quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Manter a ruralidade na Mouta Redonda, Pousaflores

Compromisso em preservar em novas requalificações as portas de madeira com tramelas, os tanques de pedra, as janelas de apenas um caixilho minúsculo, as escadas em pedra, os muros de xisto e laje de barro, as chaminés feitas pelo Ti António do Vale, as paredes de xisto com filas de buracos quadrados minúsculos , uma tradição judaica deixada de herança pelos povoadores. Porque já muito se perdeu - as levadas, regueiras ou águas soltas que vinham de minas que secaram com o plantio do  eucalipto há uns 70 anos, por se terem finado com moléstia os seculares castanheiros para de novo a medo se mostrarem a rebentar como o carvalho negrão, havia pinhal bravo e muitas flores. Paradoxalmente perdeu-se místico casario de xisto e outro alterado sem respeito pelo cunho histórico que carregava. Perderam-se os balcões, demolidos para alargamento de estradas.
Urge tempo de parar com aberrações!
As Juntas de Freguesia deviam ser as primeiras a dar as boas vindas a novos residentes - nacionais e estrangeiros, com entrega de memorando apelando à manutenção da traça ancestral do casario, não o descaracterizando , assim como normas para entulhos, preceito para animais de estimação em estar presos e não soltos, estacionamento dentro dos seus quintais e não nas estradas já por si estreitas, apenas em locais devidamente assinalados.
Uma aldeia deve prevalecer as suas marcas indeléveis do seu passado com estética, rigor e limpeza. Se cada um fizer a sua parte e a Junta o seu quinhão já que na toponímia foi um atropelo e devia ser rectificada - Travessa do Portelinho- sem o mínimo conhecimento em destrinçar travessa de rua, pior a rua principal chamada rua do lavadouro...Uma coisa é Rua da Mouta Redonda de Cima e outra coisa é Rua da Mouta Redonda de Baixo, e outras... Ao Marco, logo na entrada para a aldeia a barreira do outeiro devia ser alargada para em caso de incêndio na serra os veículos ter espaço para manobras , o mesmo no ramal da estrada para a serra e abrir no bico entre estradas um largo.

Foi requalificado o lavadouro, sem utilidade e a fonte com água ligada à mina de S João, sem ter sido fechada e analizada, por isso a facilidade da placa - água impropria para consumo- então para que serve, se não pode saciar a sede a quem passa? O lógico seria a ligação da mina a água da rede e o local ser requalificado em espaço lúdico com tanque de chafurdo, bancos, flores e árvores.
O Vale e as Hortas em altaneiro, onde o pôr do sol se fina por último pelas ramagens altíssimas dos eucaliptos depois das Lages, oferecendo visão que se adensa em mil facetas idílicas tremendamente incandescente, em tons amarelo e carmesim, a imitar África! Um paraíso!
O futuro agenda-se no presente emendando erros do passado!

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Entrada d para a serra
O certo era fazerem  um largo no bico entre as duas estradas

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Exposição de Cestaria e Mantas de lã com bobines da Cuf, em Ansião

Visitei a exposição mista de cestaria em vime e cana com as mantas de lã da CUF no Centro Cultural de Ansião, por ocasião das Festas do Povo, em agosto do corrente ano. Deixei mensagem no livro.
Recordo o meu bisavô Elias da Cruz ao meio dia vir da Praça do Peixe com uma cesta de cana igual ás das pontas ond etrazia a sardinha. Tenho várias tipologias na minha coleção. Adoro cestos e cestas.

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Arte nascida na década de 60 com a implementação da CUF em Ansião, num tempo que não haviam edredons e a maioria das pessoas tinha apenas mantas de trapos e cobertores de papa para se aquecer no frio inverno. Em 1978 era grande a adesão das mulheres que as faziam para o seu enxoval. Não fugi à regra, nessa altura pedi à Natércia Murtinho do Bairro de Santo António, para me trazer lã em cor beje, um dourado adormecido. Seria uma fonte de rendimento das empregadas que revendiam as bobines de lã acrescida da sua comissão (?) e se seguiu a venda de alcatifa. A lã era áspera e difícil de  trabalhar. Nessa altura vivia em Coimbra em regime excecional numa Residência de estudantes, sendo admitida por ser trabalhadora nos CTT onde já vivia uma enfermeira de Miranda do Corvo. Algumas meninas estudantes tinham protecção de industriais de fábricas no norte, vaidosas, todos os dias se vestiam com blusas em cores diferentes, e claro enraiveciam as demais...
Levei a lã para tricotar a colcha  e logo ali me atiçaram com um desafio - se a conseguisse tricotar no fim de semana ganhava uma nota de Santo António - 20$00. Fiz a colcha no tempo ditado, ganhando a aposta que me foi traçada, pese o dedo ter ficado todo esfacelado com a aspereza da lã...
 Pois fui mais conservadora na escolha, em a fazer em cor monocromática e em tiras com losangos de conchas, com franjado curto. 
Tão grata lembrança que esta exposição me fez recordar.
E que belos exemplares criativos!
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A minha colcha.
Na exposição o modelo que se encontra em maior número de exemplares. 
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