Eco oficial a celebrar 324 anos do alvará régio de 1697 a duas feiras francas na Constantina; Pinhões a 24 de janeiro e, 2 de julho a Santa Isabel.
Alvará
O conceito de feira de venda e compra é tradição bem mais antiga, em crer, janeiro de 1624, a datar o início
da Feira dos Pinhões - ao rei pinhão endógeno e abundante, sem mérito coroado a Património
Imaterial!
Bibliografia inédita à difusão da
notícia a
boca de viandantes e peregrinos, sobretudo do norte e centro do País, a chamar à Constantina mercadores diversos .Curtidores de couros vindos de Guimarães vinham - o meu avoengo Bastos Guimarães,
da cidade, trazia couros para venda a sapateiros, ourives,
baetas, sombreiros, albardeiros, correeiros, albardeiros, tanoeiros e,...
Exalte-se a Constantina, até hoje sem merecida menção nos anais da história, enquanto fonte inspiradora, pioneira e, a mais antiga em Portugal a transacionar o pinhão. Veio a potenciar em vendedores da Vala de Ourique, Assamassa e Samuel, nos finais do séc. 17 o ritual vivo, há mais de 200 anos, em Soure - Ramo de Pinhões ao Divino Espirito Santo. Igualmente em Mortágua a mais recente Feira da Pinha e do Pinhão, herança de vendedores vindos de Oliveira do Conde, hoje, Carregal do Sal, e para sul induzida pelos “caramelos do Duque de Aveiro” serviçais, quiçá do Reguengo de Ansião ou foros de Abiul, sábios na arte de secagem de paúles, há registo de um paul em Ansião, tão bem seco que se desconhece onde foi o seu chão, com plantio de pinheiro manso, prendia terras alagadiças e, se estendeu a Alcácer do Sal. Em 800, o dono da herdade de Rio Frio fez plantação de pinheiro bravo durante 20 anos, do Pinhal de Leiria, ditou o topónimo ao Pinhal Novo. As feiras francas da Constantina, abriram horizontes ao apelido Gameiro, saído de Ansião nos meados do séc.XVIII , documentado nas Memórias Paroquias, deixou uma capela no Escampado com administrador. Assistia às missas instituídas em Torres Novas - terras do Duque de Aveiro e, se aponte a falta de água na arte da curtição, ainda viva em Pernes, com origem em Guimarães, êxodo de norte para Ansião e daqui para sul, Torres Novas. De Guimarães veio um meu avoengo - Bastos Guimarães, sendo a arte de curtidor conhecida na família - o meu pai a uma cabrita que nos morreu, curtiu a pele, recordo-a esticada por canas tipo estandarte no sotão. O apelido Guimarães aparece referenciado em mercadores da Confraria .
Dr Miguel Portela, excerto do Arquivo da Universidade de Coimbra, Cartório Notarial de Coimbra, Livro de Notas n.º 2 [1710-1710], do notário Simão da Silva, Dep. V-1ªE-8-4-184, fls. 37- 39.« (...)em 9 de julho de 1710, foi dito pelo aludido capitão-mor que “em seu nome e de seus sócios Manoel Borges e o dito António Lopez de Siqueira como Perbemdeiros da Casa de Aveiro estava contratado com o dito João Mendes Gago que presente estava para lhe haver de arrendar e dar por arrendamento as rendas da villa de Penella e Reguengo da villa de Ançião e foros da villa de Abiul e tudo o mais pertencente a Casa de Aveiro” (...) Cosme Francisco Guimarães, Mercador morador desta cidade que todos aqui assinarão depois deste lhe ser lido por mim Simão da Silva, Publico Taballiam que o escrevy. (a) Mathias de Carvalho (a) Miguel Vaz Henriques (a) João + Mendes Gago (a) Cosme Francisco Guimarães.»
E, de Bragança para transacionar seda, arte implantada em Chacim, desde o séc 13, pelo aprendizado de Piemonte, Itália, no ensino da tecelagem e da criação do bicho da seda.Pode evidenciar a origem do -apelido -Castros, aparece na Irmandade da Confraria e se tenha fidelizado em Castro, a estudar e mais tardios; Macedo e Lima. Em Ansião houve em 700, plantio de amoreiras para o bicho da seda, mas uma doença - Gatina- topónimo agraciado no séc. XX, em palco da quinta que ainda perdurava na voz do povo,o nome da doença, debalde desconhecido por incultura, induzido a gatos, a suspender a lápide mais de 10 anos.Recordo uma frondosa amoreira nas Lagoas, junto a uma casa que foi de um padre e de uma fabrica de seda em Tomar. No séc.XIX, obreiros de Pousaflores expandiram a arte de paneiro em rotas pré-estabelecidas pelo Alto Alentejo. Os fardos de fazenda diversa, era comprada à condição, nos armazéns de Coimbra e paga no regresso. Do Outeiro do Pessegueiro – a família dos Rodrigues Simões - Simões, apelido que assinou a Irmandade da Confraria de NSPaz em 1623. Na vila houve uma loja de dois irmãos com este apelido, tiveram um roubo, foi caluniado injustamente o serralheiro Bairrão, de Figueiro dos Vinhos, morador na vila, ao ser confundido pelo capote na sua rotina diária de acender os candeeiros. A loja veio a ser depois do Sr. Pires .Tinham a rota por Arraiolos, Estremoz, onde se fixou um ramo e conheci os filhos, o Arménio e o Zé Carlos, fomos estudantes no Externato de Ansião. Da Mouta Redonda, o meu avô materno José Afonso Lucas, começou por ser peixeiro, teve a oferta do seu padrinho de Lisboinha, quando deixou a rota , montou loja na Mouta Redonda e tinha banca no mercado o sábado, na vila. Em 31 de dezembro de 1911, de regresso ao alto da serra do Mouro, a minha avó foi acometida das dores do parto da sua primogénita, foi o meu avô quem lhe fez o parto e cortou o cordão umbical com a tesoura da fazenda. Entalou -as nos fardos como pode cobertas num cobertor do Avelar, até ao fundo da serra para as deixar acomodadas na casa de um casal amigo até se restabelecerem e só depois o meu avô as foi buscar. Eram feirantes habituais nas grandes feiras anuais das redondezas, como S. Pantaleão em Figueiró dos Vinhos, Arneiro em Almoster, além das semanais a do Cabaço (s). A minha mãe nasceu tarde, na fase de pré menopausa da minha avó, recebendo a graça do seu nome Ricardina, o da feirante que abancava ao lado dos seus pais, era de Ferrarias, eram grandes amigos, no seu aniversário recebia um corte de vestido.
O presenteio há 10 anos à minha querida mãe, da rota do seu querido pai com partida de Ansião a caminho de Nisa, Arez, Alpalhão, Crato com almoço na esplanada da praça onde já se preparava o platôu para um grande espectáculo musical. Mesas em graciosas mós de granito, fazia muito calor e só pensávamos na piscina, e num ápice, demos corda aos sapatos e seguimos em paisagem bucólica de erva verdinha com cavalos a pastar junto das águas da barragem do Maranhão, em Benavila, antes da subida a Avis, em exclamação tamanha aberração à imponência monumental do que foi o seu passado em contraste ao abandono, sem padaria, acordei com a buzina do padeiro ambulante ...Pouca gente, desértica, demos um pulo à adega para enfeirar vinhos.Partimos para Santo António de Alconrrêgo, a 5 Km, onde o meu avô arrendou uma casa antiga com quintal para o seu filho, Carlos . Casado saiu da Mouta Redonda com a carroça cheia de fardos de fazenda e um hortelão para tomar conta da horta. Mal acabada a fazenda decidiu regressar com a família trazendo um filho, por cada ano que lá esteve...Seguimos a rota para Casa Branca, onde fui a uma padaria antiga, e tenha entrado. De volta à estrada com bela raposa morta ao Cano ou Ervedal, emoção sentida a passar a linha férrea desativada em Sousel e, ao almoço o encontro casual de um filho de paneiro, então criança acompanhava o pai e ali ao doce lembrar o meu avô - homem baixo, russo, armado de carroça, mala de lata e, mulas em descanso na estalagem da Ti Joana.Chamavam-lhe o Coimbra, a cidade onde comprava a fazenda em detrimento da aldeia de onde vinha tão pouco da vila - Ansião, ou do seu verdadeiro apelido Lucas... O adeus feliz, a Alter do Chão na doce estalagem e da sua piscina, tanto banho igual a minha mãe, jamais entramos tanta vez dentro de água...De tal forma que a minha mãe não se calava - mal chegue a Ansião vou mandar fazer uma no galinheiro...Desfrutámos do ginásio, ate a minha mãe ficar esticada na passadeira rolante, vi-me grega para a conseguir desligar e depois para a levantar, um grande sarilho...Vestidas a rigor para o jantar - Bacalhau à Crato e depois um giro nas redondezas a ouvir o barulho dos chocalhos das ovelhas em redil à volta do chaparro a dispersar ao fresco do pôr do sol, magnifico, inigualável a definhar na em mil cores na planície...De manhã depois de um refastelado pequeno almoço a caminho de Constância e, não, passamos pela Scut, apenas avistada de longe e em Matrena, a visível ruína das fábricas de papel do Prado ao atalho sem passar a Tomar, até casa lavadas a lágrimas, a tanta reza em voz alta, por sua alma, a lembrar a vida difícil e luta para singrar e dar melhor vida aos filhos - julgava o meu avô que o negócio ficava assente nas mãos dos dois rapazes, enganou-se, deu estudos a três filhas e, outra cursou bordados! A última a nascer, a minha mãe, a mais parecida ao seu perfil, se tivesse sido a primeira, o negócio teria seguido em frente. O meu avô, após a trombose, veio a falecer e quem tomou as rédeas esqueceu os valores da família pela ganância, fez o que não devia, deixou a minha pobre avó com uma divida sem ter nenhuma forma de sobrevivência, foi o meu pai que lhe arranjou um abono social, em tempo que ainda não haviam pensões.
Por certo as feiras na Constantina, abriram outros horizontes, debalde por não terem sido relatados se desconhecem, quando o certo era mais aclarar desse passado para mais as credenciar no estatuto que lhes devia ser destacado a mérto cultural.
O vinho era exaltado a zaragatas e por haver muita gente os assaltos eram constantes quer a forasteiros, vendedores ou mesmo à capela. Sob jurisdição do juiz da vintena da Sarzedela. Em 1625, era Thomé Roriz. Em 1811 na passagem dos invasores franceses não houve feiras.
Excertos https://archive.org/stream/memoriasdotempop01henr/memoriasdotempop01henr_djvu.txt
" 1802 —dois crimes neste dia - 23 e 31 de janeiro. Noite de inverno,de 2 para 3 de fevereiro.
E cinco datas totalmente incertas, isto é, sem dia, nem mez, nem amio designado.
Não se creia porém que está tudo dicto acerca das maldades da quadrilha.
A sentença depõe 1." de que alguns crimes foram descobertos ao acaso, isto é, por occasião de se investigar do outros que eram conhecidos
2.° e de que por esses mesmos de que ella se occupa, e porventura por outros mais não houve em tempo competente o menor procediínent o judicial .
Todas estas maldades se practicavam á vista das auctoridades publicas, cuja inércia somente pode explicar a existência e persistência do bando.
A sentença dá testemunho de que uma pistola havida pelo crime a tinha adquirido o escrivão da caudelaria, por compra, termo talvez empregado adrede para o salvar do crime de receptação e acoitador."
"Anno de 1803 - Salteadores
António Gomes (pae), 54 annos, natural de Constantina, concelho de Sarzadella, comarca de Coimbra, casado, trabalhador.
«(...) de Soares do sitio da Feira da Paz, concelho de Sarzadella (Constantina), onde a mesma
A razão de se mudar o palco das Feiras?
O Dr. Manuel Dias no seu livro a Confraria de NSPaz de 1996 alude à consolidação do liberalismo (...) que fossem mudadas as Feiras para a vila a pedido dos comerciantes (…) A câmara nunca julgara necessário incluir verba algumano seu orçamento para ocorrer nas despezas da Confraria.
Em 1895, a Confraria luta contra a Câmara, agrega novos Irmãos, um deles o meu trisavô Nicolau Roiz Valente nascido na Constantina, casado no Canto, na vila.
A Confraria decidiu interpor por via tribunal a câmara para resolver o conflito.
A análise Implícita premeditação a óbvio golpe à substancial riqueza, em testemunho omissa.
O recurso da sentença
Requerente Câmara de Ansião ,Recorrente Albino Mendes da Silva, juiz da confraria de Nossa Senhora da Paz, da Constantina; considera a transferência das suas feiras francas para a vila ilegais, injusta e inconveniente; ilegal por ter intervido nela um vereador por nome Manuel Leal Lopes, que foi um dos requerentes e signatarios requeridos da petição que deu lugar à mesma deliberação, posto que na petição não se encontra nenhum Manuel Leal Lopes mas sim Manuel da Silva Lopes, havendo emenda de Leal para Silva, a qual deliberação foi tomada simplesmente por três vereadores, no número dos quis entrava aquele, quando é certo que a câmara municipal deste concelho se compõe de cinco vereadores; injusta por expropria violentamente (…) o juiz de direito, negou provimento no recurso, considerando que a emenda de Leal para Silva de que fala a petição de recurso, só podia verificar-se por meio de exame, e este devia ser requerido pelas partes interessadas em conformidade do disposto (...) que a câmara recorrida transferindo as feiras do lugar da Constantina para a vila de Ansião, simplesmente usou do direito que a lei lhe faculta (...) considerando que não se prova que um desses três vereadores Manuel Leal Lopes fosse o mesmo individuo que assinou a petição na mudança das feiras, com o nome de Manuel da Silva Lopes, para que pudesse aplicar-se a disposição do artigo...Hé por bem, conformando-me com a mesma consulta, negar provimento no recurso, mantendo para todos os efeitos a sentença recorrida.
Cortesia de Henrique Dias o edital em Diário do Governo
Considera a Confraria a transferência das suas feiras francas para a vila ilegais, injusta e inconveniente; ilegal por ter intervido nela um vereador por nome Manuel Leal Lopes, que foi um dos requerentes e signatarios requeridos da petição que deu lugar à mesma deliberação, posto que na petição não se encontra nenhum Manuel Leal Lopes mas sim Manuel da Silva Lopes, havendo emenda de Leal para Silva, a qual deliberação foi tomada simplesmente por tres vereadores , no número dos quis entrava aquele, quando é certo que a câmara municipal deste concelho se compõe de cinco vereadores ; injusta por expropria violentamente ..
Mostra-se que o juiz de direito, negou provimento no recurso, considerando
(...) considerando que não se prova que um desses três vereadores Manuel Leal Lopes fosse o mesmo individuo que assinou a petição na mudança das feiras, com o nome de Manuel da Silva Lopes, para que pudesse aplicar-se a disposição do artigo...Hé por bem, conformando-me com a mesma consulta, negar provimento no recurso, mantendo para todos os efeitos a sentença recorrida.
A razão, atrás do ardil subterfúgio, do vereador ao escrever o seu nome de forma errada, quiçá por saber da vitória à luz do Direito!
Lanço desafio a primos da Constantina – estão dispostos a ressuscitar a Feira de 2 de julho, com produtos endógenos, ao relveiro do lagar da Serrabina; a valorizar as pedras seculares nas valências; forno, churrasco, parque verde, lazer, estacionamento, repostos os muros da ribeira e restauro da ponte em pedra? Em caso afirmativo poderá este ser um ponto de partida na justa e merecida recompensa que se queira reivindicar!
Em 2023 a Feira dos Pinhões vai voltar à Constantina- graças a esta crónica e outras,debalde ninguém me convidou, nem agradeceu o esforço da investigação a coligir informação.
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