sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Sãozinha, a Santinha de Alenquer, com raiz nobre dos Pimentéis Teixeira de Maças de D. Maria

Crónica com resumo publicado em agosto de 2023 no Jornal Serras de Ansião

Em Lisboa, na feira da ladra, comprei um livro da “Ribeirinha” – Maria Paes Ribeiro, amante do rei D. Sancho I, que lhe doou na região centro, a herdade de Almofala. Trazia uma pagela inglesa de 1947 comemorativa da Sãozinha. Nascida em Coimbra, em 01.02.1923, filha do Dr. Alfredo da Silva Pimentel, natural do Crato, Alentejo, e a mãe D. Maria Luiza Fróis da Silva Gil Ferrão de Pimentel Teixeira, com raízes em Maças de D. Maria.

Pagela

                                   

Gustavo Sequeira no Inventário  Artístico do Distrito de Leiria, de 955 abordou o solar da família dos Pimentéis Teixeira

Considerava que poucos edifícios no norte do distrito eram dignos de destaque, exceto "em Maçãs de Dona Maria, a casa nobre dos Pimentéis Teixeiras, com a capela atinente, exemplar interessante da segunda metade do século XVIII, onde se tocam o barroco e o «rocaille».

Foto do solar do Inventário Artístico de 1955

O brasão indicia ter sido encastrado na cimalha acima da janela na esquerda ainda com uma colunata de apoio. Veja-se a escadaria em meia lua, linda da entrada do solar.

Conheci a vila de Maças de D. Maria nos meados da década de 60, do séc. XX, na companhia da minha mãe, que ali se deslocava a serviço nos CTT.  

A seguir aos correios, recordo a quietude do sussurro da bica d' água no tanque de pedra bordejado de flores e trepadeiras na quinta de portão aberto, onde, de verde, se vestia o profundo vale fetal. Quadro naturalista a rivalizar Malhoa, na bucólica Maças de D. Maria. 
Sem vivalma, a caminho da Fonte do Pereiro, onde enchia a cantarinha de água fresca, em caminho de quintais de altos muros de pedra a encarcerar cerejeiras vestidas de cerise...sem as poder roubar.  
O topónimo Pereiro, de origem medieval, dos judeus aportados à região na centúria de 500. 
                                               
Quietava “bofes de fora” a subir tanto degrau ad alta escadaria a poente para o adro, onde admirava a arte fúnebre do cemitério velho e o Cruzeiro Filipino. 
Ao terreiro da feira, de novo perdida em minutos gordos, nas cantarias do solar em abandono da nobreza rural e, da  capela dos Pimentéis Teixeira. Garbosa arte de lavrante , jamais antes vista, logo me reportaram para as golas das camisas dos 4 mosqueteiros, a minha serie televisiva favorita. Outra pintura naturista de rara beleza pela imponente ruína a espraiar-se na vastidão serrana, a salpico aldeão, debalde, sem camélias a imitar Figueiró dos Vinhos!

A Câmara Municipal de Alvaiázere

Dignificou a capela e a frontaria do solar exaltando as cantarias onde enquadrou um Auditório, a Junta de Freguesia e jardins. 

Em 2015 a efeméride dos 500 anos da atribuição do Foral
Maçãs de D. Maria é terreiro de gentes que teimou não deixar passar a data da comemoração dos 500 anos do seu Foral . O exaltou em brio, com monumento evocativo. De assinalar que são Gentes com atos de louvar, no passado e no presente! Pelo que urge dignificar o fuste do Pelourinho quinhentista , identificado e reconhecido na quina de uma casa, na Rua principal.
Em memória do Eng.º Miguel Portela, que enalteceu a região na investigação histórica.

Cortesia da foto do fragmento do fuste de Henrique Dias

Naquele tempo a bucha do almoço era farnel aviado de casa, a deguste sabor das minhas aventuras e a ouvir estórias da minha mãe – quiçá, fui gerada no posto de Correios no Armazém das Cinco Vilas. O meu pai veio de bicicleta de Ansião, depois de subir a brutal ladeira desde as Vendas de Maria, ainda teve fôlego...

O imóvel encontra-se finalmente em requalificação
                       
Em Maças de D. Maria, a minha mãe fez o exame da 4ª classe. Na altura não existiam sanitários, as necessidades fisiológicas da professora eram feitas num caldeiro, que as alunas tinham o dever de despejar e limpar...Quis o destino que um dia a dita professora reformada aparecesse nos Correios para enviar uma carta, fazia eu bonecos nos papéis do lixo... As duas trocaram carinhos e matam saudades dum tempo passado. Recordo que a minha mãe a questionou pela saúde do marido, ao que esta lhe respondeu..."Sabes, agora dormimos em camas separadas, é muito mais higiénico"...Não entendi o que quis dizer, mas registei em memória, demorei anos para perceber o significado ...
Sem dúvida outros tempos, nem se podia interrogar, interromper, perguntar?
Habilitava-me a uma valente bofetada !
Já a família dos Pimentéis Teixeira, na ida a Coimbra, visitavam parentes na quinta dos Sequeiras, na Ribeira do Açor. Por onde passou em 1625, o Chantre de Évora e o seu sobrinho Manuel Severim de Faria (...)  chegados a Maças onde fomos alegremente recebidos e regalados com contínuos banquetes e diversas iguarias assim de carnes como de frutas e pescado, e no dia 12 de agosto partimos para a NSPaz da Constantina.
O brasão da vila de Maças de D. Maria
Segundo um excerto de Genealogia de Luís Piçarra 
"Está registado no livro do ano de 1753 a fls.113 Cota Dep. IV-27-A-17, o assento de nascimento de "José filho do Capitão mor destas cinco vilas, José António Álvares Pimentel Teixeira e de sua mulher D. Francisca de Sequeira Mansa de Figueiredo, moradores nesta vila e freguesia de Maçãs de D. Maria, neto paterno de Domingos Álvares Simões e de sua mulher Luzia da Nazaré da mesma vila e freguesia e materno do Capitão Pedro Martins de Figueiredo e de sua mulher Marcela Leitão de Sequeira Mansa da Fonseca, moradores na Quinta do Fojo freguesia de Sernache do Priorado do Crato, nascido a dois de Janeiro de mil setecentos e cinquenta e três, foi solenemente batizado(...) foram padrinhos o Rev. Dr. Manuel Rodrigues Teixeira, Tesoureiro mor da Sé de Coimbra e Provisor deste Bispado, tio do batizado, e Bernarda de Sequeira (?) do Capitão Pedro Martins, tia do batizado(...)" 
Interessante tentar conhecer melhor as referidas ligações de D. Josefina Pimentel de Abreu e de D. Maria da Conceição Fróis Gil Ferrão de Pimentel Teixeira-, a Sãozinha, que dela os da minha geração e mais velhos ouviam dela falar e da sua santidade, aos avós e pais.

Cortesia de Henrique Dias da árvore genealógica da Sãozinha 
                       
Sãozinha
Sãozinha
Ilustre descendente da nobreza e fidalguia de Maçãs de Dona Maria nascida a 1 de Fevereiro de 1923 no Bairro de Santa Teresa, Sé Nova, em Coimbra, filha de pais brasonados, Dr. Alfredo da Silva Pimentel nascido no Gavião em 2 agosto de 1895, médico, descendente de D. Nuno Álvares Pereira, morreu na Abrigada em 25 de outubro de 1970, e a mãe era descendente de D. Maria II-,  D. Maria Luiza Fróis da Silva Gil Ferrão de Pimentel Teixeira, nasceu na Abrigada em 6 junho de 1986, morreu com 91 anos. 
Viveu com os pais na Abrigada  em virtude do lado materno, ser natural e residente em Alenquer e, por outro, o seu pai ser médico na Base Aérea nº 7, na Ota.
Alguns anos mais tarde, passou a viver em casa dos avós maternos: Abílio Gil Ferrão, advogado e notário que morreu em Alenquer a 17 de agosto de1934 e Maria Benedita Froes de Paiva e Silva. 
Era uma rapariga como outra qualquer, considerada uma menina amiga de toda a gente, que gostava de ajudar em especial as crianças mais pobres. O sonho seria casar, ter filhos e dedicar-se aos mais pobres.  Dizia amiúde "Se um dia eu for rica, hei-de ter uma grande casa para velhinhos e crianças". E a obra, o Instituto da Sãozinha nasceu na Abrigada, em Alenquer, realizando o sonho da pequena "Florinha de Abrigada". 
Receando os pais pô-la em contato com outras crianças, esta aluna exemplar, tão precoce no raciocínio respondeu-lhes:" Gostaria de estudar junto às mais pobres, pois, como a respeitavam, não diriam nomes feios ao pé dela e, se os dissessem saberia ensinar-lhes que era pecado".

A irmã Teresa de Jesus, chegou à Casa da Sãozinha em 1962, conta ao Jornal Voz da Verdade como se deu a chegada desta família a Alenquer. 
"Depois do Dr. Pimentel ter tirado o curso de Medicina em Coimbra, a família veio para cá e durante uns anos morou em casas alugadas. Quando a Sãozinha tinha cerca de 12 anos, os pais mandaram construir esta casa aqui na Abrigada, onde ainda hoje funciona o Instituto ".Esta religiosa, que professou há 47 anos e que contatou durante muitos anos com os pais da Sãozinha, sublinha que o pai dela "era crente, vinha de famílias cristãs do Alto Alentejo, mas depois na universidade perdeu a fé". Deixou de ser praticante, apesar de ter casado pela Igreja. Anos mais tarde, a pequena Sãozinha começa a perguntar à mãe o porquê de o pai não ir à Missa e começa a pedir a Deus, e aos Santos  seus devotos, que movesse o coração do pai. No dia de anos, no Natal e na Páscoa, o pai perguntava-lhe sempre o que ela queria receber de presente e a resposta de Sãozinha era sempre a mesma: "O pai já sabe qual é o presente que me pode dar… O melhor que me pode dar é ser amigo de Jesus, ir à Missa comungar, ser cristão! O pai é amigo de toda a gente, ajuda os pobres e não há-de ser amigo de Jesus?", conta a irmã Teresa, sublinhando que perante a indiferença do pai aos pedidos da pequena filha, esta não desanimou e continuou a rezar e a pedir a Deus. "Fez tudo o que estava ao seu alcance assegura a religiosa, lembrando que a jovem era muito devota de Santa Teresinha do Menino Jesus. Quando tinha 16-17 anos, decide oferecer a sua vida pela conversão do pai. "Pediu a Deus que lhe desse uma doença grave, que a fizesse sofrer muito, mas que convertesse o pai. Ninguém sabia de nada, apenas duas ou três amigas da terra sabiam desta sua entrega a Deus, prossegue a irmã Teresa de Jesus. A doença apareceu, com o tifo, com uma dor numa perna, indo para o hospital a 26 de abril de 1940. O pai, como era médico, pensava que não era nada de grave mas ela percebia que a doença era a oferta dela a Deus. Os pais acompanharam-na sempre no hospital e já perto da hora da morte da filha, o pai ainda se quis converter e disse-lhe: "Se tu sarares, levo-te a Fátima!". 
A 6 de junho de 1940 Sãozinha falecia em odor de santidade no Hospital de S. Luís em Lisboa

A  sua morte mexeu com a pacata Abrigada. As  suas amigas contam então à família a entrega a Deus que a "Florinha de Abrigada" tinha feito "O pai converteu-se na missa de trigésimo dia do falecimento da sua única filha. Depois de ter negado Deus, o pai confessou-se, tornou-se num católico praticante e ainda foi Servita de Fátima durante 13 anos", refere a irmã Teresa."

Presume que o pai da Sãozinha entrou em rutura com Deus, na faculdade em Coimbra, onde globalizou o pensamento clássico greco-cristão, em relação ao conhecimento e à modernidade. Casou pela igreja mas, não a frequentava, o que inquietava Sãozinha que questionava a mãe sobre a razão dele não ir à Missa. Pese as palavras de S. Paulo “em Deus vivemos, nos movemos e existimos”. É vago! Não é racional a capacidade do pensamento de entender Deus, além da compreensão plena, sem provas científicas. Por isso, Sãozinha jamais o conseguiu demover à conversão católica. Em crer, sendo médico, foi acometido de remorsos após a perda inesperada da sua única filha, tendo desvalorizado os sintomas da doença, assumindo em tempo tardio a sua ida para o hospital. Nada mais lhe restava para viver em paz com a esposa, que no íntimo o devia recriminar, pese o desgosto imensurável de ambos, pela perda inesperada, precoce e contranatura – os pais é que devem ir à frente dos filhos!

No meu papel de investigadora, autodidata, teorizo pese a dita ascendência nobre, há costela judaica,  como outros Senhores de solares, quintas e Morgadios que instituíram capelas, precisamente para se afirmarem na fé católica. Assunto jamais abordado ou muito pouco aflorado, sobre as pequenas comunidades judaicas na região centro, no concelho de Ansião e limítrofes que se estendeu até ao Alto Alentejo.

Cortesia  de Filipe Rogeiro 
"A árvore de costados dos antepassados de Maria da Conceição Froes Gil Ferrão de Pimentel Teixeira (Sãozinha), privilegiando a linha Pimentel Teixeira, conforme cópia que em tempos me deu o Senhor Padre Anunciação, já falecido, responsável pela causa da canonização da referida Sãozinha e que investigou a sua ascendência.
1. Maria da Conceição Froes Gil Ferrão de Pimentel Teixeira
2. Dr. Alfredo da Silva Pimentel
3. D. Maria Luísa Froes da Silva Gil Ferrão
4. Serafim Maria de Pimentel Teixeira
5. D. Maria Capitolina Conceição e Silva
6. Dr. Abílio Gil Ferrão
7. D. Maria Benedita Froes de Paiva e Silva
8. Manuel Maria de Pimentel Teixeira
9. D. Maria Florência Craveiro
10. Joaquim José da Silva
11. D. Maria do Rosário da Conceição
12. Fabião António Gil
13. D. Maria Teresa Ferrão Gomes Páscoa
14. Luís Pereira da Silva
15. D. Maria Benedita Froes de Paiva
16. Francisco Maria de Pimentel Teixeira
17. D. Maria Rosa
18. João Rodrigues Craveiro
19. D. Florência Maria
32. José Teixeira Pimentel de Figueiredo e Sequeira
33. D. Inácia Delfina de Paiva Manso Freire e Andrade
64. José António Álvares Pimentel Teixeira
65. D. Francisca Joaquina de Sequeira Manso de Figueiredo
66. Vicente António de Paiva Manso
67. D. Maria Rosa Xavier Freire e Andrade
128. Domingos Álvares Simões Pimentel
129. D. Luzia da Nazaré Teixeira
256. António Pimentel de Abreu
257. D. Joana Simões Biguina
258. Domingos Rodrigues
259. D. Maria Martins Teixeira "

Cortesia de Vasco Briteiros
"A Árvore de costados facultada por Filipe Rogeiro está mais avançada do que a constante do livro "Vou para o Céu" , todavia o livro cita os tios paternos e seus filhos e ainda cita o texto completo da CBA e apresenta uma gravura desenhada pelo pintor de arte bracarense - Abel Mendes ".

SÃOZINHA
"Diz o livro que a Casa dos Pimentéis e Teixeiras com a Capela privativa da invocação de Nossa Senhora do Amparo, coube por herança a Manuel Maria de Pimentel Teixeira, natural de Maçãs de D. Maria, Concelho de Alvaiázere, cuja imagem doou à igreja Matriz de Maçãs de Dona Maria. O bisavô da Sãozinha.
Há dois livros com a história da vida dela. Um escrito pelo Sr. Padre. Oliveiros "Sãozinha"(1990), que serviu para iniciar o processo de canonização a correr em Roma. O livro escrito pela mãe não foi considerado para a abertura do processo. 
Vou Para o Céu 
Um livro sobre a vida de Maria da Conceição Fróis Gil Ferrão de Pimentel Teixeira (mais conhecida como a Sãozinha), publicado, pela primeira vez, em 1948, da autoria de sua mãe Maria Luísa Ferrão de Pimentel.
Maria Luísa Ferrão de Pimentel é descendente de José António Alvares Pimentel Teixeira, Capitão-Mor da Comarca das Cinco Vilas e da de Figueiró dos Vinhos .Portanto bisavô da "Sãozinha", pelo lado materno, era Manuel Maria de Pimentel Teixeira, casado com Maria Florência Craveiro, ambos naturais da freguesia de Maçãs de Dona Maria, concelho de Alvaiázere."

Imagem da capa do Livro

Segundo Conceição Mascarenhas 
«É um livro extremamente interessante sobre o percurso de vida da "Sãozinha". Tem informações sobre a árvore genealógica do ramo paterno e do ramo materno. Muito ilustrado com imagens sobre ela e sua família. Apresenta os objetivos do seu Instituto e muitos relatos sobre as graças concedidas por sua intercessão e, também, sobre o processo de Canonização que decorre em Roma.
Descrição: Título: Vou Para o Céu
Autor: Mãe da Sãozinha (Maria Luísa Ferrão de Pimentel)
Ano: 1952
Edição: 3ª
Editora: Edição da autora
Páginas: 308»

Casa Sãozinha na Abrigada
Atualmente aquela que foi a sua residência é a sede do Instituto de Beneficência Maria da Conceição Ferrão Pimentel, (Instituição Particular de Solidariedade Social), mais conhecido como Instituto da Sãozinha, ligado à Igreja, de apoio a crianças e idosos, com dificuldades económicas.
 
No dia 26 de Maio de 1949, Quinta-feira de Ascensão, decorreram as cerimónias de transladação dos seus restos mortais do jazigo de família para o seu Jazigo-Capela no cemitério de Alenquer, presidida pelos padres Marques Soares e Manuel da Silveira. 

O meu souvenir da Sãozinha, da minha pequena coleção de Santinhos...
Azulejo 
Sãozinha "Flor da Abrigada"  muita gratidão por todas as graças concedidas...
Sãozinha

Decorre desde 1994, em Roma o seu processo de beatização. 

Na época não foram credenciados os registos dos muitos relatos de graças concedidas pela sua intercessão. Até a sua mãe nunca pensou que a devoção chegasse a este ponto e por isso jamais pediu provas desses milagres.

Citar S. Paulo “A esperança é como que uma âncora segura e firme da alma “.

Crentes e devotos anseiam creditício milagre e, Acreditar a Santidade de Sãozinha! 



FONTES

http://www.vozdaverdade.org/mobile/link1.php?id=3060
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3ozinha_de_Alenquer
https://www.academia.edu/10230102/Manuel_Severim_de_Faria_e_a_sua_ida_a_Ma%C3%A7%C3%A3s_de_D._Maria
Fotos de Henrique Dias 

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