sábado, 22 de fevereiro de 2020

Passear a ganhar apetite para almoçar no Scupa no Montijo

Dia primaveril em tempo de Entrudo em visita ao Montijo.
Começou por se chamar Vila Galega do Ribatejo - povoada por galegos aqui aportados pela auto estrada do oceano Atlântico entrando triunfantemente pelo estuário do rio Tejo .Dom Manuel I deu-lhe Foral a 15 de Setembro de 1514. 

Bem estimadas as BANDEIRAS 
ALDEGALLEGA

Toponímia atesta um padre de apelido Pólvora, interessante
 Bela matriz do Montijo com duas torres
A igreja nova, das melhores de Ribatejo, que o braço do povo fez e ornou de prata e ornamentos, tem 12 mil reis de fábrica velha para o comum e 8 mil reis de fábrica nova pelo Mestre na Mesa Mestral. É da invocação ao Espírito Santo, com Prior e dois Beneficiados da Ordem de Santiago e Tesoureiro. A igreja é revestida a belos silhares azulejares azul e branco, com uma capela particular mandada instituir por Teresa de Ávila 15.. e outra pelos homens trabalhadores do Montijo julgo 1607.
Átrio da entrada
Igreja Matriz do Montijo (IIP)
Lateral da matriz a sul
 Praça com o coreto
 Plátanos bem podados a talão
 Centro histórico bem calcetado, com mobiliário urbano e candeeiros de braço em ferro forjado
Casario com platibandas e decorações variadas- pinhas, vasos etc em faiança
 Montra de uma drogaria o lavatório...
 Fachadas em azulejo
 Casario antigo de sobrado com grande janela e duplo beirado
 O  portal, a ombreira é formada por pedras antigas, centúria de 500? A merecer preservação
 Capela da Misericórdia  fundada em 1533
O painel azulejar diz 1677, talvez de uma requalificação ou da Irmandade do Santíssimo Sacramento?
 Painel azulejar ,existe outro no átrio da matriz, assim iguais encontrei no Convento de Odivelas
 Uma grande chaminé
 Uma chaminé redonda
 Painel azulejar de 1750 da  Irmandade de Nossa Senhora do Rosário
 Fachada de prédio anos 60?
 Museu Municipal /Turismo - Casa Mora
Construção da segunda metade do século XIX, para residência particular de Domingos Tavares grande proprietário rural natural de Aldeia Galega , concluída em 1875, data no gradeamento  da entrada principal. 

Casa ao estilo francês da época do II Império
Ostenta uma fachada revestida por painéis de cantaria e possui também um elegante trabalho de ferragens, nomeadamente nas varandas, e nas grades das janelas do rés-do-chão. Possui ainda ao nível do telhado um curioso lanternim decorado com vidros coloridos e uma platibanda extremamente equilibrada onde existiram em tempos quatro estatuetas hoje em dia desaparecidas
Escadaria para o sobrado
Monograma do nome do proprietário Domingos Tavares
Retrato de Domingos Tavares
 Pedras soltas- brasões e outras
 Oratório
Cozinha
 Amei a cozinha...
 Sala de Jantar
Magnífico trabalho em estuque dos tetos das divisões do  sobrado bem como as pinturas a fresco das paredes da casa de jantar.
 Sala azul

 Sala Salmão, devia ser rubi pelas flores do candeeiro de cristal, belíssimo...
 Sala Verde
 Tardoz da casa Museu o Jardim Municipal
Poço e moinho de vento tipo americano
      
 Fonte com azulejos Bordalo Pinheiro , conchas e embrechados com cacos em porcelanas 

 Tanque original  de banho? no canto não falta a pedra para lavar roupa
 Escultura Bordalo II
Só a percebi em casa pela foto...
 Maçanetas de porta antiga 

Construída como quinta rural foi adaptada nos anos 20 a casa burguesa pelo Arq. Pardal Monteiro ao estilo de “Casa Portuguesa”, inclui ainda a Capela de São Francisco, lugar de importantes peregrinações desde o século XVI.Os materiais nobres da sua remodelação perduram até hoje, destacando-se as madeiras exóticas, os painéis de azulejos adaptados da obra do Pavilhão dos Desportos do Parque Eduardo VII em Lisboa, os vitrais do artista Leone e as cantarias, ferragens e beirados.
 Tardoz a norte
 Escadaria era forrada azulejos
 Bela urbanização com espaços verdes
Ruína ainda constante e aberrações em reconstruções no passado...
Casa do Mar de estrangeiros...
Um médico atestado na toponímia e estatuária
O prédio acima na direita onde funcionou o Externato
Terra de gente do rio 
Mais 300 pescadores viveram por aqui a contornar o esteiro , entrava terra dentro com salinas
A pintura bairrista alegre do povo, arte que se devia manter.
Campeão em França duas vezes...Disse-me o Sr Cardoso, o pintor
 Dório da pesca do bacalhau
 Homenagem aos Pescadores
 Escola Conde Ferreira 1866
SCUPA

Todas as mesas reservadas. 
Excelente acolhimento, logo nos foi  colocada uma nova  mesa para dois
 O dono do restaurante tem banca de peixe no mercado e no restaurante não é menor bem recheada - as espetadas de tamboril foram-se num instante...além de grelhados há choco frito, janquinzinhos e ...
O nosso almoço
Entrada polvo com pickles, pão alentejano, tostas e broa, sargo grelhado com batata cozida e salada temperada com azeite e oregãos...bom vinho, queijo de Reguengos, bolo de bolacha, café, e...

Apelido Feyo 
 Cais das Faluas
 No óculo do armazém nasce uma árvore...
Esteiro visto do largo do mercado semana
 Antigo Forno de vidro?Um testemunho histórico sem qualquer preservação...



Parámos na Moita!

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Urge a Confraria do Pinhão, em Ansião!

Pinheiras altivas em Ansião da Mata Municipal
Céus coroados em glória com pinheiras vaidosas de amplas cúpulas verdes, tanto me encantam o olhar no desafio sem medo ao infinito de altura descomunal, Rainhas do Rei - o Pinhão, na vila de Ansião !
Assim belas somente as vi num filme passado na ilha de Corfu, na Grécia!
As minhas memórias da década de 60/70 em Ansião
Em Ansião a mancha de pinheiro manso antiga, possivelmente já sem produção, pela idade, a salpico Constantina, Pinheiro, Costa do Escampado, Casal S. Braz, ...

Em 2004 no Cartório Notarial de Ansião
No ato da assinatura no cartorio notarial de Ansião, da escritura da compra de metade da casa à minha irmã, a Dra notária, Passos Coelho,  pergunta a todos se sabem o que está a germinar no vaso ao centro da mesa- ninguém soube responder - Pinhões da Mata!

O pinhão
Produto endógeno, de primeira qualidade, será difícil de encontrar outro assim melhor…

Herança rica a produção e comércio de pinhão 
Em viragem de maré alta, pese anos de letargia, esteve em demasia adormecido, acordado em boa hora o plantio de pinheiro manso, em 2016, na Serra da Portela. A maior mancha, entre outras, com incentivo autárquico na doação de árvores. Já superior a 20 hectares na propensão expectável à futura produção da venda da pinha na árvore, a colher e vender, ou a colher. 

Processar e vender o pinhão, abrindo conjuntura à criação da Confraria do Pinhão em Ansião
Para incentivar e valorizar a riqueza exponencial do pinhão, em Terras de Sicó, com objetivos claros: gerir o continuado plantio faseado, reposição de árvores mortas, monitorizado na poda, acautelado de pragas, inovando em maquinaria para o processamento das pinhas, partir o pinhão e resíduos para empresado , aquecimento de salamandras. 
Tendo como meta a concretizar, deixar em Ansião a totalidade da sua riqueza, abrindo perspetiva única na região, com a implantação de uma fábrica, criação de novos postos de trabalho, além de tratar da produção local, acresce a das redondezas:Abiul, Soure e avinda de fora como Carregal do Sal, ao  mesmo estar dos lagares de azeite, quem recebem azeitona do Alentejo. 
Fundamental o controlo estatístico ao rendimento do pinhal pela diminuição da volatilidade no seu ciclo reprodutivo, para não haver quebras na produção, ou não se extinguir como foi no passado. 
Por decreto lei a apanha de pinhas  de pinheiro manso inicia-se a  1 de Dezembro até ao dia 31 de Março . Por condições climatéricas o prazo pode ser prorrogado.
O ICNF — Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas alerta que o regime jurídico aplicável à colheita, transporte, armazenamento, transformação, importação e exportação de pinhas da espécie Pinus pinea L. (pinheiro-manso) em território continental foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 77/2015, de 12 de Maio, e entrou em vigor a 10 de Agosto de 2015. Registo obrigatório. E relembra que a colheita, transporte, armazenamento, transformação, importação e exportação de pinhas de pinheiro-manso estão sujeitos à comunicação prévia obrigatória ao ICNF. A comunicação prévia é realizada através da “declaração de pinhas” e o registo de operador económico são submetidos por via electrónica, através do Sistema de Informação da Pinha de Pinheiro-manso (SiP).

Excepções - Estão dispensados da comunicação prévia a colheita, transporte, armazenamento, transformação, importação e exportação de pinhas de pinheiro-manso até ao limite de 10 quilogramas de peso, desde que exclusivamente destinadas a auto-consumo.

A produção de pinhas cifra-se nos 15/ 20 anos, com pico aos 40/50 anos, reduzida com a idade das pinheiras aos 80/100 anos.  Ao não se equacionar a totalidade desta dinâmica, será o mesmo que ouvir na voz do povo – morrer na praia, dizendo adeus ao progresso. 
Em terra do pinhal interior, central, pode almejar o todo se chamar a si a justa revindicação, sem rival, e jamais se contentar como até ao presente com migalhas do comércio do pinhão adquirido no distrito por revendedores. Deve haver aposta na mudança para investir até ao produto final, de alta qualidade, com rotulo de Sicó, a escoar no mercado nacional e exportação.
O pinhão português de miolo estreito, mais comprido e de maior sabor, e valor nutritivo aguarda certificação pela DOP desde 2015, tendo sido alterada para Indicação Geográfica Protegida. Itália e Espanha – países que mais compram pinhão nacional, os espanhóis optam por pinhão com casca para o processar e comercializar. Espanha também compra pinhão de inferior qualidade de origem asiática: China, Turquia e Paquistão, para se compreender as estatísticas do INE, onde aparece como principal fornecedor de pinhão no seu mercado, rotulado de origem espanhola, em publicidade enganosa quanto à origem e à qualidade. 

Da Gândara vinham vendedoras de pinhões à feira de  Ansião
Recordo  as vendedeiras de enfiadas de pinhões presas nas mãos que aportavam à Feira dos Pinhões em Ansião a 24 de Janeiro, vestidas de traje regional usavam um tradicional chapelinho na cabeça em veludo preto ornado com pena e enfeitado com lenço bordado.
Provinham  do distrito de Leiria da Maceira,  Marrazes,  Figueira da Foz, Cantanhede,  Montemor-o-Velho,  até Mira,  terras de muitos pinhais. A minha amiga  Guilhermina Ladeira , lembra-se de vendedoras de Abiul, e chamavam às fiadas - terços. 
                                 
Em Marrazes, concentram-se fábricas de negociantes de frutos secos, que compram o pinhão em Alcácer do Sal, em fases distintas: descascado, limpo, com a pele - o mais caro - ou com casca, para o tratar manualmente. Segundo inquérito realizado a vendedores na Feira dos Pinhões pelo conterrâneo Arqº José Freire Silva, que queria saber como devia atuar para escoar as suas pinhas. 
O panorama do negócio do pinhão a enriquecer quem não tem escrúpulos por vender alegado pinhão asiático como produto nacional, no intuito de rentabilizar o produto seco, por ser de todos o mais caro no mercado, penalizando o cliente final, desconhecedor da sua verdadeira origem, com o preço a disparar a cada ano, quando devia ser bem diferenciado a contento de todas as bolsas. 
Em 2018, Miguel Esteves Cardoso, assim se referiu
Temos o direito de saber a procedência e o ano da colheita. Temos o direito de provar primeiro e de rejeitar o pinhão rançoso, seco ou com sabor a mofo. Temos o direito de exigir, pelo preço que pagamos, que o pinhão seja nacional e novo.

As Feiras francas dos Pinhões na Constantina, Ansião
A  24 de janeiro e 2 de julho à Rainha Santa Isabel, foram difundidas pelos peregrinos do Caminho de Santiago de Compostela, e dos que vinham ao chamamento de curas milagrosas nas águas da Fonte Santa, romeiros a Nossa Senhora da Paz,  e de todos os viandantes: clero, nobres e povo que corriam na rede de estradas medievais;  real e coimbrã, que cruzavam Ansião.

A Confraria de Nossa Senhora da Paz da Constantina
Livro com os registos da Confraria transcritos da autoria do Dr. Manuel Dias, importantes para conseguir correlacionar mais sobre este passado que agora partilho e lamentavelmente o autor não correlacionou. Referência a vendedores e confrades vindos de Norte. 
Excertos: Guimarães e Palheiros, Murça. 
Da Beira Baixa; Salvaterra do Extremo, Idanha-a-Nova. 
Do Centro Tomar, Condeixa, Pedrogão Grande e Pequeno, Minde, Lousã, Sertã, Mira d’Aire, Coimbra, Ceira, Cernache do Bonjardim, Abrantes, Golegã. 
Alto Alentejo; Reguengo, aldeia de Portalegre, Avis, Coruche .
Mais perto de Ansião; Arega, Pombal, Vala de Ourique e Soure, Condeixa. 

A Confraria cobrava o terrádego aos feirantes,alugava tábuas, alpendres e ainda disponibilizava duas casas. Como havia alguns que não pagavam por não haver alvará régio, acabou por ser solicitado pelos oficiais da Confraria o tendo recebido em 1697. 
Mas, a feira começou bem antes depois da instituição da Confraria em 1623. 

O terradégo estabelecia valores diferenciados: Mercadores 300 reis, Tendeiros, Sombreireiros, Cortidores e Ourivices, 100 reis, demenos conta cinquenta, unindo carros e cavalgaduras, e ainda a cabessa com as costas, 20 reis. Em termos estatísticos o autor confirma confrades fora de Ansião ao longo de 30 anos de Pedrogão 151 -Minde 149 -Lousã 81 - Sertã 63 - Mira d’Aire 54 - Pedrogão Pequeno 43 - Coimbra 40 - Pombal 26 - Palheiros 25 – Freguesia de Murça -S Fructuoso em Ceira e Cernache do Bonjardim 25 cada - Arega 22 -Almalagues, Aguas Belas 20 cada -Reguengo, aldeia de Portalegre, Estremoz, Avis, Abrantes, Coruche, Golegã, Lisboa . Além da venda e compra de pinhão, produtos novidade, baetas, panos de lã não pisoada, chapelaria, peles curtidas e objetos de ouro e prata, os ourives artesãos tinham nas feiras o seu principal mercado com a população rural e forasteiros para objetos de baixo preço e de uso pessoal e gente abastada encomendava peças mais requintadas - correntes de ouro, gargantilhas e quiçá o “Menino Jesus em ouro” ainda hoje o povo na Constantina diz ter sido enterrado na passagem dos invasores franceses em 1810...
Existem alguns aforamentos entre 1815/8 de vendedores que se deslocavam de longe desde Tomar, chegavam de antevéspera ou véspera para arranjar melhores locais. Aforão nove lugares de Vala (de Ourique)- o autor não conseguiu decifrar , o que se depreende (?) Jozé da Cruz Marto; Manoel Marquez Loirenço e da outra banda Joze Marquez Loirenço; aforão José Pedro de Condeixa, em 1815 dois lugares pegados à capella; aforô Manoel António Roriz Guimaes o lugar pegado à loja de baetas de João Batista de Soire da parte de tras em 24 de janeiro de 1817; aforô Sr Joze Caetano de Soire hum alpender o de cima o Lugar do meio - 1.000 por cada um , 23 de janeiro de 1815.

Correlacionei confrades de Oliveira do Conde, nome que desconhecia e coligi Carregal do Sal
Sobre a produção de pinhão no passado de Carregal do Sal. Nada se sabe. 
Curioso constatar confrades que vinham às feiras francas da Constantina, para terem igualmente levado a semente...Nos últimos anos a Autarquia tem investido na reflorestação de pinheiro manso, por causa dos incêndios, com aposta na feira da Pinha e do Pinhão. 
Coligi,  A agricultura da Beira Alta nos séculos XVIII e XIX de João Nunes de Oliveira que referencia a existência de pinhais (…) e a casca de algumas árvores (pinheira) fundamental para o curtimento de peles, pelo tanino que possuía, tornando-se um motor da actividade artesanal. 
O estudo não aborda em nenhum momento a produção ou comercialização de pinhão, para se instalar a premente dúvida, saber onde o pinhão foi primeiramente semeado: Carregal do Sal, Ansião ou Soure? Partindo do pressuposto quem o semeou em Ansião, no Pinheiro, a fidelizar o topónimo, para se alastrar ao Escampado da Costa e Constantina. O Tombo de 1508 de Soure, não refere a existência do pinheiro manso, e pela falta de Tombos de Ansião, plausível afirmar o seu plantio tenha surgido com povoadores aportados do mar Mediterrâneo oriental da Turquia e Grécia. A região de Sicó, ainda sem estudo a esse passado rico de gente, ainda viva,  pese os cruzamentos de gerações em seculos, ainda persistem genes .
O pinhão foi trazido por essa gente e gregos, conhecedores da riqueza do pinhão, enquanto alimento duradoiro. Tenho investigado o passado proto-historico na região, e da ligação de carreteiros entre si, que permitiram a chegada de outros povos, como dos romanos. Aportados por mar, se deslocaram para o interior, deixando heranças na região, além do pinhão, toponimos e o chicharo.

Ansião ganha a primazia por ser pioneira na comercialização do pinhão
Legalmente há 323 anos, com escoamento da sua produção, sem se conhecer outra terra que a rivalize. 

Na centúria de 800, os vendedores de Soure
Com menção no arquivo da Confraria, às feiras francas da Constantina.
Presumo, quem levou a semente para Assamassa, que se limita a sul com a Quinta do Espirito Santo. Não encontrei estudo desta quinta, o Sr. Padre, disse-me que foi no passado pertença da Quinta de S.Tomé, em Condeixa. Associei a ligação aos amnos Azeredo Coutinho, na centuria de 700, um foi desembargador do paço em Lisboa no tempo do Marques de Pombal, e o outro foi o bispo conde de Arganil, em Coimbra. Eram familiares dos Carneiro Figueiredo da Ladeia, Alvorge. Tinham em Ansião quintas. Admito a deslocalização de  pessoal habiuado em Soure, Vila Nova de Anços e Condeixa, na secagem de pauls, tendo vindo para Ansião, para secar o paul desde a nascente do Nabão, no vale do Buyo, ao Parque Verde. Uma das duas situações alguém levou a semente do pinhão para Soure.
A aldeia do Espirito Santo, cuja capela atual, em local estrategico, num alto, teria pertencido à quinta e no tempo os seus operarios foram fazendo as suas casas junto do caminho, por isso estreito. Já a torre, a jus da universidade, data dos anos 40/1. Diz-se que foi uma promessa a fomentar a arte popular de trabalhar o pinhão, em simbologia à fertilidade. Herança grega, na celebração do ritual, o Ramo ao Divino Espírito Santo. Era pequeno, que no tempo a vaidade dos mordomos, de o fazer cada vez maior ...No final da festa, assiste-se à recriação do que foi no passado o conceito do Bodo aos Pobres, da Rainha Santa, em Soure, com as sopas, aqui o pinhão é distribuido pelos Mordomos e  quem ajudou. 
                       
Em Ourém, em Vale Travesso  vinham vendedores à feira
Em Vale Travesso, uma família processa o pinhão, e o vende por altura da festa de Santo Amaro e outras feiras nas redondezas. Maria de Jesus com 87 anos disse na televisão que foi em 1957, que se meteu nisto pela mão do marido, para o comerem, e mais tarde para o vender. A medida ainda são umas  pequenas caixinhas de madeira à laia das usadas para a venda dos tremoços. 
Perceberam o filão do negócio. A  família percorre a vizinhança a pedir pinhas, trabalham noite dentro a chamuscá -las com munha, ou caruma, depois em cima de um cepo dão-lhe marretadas para as fazer abrir e saltar os pinhões, e por fim em cima de outro cepo, já tem peças em ferro para assentar o pinhão e o partir sem o molestar, antigamente seria com martelo ou uma pedra. Segue-se o tostar no forno a lenha mantendo a tradição de venda que já está no sangue da família há mais ou menos 65 anos. 

Parentes próximos - Ansião e Soure 
Projectar Ansião,  Soure  e Ourém no turismo no Maciço de Sicó
Pela ligação ao seu passado de parentes próximos com o emblemático vale e serranais cársicas desde as Degracias a Mocifas da Nazaré, Casas Novas,  Buracas de Casmilo para amantes de caminhadas em trilhos, montanhismo e escalada , vale do Rabaçal, várzea da Ateanha , Aljazede e Lagarteira onde fulminada me sinto perdida em luxuria por ser em lugares guardadores de gratas emoções de tantas viagens sentidas na vastidão estranha que se entranha perdida em deslumbramento com Alminhas em pedra, de courelas arroteadas fechadas por frágeis cancelas de madeira, por todo o lado pequeninas almuinhas de oregãos sob  vistas desafogadas para a serra do Maciço de Sicó, de todos os ângulos se respira literalmente beleza incomum com casario de balcão e estelas funerárias depois de Alcalamouque , hoje resta julgo uma, sem no tempo alguém lhe ter deferido merecida atenção. Há anos o plantio de cedros em chão de argila empedernida a lembrar aqui já foi o fundo do mar, prova disso os fósseis em desatino a rivalizar com a terra rossa  a lembrar África em mais lançar convite a desfrute e deleite tamanha riqueza de fortes contrastes, ora a clamar deserto ora a clamar estepe russa aqui e ali emoldurada a idílicas dolinas cársicas guardadora de resquícios de esqueletos de madeira podre e ressequida de moinhos de vento, debruada a muros de pedra seca, lapiás, fósseis em uníssono convidem no mesmo marasmo de chão inóspito, cru e empedernido, recortado a courelas de sequeiro vestidas de vinhedos e salpico de olival, por todo o lado semeado a calhaus onde emergem dois montes a imitar cones, sem imortalização em 1669 na aguarela de Pier Baldi e dizer - jamais me canso, de te olhar...para acordar com aromas a erva de Santa Maria , travo do afamado queijo denominado Rabaçal, riqueza ímpar a sábia na mistura de leites - cabra e ovelha a pedir urgente certificação, se os municípios se envolverem, portanto são duas importantes apostas e como não há duas sem três juntar a doçaria ...
Doçaria
Pão de Lóbiscoitos de azeite, arroz doce, o Bolo de Noivos e Merendeiras de nozes e passas , Ferraduras de erva doce e Lesmas
Esqueci-me de registar foto o Pão de Ló na casa da minha amiga D Helena Silva da Lagoa da Ameixeira em Ansião , húmido e delicioso, como o da minha querida mãe.
Biscoitos de azeite
Biscoitos de laranja da minha amiga Maria da Luz Simões 
Foto retirada da página do facebook em que a semelhança do formato em que estes parecem mais fofos por serem de laranja, uma nova variante.
O novíssimo pastel de pinhão da ETP SICÓ
Para mim em demasia atulhado!
Esperava um doce como o chícharo embrulhado em massa filo finíssima e crocante ...
Resultado de imagem para ansião pastel de pinhão


Fontes 
Livro da Confraria de Nossa Senhora da Paz da Constantina em Ansião da autoria do Dr Manuel Augusto Dias de 1996
Foto da Página Tradição do Ramo ao Espírito Santo de Soure

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