quinta-feira, 23 de maio de 2019

Ruína de casa de traça judaica no Avelar, teria sido a Casa da Câmara?

No Grupo de Genealogias Avelarense o seu Administrador - bom amigo Raul Manuel Coelho tem vindo a desenvolver temática importante na divulgação e preservação do património das antigas Cinco Vilas de Chão de Couce e suas linhagens . Postou um texto em 27 de julho de 2018 da ruína de uma casa cujo limite de caracteres no Facebook não me permitiu publicar...nesse pressuposto para que não se esquecem as memórias do passado, temática a privilegiar a crónica em também elevar cabeças - quando Cabeças não faltam na toponímia do Avelar, Aguda e na região...
A união faz a força - lema que devia ser de cada um de nós no contributo de mais se vir a saber sobre o rico passado das Cinco Vilas de Chão de Couce e da ilha ou enclave que foi Ansião rodeada por Senhorios em  deslindar um pouco a investigação que tenho em mãos . a grande lacuna da génese historial do edificado e dos testemunhos deixados em herança sem estudo, como a  razão de escolha da região pelos primeiros povoadores, a não descartar homiziados de Germanelo, perdoados de crimes graves desde que povoassem o sul do concelho edificado em 1142, onde Ansião era extrema, a que se juntou o povo franco e judeus vindos da Galiza sefarditas  e ashkenazi .Por mar outros se aventuraram para aportar a Buarcos onde encontraram boa pescaria, construíram casas de brunhos, por ali ficaram, verossímil  alguns  se encaminhar para o interior onde também deixaram a marca indelével do seu passado com os tradicionais moinhos de vento na Gândara e no Maçico de Sicó, ainda hoje caracteristicos no Afeganistão de onde tenha vindo a  herança trazida na sua Diáspora. Após o êxodo espanhol de 1492 outros judeus sefarditas vindos da raia em especial de Belmonte para se fixar nesta região em pequenas comunidades, no tempo se cruzaram entre si nos concelhos limítrofes onde também se constacta ligação ao Minho, Trás os Montes, Alto Alentejo e Algarve. Na região desenvolveram actividades além da agricultura, moagem, pisoaria, tecelagem, lagares de azeite e de vinho, com trabalho e visão soube aproveitar os parcos recursos como a água das ribeiras e ribeiros,  só corre até junho para angariar riqueza que lhes deu hipótese de colocar filhos em Coimbra no ingresso na Universidade, Seminários e Ordens, depois se espalharam por Portugal, Brasil e pelo Mundo, em geral se vieram a fixar nas terras onde encontraram trabalho ou casamento, uma maioria sem mais voltar à terra, vendeu as heranças, enquanto outros mantém com orgulho a casa de família tal como os que nunca emigraram para dentro e fora do país, com as mesmas evidências em talentos dotados para a agricultura, medicina, farmácia, direito, magia, artes, etc ) fácil reconhecer o carisma obstinado no trabalho, de olhão para o negócio, angariar poupança, carácter reservado em contraste com outros aventureiros, de mau génio com episódios de violência  em casos de vingança, outros psicóticos sem arte para coisa que o valha, a miscelânea resulto de cruzamentos com o povo franco, celta e nas últimas centúrias com mouros do norte de África, ainda muito evidentes na população, laivos de ruivos, louros de olhos azuis, altos e entroncados, altos e secos de carnes, medianos, baixos e atarracados de olhos mesclados verde e castanho de cabelos escuros encaracolados. De todas as evidências  ainda se acrescentam os apelidos e controvérsia  onde me destaco com costado no gosto de conversa farta, que se estranha e ainda o gosto em ofertar e partilhar e me parece muitos o seriam mais de ficar com trunfos nas mangas...Na fundação de Portugal ou judeus da Península Ibérica -comunidades sefarditas vindas da actual Alemanha , se tenham estabelecido com os mercadores fenícios com outros vindos em Diáspora do leste europeu - os judeus ashkenazi de olhos azuis e verdes todos ajudaram ao povoamento do território conquistado aos mouros. Por isso beneficiaram da proteção real até 1496, data do Édito de Expulsão dos Judeus. Dessas comunidades de homens de negócio, de ciência e de letras, filósofos, médicos, astrónomos, saíram grandes contributos para a náutica e os Descobrimentos portugueses, assim como para a medicina ou a economia.» Na  Biblioteca Joanina encontram-se importantes estudos dos grandes matemáticos Pedro Nunes (inventor do nónio) e André de Avelar, ambos cristãos-novos, este último pelo apelido Avelar, pese ter nascido em Lisboa em 1546 , estudou em Coimbra, não deixa de ser curioso o uso do apelido do nome desta terra.
A herança judaica atestada na toponímia das ruas ou na arquitetura com grande evidência nas terras raianas e junto ao litoral, já catalogadas, onde é visível por vezes a tipologia da habitação hebraica, com duas portas no piso térreo: uma larga para o comércio e uma estreita que levava ao piso superior, de uso doméstico.Também na ombreira das portas perduram inscrições de marcas cruciformes associadas ao culto hebraico. Muitas delas atualmente em forma de cruz, sinalizam a cristianização dum antigo espaço de judeus. 
Pioneira em abordar abertamente esta temática na região, debalde até hoje jamais explorada como o merecia por investigadores e historiadores! A que acresce a continuada falta de sensibilidade cultural em se valorizar o que restou dos seus testemunhos - "cruzes" esculpidas nos lintéis de casas e outra simbologia - quiçá a lápide encontrada na ampliação em 1969 do cemitério de Ansião com 3 letras esculpidas, hoje desaparecida, pode ser  alusão ao "Hejal" pequeno altar com letras (?)e a  entrada diferenciada para homens e mulheres nos tanques de chafurdo debaixo dos arcos da Ponte de Cal em Ansião para o tradicional Banho Santo, tenha sido herança romana onde existiu um habitat depois usado pelos judeus, que também ninguém lhes fez correlação...Apresento-me autodidata, na minha vida profissional de bancária despertei para um talento escondido no dom de saber destrinçar as motivações da panóplia da clientela que me veio a motivar em novo aprendizado onde a leitura aos 50 anos nunca explorada abraçei em paralelo com a investigação disponibilizada na internet  - Estudos na Academia EDU, Monografias, Dissertações de Mestrado, entre outros , o último livro Miscelânea do Sitio da Senhora da Luz de Pedrogão Grande de Miguel Leitão Freire d'Andrade de 1629. A crónica reúne notas, embora modestas, poderão vir a ser úteis à investigação considerando que nem todas as fontes (históricas, artísticas, antropológicas, mágico-religiosa, etc.) estão suficientemente tratadas. Também por este motivo,embora seja um trabalho simples e aberto para esclarecimento e abrir mentalidades adormecidas também a despoletar a cortesia gratuita de mais partilha de informação para lhe acrescentar de mais valia, mas também onde alguém aponte erros, circunstância sem alternativa, senão emendar ou ficar queda! O medo não me atrofia, se errar é porque ainda me falta crescer e crescimento é o que sinto a cada dia mais quando me embrenho na investigação mais se abre em facetas múltiplas, sem tempo para as abraçar todas, tornou-se um vicio... A crónica na pretensão maior sensibilizar a população e quem a dirige para testemunhos ainda vivos que merecem  preservação e estudo além dos costumes, tradições e romarias em que linhagens, o seu levantamento, tem sido exímio o Raul Coelho e o primo Henrique Dias .
Casa em ruína no Avelar postada por Raul Manuel Coelho no Facebook
Facebook de Raul Manuel Coelho « Num tempo em que se ouve falar de Programas de preservação dos centros históricos, voltamos, aqui, a este tema. A existência de dinheiro, no passado, serviu mais para destruir do que para recuperar. Que o presente nos traga melhor sorte.
Em nossa opinião, o essencial do centro histórico da Vila de Avelar está perdido, pouco resta além do Pelourinho arredado. Destruíram-se as casas antigas, construiu-se em altura, descaracterizaram-se as fachadas, alcatroaram-se os pavimentos, ignorou-se o pódio e as ruínas da Igreja antiga, local sagrado, onde os nossos antepassados vivenciaram a sua espiritualidade, tomaram sacramentos, e se fizeram sepultar, e onde há poucos anos se construiu... mais um edifício.
Quem aqui passa, dificilmente dirá que este local foi o centro de uma Vila sede de Concelho ao longo de muitos séculos, e a centralidade de uma comunidade popular milenar. A este Espaço não foi dada a possibilidade de reflectir e testemunhar, condignamente, a história e a cultura deste Povo.
Veja-se, por exemplo, esta casa, uma das últimas a resistir no Centro Histórico; já em estado assinalável de Ruína. Não sei de quem é, mas, ainda lá está, agonizando, “empurrada” por um prédio. Seria, talvez, um bom local para ali se instalar um Posto de Cultura.
A sua configuração inspira a pensar na Casa da Câmara, que, com toda a certeza por aqui existiu, simbolizando e representando solenemente o poder popular, tal como o Grande Carvalho, dos quais alguns documentos nos falam.Já nem falo em se averiguar vestígios arqueológicos no local, nomeadamente Romanos dado que, parece-me, há algumas pistas que poderão apontar nesse sentido. O centro moderno da localidade, com a construção da nova Igreja (datada de 1767, mas só terminada meio século depois) e do Hospital, no final do século XIX, passou para o Terreiro da Guia. O Avelar crescia. Pena foi que se tivesse desprezado o Centro da Vila Antiga. Bom será, no possível, que se lhe dê a dignidade que merece (mos).»
A resposta que não consegui publicar
Caríssimo Raul Manuel Coelho muito obrigado pela cortesia da partilha deste rico património da vila do Avelar com a ruína de uma casa de arquitectura ancestral a reivindicar herança visigótica após a romanização, mormente arte continuada pelos povos concentrados na Galiza - celtas, lusitanos, francos, fenícios e judeus vindos na sua Diáspora ao se fixarem na terra que os romanos chamaram - Finisterra - por esta acabar e começar o mar, em que o sul da Galiza se veio a consolidar no Condado Portucalense, com essa gente a se deslocar para sul para povoar as terras novas reconquistadas aos sarracenos, em ser hoje a nossa ascendência.
A foto apresenta na frontaria uma escadaria seguida de patamar com a particularidade de ser ou não alpendrado- o tradicional Balcão, herança judaica sefardita existente em Portugal, composta pelo património histórico e cultural desta comunidade que deixou marcas profundas e decisivas para o desenvolvimento do país ao longo dos tempos. Medelim na Beira Baixa, que foi terra de judeus, detém o maior numero de casario com balcões a despertar opiniões adversas quer em investigadores quer em historiadores  sobre  se é ou não traça judaica  como nesta ruína que se encontra na Rua do Pelourinho enquadrada no sitio da primitiva igreja, para mim a segunda fase da parte mais antiga da vila do Avelar.
A casa no r/c debaixo do balcão com porta para entrada dos currais, no tempo de escola se aprendia que o seu bafo servia para aquecer a casa no tempo de invernia... A ruína a cada dia a se alastrar mais em que já não indicia acima do lintel da porta principal o formato invertido de pedras em "V" com duas lages, ou na forma sobreposta de ligeira abertura entre elas, sem lhe saber o significado - a necessitar investigação também a simbologia mágico-religiosa  na sua afirmação à cristandade e na sua tradição judaica tenham marcado as suas casas com  mezuzah's - e aqui perceber se as cavidades nas paredes em pedra ao lado da porta  que encontro em muita  ruína se o foram de facto, ou "armário da lei" onde se guardava o "Torah" , o livro sagrado dos judeus, confidenciou-me um amigo ainda se lembrar dum livro em casa dois avós... Pese outras cavidades maiores as encontro na cozinha onde se  entende serviam para guardar grandes utensílios grandes em que a instituição de capelas, uma afirmação de professar a fé cristã, quanto a mim a profanaram... Outras casas ostentam acima do lintel meia lua em lajes cerâmicas - exemplares que vislumbrei com estas caracteristicas no concelho de Ansião em casario recuperado e ruínas - na vila de Ansião; Escampados, num caminho em Santa Marta recordo uma grande laje estava incisa uma "cruz" que desapareceu com a melhoria da estrada, Moinho das Moitas (  existe uma espécie de altar cravado de pedrinhas), Além da Ponte, Ribeirinho, Casal Soeiro, Ameixieira, Casal Viegas, Constantina, Ateanha, Portela de S Lourenço, Venda do Negro, Vale Perrim, Chão de Couce na que foi a Casa da Câmara e,...E na Granja e Ansião nos lintéis  esculpidas "cruzes" e numa casa da Portela em Pousaflores uma pedra com a data ladeada por cruzes. Imperioso abordar esta temática para não se perder, sensibilizando as autarquias e juntas de freguesia no seu dever em preservar estes testemunhos, incitando ao seu estudo e divulgação mas como? O maior problema passa por estar em mãos de particulares que o vetaram por razões várias ao abandono...ou porque não lhes interessa ou por falta de capacidade financeira para o recuperar, acabando por a venda ser o destino final e aqui um imbróglio - todo e qualquer património ancestral (casas, poços de chafurdo, dolinas cársicas vulgarmente chamadas lagoas, moinhos, lagares, fornos e demais património particular e público inserido na malha histórica urbana e rural dever ser inventariado para se acautelar e não se perder, incitando a população residente e sazonal no dever de o preservar na sua traça ancestral e não como já se tem visto- adulterado e outro desaparecido, pese a menção obrigatória há muito patente nos projectos de requalificação, debalde antes ou depois da vistoria os donos dão cabo dos vestígios antigos...lembro-me na vila de Ansião de uma casa de aspecto medieval e fachada pesada edificada por altura de 1593, a data da segunda igreja, a casa do padre ter chegado ao principio do séc XX vendida com essa menção, em que o novo projecto de requalificação tinha obrigação em manter a fachada e numa noite simplesmente ruir, porque não foi sustentada com vigas de ferro como hoje na grande Lisboa se constata em qualquer prédio em reabilitação...o património, a sua mais valia deve merecer mais atenção de quem deve fiscalizar se mostrar isento e determinado em executar cabalmente o seu trabalho e também se instaurar medida cautelar para a sua defesa fazendo disso notícia ao divulgá-lo, sensibilizando a população e ainda estabelecer parceria com os Notários para no acto da escritura a nacionais e estrangeiros o conhecimento da obrigatoriedade em respeitar a traça da arquitectura ancestral, a nossa herança e de todos os valores que encerram , pese infracção - coimas e reposição da traça antiga, o caminho certo!
Portugal é de todos os portugueses, desse modo todo e qualquer estrangeiro que venha a escolher a nossa terra para viver , é bem vindo desde que a sua integração passe por aprender a nossa cultura e o dever de a manter viva, preservando, e jamais adulterando os seus vestígios, a nossa herança!
Que mais nos mostra esta foto? Além de duas portas na tradição judaica em que uma servia para entrada da casa e outra para a oficina (sapateiro, tecelão etc) com as janelas na parte inferior do parapeito  ostentar a sobreposição de duas pedras em que a primeira é mais comprida que a segunda em detrimento da habitual janela em avental, característica igual que se encontra noutra casa na vila de Ansião e noutras que distingui na vila de Abiul.
Casa em Ansião ao Cimo da Rua
Adornada com piais nas laterais para as sardinheiras.Graciosa! Neste caso por estar implantada na beira de uma estrada que foi romana e depois medieval com casario perfilhado e adoçado na centúria de 600, a escadaria em pedra encontra-se no interior para o sobrado.
Nova foto no Avelar tirada em 12-05-2019 de Raul Manuel Coelho
«A hipótese, que há algum tempo coloquei, de este edifício poder ter sido durante séculos a CASA DA CÂMARA do Concelho de Avelar, se, para os que têm forma de o averiguar, merece o esforço de ser feito, o tempo é cada vez mais escasso para o fazerem.
Como podemos ver, a ruína total, do que pode ser o símbolo máximo dos antigos poderes locais de base popular da nossa Terra, está eminente.
Gastam-se tantos recursos em tantas coisas sem sentido (exemplos não faltam), e parece não haver, nem que seja o custo do tempo que a atenção deste assunto merecerá.»
A ruína desta casa a cada dia se acentua mais sem ninguém para lhe acudir! Peremptória a sua preservação na traça antiga para a finalidade que o Raul Manuel Coelho muito bem protagonizou!
Se foi aqui sediada a  Casa da Câmara do Avelar em supor uma  porta servia a sala da Câmara e outra porta a sala do Tribunal (?). Onde estaria a simbologia do poder? Sino, brasão e bandeira?
As casas  da Câmara ao serem vendidas depois da instauração da comarca de Ansião em 1875 quem as comprou as adaptou para viver. Não conheci esta casa, por isso não posso nada mais dizer como era o seu interior,  julgo não há nenhuma certeza - o podia ter sido ou então de família importante morador na centúria de 600 nesta vila de Avelar, inclino-me para a descendência dos irmãos Afonso na ousadia em escrever ao Papa para instituir a paróquia do Avelar, cuja resposta tardou em chegar , além da visita que fiz ao cemitério de Avelar onde encontrei muita simbologia relativa ao povo judaico, crónica que retirei e outras alusivas ao Avelar para não influenciar a futura monografia, e aqui não me queria alongar mais, por no passado o mesmo  autor usar matéria do meu blog e dele não fez qualquer referencia, a tomando como sua, para neste agora bem as podia ter copiado para vir a usar, e no mesmo esta- o pode fazer se o fizer constar em Fontes , caso contrário haverá problema, passível de se evitar se as pessoas forem honestas!

No concelho de Ansião e antigas Cinco Vilas as Casas da Câmara  nenhuma foi preservada
Segundo o Livro Noticias e Memórias Paroquiais Setecentistas «As Casas da Câmara nasceram com as Vintenas nas Ordenações Manuelinas e mais tarde  incrementadas com as Ordenações Filipinas em estabelecer nas aldeias com, pelo menos, vinte vizinhos, situadas a uma légua ou mais da cabeça do concelho, fosse escolhido cada ano um homem-bom que conhecesse e determinasse, verbalmente, sem processo algum, as contendas cíveis havidas entre os moradores, executando imediatamente as sentenças, das quais não haveria agravo nem apelação,Estes magistrados locais passaram a ser designados como juízes pedâneos, juízes de vintena ou juízes das aldeias, chamando-se ás suas circunscrições julgados ou vintenas. »
As Casas da Câmara - na Cabeça de Façalamim(r) na Orada em Santiago da Guarda, a correlaciono na Granja, com a Casa dos Fósseis pela janela de avental.
Em Ansião foi edificada na Cabeça do Bairro, também tinha uma janela de avental, e duas grandes colunas na frente, ainda conheci.
Em Chão de Couce há anos mostrei as suas ruínas, debalde ninguém nada fez, nem o presidente camarário na altura, sendo a sua terra natal, para o ano passado o dono a reconverteu em habitação.
Em Pousaflores as ruínas que existiam na Chousa foram destruídas numa iniciativa da JF em fomentar o povoamento ao lançar campanha passada na rádio com oferta de lotes onde se construíram vivendas sem dignificar ali o seu passado.
Na Aguda restam duas paredes...
Foi assim no passado nesta região a história das Casas da Câmara que conheço...
Nitidamente votadas a tudo menos preservar património público, por falta de conhecimento e atitude!

O que nos espera o Futuro?
Cabe a cada um de nós a defesa do património público fazendo crítica construtiva no uso do direito de Cidadania. Pese o infortúnio de décadas sem ninguém lhe prestar a atenção merecida ou fazer coisa que o valha na sua requalificação - há obra feita, mas de pouca monta e outra ainda por fazer. Acredito na mudança, bem sei que Roma e Pavia não se fizeram num dia tão pouco tanto por fazer se faz de um dia para o outro, contudo ninguém se deve resignar - tem uma arma na sua mão que a deve usar com sapiência no exercício do seu direito ao Voto!
Deixar de vez manipulações e conveniências em oferecer o seu voto na continuada aposta em caras, em prol de saber distinguir nos candidatos qual o que mostra maior potencial e reais valores em todas as vertentes onde a cultura seja dianteira na escolha certa!
Lanço desafio a todos os avelarenses amantes ferverosos da sua terra no desejo maior de a ver engrandecida - nas próximas eleições votem em consciência, ao jus da triagem do trigo e do joio no anseio a explosão da vitória no partido da sua eleição que acreditam efectivamente vai privilegiar em grandeza a vila e o passado do Avelar-  em que irão cobrar o voto, estando atentos e não se resignar com a incúria e inércia, sendo cidadãos actuantes, protestando, sem olhar a gregos e a troianos, tão pouco intenção de conviver em comunhão com Deus e o Diabo a pensar no ganho que lhes pode advir de ambos os lados - técnica de gente de segunda e os avelarenses o são de primeira linhagem, gente heróica e reivindicativa no dever em mostrar diferença e não se acomodar, sem medo e discernimento enfrentar o futuro dando o seu voto útil ao partido que lhe oferece melhores garantias e alternativa para o engrandecimento da sua terra!
Todo e qualquer património herdado merece ser preservado para deixar o seu legado às gerações vindouras, ao jus do pensamento " O futuro são as nossas memórias, quem não sabe de onde veio não sabe para onde vai " .
Podia estar quieta- podia!Porém não sou capaz, em farta idade em pleno séc XXI aflige-me em facadas assistir a continuada falta de conhecimento cultural com pelouros adstritos a perfis de gente acomodada, sem vontade de fazer aprendizado, pese ninguém nascer ensinado onde se reconhece nem todos tem sensibilidade cultural para lhe distinguir olhar peculiar e atento, tão pouco outros em o respeitar, identidade maior que todos deviam sentir para o manter vivo, preservado e dignificado em honra tomando iniciativas certas no intento maior -augúrio da população avelarense e de todos com raízes espalhados pelo Mundo na luta da sua defesa, do que ainda resta, com todas as armas e forças !
Votem bem, ficando claro a supervisão durante o exercício do mandato, em que a ruína desta casa será disso bom exemplo - jamais alguém lhe deu atenção até hoje!
Agradecimento ao Raul Manuel Coelho por partilhar este rico património testemunho do passado.

Fechar a chave d'oiro a conclusão ao jus de soneto  - Saber é Poder!

FONTES
Duas fotos e textos de Raul Manuel Coelho retirados da página Genealogias Avelarenses
Livro Noticias e Memórias Paroquiais Setecentistas de Mário Rui Simões Rodrigues e Saul António Gomes

quarta-feira, 15 de maio de 2019

A origem do Clube dos Caçadores em Ansião e suas festas!

A escritura da Fundação do Clube dos Caçadores de Ansião foi outorgada em 11.05.1951. O comerciante Adriano Carvalho (homem natural de Cotas, emigrado em África, regressou com dinheiro fixou-se em Ansião  em 1924 como comerciante tendo tido cargos na administração do concelho, debalde, homem sem mérito reconhecido na toponímia e o devia na actual Rua da Fonte
( que havia na sua quinta onde morou autorizando o povo antes da rede de fontanários se abastecer de água ) entre outros ansianenses a se destacar o Dr Travassos mal acabado de chegar a Ansião como médico denotou interesse em participar no núcleo social e cultural da vila, sendo muito amigo do meu pai - Fernando Rodrigues Valente, durante anos o seu companheiro a fazer autopsias e na mesma cumplicidade o desporto da caça - o lema do clube , até ao belo dia ao pinhal do Carvalhal do Dr Faria, acontecer um triste episódio,  a arma do meu pai dispara para trás, atinge-lhe o dedo indicador da mão esquerda, que o decepa, valendo-lhe no momento o médico amigo a lhe estancar o sangue e no consultório o suturar...
Por se encontrar devoluta a parte norte do solar e novo alugada para se instalar o Clube dos Caçadores, onde ainda se encontra, no tempo passou por vicissitudes várias até perder em definitivo a real virtude do slogan - génese do espírito fundador -  Clube dos Caçadores . Começou por ser local de convívio dos amantes da caça, onde também e faziam festas para homenagear sócios, alguns emigrados e uma vez regressados no gozo de férias à sua terra e destacados em ação benemérita eram agraciados e demais eventos sociais da vila de Ansião. Nesse tempo a D Fernanda Figueiredo, esposa do Dr. Alfredo Silveira, senhora prendada em as patentear no solar onde nasceu o Conselheiro António José da Silva a ficar eternizado com o nome de outro ilustre ansianense  António Soares Barbosa
Solar onde aconteceram as primeiras festas que se conhecem em Ansião
Foram as festas destreinadas daqui com a mudança do Externato que tinha iniciado os primeiros passos na casa do Sr Adolfo Figueiredo, pai da D. Fernanda,  hoje dos herdeiros de Porfírio Monteiro.
No meu tempo de adolescência apenas servia de palco para alguns bailes no salão do 1º andar e no que restava do quintal a norte hoje transformado em  estacionamento. No salão do 2º num baile  vivi incidente com um  rapaz alto, bem parecido e atrevido dos lados do Vale de Boi de Santiago da Guarda, sem nada o prever surpreende-me no roubo de um beijo no pescoço, lindo era o raças do rapaz, infelizmente naquele tempo havia o dever em defender a honra,  na rapidez a bofetada!
Desconheço se existe arquivo da vida do Clube desde a sua origem com mudança de ramo para o futebol...Decorreu neste mês um jantar de Gala de 68 em números redondos são os anos em que a bola rola nas chuteiras do Clube Caçadores de Ansião reconhecer não esteja totalmente correcta a afirmação- 68 anos, a data da fundação - mas de caçadores,  não sei quando se tomou como seu o logotipo e o nome do clube para o desporto do futebol. Foi doado um campo de oliveiras para se jogar à bola integrado noutra maior doação - a Mata Municipal, por familiares da esposa do Dr Adriano Rego, inclusive o campo para se jogar à bola foi alvo pejorativo na recita a comerciantes da vila onde não faltou um verso Dr Botelho vai fazer num telho um campo da bola ...da autoria do Grupo de Amadores do Teatro Ansianense. Nada tenho a favor ou contra, apenas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, no dever em cidadania  fazer prevalecer os testemunhos do passado no destaque que tiveram na história desta terra.
Para constar lanço a pergunta - quem desenhou o logotivo do Clube dos Caçadores de Ansião?
Imagem retirada da net
Emblema do Clube dos Caçadores 
A cruzar o brasão duas caçadeiras...Só um olhar perspicaz avança em querer mais saber!
Confidenciou-me a autora - a  Sra Prof. D. Maria José Nogueira, natural da aldeia de S. Simão veio a casar-se com um comerciante da vila, o Sr.Nogueira.Frequentadora das festas e de homenagens ao primo do marido da Fonte Galega, Manuel Luís Nogueira radicado no Brasil .
Alguns excertos retirados de jornais que transmitiram a importância da noticia em que hoje se extraia mais conhecimento de nomes, cujos apelidos, praticamente a maior parte desaparecida de Ansião.

Jornal A Regeneração de Figueiró dos Vinhos nº 951 de 15 de julho 1958 "No passado 18 de junho realizou-se um jantar de homenagem oferecido pelos sócios do Clube dos Caçadores de Ansião ao sócio benemérito Exmo Senhor Manuel Luís Nogueira , conceituado industrial em S.Paulo no Brasil e natural da nossa freguesia de Ansião, o qual para matar saudades do torrão Natal se encontra entre nós há um mês devendo permanecer até finais de agosto. O jantar decorreu com grande animação sendo muitos os brindes feitos a sua Exa , tendo usado da palavra o Exmo Sr.Dr.António Amado, membro da direção do clube que, em nome desta associação de recreio ofereceu ao homenageado o diploma de sócio benemérito, o Presidente da Câmara Municipal Prof. Elísio Oliveira e o Exmo Sr. Dr. Manuel de Melo Júnior."

"Na sede do Clube dos Caçadores , no dia 29 de junho, pelas 22 horas teve lugar um excelente Porto de Honra, oferecido pelo Excelentíssimo benemérito o Sr Manuel Luís Nogueira a todos os sócios e suas famílias, durante o qual se prestou significativa homenagem à Nação Irmã Brasil - pelo êxito do campeonato do Mundo de Futebol , tendo sido por aquele Sr. e todos os convivas numerosos e entusiásticos brindes a Portugal e ao Brasil (...). Benemérito entre eles contribuiu com quantia avultada para o relógio da torre da igreja e de uma aparelhagem sonora para o Clube dos Caçadores."
Porta de entrada embelezada com escadaria em pedra em meia lua
Festa do 1º aniversário do Clube dos Caçadores
Teve a honra da orquestra do Casino da Figueira da Foz, em detrimento da Filarmónica Santa Cecília de Ansião...Os grandes conhecimentos que havia com a Figueira da Foz, onde os ricos da terra deixaram e perderam fortunas, em tempo que o Algarve ainda não dava cartas!
Citar excerto http://ansianensesilustres.blogs.sapo.pt/1791.html Mensageiro, de 27 de Setembro de 1952: «Ancião, 15 de Setembro de 1952 – Como já havíamos anunciado, o Clube de Caçadores de Ancião, levou a efeito grandes festas por motivo do seu primeiro aniversário.
No Sábado efectuou-se, nas suas vastas salas um grandioso baile. O baile foi abrilhantado pela Orquestra do Casino Oceano da Figueira da Foz, que, com pleno agrado executou um escolhido e vasto reportório.
Havia um óptimo serviço de mesa, superiormente dirigido pela Ex.ma Sr.ª D.ª Fernanda Silveira, vendo-se a cear muitas e distintas famílias.
Entre a numerosa assistência recorda-nos ter visto os Ex.mos Srs. Eng.º João de Noronha e família, Dr. António Furtado dos Santos e Ex.ma Esposa, Dr. Alberto Alves Pinto e Ex.ma Esposa, Dr. Augusto Simões e Ex.ma Esposa, Sr. Carlos Regêncio, Ex.mas Esposa e filha, Armando Duarte Moreira, Ex.ma Esposa e filha, Ex.ma Sr.ª D. Almerinda Joaquina Simões e filha, Sr.ª D. Maria Emília Pereira, Ex.ma Sr.ª D. Maria Gomes de Carvalho e filhos, Ex.ma Sr.ª D. Maria Gabriela Lobo da Costa e muitas senhoras, meninas e cavalheiros, cujos nomes não é possível relacionar.Também os sócios do Clube acorreram em grande número, acompanhados de suas famílias, lembrando-nos ter visto, entre muitos, os Ex.mos Srs. Drs. Adriano Rego, António Amado, Teixeira Botelho, Alfredo Silveira, Moreira Fino, Rui Baptista e Senhores António Simões de Sousa, António Maria Caseiro, Armando Maria Coutinho, Júlio Vitorino dos Santos, António Prudente de Oliveira, Albino Simões, Agripino Ferreira, Adriano de Carvalho, família de Francisco José da Silva, de Júlio José da Silva e muitos outros cujos nomes nos foi impossível reter (...)». 
Jantar de despedida de um sócio fundador Adriano de Carvalho
Um ilustre emigrado em África onde enriqueceu, natural de Cotas, escolheu Ansião onde se radicou no comércio em 1924. Um dos fundadores deste Clube a merecer homenagem quando deixou Ansião para se radicar em Lisboa relatada no Jornal Serras de Ansião na sua edição de 15 de Junho de 1966
"Homenageiam-no num jantar promovido por um grupo de amigos que se realizou no passado dia 4, um jantar de homenagem e despedida ao Sr. Adriano de Carvalho, por virtude da sua partida para Lisboa, onde vai passar a residir.
Ao jantar, que decorreu em ambiente muito agradável, compareceu grande número dos seus amigos, de Ansião e redondezas, os quais com a sua presença quiseram testemunhar ao Sr. Carvalho, a sua estima e profunda mágoa por o verem partir de Ansião, onde por todos era querido.
Aos brindes usaram da palavra, primeiramente o Sr. Presidente da Câmara, Professor Albino Simões, seguindo-se-lhe os senhores César Nogueira, José Lucas Afonso e Professor Elísio Mendes de Oliveira. Todos dirigiram ao homenageado palavras do maior apreço pela maneira como ao longo de mais de quarenta anos, se interessou pelos problemas de Ansião, nomeadamente como Vereador da Câmara Municipal e dirigente ou amigo das Associações locais.
Igualmente as suas qualidades de cidadão trabalhador, honrado e bondoso foram entusiasticamente exaltadas, tendo-se formulado votos para que acompanhado de sua Ex.ma Esposa goze a felicidade que merece na sua nova residência, junto dos seus familiares.
No final, o senhor Carvalho, visivelmente emocionado, agradeceu as palavras que lhe foram dirigidas, tendo afirmado que leva de Ansião as melhores recordações e que jamais esquecerá esta Terra, que considera como sendo a sua."

Desconheço quando faleceram ou deixaram Ansião os demais fundadores em lançar outra pergunta se todos foram alvo de justa homenagem- e aqui recordar o Médico Dr Fernando Travassos?

Bailes

Baile de aniversário do Clube dos Caçadores
Jornal A Regeneração de 15 de outubro de 1956
«No dia 22 de setembro pelas 22 horas realizou o Clube dos Caçadores o seu baile de aniversário que foi muito concorrido e decorreu com a habitual animação até de madrugada , durante a qual foram girados mais de uma dúzia de discos recentemente oferecidos pelos sócios e pessoas amigas dos Clube. A Exma Direção pede-nos para agradecermos em seu nome as ofertas dos beneméritos e lembra ainda aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de oferecer o seu disco de dança que continua em vigor a Campanha dos Novos Discos de Dança»

Pela leitura se depreende que o aniversário se celebra em maio e o baile foi em setembro...Com apenas  cinco anos de existência a denotar lacunas em honrar datas! 
Mais um contributo para a história de Ansião e das suas gentes!

domingo, 7 de abril de 2019

Apelidos Macedo e Lemos em Ansião com origem em Góis?

Foto gentilmente cedida pelo meu primo Afonso Lucas 
Postal da vila de Ansião da primeira década do sec.XX, pelo traje comprido das mulheres e dos lampiões a petróleo.

Na esquerda o  solar mandado construir  na Rua Direita por Pascoal José de Mello Freire dos Reis 

Diz-nos José Luiz de Macedo( ...) por falecer cedo não o viu acabado, e o herdeiro, seu sobrinho de Almofala de Cima, quem lhe o vendeu, aproveitou as cantarias e acabou para sua nova morada.

A foto documenta o seguimento do solar para sul tinha um alto e  belo jardim.

Na década de 30 do séc.XX, aqui viveu o  farmacêutico Lima , aceitando a expropriação do jardim  para ser  construída a Praça do Peixe  em 1938, ladeada por duas transversais.

Os penúltimos arrendatários da parte norte do solar da família "Sousa" com possível raízes em  Ansião  onde viveu com duas filhas - a Céuzinha e Alicinha, sendo o pai funcionário público nos Paços do Concelho. Naquele tempo as suas filhas conhecidas "pelas Sousas" haviam daqui se mudar entre os finais de 1950 para o Quebra Costas em Coimbra, onde montaram uma pensão. 

Recordo  nos finais da década de 60/70 do séc. XX, por o dono não viver em Ansião ter sido construído uma pequena casa no tardoz pela " Ti Gracinda dos cachopos" na boca do povo, a casa tinha sido levantada de noite, e ainda lá está... 

Culturalmente realçar os infortúnios que este solar foi vetado desde o seu nascer olhando à sua envergadura imponente. Referir que expressa a vontade de Pascoal dos Reis ter a  intenção de voltar à sua terra natal e nesse papel  o destacar a mérito e louvar se mostrar inédita noutros ansianenses. Não distingo a mesma faceta em mais nenhum, nem antes e no seu tempo, e depois dele, raro, em quase todos uma vez saídos de Ansião para estudar em Coimbra, bacharéis ou licenciados ficaram a exercer na cidade ou foram para outras terras onde o trabalho os levou e se fixaram. Nenhum a destacar na real intenção maior de voltar à terra que os viu nascer para ajudar ao progresso , tão pouco nenhum a escrever o que sentia e do conhecimento que tinha da sua terra, suas tradições e emoções do que viveu e sentiu e ainda do seu povo, os nomes das famílias.Por isso a indignação em tristeza.

Árvore genealógica por Henrique Dias
Com cerca de 20 anos já estava em Ansião, tendo casado com a D. Máxima Justina da Silva que viria a falecer em 1845. Nesse período de tempo tiveram pelo menos 8 filhos.
Foi Boticário e Escrivão da Administração do Concelho de Ansião.
Pela data trabalhou na Cabeça do Bairro na Casa da Câmara.
Volta a casar em 1853, com cerca de 43 anos de idade com a D. Maria do Carmo Augusta de Lemos da Freguesia de Maçãs de Dona Maria. Deste consórcio nasceram pelo menos mais cinco filhos.
Apelido Lemos da esposa a sua origem  para o filho Júlio o ostentar?

No Arquivo Nacional da Torre do Tombo o convento de Nossa Senhora da Consolação de Figueiró dos Vinhos  1736 e 1739 provisão aos oficiais da câmara de Figueiró dos Vinhos para dar uma hora de água  às Madres do Mosteiro de Santa Clara dessa vila em que um dos juízes ordinário era Luís Temudo de Lemos. Na mesma data Francisco Xavier de Lemos Lobo  escrivão da Câmara e almoçataria de Figueiró dos Vinhos. 
No Livro de António Augusto da Costa Simões encontrei referência a dois Capitães
- Manuel António da Costa Lemos, de Melgaz, freguesia de Maças de D. Maria com casa e capela particular de orago  a Santo António.
- João António da Costa Lemos, da Carreira, freguesia da Arega, morreu a 22 de julho de 1856,  onde teve casa com capela  particular de orago a S. Caetano sem saber se lá se encontra sepultado.

Um Lemos quiçá irmão da esposa de José Luiz de Macedo capitão tenha aportado a Ansião (?). 

Correlacionei informação de apelidos que se cruzaram no concelho de Ansião num trabalho publicado na Academia EDU do investigador Miguel Portela sobre a família Temudo de Figueiró dos Vinhos, entronca nos apelidos - Sousa, Godinho, Lemos, Rodrigues, Vide, Ventura (...) Belchior Temudo Godinho filho de Manuel Filipe e Ana Ventura de Figueiró dos Vinhos.Casou com Paula de Lemos filha de Silvestre Rodriguez e Maria da Vide, naturais e moradores em Maçans de Donna Maria. O seu irmão Francisco Temudo foi ordenado sacerdote em 9.5.1664 nas Ordens Menores em Coimbra, arquivo da Universidade de Coimbra, caixa 529. Os seus descendentes vieram a ocupar os principais cargos de administração concelhia em vários concelhos, em cargos militares, e nos quadros económicos, sociais e religiosos na vila de Figueiró dos Vinhos e nos concelhos vizinhos»

Aparece referenciado com farmaceutico
Cortesia do Dr Amérco Oliveira
Faleceu em Ansião a 2 se Março de 1898, aos 87 anos de idade

Cemitério de Ansião
Sepultura de José Luís Macedo 
Lápide com  epitáfio  Recordação dos seus filhos
Atendendo aos líquenes na pedra em pressa sem reparar com o devido cuidado se algum dos filhos aqui também está sepultado. A lápide menciona - Supõe-se nascido em 1810 parece impossível nenhum  dos 13 filhos  com estudos não saber,  faz pensar...
O apelido Macedo em Ansião aos dias d'hoje
A minha querida mãe lembra-se vagamente de alguém de apelido Macedo que trabalhou nas finanças e morava no Moinho das Moutas, faleceu sem saber se a esposa cá ficou ou não. 

Então não se comemorava o dia de aniversario???

Cortesia de  por Henrique Dias  do registo de nascimento de José Luís de Macedo
Nasce em 30 de Junho 1810 em Trouxemil, Coimbra, onde foi baptizado a 8 de Julho desse ano.
Filho de João Luís de Macedo e de  Mãe Rosa Pereira de Faria. 
Neto paterno de António Marques  e de Maria Josefa de Macedo do Bispado de Braga
Neto materno José Roriz da Conceição natural de Cavaleiros da freguesia de Barcouço no concelho da Mealhada e de D Ana Leonor de Faria natural de Setúbal .


Pertinente  analisar o que escreveu e José Luiz de Macedo no séc XIX
Com menção no livro Ilustres Ansianenses do Dr Manuel Dias «João Luís de Macedo foi escrivão da Administração do Concelho de Ansião, partidário do partido Regenerador, natural de Ansião, comprou o solar inacabado aproveitando as cantarias e o finalizou para viver com a família, assim deixou escrito o seu filho José Luís de Macedo. Pascoal José de Mello Freire mandou construir em Ansião um bom edifício de vivenda que não chegou a ver concluído. Esse edifício, em estado de ruína, foi vendido por José de Melo Freire, de Almofala de Cima, filho de Bernardo Freire de Melo, capitão-mor das extintas ordenanças, um primeiro e outro segundo sobrinho do eminente jurisconsulto, ao pai (João Luís de Macedo) de quem escreve estas linhas, José Luís de Macedo, que o fez reconstruir, aproveitando-lhe as paredes e a cantaria, e que do mesmo faz sua casa de habitação,  já não vivia nenhum descendente de Pascoal de Mello Freire em Ansião, apenas em Almofala de Cima». 
O autor não correlacionou a nota (sobre a descendência) a tomando como certa, abrindo lacuna para o contradizer. No séc XXI,  em Ansião, ainda vive descendência deste ilustre ansianense Pascoal dos Reis na vila e no concelho, investigação morosa na sua interligação de 50 anos !
Infelizmente ainda constatar quer na toponímia em Lisboa quer em Ansião o nome sem o apelido Reis e na Escola C+S de Ansião a ditar que os seus descendentes não se identifiquem em Ansião nem no Mundo...
Brutal desconhecimento cultural sobre as gentes de Ansião!
O certo na toponímia? 
Rua Dr Pascoal  Mello Freire Reis 
 O filho de José Luiz Macedo, o Dr Júlio de Lemos Macedo
Ilustre Ansianense encontra-se retratado em livro do Dr Manuel Dias transcrito em menor parte por mim e a maior pelo Henrique Dias « natural de Ansião, tendo concluído o Curso de Direito em Coimbra em 1885. Advogado, magistrado e político, em Ansião apenas foi Notário, após a implantação da República mantinha os seus ideais monárquicos de sempre, e saiu várias vezes prejudicado na sua vida profissional por força das suas convicções políticas, tendo sido várias vezes preso depois da implantação da República. Na sua pretensão de ser representante do Ministério Público, num desses Tribunais Administrativos das novas Comarcas e não o conseguindo desiludido, saiu de Ansião, em 1887 inicia a carreira da advocacia em Vila Nova de Famalicão 1888 como Procurador Régio na Comarca de Macedo de Cavaleiros 1891-93.
É Procurador Régio na Comarca de Valença 1893-95 .
É Procurador Régio na Comarca de Vila Nova de Ourém 1895 .
Passa a exercer a advocacia no Porto 1911. 
Foi preso pela 1.ª vez, no dia 22 de Maio 1912.
Em Abril embarcou para o Brasil, fugindo às perseguições republicanas 
Em 1912 Publica no Rio de Janeiro o livro Do Aljube ao Alto do Duque.
Um dos monárquicos de renome nacional que, após a implantação da República, permaneceu em Portugal até Abril de 1912, altura em que embarcou para o Brasil, era natural de Ansião - trata-se do Dr. Júlio de Lemos Macedo, filho de um importante influente do Partido Regenerador, em Ansião, José Luís de Macedo nascido em 1810, foi escrivão da Administração do Concelho, tendo falecido no dia 3 de Março de 1898. Nascido no princípio da segunda metade do século XIX, frequentou os meios académicos de Coimbra entre 1877 e 1885, data em que concluiu o seu Curso de Direito na Universidade de Coimbra. Em 1886, já sob o Governo Progressista, criaram-se os Tribunais Administrativos, tendo ele pretendido ser representante do Ministério Público, num desses Tribunais, mas não conseguiu. Desiludido, saiu de Ansião, em 1887, e foi advogar para Famalicão. Nesse mesmo ano, conseguiu ser nomeado Administrador de Esposende. Em 1888, foi despachado Procurador Régio para Macedo de Cavaleiros. Entre 1891 e 1893, exerceu o mesmo cargo em Valença, sem qualquer polémica; para se aproximar da sua terra natal, conseguiu, em 1893, a sua transferência para Vila Nova de Ourém, mas, em 1895, foi vítima de perseguições e de polémica, em que se envolveram vários jornais, entre os quais A Vanguarda (a acusá-lo) e A Província (a defendê-lo) e acabou por pedir a sua exoneração.A acusação, feita através do jornal A Vanguarda, de 11 de Fevereiro de 1895, por intermédio de um artigo anónimo, com origem em Vila Nova de Ourém, e com o título “Cenas edificantes num Tribunal”, dizia que o Delegado do Procurador Régio da Comarca (precisamente o Dr. Lemos Macedo) tinha insultado uma testemunha, chamando-lhe, entre outras coisas, “asno”, e que, a propósito, o advogado do réu chamara o Delegado de “indecente” e declarara mesmo que se envergonhava de lhe chamar colega.Dando por finda a carreira de magistrado, fixar-se-ia no Porto, onde passou a exercer a advocacia. Apesar da sua esclarecida militância no partido monárquico dos Progressistas, foi sobretudo por causa da corrupção da classe política, que Júlio de Lemos Macedo votou em 1906 no Partido Republicano, ajudando a eleger Afonso Costa, Paulo Falcão e Xavier Esteves, esperando que os deputados republicanos contribuíssem para fiscalizar a corrupção monárquica. No entanto, logo se arrependeria desse voto. Em 1903, aquando da dissidência de João Franco do Partido Regenerador, que haveria de criar o Partido Regenerador-Liberal, apoiou, depois de ter sido instado a fazê-lo, João Franco, de quem se tornou amigo e conselheiro, revelando algumas das suas qualidades, designadamente a honestidade e a energia.No dia 30 de Outubro de 1906, em comício no Centro Regenerador Liberal do Porto, fez declarações no sentido de evitar a entrada do Partido Republicano na Câmara do Porto, para impedir a sua propaganda “demolidoraO Dr. Lemos Macedo considerou que foi o excesso de liberalismo de João Franco que levou ao Regicídio do dia 1 de Fevereiro de 1908. Macedo foi um acérrimo opositor do Partido Republicano. Após a implantação da República, Lemos de Macedo mantinha os seus ideais monárquicos de sempre, e explica porque lhe desagradava o novo sistema político. Na conjuntura revolucionária do “5 de Outubro” foi considerado pelos republicanos como activo elemento da oposição monárquica. Só não saiu de Portugal, com os seus correligionários, para a Galiza, porque tinha uma filha doente e achava que ela precisava de si. Permaneceu no Porto, onde foi preso por três vezes: no dia 22 de Maio de 1911; em 8 de Julho do mesmo ano; e na sequência dos acontecimentos revolucionários de 29 e 30 de Setembro de 1911, por ter sido apontado como um dos seus cabecilhas. Das três vezes, foi posto em liberdade, embora da última vez tenha estado preso dois meses no Aljube. Felizmente, a sua primeira detenção só se manteve por escassas horas. Mas a vigilância sobre a sua pessoa e sobre todos os seus actos era uma constante com a qual teria de contar sempre.Menos de dois meses depois, ou seja no dia 8 de Julho de 1911, seria detido pela 2.ª vez. Eram cerca das 15 horas, quando na Rua de S. Bento da Vitória, onde se tinha dirigido em serviço, foi abordado por um agente da Judiciária que pediu que o acompanhasse junto de um Inspector já seu conhecido. Daí, sem mais delongas nem explicações, seria conduzido à prisão do Aljube.Nas vésperas da primeira incursão monárquica de Paiva Couceiro ao Norte do País, a capital do Norte foi acometida de alguns acontecimentos contra-revolucionários, que só contribuíram para encher as prisões dos mais abnegados monárquicos acusados de estarem envolvidos no movimento anti-República. O nosso conterrâneo, foi, na sequência daqueles acontecimentos, novamente preso, e desta vez passou uma temporada no Aljube e no Forte do Alto do Duque.A sua vida em Portugal nunca mais foi a mesma e decidiu que só poderia ter liberdade e paz fora do País. Por isso, a 9 de Abril de 1912, embarcou no “Orcoma”, belo paquete da Companhia do Pacífico rumo ao Rio de Janeiro, subtraindo-se, assim e definitivamente, a toda esta perseguição política.Cinco anos mais tarde, apresentou nove Teses Jurídico-Sociais perante a Faculdade de Direito do Rio de Janeiro que mereceu o parecer favorável da Comissão de Exame, vendo assim revalidado o seu Diploma para o exercício da Advocacia no país irmão.Anos depois perdeu-se-lhe o rasto deste conterrâneo.»

Outra sepultura no cemitério de Ansião com apelido Macedo
Do juiz de direito João Batista Martins Jorge falecido em 1910
Maria do Carmo Macedo Martins
Jorge Vieira Carvalho Macedo Martins
Adelaide Júlia Martins
A origem do apelido Macedo em Portugal ?
Wikipédia - Maceda termo interligado a sitio de macieiras e maças.No tempo antigo se chamava Mazanedo e se corrompeu em Macedo.
Tomo VI  I 450  Lelo de Moncorvo « (...) D Joana Gomes de Macedo, filha de Rui Gomes de Mascarenhas, comendador  de S. Miguel de Abambres cuja igreja edificou...casou com Jacome Luiz Sarmento (...) Em Macedo de Cavaleiros todas as casas nobres da cidade e noutras províncias são de Macedos -  João de Macedo desta cidade, alcaide mor de Outeiro descendem os Condes de S. Miguel e mais nobreza - Figueiredo Sarmento- Moraes Soares. Ainda se conserva o Morgado instituído em 1353 por Rui Fernandes de Macedo  filho de Fernão Esteves de Macedo com descendência - Aires Fernandes de Macedo, Gonçalves Fernandes de Macedo, pai de Martim Gonçalves de Macedo que livrou o rei D João I , na batalha de Aljubarrota (14.08.1385) em que socorreu o rei D. João I, matando Álvaro Gonçalves de Sandoval, cavaleiro castelhano que desarmava o rei. »

Arquivo Nacional da Torre do Tombo da Casa dos Condes de Sortelha e Senhores de Góis  1527 - 1617« D. Aniara da Estrada, natural das Astúrias, veio para Portugal com o conde D. Henrique. Em Agosto de 1142, o infante D. Afonso e a sua mãe, D. Teresa, doaram-lhe a vila e senhorio de Góis, tornando-se no primeiro senhor da Casa de Góis de que descendem os condes de Sortelha - Fernão Gomes de Lemos ou de Góis, do conselho do rei, senhor de Góis, foi casado com D. Leonor da Cunha, e foi pai de D. Beatriz de Góis.
Nuno Martins da Silveira, cavaleiro, rico homem, do conselho e escrivão da puridade do senhor Infante depois rei D. Duarte, coudel mor do reino, vedor mor das obras nas comarcas da Estremadura, de Entre Tejo e Odiana (Alentejo) e do Algarve. Sobrinho de Leonor Gonçalves da Silveira. Casou com Leonor Gonçalves de Abreu, rica dona. Foi pai de Diogo da Silveira e de Fernão da Silveira. Instituíram a capela cantada no mosteiro de São Domingos de Évora, nomeando como administrador, seu filho mais velho, Gonçalo da Silveira - Diogo da Silveira, do conselho régio, escrivão da puridade do rei, foi veador das obras. Foi irmão de Fernão da Silveira, coudel mor de D. Afonso IV, e de Vasco Martins da Cunha. Foi casado com D. Beatriz da Cunha ou de Góis (filha de D. Leonor da Cunha e de Fernão Gomes de Lemos) - Nuno Martins da Silveira, senhor de Góis, mordomo-mor da rainha, do conselho do rei, foi veador das obras e provedor-mor dos hospitais, capelas e resíduos. Era irmão de Henrique da Silveira. Foi casado com D. Filipa de Vilhena, e seu testamenteiro. Foi pai de D. Luís da Silveira - D. Luís da Silveira (ca. 1481-1534), senhor de Góis, primeiro conde de Sortelha, foi casado com D. Beatriz de Noronha. Teve os ofícios de guarda-mor e de vedor mor das obras, e o de chanceler-mor que o rei lhe tirou. Recebeu do rei a alcaidaria-mor do castelo de Évora e comprou as dos castelos de Alenquer e de Sortelha. Foi tutor de D. Guiomar Coutinha, sua cunhada, por falecimento da mãe, e testamenteiro de sua mulher, e de Marta de Melo, escrava de sua sogra e depois tornada forra. Poeta palaciano e valido de D. João III. - D. Diogo da Silveira (ca. 1520-1586), filho mais velho de D. Luís da Silveira, foi o segundo conde de Sortelha e seu alcaide-mor, por nomeação paterna. Foi do Conselho de Estado, guarda-mor e capitão dos cavaleiros da Guarda do Rei, durante os reinados de D. João III, D. Sebastião e do cardeal D. Henrique. Casou com D. Maria de Meneses.
(...) Após o casamento de D. Diogo da Silveira (1420)com a herdeira do morgadio de Góis, D. Beatriz Lemos de Goes (ou da Cunha), os Silveiras passaram, no século XIV, a ser senhores de Góis. Esta família tornou-se numa das mais importantes da nobreza do reino, criando alianças matrimoniais que consolidaram essa posição. Os seus membros desempenharam importantes cargos na Corte régia. Veja-se o exemplo de D. Diogo que foi escrivão da puridade do rei D. Afonso V e fez parte do conselho régio. O seu pai, Nuno Martins da Silveira, já havia sido escrivão da puridade dos reis D. João I e D. Duarte; o seu filho, Nuno da Silveira, foi de D. Afonso V e de D. João II.
O elevado estatuto da família, graças ao seu património e às relações de parentesco e de Corte, contribuíram para que fosse atribuído o título de 1.º conde de Sortelha a D. Luís da Silveira (c.1483-c.1533) por carta de 22 de junho de 1527. Este senhor casou-se com D. Beatriz de Noronha e foi guarda-mor do rei D. João III, vedor das obras do Reino, chanceler-mor, embaixador a Castela, além de ter desempenhado um importante papel na gestão do património material e simbólico da sua Casa e na construção de infraestruturas e outros melhoramentos na vila de Góis.
Os seus descendentes continuaram a assegurar o estatuto da Casa. Sucedeu-lhe o filho D. Diogo da Silveira, 2.º conde de Sortelha, que se casou com Maria de Meneses, e depois o bisneto, D. Luís da Silveira (1578-1617), terceiro e último conde de Sortelha.»

Apelidos sublinhados a negro que existiam no concelho de Ansião, a evidenciar ligação.

Bandeira, Ana Maria Leitão Mano muito do meu coração…” Reconstituição do arquivo pessoal de D. Francisco de Lemos e transcrição das cartas de seu irmão João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho (1775-1779) (...) correspondência familiar recebida por D. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho que lhe foram dirigidas por seu irmão João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho.  D. Francisco de Lemos vivia os primeiros anos da implementação da reforma universitária e exercia, simultaneamente, o cargo de governador do bispado de Coimbra, durante a prisão do bispo D. Miguel da Anunciação. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho nasceu em 05.04.1735, na casa e morgado de Marapicu, freguesia de Santo António de Jacotinga, Rio de Janeiro (Brasil), sendo filho de Manuel Pereira Ramos de Lemos e Faria e D. Helena de Andrade Souto Maior Coutinho. Estudou em Coimbra, no Real Colégio das Ordens Militares, e nesta cidade recebeu a prima tonsura e as quatro ordens menores, em 09.09.1753, concedidas pelo Bispo de Macau, D. Bartolomeu Manuel Mendes dos Reis, na Capela de São Francisco de Borja, do Colégio de Jesus. Frequentou a Faculdade de Cânones, desde 1740, tendo obtido o grau de licenciado em 24.07.1754 e o doutoramento em 24.10.1754; tendo sido opositor às cadeiras de Cânones, logo após o seu doutoramento.(...)Fez parte de uma deputação organizada pelo general Junot, que se dirigiu a Baiona, encarregada de prestar cumprimentos a Napoleão, tendo saído de Lisboa em 17.03.1808. Devido à Guerra Peninsular e aos movimentos militares que tiveram lugar, só pode regressar ao país em 09.11.1810. Quando se preparava para entrar em Coimbra foi mandado desterrar para o Porto, por ter sido considerado traidor à pátria, ali permanecendo até 1812. Redigiu em sua defesa, em 1811, uma exposição dirigida ao Príncipe Regente, justificando a sua ausência do país e pedindo para regressar à sua diocese. Só lhe foi permitido regressar à sua diocese de Coimbra e à Universidade por Aviso Régio de 07.08.1812, tendo regressado apenas em 23.12.1813. Deve-se-lhe o empenho na reforma universitária, bem como a direção das obras de construção dos novos edifícios da Universidade: Museu de Boletim do Arquivo da Universidade de Coimbra, XXX [2017], pp. 35-160 43 História Natural, Observatório Astronómico, Gabinete de Física, Hospital, Jardim Botânico, etc., bem como a renovação da Imprensa da Universidade. Em 1817 foi contestado na sua atuação na Universidade, tendo surgido espalhados pela cidade alguns pasquins; dirimiu, então, diversas questões com os lentes da Faculdade de Medicina, doutores Ângelo Ferreira Dinis, Jerónimo Joaquim de Figueiredo e José Feliciano de Castilho, tendo conseguido a suspensão das suas funções, mas mais tarde vieram a ser reintegrados. Foi seu homónimo seu sobrinho Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, nascido em Lisboa, em 29.10.1778, filho de seu irmão João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho e de sua mulher D. Maria Ramalho Cardal Arnaut de Rivo. Enquanto Bispo de Coimbra, usava também os títulos de Conde de Arganil e Senhor de Coja. Devem-se-lhe diversas cartas pastorais, algumas das quais foram impressas em Lisboa, providenciando sobre instruções aos párocos, as dispensas matrimoniais, etc. Faleceu na Quinta de São Martinho (freg. São Martinho do Bispo, c. Coimbra), propriedade da Mitra de Coimbra, em 16.04.1822.»

A Estrutura Administrativa de Penela nos séc XVII/I de Cristóvão Mata 
« (...) António Correia de Macedo tabelião e judicial de notas da vila de Penela em 1690
O  excerto revela-nos apelidos ainda a perdurar no concelho de Ansião e Cinco Vilas - Abreu, Martins, Silveira com outros aqui com raízes - Noronha e Lemos.

(...) com ascendência em António de Macedo (século XVI), vários membros desta família serviram na praça de Mazagão, no Norte de África, até ao seu abandono em 1769 por ordem do Marquês de Pombal. Mais recentemente, deve referir-se João Maria Ferreira do Amaral, assassinado pelos chineses em 1849, sendo governador de Macau.
O apelido composto - Ferreira do Amaral e outro irmão Francisco Joaquim Ferreira do Amaral (1844-1923), governador de Moçâmedes, de São Tomé, de Angola e da Índia interligados a Campelo a desenvolver noutra crónica.


Quinta de Maceda
Atestada na  toponímia no Alvorge a poente na saída do actual Lar, indicia aqui viveu gente vinda de norte.
Corografia Portuguesa (1706), do Padre António Carvalho da Costa
Chama D. Afonso Lopes de Lemos ao D. Afonso Pires de Lemos referido pelo conde D. Pedro. E di-lo casado com D. Maior de Naboa y Menezes, da Casa de Maceda, que só pode ser uma versão setecentista da D. Mor Anes, filha de João Pires de Nóvoa, referida pelo conde D. Pedro como mulher do antedito D. Afonso Pires...»

Origem do apelido Lemos interligado ao Senhorio de Góis
http://www.soveral.info/casadatrofa/trofa2.htm
Origem galega com ascendência da Casa da Trofa se documenta com este nome é Giral ou Geraldo Martins de Lemos, escudeiro, alvazil do cível de Lisboa (1383-4), referido por Fernão Lopes como um dos cidadãos e escudeiros de Lisboa que apoiaram o mestre de Avis, que nasceu cerca de 1325 e faleceu antes de 1396(...) nos séculos XV para o XVI, o aparecimento de indivíduos com o nome Lemos que são certamente cristãos-novos que o adoptaram com a conversão forçada de 1497, ou livre conversão anterior, como são os casos, por exemplo, de Diogo de Lemos, mercador com loja de mercadoria pública, que foi ouvidor na ilha de Angra, por nomeação do respectivo donatário, tendo D. João III a 6.12.1527 mandado que o corregedor da ilha Terceira o informe sobre essa nomeação. Ou da Guiomar de Lemos, mulher de Lopo Fernandes, moradores em Estremoz (...) 

Sem a veleidade em aprofundar a genealogia  que os excertos incitam sobre os apelidos que se entroncam  em ligações nobiliárquicas a  Ansião, antigas Cinco Vilas e concelhos limítrofes

Senhorio de Vagos Gomes/Silvas, Silvas/Coutinho e Telos/Menezes e Senhorio de Abiul
Senhores de Pedrogão Grande - Leitão Freire d'Andrada
Condes de Figueiró dos Vinhos D Francisco de Vasconcelos
Condes de Redondo D Vasco Coutinho
Condes Castelo Melhor D Rui Mendes de Vasconcelos
Marqueses de Vila Real D Pedro de Menezes
Duques de Aveiro D João de Lencastre e Távora
Senhor de Ansião D Luís de Menezes
Visconde da Várzea  Alfredo César Lopes Vieira
Alvorge  José António Figueiredo da Guerra 
Rabaçal (Duque do Cadaval) D Nuno Álvares Pereira de Melo
Pombalinho Senhorio dos Almadas e dos Abranches
Barão de Alvaiázere D Manuel Vieira da Silva
Conde de Penela D João de Menezes de Vasconcelos
Visconde de Podentes Jerónimo Dias de Azevedo Vasques de Almeida e Vasconcelos
Conde de Condeixa D Francisco de Lemos Ramalho Pereira de Azeredo Coutinho
Visconde de Condeixa João Maria Colaço de Magalhães Velasques Sarmento
Conde de Soure D. João da Costa
Visconde de Degracias António Augusto Cardoso Amado de Albergaria Vale
Senhor da Arega Martim Afonso de Melo
Viscondessa do Espinhal D Maria da Piedade de Melo Sampaio Salazar
Viscondessa de Canas de Aebhorm D Maria Isabel de Melo Freire de Bulhões,de Arganil
Condes da Lousã D. João de Lancastre
Visconde de Sousel
 António José de Miranda Henriques da Silveira e Albuquerque Mexia Leitão Pina e Melo
Conde de Ourém D. João Afonso Telo de Menezes
Pombal vila do Marquês de Pombal

Interessante relação de todos com interligação e interesses a Ansião e antigas Cinco Vilas a se estender ao alto Alentejo e à ilha da Madeira pelo brasão dos Câmara de Lobos na capela da Casa Senhorial dos Condes de Castelo Melhor em Santiago da Guarda e na Aguda onde prevaleceram apelidos - Câmara e Pestana que identifiquei em lápides no seu cemitério a invocar a mesma descendência.Ainda ligação ao Paço na Granja dos Jesuítas de Évora com esta cidade. Ao Senhorio de Vagos com Abiul, terras no alto Alentejo e Algarve, bispos em Portalegre, Lamego e Algarve.
Verossímil o apelido Lemos e Macedo se deslocalizaram por casamento da região de Góis e Arganil para  Trouxemil, Coimbra e Figueiró dos Vinhos para Ansião, a evidenciar o mesmo de outros apelidos  Fonseca, Nogueira e o Freire de Pedrogão Grande.

O Espinhal na Corografia Portuguesa 
O seu Comendador de Santa Eufémia  - Luís de Sousa, Barão da Ilha Grande, filho de António de Sousa Macedo. 

Apelidos a perdurarem no tempo e a se perder, o apelido Macedo julgo ainda persista, e o Lemos talvez não. Façam-se anunciar!

Prefaciando as bonitas palavras do grande amigo das Cinco Vilas, fervoroso amante na Genealogia, Henrique Dias
Façam-se anunciar 
Sem Passado não há Futuro
Sem História não há Cidadania!  

quarta-feira, 27 de março de 2019

Visita guiada ao nascente da Caparica à presidente da câmara de Almada

Hoje o rumo da minha caminhada pelo nascente da Caparica em roteiro mudo a recordar belas quintas d'outrora na maioria perdidas, adormecidas, em ruínas com hectares de terra a perder de vista, jazem em agonia há décadas, sem haver fulcral interesse e visão em lhes acudir na mira de atrair turismo de massas na máxima em rivalizar as encostas do Douro, aqui com a capital em pano de fundo, nas costas a Arrábida, a nascente o emblemático Mar da Palha e a poente a Costa de Caparica com as dunas, as Matas até ao  Santuário do Cabo Espichel. Parti da que foi a quinta do Marquês (Pombal) de uma sua amante, atravessei a quinta da Horta e a quinta de S.Pedro, expropriada para abertura da acessibilidade à ponte onde depois do viaduto à rotunda antes do Hospital Garcia de Orta na quinta do Bacelinho, com a colina com espaço para se abrir uma variante de acesso rápido ao hospital em prol de voltas e voltinhas de conomainstreet
( há anos que não fazia uso desta expressão por mim inventada) porque Almada mostra-se deficitária de acessos, e aqui bem podia nascer um mais direto para a cidade.
Vista do viaduto com a colina a poente
Em que a Direção de Estradas de Portugal dona do chão em parceria com a câmara na abertura de uma nova acessibilidade mais directa para Almada e seu hospital com alargamento do atual caminho pedonal na ligação à rotunda.
Quantas quintas retalhadas com cantos e recantos de onde outrora seria regalo contemplar as vistas de delas se alcançavam  sem os magotes de canavial a perder de vista d'hoje ...
Antes do alcatrão o chão de azinhagas e da estrada principal do Casquilho em argila amarela  a sobressair na pedra dos muros altos aqui e ali interrompidos por janelas com grades para o viandante desfrutar e derreter olhar dos campos cultivados em contrastes do belo, do bucólico com poços, tanques e fontes de água santa a irromper fresquidão com aroma dos pomares, do viçoso das hortas, das vinhas a despontar em gavinhas, das cearas loiras em oiro e dos moinhos de velas brancas a rodar ao vento para hoje em antítese o brutal paradigma do grotesto, do horrível, da loucura dum passado sem sapiência nem norte e desnorteados no desatino de urbanidade mal conseguida, em local de excelência, sem estética, rigor nem ordenamento do casario, alguns a lembrar guetos, descalabro  amontoados de lixo e vandalismo, sem marcação as ruas com estacionamentos em cima de passeios por todo o lado de gente que usa o comboio onde se verifica a nítida  falta de pessoal diário de limpeza e de manutenção dos espaços verdes, bermas e  poda de árvores como o deve ser de copa redonda e não crescer para o céu,  e policiamento, uma lástima.
A quinta do Olho de Vidro que lhe chamam Bairro do Matadouro por ali ter sido instalado em local privilegiado de belas vistas para Lisboa, Arrábida e Mar da Palha , aos pés a quinta da Bela Vista cujo chão é hoje um parque de estacionamento ao jus de baldio e na frente do gradeamento da escola belos arbustos floridos a crescer sem fim a tapar as vistas aos alunos...
 Bermas com canavial e oliveiras sem poda de copa frondosa a tirar visibilidade
 Hoje apenas vi duas abertas...
 Poste com peças em porcelana jaz hirto a desafiar o horizonte
Quinta emblemática de S.Miguel com o seu belo espelho de água e o seu moinho de vento em lata  em forte contraste ao muro na frente de pedras fossilizadas a desmoronar envolto em denso silvedo...
Vista sobre o Mar da Palha

Estrada do Casquilho
Outrora a única via de ligação de Cacilhas à Trafaria, por aqui passaram reis, nobres e da família Alarcão do Espinhal, com a sua quinta da Torre onde em parte funciona a Universidade.
Ao longo do caminho o doce aroma do funcho com salpico a figueiras de S. João  semi nuas de folhas com os  figos gordos, porém ainda verdes...

 Quinta de S Miguel na esquerda e na frente Quinta de Santa Rita
 Canaviais a perder de vista...
 Quinta de S.Miguel
 Oliveiras encerradas entre muros sem poda...
 Mirante da quinta de Santa Rita cujo telhado ao jus de pagode chinês já caiu...
Estrada do Casquilho ladeada por altos muros das antigas quintas
 Voltei a mirar o recanto do jardim ao limite nascente da quinta S Francisco de Borja, em total abandono, o ex livris de qualquer quinta a excelência de um retiro fechado ou aberto com banquinhos para os seus donos se sentarem , apreciarem o vaivém da estrada, tomar chá ou simplesmente descansar em recanto bucólico. Aqui era aberto em chão de laje cerâmica...
O cruzamento da estrada de Casquilho e a avenida na ligação do Pragal ao Tejo
Sem passadeira nem qualquer marcação onde passam diariamente dezenas de camions...
 Quinta de S Francisco de Borja
                 
O tardoz para sul
 Antigos poços que suportaram noras ao deus dará com oliveiras inseridas na urbanização sem poda...
Raro por aqui constactar uma varanda florida ...
O goivo fez-me lembrar um assim lindo que tive na minha casa rural e morreu...
Vista do palácio da Ajuda...
Canas e mais canas por todo o lado...
Expropriações deixaram  muros das quintas em derrocada para abertura de acessibilidades e urbanizações
Bairros sociais com vista de luxo para o Tejo e Lisboa...
Urbanizações viradas a norte quando o pudim ter sido na orientação nascente/poente...faltou rigor urbanístico, sentido estético, sem gente contratada para cuidar dos espaços envolventes diariamente, pior assemelha-se a um gueto, com gente que não sabe estar tão pouco agradecer ter uma casa mais barata em local idílico, de bons ares e vistas com infra estruturas de apoio como transportes, em não denotar saber preservar e cuidar, antes há muito vandalismo havendo muitos que deviam fazer aprendizado como não atirar baldes de água suja para a rua, como já vi e não me caiu em cima por um triz...
Ovelhas e cabras e um borreguito a pastar...
Muros de canas e esqueletos de ferro de colchões...
Terra lavrada com muros de canavial, o feijão já desponta...
Lixo, hoje havia pouco...
Muros de canas...
Ao longe o hospital Garcia de Orta
Vista sobre Lisboa da quinta de Penajoia
Ao fundo a casa que se diz de Fernão Mendes Pinto seguindo para norte o miradouro do Rangel
Oliveiras de frondosa copa sem poda...
Neste cenário de fortes contrastes fechei os olhos por momentos para deambular em sonho a reviver a beleza de antanho para me sentir em casa...
Apesar da mudança autárquica ao que parece tudo continua na mesma no que toca ao pelouro dos jardins e árvores em via pública, sem gente a saber da arte da poda, e já em tempo de primavera o caos de plátanos e outras espécies altas a crescer para o céu salpicada de oliveiras de copa frondosa a retirar visibilidade nas estradas, para em tempo da apanha sentir toneladas de azeitona a se perder desde o recinto do Cristo Rei e de todas que ficaram nas expropriações das quintas ao longo das estradas e nas encostas dos acessos à ponte e ainda no pousio das quintas, sem ninguém no concelho sem aparente enxergar dessa riqueza do passado que bem podia de novo ser revitalizada fomentando emprego com a laboração de um lagar que a peninsula de Setúbal se encontra deficitária!
Com oferta barata da prata da casa de origem cabo verdiana jamais aposta pela valia de gente que sabe trabalhar a terra agreste e sem água ainda assim a lavra, além do feijão também cultiva milho, um negocio de rua em assar maçarocas na estação do Pragal...
Mão de obra de excelência sem olheiros  em saber aproveitar, tão pouco as vistas sobre Lisboa que daqui se mostram em recantos brutais.
Em Grito ao passar pela quinta da Penajoia exclamar - Volta cá outra vez Fernão Mendes Pinto- homem que soube como ninguém tirar proveito de chão de cardos e funchos sediar 7 quintas...
Atalhei ao hospital na mira de encontrar um fóssil, debalde ao pressentirem a minha intenção se recolheram para a sesta, amofinada, virei-me para as flores apreciando as maias quase a florir com nêsperas já a pintar...

Na perspectiva olhando aos genes do apelido MEDEIROS herança vinda da Galiza e nas faldas da Lousã a olhar Pera se fixaram para os seus familiares se encaminharem para o Maciço de Sicó,  foram tecelões com visão e força no trabalho,  a minha deixa de obra a fazer de coisa que se veja hoje e amanhã,  em  Almada.

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