quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O solar em Ansião mandado construir por Pascoal José Mello Freire dos Reis

O mais notável jurisconsulto ansianense de todos os tempos por ter sido o pai da Jurisprudência Portuguesa e da História do Direito Civil Português, além de Desembargador da Suplicação e Professor da Universidade de Coimbra no tempo da Reforma Pombalina (a ele se deve o fim das penas cruéis em Portugal como, por exemplo, o talhamento de membros que Rui de Abreu da quinta da Boa Vista ao Senhor do Bonfim de Ansião foi infringido em 1697).
Pascoal José de Melo Freire dos Reis
Registei esta foto do seu quadro a óleo no Arquivo municipal de Ansião 
O rosto evidencia um nariz comprido, olhos grandes, lábios finos, bons cabelos e grandes mãos, a reivindicar genes no povo arábico da antiga Pérsia (?).
Citar excerto Ansianenses Ilustres 1 de Ansião, 2002 Dr Manuel Augusto Dias
"Nos finais do século XIX, Júlio de Lemos Macedo (op. cit., p. 177) escrevia que em Ansião já não vivia qualquer parente conhecido de Melo Freire, apenas em Almofala de Cima, ainda pertencente à Comarca de Ansião, vivia um seu sobrinho (...) é ainda o mesmo autor que nos informa que «Pascoal José de Melo Freire mandou construir em Ansião um bom edifício de vivenda que não chegou a ver concluído. Esse edifício, em estado de ruína, foi vendido por José de Melo Freire, de Almofala de Cima, filho de Bernardo Freire de Melo, capitão-mor das extintas ordenanças, um primeiro e outro segundo sobrinho do eminente jurisconsulto, ao pai de quem escreve estas linhas, José Luís de Macedo, que o fez reconstruir, aproveitando-lhe as paredes e a cantaria, e que do mesmo faz sua casa de habitação». Segundo o que conseguimos averiguar, esta casa ainda hoje existe, precisamente na Rua da Vila que ostenta o seu nome».
O autor apenas deu azo à transcrição da documentação sem sair da base de conforto para abordar o sitio da casa...Graças ao testemunho deixado pelo jurista que foi notário na comarca de Ansião o autor apenas se dirige a ele sem lhe atribuir qualquer cargo. O seu pai é que comprou a casa aproveitando as cantarias para nela habitar e depois herdada pelo filho Júlio de Lemos Macedo.Obviamente a casa só pode ser esta, nem falou de suposta descendência, tomando como certa a informação citada (?)!
Ansião em foto anterior a 1937 possivelmente de 1908
O solar na esquerda da foto

Não conheço outra foto mais antiga do que esta, na esquerda o solar do Pascoal José de Melo Freire dos Reis com um muro alto para sul com vegetação e pilares de pedra do jardim. Ao fundo distingue-se o solar conhecido pela casa do "Sr.Zé Piloto", erradamente, porque era pertença de dois particulares, dele e do Sr. Virgílio Courela pai entre outros da D. Alda Gaspar, o que há partida dita o quintal devia com este extremar (?).Na expropriação  do belo jardim do solar em 1938 foi feita a Praça de Peixe e duas transversais.
O solar Pascoal de Melo Freire dos Reis aos dias d'hoje
Mostra-se ainda um solar imponente apesar na fachada terem sido alteradas a sul as três janelas  por duas portas ficando apenas uma janela. De resto mantém-se a entrada com escadaria em meia lua em pedra que dá acesso à porta principal que faz a ligação do r/c ao 1º andar por uma escadaria lindíssima debruada a pedra que termina ao cimo em arcos, no salão da frente as portas com banquinhos namoradeiros, e na frente varandim com ferro forjado. No tardoz a varanda em pedra de cantarias semelhantes às da quinta das Lagoas que foi restaurada em finais de 800, suposto afirmar tenha sido a mesma data que também este foi concluído. Porque as pedras saíram da mesma cantaria, no meu opinar. A varanda acompanha quase todo o solar, sendo a maior parte do Clube e a remanescente dos herdeiros do Sr. Mouco.
Há poucos anos quando a parte do Clube foi objecto de obras ao abrigo de um Fundo comunitário que não me ocorre o nome, afixada a placa no r/c . Por essa altura falou-se que a autarquia  tentou com os sócios em parceria agilizar consenso no acordo com os herdeiros do Sr. Mouco para a aquisição da parte remanescente do solar, por troca de um andar e,...
O que francamente me deixou a pensar!
A ideia pareceu-me muito bem, diria fantástica!
Porque uma coisa é os  proprietários valorizarem em demasia o seu património, outra coisa bem diferente a capacidade financeira para o reabilitar, por isso o bom senso no equilíbrio dos pratos da balança, para avaliar encargos e se afinal o compensa manter!
No meu opinar com franqueza, a venda se mostra sempre nestes casos a oportunidade de se melhorar em qualidade de vida e de menores chatices. Quem sabe se além da proposta ao tempo formalizada se lhe acrescentarem um emprego, apesar de desconhecer se quem o habita está ou não empregado (?)...
Não devia ser descuidada nova tentativa!
Fachada sul propriedade dos herdeiros do Sr. "Freire Mouco"
No r/c havia uma loja do ferro ferro do homem da Gramatinha, se não me falha a memória.

 O tardoz mostra a parte restaurada com a varanda e a parte por restaurar

Argola de ferro para prender as bestas e um pial de pedra na quina que não sei a serventia.
Imponente a alta chaminé no tardoz.

Desatino parte do solar a definhar!
Aos proprietários da parte particular a sul se deve esforço se assim o quiserem para se unir o solar como o foi no passado pela sorte de ainda existir na menção maior em  ser reabilitado para Ansião prestigiar o seu passado, tão esquecido. Se em Santiago da Guarda houve consenso para indemnizar pessoas do Complexo da Casa Senhorial do Conde Castelo Melhor, aqui não deve ser difícil, por carecer de obras urgentes. Perante balanço de contas no peso da balança, as pessoas tomam decisões, sendo certo que muitos avaliam o seu património levianamente em milhões, quando na maioria o tem apenas parca valia, atendendo ao valor necessário para a sua reabilitação, ou seja, para o aguentar dignamente consolidado , por isso não basta ter património é preciso mantê-lo de pé com altos custos.
Na minha opinião com o devido respeito aos envolvidos no meu opinar no meu direito de cidadania.
Visionário seja aquele que neste solar faça nascer o que tarda - Um Museu de Ansião!
E altere o nome da Rua muito incompleto e na Escola C+S em que descendentes ainda a viver em Ansião não se identificam com o seu ilustre ansianense!
Se for aposta o Museu em Santiago da Guarda tudo farei pela palavra em desvirtuar !
Um Museu merece dignamente Ansião, na sua vila!
Não deve ser difícil agilizar a contento os envolvidos para que o solar venha a ser património de todos, de Ansião!
Pascoal José de Mello Freire dos Reis morreu aos sessenta anos na sua casa em Lisboa.. Ao ter deixado Ansião tão jovem apenas com 12 anos, sem ter deixado memórias escritas da sua família, dos momentos da sua infância, do que aqui viveu e testemunhou, tão pouco os muitos irmãos, a ditar precisamente o fecho que a sua família viveu de carisma judeu, pese ter sido escolha esta terra de Ansião para construir o seu solar onde supostamente pensou vir morar o final da sua vida, debalde a morte em idade precoce não lhe permitiu realizar o sonho de o ver finalizado, pior, nenhum dos herdeiros o valorizou, antes vendeu, no pior e triste constactar!

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