sábado, 16 de janeiro de 2021

Um novo olhar a Vila Franca de Xira

Antes de novo confinar por causa do covid, a passeio. Levo comigo o mesmo olhar,  em que o belo se instiga a mais descobrir desta cidade desde 1884- Vila Franca de Xira tem origem na palavra Árabe "as-Shirush", sem saber o que significa. Em  época medieval foi corredor da Estrada Real, onde palácios  se misturam em arquitetura mais moderna, como a Biblioteca e o Museu Neo-Realismo entre outros, em nada esbarra ou espanta, semeada à toa  de sítios onde se vive a cultura tauromáquica, sempre  sob olhar de calmaria do Tejo em contraste com a serra a poente.

Casa anos 40/50 . 

A graça da capelinha ao jus de Alminhas com painel azulejar com NS do Carmo e o Menino com os escapulários. Obra executada na Oficina de Coimbra dos Irmãos Porto. 

                    

Painel falante, com mensagem - Ó Virgem Senhora do Carmo

Livrai-nos do Fogo do Inferno

E às Alminhas do Purgatório

Dae a Luz e o Descanso Eterno



Vielas estreitas ao jus do casario com mansardas
Cultura Tauromática, com imensas casas de Tertúlia
As céleres festas do colete encarnado em junho e da feira de outubro com artesanato
Casas ornadas com painéis azulejares, Santa Teresinha
 Toponímia em diferentes painéis; mármore e azulejares                                  
                                        
                             
Memória de gente e da sua cultura campina e tradições 
Palácio brasonado. Solicitei ajuda na Página Genealogia FB , David Fernandes respondeu: São armas de Sacoto Henriques, do final do século XVII-início do século XVIII. A casa é conhecida por "Casa Galache", porque aí viveram posteriormente membros de uma família desse nome, mas posteriormente à fundação desta casa... 
O amplo átrio forrado a belos painéis azulejares que se distinguiam ao fundo, nele  funciona um restaurante.
Centro histórico, o edifício em ruína aventa ter sido a cadeia
Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira 1563
De felicitar ainda existirem os imóveis e a sua simbologia no apoio assistencial aos caminhantes aqui aportados em viajem, doentes.
                   
Igreja da Misericórdia
                                                
Hospital da Misericórdia
                          
Os candeeiros de braço em ferro forjado
A Câmara Municipal
O Pelourinho séc. XVI. Monumento Nacional
Turismo em edifício Arte Nova do antigo Café Central
Platibandas em faiança vidrada talvez Devesas, a fechar telhados
Fachadas de prédios revestidas a azulejo Sacavém e Viuva Lamego
                            
                   
                   
                    
                  
                                                 
Varanda redonda em pedra de grande elegância estética
Calçada Portuguesa de belo efeito ondulante
Museu Municipal


PCP
                   
Entrada do átrio com painel azulejar Sacavém
      Assinado em 1947                                 


O caus em agonia da morte anunciada, do que foi o grande Centro Comercial, aqui vim algumas vezes e almocei lá no alto a ver o Tejo...
Poda de árvores em contexto urbano. As árvores não deviam crescer para o céu desalmadamente, pelos iminentes perigos em vendavais de caírem ou se partirem e dos estragos que possam causar a terceiros e seus bens na via pública. Reparei que o operário depois de cortar a ponta do ramo, procedia ao atarraque em pequenos toros do resto do ramo. De imediato apreceu outro numa carrinha e levou a lenha já cortadinha...
Esculturas. Adorei esta, muito elegante
A escolha de me fazer em jeito à foto
Estação de Comboios forrada a belos painéis azulejares, alguns com mensagem  falante, assinados Jorge Colaço, da Fábrica da Lusitânia 1930
                            
                                
                    
                   
                  


Pormenor da Estação ao típico casario português
Jardim


Bar
Mobiliário em paletes
Marina
Gaivotas no cais 
                   
Ponte de Vila Franca
                           
Estatuária 
                            
Poetas, escritores, Pensadores da terra


Vista sobre o cemitério, que merece visita à arte fúnebre, fica para outra vez. A capela ao gosto medieval, para já parece uma das mais bonitas neste contexto. 
Arte urbana em espaldar de bancos
                     




Apanhei campainhas amarelas que dantes só floriam pela Pascoa, e agora em janeiro...Veio ao peito para o meu oratório para a Imagem de NSAtalaia.
Chegada a Alhandra
O grande nadador de Alhandra que atravessou o Canal da Mancha retratado em arte urbana
Ermida medieval  de 1611 SConceição do portal? teria sido de um palácio
Família Francisco e Jerónimo Annes Trancozo
Estátua ao Dr Sousa Martins natural de Alhandra
Painel azulejar 1757 Maria Jesus e Jose
                                      




Alverca
OGMA, onde o meu marido trabalhou em motores de aviões, mas tinha de se levantar às 6 H para aqui entrar às 8, até ao dia que chateado não voltou!

AMEI!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Capela da Ribeira de Alcalamouque, Ansião

A capela hoje com  frontaria para norte, aventa antes foi instituída por um particular abastado, ou pelo povo. Após a implantação da República que descontinua o culto religioso em muitas capelas particulares com eleição das melhores posicionadas para se tornarem  públicos para administrar os sacramentos a doentes e Missa anual ao orago. O que seja verossímil aconteceu a esta capela que sofre ampliação  e foi  recolocado no adro o púlpito com avental e data esculpida de 1689, para não se perder a memória da data presumível da sua fundação . Aparece referenciada nas Memórias Paroquiais de 1758, de orago a S. João Batista.

Ponderei se esta capela não teria sido instituída pelo Dr. António dos Santos Coutinho, natural de Ansião, foi cónego magistral na Sé de Lamego e veio à sua terra fazer a obra da atual igreja da Misericórdia em 1701. Instituiu um Morgadio e erigiu uma capela entre Santiago e o Rabaçal, ficando administrada a Manoel dos Santos da Guarda. A morte precoce em 1704, quebra o contrato com o administrador da sua capela no termo da villa do Rabaçal - nessa altura ainda não se chamaria Junqueira, pois a existir teria sido referida. Teria ficado em abandono, por falta de pagamento. Porém, naquela altura a Ribeira de Alcalamouque pertencia ao Rabaçal,  e assim dizer que a capela instituída pelo Mestre jesuíta Dr. António dos Santos Coutinho, o seu palco foi na Junqueira, então na imediação do Rabaçal. A capela da Junqueira por estar em cima da estrada mudou mais tarde a fachada para sul, a inicial era para poente . O que vaticino, porém jamais foi temática abordada por historiadores ou investigadores.

                                                          
Segundo relato transcrito das Memorias Paroquiais pelo Padre Manuel Pinho

O  ANTIGO CONCELHO DE ALCALAMOUQUE - ALVORGE
«Já em 1142 se fala de Alcalamouque, a propósito da doação por parte de Soeiro Gonçalves da sua herdade em Alcalamouque ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Em 1182 este referido Mosteiro comprou mais outras herdades neste mesmo lugar. Este nome é de origem árabe e significa castro ou castelo junto a uma escarpa. Sinal que já foi habitado antes dos mouros chegarem a esta região. Um castro ou castelo era um lugar fortificado das épocas pré-romana e romana, na Península Ibérica, junto a um povoado permanente para refúgio das populações circunvizinhas em caso de perigo.
Prova de ocupação humana desse tempo é a existência de várias oliveiras multicentenárias nas proximidades da nascente, uma delas a maior que se conhece em toda a região.
Esta povoação fica num planalto a norte do Alvorge, concelho de Ansião, e pela sua localização, constitui um belo miradouro sobre o lugar de Pombalinho, os montes de Vez, Ateanha, Juromelo e Rabaçal. Ao fundo da escarpa, nos olhos d'água, nasce a ribeira de Alcalamouque.Esta nascente situa-se no sopé do monte a escassos metros da povoação criando uma ribeira que mantem um caudal permanente ao longo do ano, alimentando em conjunto com outras nascentes da região quer subterraneamente quer a superfície, o rio dos Mouros, que atravessa partes do território dos concelhos de Penela, Condeixa-a-Nova, Montemor-o-Velho e Soure, passando junto das ruínas da cidade romana de Conímbriga, num vale em garganta e também na localidade de Ega. Tanto em 1527 como em 1689, há documentos que comprovam que pertencia então ao concelho do Rabaçal.
Entretanto esta aldeia acabou por ser cabeça de uma vintena também chamada concelho como as outras da região. As Informações Paroquiais de 1758 da freguesia do Rabaçal dizem que era a sexta vintena do termo da vila do Rabaçal e tinha então cinquenta fogos.
Em 1792 ao concelho de Alcalamouque pertenciam os seguintes lugares: Alcalamouque, Ribeira, Vendas, Azenha, Casal de S. Pedro, Confraria, Castelo Ventoso, Mata e Vale Florido.
O monumento mais importante da povoação é a capela dedicada a São Pedro erigida em 1689.
Trata-se de um pequeno templo mas com adro alpendrado. E tem um púlpito no exterior com a seguinte inscrição: [E]STE PVLPATO / [M] ANDOV FAZER / [_] LIORGE AÇVA / [CV]STA ANNO / 1689. Um púlpito assim no exterior revela que noutros tempos a esta capela acorria muita gente para as festas ou simplesmente para missas dominicais.
De salientar ainda as magnificas paisagens que podem ser apreciadas do alto do povoado.»

 


Casal das Pêras em Ansião, em fugaz escapadela

A vista que se enxerga ao inicio do Lugar a poente                       

Casa onde morou a Ti Otília Silva de duplo beirado português

As vezes que aqui vim à sua casa atalhando pelo carreiro do quintal com a prima Júlia a casa da tia, irmã do pai, solteirona e já usava dentadura que assustava na brincadeira os cachopos, quando a fazia deslocar com a língua, e claro, assustados, em tempo de não ainda nada se saber de dentaduras postiças, muito menos serem móveis....
                           
Reencontro às Alminhas com a minha amiga de infância Amália e o irmão Fernando
Algures, pias ancestrais em pedra, a arte dos nossos avoengos, herança que devia  fazer parte do espólio do futuro Museu Municipal de Ansião.

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