é tão necessário e dele deficitário se lastima a cidade) quando a aposta certa seria ser subterrâneo ou em silo, portanto má aposta (?). Um dia em final de tarde andou um drone a fotografar a malha urbana da quinta .Não sei se era da Câmara ou particular...
Ora uma coisa é ninguém nada fazer, ou fazer muito pouco, outra coisa é alguém ao ver uma possibilidade aberta por outros, a reivindicar a si para usufruto da ideia (?) ou outros supostos interesses... 
Falo do Movimento pelo Jardim do Caracol da Penha-, uma manhã ao levar o meu neto à creche reparei nuns panfletos afixados nos prédios a chamar a atenção da população para uma petição à Câmara para o espaço da quinta ser apenas um jardim, mantendo as árvores de fruto. Dias depois da apresentação do Movimento encontrei num estabelecimento comercial um elemento que recolhia assinaturas, que assinei, mas não devia-, porque na verdade não interessa naquele espaço todo, afinal são 8.000 m2 no coração da cidade de Lisboa, numa zona deficitária de ESTACIONAMENTO, apesar da entrevistada no Programa da RTP dizer que não havia falta, porque neste agora supostamente o terá privado sem pagar (?)...e outro entrevistado dizer que não se importava de andar à procura de estacionamento 2 ou 3 minutos e ter um jardim para o filho brincar...abomino faltas de visão e jogo de supostos interesses -  um dia destes ao passar à tarde para ir buscar o meu neto parou uma ambulância no meio da rua, por falta de outro local-, fui aos Anjos e voltei, quando de novo a vi arrancar tendo atrás uma fila imensa de carros em espera. Na verdade só é cego quem não quer ver, porque há falta de estacionamento e de escapatórias, ao que se acrescenta na Rua Cidade de Liverpool uma garagem de recolha estar fechada vai para mais de quatro anos, atendendo ao local com prédios na maioria com mais de 100 anos com muita matéria combustível, e outros devolutos a ser revitalizados, a cada dia são mais os moradores a chegar ao Bairro, por isso tem de se pensar onde um carro de bombeiros pode trabalhar, um táxi pode parar, cargas e descargas - geralmente só em plena rua.
Ontem pelas 9 da noite vi na escadaria da Cidade de Liverpool uma senhora a assinar a petição em cima do corrimão...parece querem entregar 1000 ou um milhão... para o espaço ser apenas jardim-, estando previsto para o final do ano por motivos de obras de grande vulto da Creche de Santo António, o adro da Igreja dos Anjos vai ser utilizado, onde vão colocar contentores e outras infraestruturas de apoio às crianças e com isso os sem abrigo vão ser desalojados do seu habitual poleiro na espera da sopa dos pobres,  e claro tendo a poucos metros dali um novo espaço, um grande jardim, logo se enfiam nele, não que não tenham direitos, tem, mas também deviam ter obrigações, e o que parece ao se passar por eles, se mostram parasitas e muitos podiam fazer trabalhos comunitários, cumprir horários e aprender a ter responsabilidades...
Isto das petições, só deviam ser assinadas depois de bem clarificado o tema, e ainda assim valem o que valem-, e neste caso pouca valia (?), porque a maioria das pessoas acabam por ser "levadas" com o encantamento da criação do jardim e descuidam o remanescente de outras valias igualmente importantes como a falta de estacionamento e abertura de novas acessibilidades, porque até para irem ao Pingo Doce à Almirante Reis a pé-, ou usam a escadaria, ou dão a volta usando as ruas existentes, quando poderiam haver novas variantes que atravessassem a quinta na direção da Rua Marques da Silva a norte, abrindo o Beco da Cidade de Liverpool e o Beco da Cidade de Cardiff, e ainda, abrindo uma nova variante de acesso à Penha de França, onde se diz ser reserva ecológica (um matagal infestante que termina com uns pavilhões desativados da PSP(?)-, e é disto que se fala, isto é que é ter visão futurista.Porque árvores e catos podem ser transplantados.
Logo eu lúcida, também me mostrei tola ao assinar -, a verdade é que num encontro em estabelecimento comercial onde estava alguém a recolher assinaturas, ao expor o meu ponto de vista, uma senhora moradora na rua Poeta Milton irrompe ao meio da conversa se insurgindo em despropósito deselegante, altiva e arrogante ao abordar-me sobre o caixote de lixo do prédio da minha filha (que alguém o colocou num sítio de ninguém, no remate redondo do outro lado da escadaria defronte do prédio, na lábia-, se não cabe no prédio que o ponham na rua no redondo do passeio), para não lhe dar resposta igual, porque só a conheço de vista na rua, e por ter tido berço, sou educada, apesar de também saber ser muito malcriada, enervada me deixou, e assim confusa assinei, mas sinto que não devia!
Por isso pecadora me confesso em reflexão -, sendo que durante tanta década lastimo que nada aqui foi feito, o que transparece ninguém precisou ou mitigou um jardim!
Francamente gostei de apreciar a forte visualização das minhas crónicas para agora meio mundo se alevantar em prol de um jardim, a que deram o nome que escrevi numa delas...excerto " Descendo pelo tardoz da igreja, pelo Caracol da Penha, entre a Rua Marques da Silva e a  sul a Rua Cardiff existe uma quinta pertença da câmara, julgo tenha sido a Quinta da Imagem ou Quinta da Palmeira-, que foi de João Marques da Silva, que a doou gratuitamente, com isso ganhou o seu nome na rua onde morou. A referida quinta encontra-se neste agora num matagal empestado de canavial e árvores enormes, sem poda, que tiram visibilidade aos moradores de caves e de outros vizinhos,  com alpendres e barracões em total ruína, onde laborou uma carpintaria com muita matéria combustível, incendiária, no coração da cidade, sem utilidade para os moradores, há quase 50 anos. Além da proliferação de ratos, ratazanas e repteis, descendentes do lendário lagarto da Penha,  urge urgência em ser limpa e reconvertida com interesse para a população, sendo que a zona se mostra deficitária de novas acessibilidades; o certo seria abrir os Becos: Cidade de Liverpool  e Beco da Cidade de Cardiff  na ligação a norte à Rua Marques da Silva e Rua Penha de França para nascente, para melhor ligeireza de veículos e de pessoas, construção de um jardim para crianças e idosos, mantendo árvores de fruto, desde que bem podadas , um parque de estacionamento em silo com quiosque de vista panorâmica e outras infra estruturas de cariz social  e lúdico como um campo de futebol de 5 ou 7 em parceria com a Seleta (detêm um edifício que termina em placa enorme, sem aparente utilidade (?), a que outro se poderia acrescentar(na contrapartida da demolição de dois barracões para abertura do beco da Cidade de Liverpool) sendo a cobertura um campo para usufruição durante o dia do liceu, noite, fins de semana e feriados, de aluguer à população.
Quanto ao jardim o seu nome-, o certo era dignificá-lo em homenagem ao  homem que doou a quinta, o Marques da Silva, que já tem uma rua com o seu nome, mas melhor seria Jardim do Bairro Inglês, porque este Bairro foi construído primeiro que o Bairro das Colónias, sendo na verdade este que predomina na toponímia, e não devia, porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa! 
Onde mora o orgulho e a estirpe de muita gente que mora no Bairro Inglês que deixou no tempo perder a sua toponímia adoptando outra, a do Bairro das Colónias?
Citando um comentário de Alfredo Santos
" A minha escolha para o nome é: Jardim do Monte do Alperche.
E porquê este nome? O terreno no qual será instalado o "Jardim" pertence na sua maior extensão e/ou na totalidade à Jurisdição Autárquica da Junta de Freguesia da Penha de França. Assim sendo, para que não se perca a memória colectiva, deixo abaixo o texto foi publicado na Revista Nº. 2 da Junta de Freguesia da Penha de França, de Abril de 2016, página 24. 
Sobre o Monte do Alperche: A actual Rua da Penha de França (Lisboa) era, no século XII, um caminho público que ligava Almofala (Graça) ao Poço dos Mouros. A presença Mourisca é, alias, uma constante que se pode verificar pela leitura dos documentos notariais que assinalavam a posse, pelos Mouros, de propriedades rústicas no Alperche, mais tarde designado de Monte do Alperche, local onde foi construída a actual Igreja da Nossa Senhora da Penha de França (Lisboa). São resquícios da herança Mourisca na Freguesia de Penha de França que, até ao terramoto de 1755, foi sobretudo una zona de hortas, quintas e retiros."

Pessoalmente esta designação -, Monte Alperche, seria na minha opinião aposta certa para o costado abaixo do miradouro da igreja da Penha de França, que tem espaço de sobeja para ser revitalizado com uma casa que sofreu incêndio e arrabaldes de baldios que cercam o miradouro até à rua Poço dos Mouros .
Fundamental seria Pensar e Agir em Grande, com abertura de novas acessibilidades nos Becos: Cidade de Liverpool e Cidade de Cardiff com saída para a Penha de França a nascente e a norte para a Rua Marques da Silva.E atribuir placas sinaléticas com a designação do Bairro- Bairro Inglês.
Reformulem o projeto com ambição, sem descuidar as infra estruturas necessárias. Estamos no século XXI.
E depois não basta manter as árvores de fruto, na maioria velhas -, há que podá-las a cada ano e apanhar a fruta. Remato com a deixa de dizer NÃO a  supostos lacónicos, parasitas, oportunistas, egoístas e lunáticos, em prol de pensar e fazer obra grande! 

Fontes
Um comentário de Alfredo Santos na pagina facebook Jardim do Caracol da Penha

sábado, 23 de julho de 2016

Concurso Olhar Ansião 2016.Observe.Fotografe.Participe

O tema do Concurso foi o Património Natural e Edificado do Concelho de Ansião.
Eram aceites fotografias tiradas em qualquer local do Concelho de Ansião, que se enquadrem no tema proposto. Decidi com o meu marido participar, cada um com três fotos.
As escolhas:
Portal gótico que faz parte do meu manancial de memórias quando o meu pai me abria a porta do imenso corredor que dava acesso ao Tribunal, onde trabalhava, para no jardim do antigo solar dos Menezes, em patamar, ornado de bancos ovais em pedra, e buxos a delimitar canteiros que cheiravam a cemitério (?) brincava e apanhava cerejas em junho, que só outras assim as havia na quinta do Bairro de Santo António, para nas traseiras da Misericórdia me deixar apalermada a contemplar o portal. Dele aqui já escrevi e mostrei há anos. Curioso é constatar que muita gente de Ansião o desconhecer e me abordar em vários contextos - já me levaste a conhecer o portal...por isso a decisão na escolha!
Lamentavelmente no jardim fizeram os serviços municipalizados, e na parede junto ao portal fixaram um portão...por isso a decisão de cortar a foto e pô-la a preto e branco para o contraste da janela lateral com grades em ferro da Misericórdia, com a que ainda existe na suposta adega dos frades, ao Vale Mosteiro, também dos insectos que ficaram presos no verniz da madeira.
Título: Portal gótico
Janela no complexo ruinal do mosteiro, ao Vale Mosteiro, na lateral a norte da suposta adega dos frades
Arco de volta perfeita e pedra de lagar da suposta adega dos frades do Vale Mosteiro
 Outro arco de volta perfeita debaixo do complexo ruinal
Título:Trezena no Santo António.
Ritual do pedido do terço durante os treze dias antecedentes da festa.
Capela  de 1647, modernizada na década de 60, mantém o chão lajeado com sinais da fogueira feita pelos desertores da batalha do Buçaco, os supostos ladrões do espólio que aqui havia, ao deixar o Santo António, por ser em pedra e pesado, porque possivelmente já levavam os Santos da capela das Lagoas, que a incendiaram.
 
Abonada de grande adro, tinha no gaveto a poente/ norte uma grande mimosa de tronco vermelho, que outra igual havia no gaveto do antigo hospital ao entroncamento com a estrada real. Ostenta na frontaria um escadatório em pedra ao jardim e à fonte do Ribeiro da Vide, lamentavelmente este quando foi requalificado subterraram 4 degraus e não deviam.Vivi de caras para o adro desta capela, no seu tardoz. Os plátanos foram plantados pelo meu bisavô Francisco Rodrigues Valente.Tanta recordação vivida e sentida por aqui!
Imagem do Santo António
 Chão lajeado com marcas de fogueira
 
Título: Geoforma cársica , uma dolina, contrastes das águas paradas.
 Lagoa da Ameixeira ou Ameixieira 
Título: Véu de noiva, águas fartas na Páscoa no adeus à Constantina do rio velho, o Nabão, no reino do carvalho cerquinho
Título: Entardecer à foz do Ribeiro de Albarrol no  adeus ao Nabão, contrastes de tonalidades
As opções que descuidei...
Réplica do moinho de vento carateristico na região, em madeira que roda sobre eira de pedra, fez parte do cortejo alegórico do povo e a Junta de Freguesia nessa noite confidenciou-me que o iria colocar em local público, promessa cumprida.Faz no presente parte do cenário paisagístico de Santiago da Guarda.
Carvalhal, em Santiago da Guarda. Belo troço da antiga estrada de ligação ao Alvorge, em terra batida, bem tratado e com muita cor. Infelizmente já vejo mal, a foto no computador enganou-me...deturpei ao fundo a imagem da torre como sendo a torre medieval da Casa dos Condes de Castelo Melhor, debalde ao imprimir em formato grande logo me apercebi que era um silo...

 Túnel romano em Santiago da Guarda.
Terras de Façalamir . Cúpula de forno com telhos mouriscos em cerâmica

domingo, 17 de julho de 2016

Polas serras dansian se cruzam caminhos da seleção e da batalha de Ourique...

O mês de Julho de 2016 aqueceu ainda mais com ganhos extraordinários no desporto nacional:
Campeões da Europa de Futebol - Sub-17
Campeões da Europa de Futebol - Seniores
Campeões Europeus de Atletismo
Campeões da Europa de Hóquei em Patins
Campeões do Mundo de Ginástica Acrobática
Campeã da Europa Júnior de Surf Feminino
Campeões Europeus de Taekwondo
Campeã Europeia Junior de Natação
Campeões do Mundo de Maratonas BTT
Campeões Europeus de Canoagem
Campeão Europeus de Júniores em Judo
Campeões Europeus de Futebol de Praia
Campeões do Mundo de Futebol de Praia
Há quem diga que somos um País pequeno? Ainda quem nos confunda no Mundo como parte integrante de Espanha...tanta incultura para quem não sabe interpretar um mapa globo, e desconhece a rota dos descobrimentos marítimos e dos feitos dos portugueses aquém e além mar, com abertura de novas rotas de especiarias, açúcar, sal, seda, bacalhau e,...
Panegírico ao povo Lusitano, a todos os campeões com muito respeito e admiração!
O hóquei em patins está-me no sangue, tive o privilégio de aprender patinagem no ringue dos Salesianos em 71 no Estoril, precisamente com os patins usados dos seus hoquistas.
Mas na minha cabeça antagonismos, anacronia e paradoxos foram sentidos em vésperas, e no dia do jogo da Seleção de Futebol com a França, e claro na chegada dos campeões ...
Expressar outros ídolos do passado ao Chiado, na Praça Bordalo Pinheiro com placa identificativa feita em faiança das Caldas da Rainha por Bordalo Pinheiroonde encontrei uma Imagem de Nossa Senhora Milagreira, numa montra de um Bistrot Français.
Perdi-me em segundos a rondar minutos a olhar uma bela buganvília escarlate, uma das minhas cores favoritas, a pensar na cor da seleção portuguesa e na sua Vitória. 
Ao Carmo, olhei demoradamente a Cruz do Convento mandado erigir pelo Santo Condestável, a sonhar que Portugal bem pode sair vencedor.
Parei estupefacta a magicar a mensagem nesta fachada " Penso mas não existo"...
Porque eu penso e existo!
Na Praça de Londres na Avª Paris com placa em esmalte como gosto reparei em várias casas de comércio de nome sugestivo à cidade das Luzes e do Sena...
Arrepio com o inusitado-, de boca aberta na minha frente uma mulher magra, de meia idade, mirrada de carnes e cigarro na mão sem modos se dirige do passeio para entre carros estacionados fazer a sua necessidade fisiológica ( peço desculpa a quem achar a foto deselegante, que o é) ainda assim bem a propósito porque PORTUGAL vai ganhar à França o Campeonato Europeu de Futebol. 
De fato assisti a este acontecimento nefasto em plena Avª de Paris, mas em Lisboa!
Para quê mais ilações ou palavras!
No dia do jogo no mercado do Monte de Caparica havia uma banca a vender caracóis e caracoletas com fila de espera. Petisco que jamais comerei por ser viscoso em que reparei que na frente além da bandeira de Portugal havia uma grande caixa com caracoletas de carapaça pintada-, nada mais que a equipa de Portugal e a equipa de França. Fiquei abismada com tamanha criatividade. Perguntei ao dono quem estava a ganhar-, responde-me começamos a perder, mas já estamos de novo a ganhar!
Diz um homem na fila, Portugal vai à frente não vê a caracoleta grande ( o nosso Ronaldo) que abalroa as outras...Lamentavelmente não levava a máquina para registar as equipas de caracoletas. Uma obra feita com engenho e arte!
FORÇA PORTUGAL, ESPERO QUE DÊEM O LITRO E TRAGAM O CANECO, COMO É USO SE DIZER POR TERRAS DE TRÁS OS MONTES!
E trouxeram, mostra à saída do avião!
No dia da chegada dos campeões a Lisboa. No Metro vinham dois homens recém chegados da festa de Paris que andavam perdidos a pensar que a festa continuava pelo Cais do Sodré. Ainda era bem de manhã, pelo sotaque e boa disposição era pessoal do norte que por sentirem e verem o povo calado e sisudo soltam a voz em alto e bom som -, mas isto parece um funeral, vamos outra vez para o aeroporto...
- Diz-lhe alguém - ainda faltam algumas horas...
- Sem hesitação respondem, onde há cerveja o tempo passa sem sequer se dar conta!
Ouvia-se outra voz...não se esqueçam de mudar no metro na Alameda...
-Obrigado Portugal , alé!
Lisboa viu-se hoje inundada de tanta gente de todas as faixas etárias, vestida com as cores da seleção que se mostrava alegre, feliz com bandeiras ao vento, muita polícia a pé, de mota e de carro, bombeiros, ambulâncias...Ainda me sobrou tempo para pensar por segundos naqueles que hoje fatalmente morreram sem viver esta brutal festa (na base do Montijo e outros) dos acamados e dos presos.Como a vida é ingrata para alguns!

O avião que trouxe a equipa para Portugal  usou o corredor Serpins, Nexebra, espero que tenham visto as minhas flores na Moita Redonda e aos Formigais , não sei se ficaram com vontade de dar um mergulho no Agroal, presentearam antes da chegada a entrada na Caparica e antes do Cristo Rei outra vez na minha casa, onde não estava e sim o vi no corredor ao aeroporto na varanda da casa da minha filha em Lisboa.Atonta, não consegui captar imagens dos caças, tamanha a velocidade ...a minha neta almoçava sopinha com borrego, a sua primeira vez, tão satisfeita com a transmissão da TV que gritava bem alto...pelas 3 da tarde viemos em família para a Almirante Reis celebrar a vitória. Refrescámos numa esplanada com imperiais e tremoços.
Os meus príncipes -  Vicente com 20 meses não simpatizou com a bandeira na cabeça...e a minha princesa Laura com 7 meses.
Avª Almirante Reis em completo delírio...
Tive a sorte de ter visto o treinador, o Éder e o Quaresma.
 

O Infantário do meu Vicente. A Beta acenou-me. O estabelecimento aguarda obras de grande envergadura.Faltam Mecenas. A Federação Portuguesa de Futebol vai receber milhões, bem poderia CONTRIBUIR. Porque esta casa começou como Asilo-Oficina de Santo António, fundado por um homem ourives de prata da coroa-, Luís Pinto Moitinho, viria por isso a ganhar em 1906 o seu nome na rua lateral a norte com o edifício de gaveto com a Avª Almirante Reis. Aqui morador custava-lhe ver as crianças andarem perdidas pela rua cujas mães se prostituíam ...
Supostamente até ele, apesar de casado, teria alguma filha (?) incógnita por ali...porque a obra foi e é inegavelmente grandiosa! 
São afinal homens deste gabarito que fazem falta!
Na frontaria do Infantário/Escola os miúdos mais crescidos em filas ordeiros, atrás a supervisionar o Sr. Adriano com a sua bandeira no regaço.
O prenúncio da vitória no europeu veio com o Quaresma ao mandar desenhar não uma pena, como lhe chamam-, mas a coroa de louros como os imperadores na antiga Roma gostavam de ostentar na cabeça. Porque foi assim que o senti mal a vi. Homem que pensa Grande, e que bem lhe fica. Gostei francamente de o ver ao vivo!
Festa acabada na Avª Almirante Reis continuava o palco do povo em dispersão ordeira...
 
Não assisti a registo de qualquer incidente, só transparecia alegria numa festa ordeira de tamanha felicidade, apesar da panóplia de gentes de todas as faixas etárias e nacionalidades!
Inexplicável foi a multidão que avistei à Alameda D.Afonso Henriques, a evocar o nosso primeiro rei, onde milhares de pessoas aguardavam de pé engalanadas com as cores da seleção e nas mãos orgulhosas envergavam firme e segura muita bandeira que dançava ao sabor do vento, por todo o lado se avistava uma brutal moldura humana extraordinária, cenário magnífico de cor e som para em inusitado mágico me transportar para o cenário do campo de batalha em terras de Sicó da Batalha de Ourique  que na Escola, as gravuras dos livros a preto e branco dizem que o seu  palco foi no Alentejo...
Hoje por aqui  não havia ginetes, antes homens jovens que em fulgor corrida os vi subir a Avª Almirante Reis no teimoso acompanhar o carro da seleção e os seus campeões, e aquelas bandeiras de tantos tamanhos reportavam na minha imaginação a estandartes de cavaleiros das famílias nobres do nosso reino e aliados, estrondoso buliço de emoção na tamanha festa, quiçá  atolados na batalha  armados nas mãos  com telemóveis a filmar num místico de muita alegria ouviam-se cornetas que soavam estrondosas onde Lusitanos e estrangeiros, e alguns sarracenos (?) todos em festa e delírio ordeiro-, amigos em confraternização que o futebol uniu-, apesar da predominante cor, o vermelho, não era sangue, era orgulho, aqui não houve Morte! Somente Honra, Coragem e Glória!
O livro
Na minha cabeça ainda fervilhava a leitura do segundo livro que consegui ler nesta vida -, pecadora me confesso-, gentilmente me foi emprestado pelo Sr. Adriano-,segurança do Infantário do Vicente, homem apaixonado pela História de Portugal, se revela em todas as conversas de grande cultura enciclopédica, claro que me vi obrigada a ler o livro, atendendo à extrema simpatia com que me acolhe todas as vezes que vou buscar o meu neto e damos dois dedos de conversa nesta temática que gostamos. Também porque tinha muito interesse em mais saber sobre o verdadeiro terreiro da batalha de Ourique, o seu palco!
E não fiquei convencida, nem o autor me pareceu convincente!
Os anais da história a dita no Alentejo, mas poderá ter sido na Ladeia, nas terras de Sicó!
Tangerinas numa varanda de Lisboa, afinal dão-se em qualquer terra...
Poloas serras dansian...
Canção inspirado no Cancioneiro Garcia de Resende numa canção às serras de Ansião


FONTES
Excertos do Livro José Manuel Marques - O Reino Honra, Coragem e Glória

Seguidores

Arquivo do blog