quinta-feira, 9 de junho de 2016

Slogan tudo culpa dos teus lábios em Santa Clara, na velha Ameixoeira !

Agradeço a cortesia a um comentario anónimo que acrescentou que a Ameixoeira, a verdadeira que visitei, atualmente, teve que alterar o nome Ameixoeira para Santa Clara, para não existirem confusões com a Alta de Lisboa ( bairros sociais: Grafanil, Quinta da Torrinha, Quinta da Mourisca) .

Depois de uma semana a caminho de Lisboa para ajudar a tratar dos netos, a bênção remuneração, de avós babados em nova tarefa , como se fosse um trabalho, nas mesmas rotinas, aliás com mais carga em horas laborais, acordar às 6 e em geral deitar pelas 11 com 3 transportes em consonância ...
Ao fim de semana o merecido gozo a redescobrir sítios, porque temos no bolso o passe...
Ameixoeira, a partir da Calçada de Carriche, de onde avistamos no alto da colina uma torre sineira de igreja-,  mote bastante de aventura,  induzido na vontade teimosia, e em subida frenética foram muitos lanços de escadarias laterais a prédios, até que encontramos um ciclista a quem perguntamos onde era a igreja que se via a torre lá de baixo...sem parar de ciclar volta-se para trás e diz-nos, subam, subam, fica ainda mais acima...
Íngreme a estrada estreita, supostamente a antiga calçada do Poço, ladeada por muros largos de pedra de quintas. Do lado esquerdo um condomínio privado com o nome apelativo Paço da Ameixoeira, com segurança ao portão, e do outro lado o muro deceptado com uma largura a rondar um metro...onde fizeram uma urbanização.
Ameixoeira  teve várias denominações: até ao século XVIII era conhecida por "Mixoeira", terá surgido a partir do nome de um mouro Mixio ou Mixo, já o nome "Ameijoeira" da grande quantidade de fósseis de amêijoas na região. A designação de "Funchal" é atribuída ao fato duma velha tradição dizer ter sido encontrada a imagem do orago da freguesia num funchal ( funcho), donde proveio o título de Nossa Senhora do Funchal, título conservado até 1541, ano em que se trocou pelo atual. Sendo que também se denominava por  "Ameijoeira" e "Funchal".
Local escolhido pelos lisboetas para passar os meses de verão, e “de repouso” ; escritores, políticos e profissionais liberais. De 1901 a 1928.
Na Estrada Militar, instalou-se a “moda” dos duelos, em defesa da honra.
Quase ao cimo encontrei infraestruturas em desuso de apoio à população- Lavadouro e Balneários década de 50(?).
Quintas de paredes  meias...

Num velho portão em  folha de Flandres gostei do que li...Alguém copiou e a deixou também escrita
A foto possível pelo buraco da fechadura que a aldraba deixou captar...
 
 Becos encafuados em quintas (?) algumas em suposto abandono...
  • Quinta de Santo André
  • Quinta Nossa Senhora do Carmo
  • Quinta Loureiro
  • Quinta de Santo António
  • Quinta Castelhana
Acredito que haverá mais, algumas ainda ostentam o casario imponente e as suas capelas privadas
Gostei do nome da Azinhaga, mas que rio será? O Tejo!
O caminho em pedra basáltica contorna duas  a três quintas, que não sei os nomes, uma pelo menos é grande com capela, na direção norte.
Quinta em degradação total...Lamentavelmente foram retirados muitos azulejos e o trabalho em ferro forjado das varandas , apenas deixaram ficar a estrutura presa nas paredes...
A vegetação cobre o brasão da quinta
Reparei que junto aos muros das quintas existem "marcos em pedra" como os que se distinguem na foto, que não sei a sua função, supostamente para os carros de animais noutros tempos não passarem junto dos muros(?) .
Guarita de celeiro?
Belo exemplar revestido a azulejos Viúva Lamego com platabanda no remate do telhado engalanado de pinhas e jarrões em faiança nas pontas.Ao lado uma pequena capela ou oratório(?).
O que resta de outra quinta com dois portões de entrada, este a poente, e outro a norte, dentro de portas um Clube e casario modesto. 
 
Quinta e Palácio do Ministro
Azulejo feito na Lufapo em Coimbra
Vistas que se abrem em esplendor para Odivelas com as colinas revestidas a imenso casario
Janelas abertas encerradas por grades  fatalmente me transportam para os finais do século XIX em que eram comuns nas quintas, sendo que das azinhagas que as circundavam na direção da estrada principal onde circulavam viandantes, para lá e para cá, podiam através delas ver o seu interior e o buliço que então se vivia com os trabalhadores a cortar searas, a vindimar, na apanha de fruta nos pomares, apreciar os jardins repletos de flores na primavera, e nas hortas as noras de alcatruzes a trazer águas para seguir de mansinho pelos canais de pedra para a rega do milho, feijão, tomateiros e couves,...
Por certo recantos de cariz romântico!
Bela quinta com vista deslumbrante
Não faltam os tradicionais caracóis no remate dos muros ou dos portões
Miradouro e Cruzeiro
No miradouro salta à vista os telhados dos prédios e ao longe Odivelas
Quinta de Santa Clara
 Igreja Matriz da Ameixoeira de Nossa senhora da Encarnação
Os pés ferviam dentro dos sapatos, sem modas me descalcei.
Prédios na arriba  norte/sul, com o r/c aberto suportado por altas colunas, no imediato me reportaram a semelhantes no Centro Sul em Almada. O arquiteto deveria ter sido o mesmo. Aqui, por ser local altaneiro das janelas as vistas são soberbas, se não estiver ventania...
Selfie numa janela aberta
O meu marido cansado ficou sentado num banco à sombra enquanto fui explorar o jardim descalça. Deparei ao cimo desta escadaria no degrau, esta Cruz pintada...
Existe uma separação por vedação entre a casa da quinta e o jardim público
Alpendre bucólico 
O meu marido chamava-me porque o candeeiro tinha a data do meu nascimento...
Não reparou nos algarismos à esquerda...
De saída a caminho do Metro debaixo dum calor abrasador...
Faltou ver a parte sul da Ameixoeira, a Porta gótica da Azinhaga da cidade e o Forte da Ameixoeira.
E outras quintas. 
A paisagem reportou-me para o Pragal na Caparica pelas semelhanças, ambas implantadas em altas e suaves colinas, terreno rico em fósseis , o funcho,  muitas quintas, capelas debruadas por azinhagas ainda persistem na toponímia na ligação ao Tejo e aos caminhos principais, debalde cada uma na sua margem. 

Fontes 
Wiquipédia 
Junta de freguesia de Santa Clara

6 comentários:

  1. Este comentário é no mínimo estranho e chocante. Moro na Est. da Ameixoeira para onde fui viver há 50 anos. Aluguei a casa como toda a gente naquela rua, não conheço ninguém a quem a casa tivesse sido dada. Posteriormente comprei a minha casa, como muitas outras pessoas que lá vivem, trabalham,e pagam os seus impostos. Como toda a gente têm todo o direito a ter plasmas e bombas à porta de casa se tiverem posses para isso. Ali, ninguém vive de subsídios e acho o v/ comentário extremamente desagradável para não dizer ofensivo!

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  2. Cara Luisa Fonseca a cronica não tem nada de chocante, pelos vistos enfiou a carapuça e não é dirigida a si e antes a muitos que vivem em bairros sociais que existem por ai e noutros locais. Porque ima coisa são bairros sociais e outra coisa são pessoas que adquirem à custa do seu trabalho a sua casa, como bem diz vive no local há 50 anos onde comprou dignamente a sua casa como qualquer pessoa honesta como a senhora que trabalham para ter condignamente os seus bens. Não a quis de modo algum atingir, é igual mim, cumpridora e humilde.Por isso relevo o que escreveu, temos de ter calma a ler e o bom sendo a refletir, até porque foi um passeio ocasional em que escrevi o que vi e senti.

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  3. Está a confundir Alta de Lisboa ( bairros sociais: Grafanil, Quinta da Torrinha, Quinta da Mourisca) com a Ameixoeira (verdadeira que visitou!). Atualmente, a Ameixoeira teve que alterar o nome Ameixoeira para Santa Clara para não existir essas confusões.

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  4. Não existem bairros sociais lá como viu.

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  5. Já agora adorei a reportagem e foto reportagem!

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    1. Obrigado pela cortesia da visita , elogio e partilha de saberes que desconhecia. Já alterei. Bem haja.

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