quinta-feira, 19 de novembro de 2015

À conversa com o coveiro de Ansião, o Sr Mateus!

Desde sempre no hábito no " Dia de Todos os Santos" quando estou por Ansião o privilégio da visita ao cemitério, no gosto apreciar a grande azáfama e romaria das gentes que desde cedo ali aportam com braçadas de flores para enfeitar as campas e jazigos dos seus entes queridos. E é assim ao longo de todo o dia, depois muitas como eu voltam pelo entardecer para acender as velas. Neste ano sem exceção  fui de manhã com a minha mãe enfeitar a campa do meu pai, tendo voltado pelas cinco da tarde em passo de passeio antes do anoitecer, ainda estavam os vendedores de flores, falei com a Laurinda, a quem perguntei se o negócio correu bem e ao entrar ao portão dei conta que àquela hora ainda repleto de muita gente, com o passeio público em grande vaivém , desde sempre o melhor ponto de encontro de quem entra com quem sai, num cumprimento, matar saudades e saber da saúde dos vivos. Distingui muitos conhecidos,o Sr. Fernando Silva de muletas, não sei o que o atazana neste mau estar, a quem desejo rápidas melhoras, falei com o Antero Morgado em rota de saída da visita à campa dos pais, troquei dois dedos de conversa com a Odete Antunes, acendia as velas na campa dos progenitores, já eu é que acendi as velas ao Jorge Cardoso, rapaz sem jeito armado de isqueiro, embora protegido com o portal do jazigo do Dr Faveiro, se mostrava ineficaz, o mesmo da Clara Marnifas, trazia fósforos de meio metro dos chineses, debalde não faziam faísca...Tabelei conversa com a Tina Faveiro, as vezes que esta mulher neste dia aqui veio à campa do seu querido filho Luís, distingui ao longe a D. Fernanda Duarte, a contínua na escola primária, de esguelha cumprimentei  a Fátima e irmãos, filhos do "Ti João do sol posto" do Casal de S. Brás, na visita breve à campa da irmã que morreu jovem, sepultada no espaço dedicado às crianças, também ao longe vi as filhas do Ti Rafael da Garriaza, e tanta, tanta outra gente. Junto da capela encontrei o Carlitos Parolo a conversar com o coveiro, atrasada vinha a esposa Helena e a filha, depois dos cumprimentos, se foram encaminhando para a saída, ficando ele preso na tabela da pergunta que ao coveiro sobre o motivo da capela estar fechada, ao que me responde que o dia de estar aberta era no dia seguinte, ainda assim me questiona se gostava de a ver, a que respondi -  há muitos anos que entrei, mal me recordo, era para tentar descobrir algo que me levasse a crer poder estar edificada sobre a primitiva Igreja (?), apenas uma mera suposição!
O Sr. Mateus, homem  franzino de estatura, bom ouvinte, educado, se foi confessando no desenrolar da conversa ser um homem sentimental,  houve uma altura que as lágrimas lhe chegaram a lacrimejar, com tamanha emoção quando desatei a falar da Granja e das ruínas do que foi um Paço Jesuíta, e mais tarde foi pertença do Bispado de Coimbra, neste falar da  sua terra, sem o saber sequer, fez-se claro, este bom homem ao sentir uma desconhecida assim destemida a falar da sua terra com tanta clareza, lança-me a pergunta - viu o relógio de sol? A que prazenteira, respondi - quando visitei o local pela primeira vez era  um mar de silvedo, impossível chegar perto, havia de voltar mais tarde e por incrível que pareça estava de certa forma limpo e mais acessível a entrada, tentei fotografar e de fato andei à procura do relógio, mas não o encontrei, a minha mãe que geralmente me acompanha nestas aventuras, amedrontou-se com a minha demora, só chamava por mim com receio que pudesse cair, com isso desisti, na certeza de mais tarde voltar. Em casa perante as fotos que registei, julgo que o relógio esteja inserido num pedestal  virado a sul, no gaveto das arcadas, a que me responde com satisfação-, é sim senhora!
O homem não se continha de satisfação, e de novo lança oura pergunta, se conhecia o pombal? - respondi que foi por acaso que no meio do terreno tentei descobrir o que era uma casa redonda envolta numa coroa de hera e silvas que arredei na porta aberta e olhando o interior descobri ser um pombal com poiais em pedra  branca para poiso dos pombos- diz-me ele, um dia destes vou limpar aquilo e vou lá pôr pombos...
A capela do Paço da Granja foi sita no r/c, sobre a porta da entrada existe uma inscrição em latim.
Confirmou que sim e que chegou a conhecer a casa ainda telhada.
Distingui nas paredes viradas a sul umas cavidades na parede que poderiam ter sido altares(?)
Falando desta capela, fácil me interrogar sobre o paradeiro das imagens dos Santos ? Sendo que a Capela da Orada precisamente na Granja, foi Matriz  até ao século XIX, para se mudar para o coração de Santiago da Guarda.
Recordo a década de 70 da obra de reconstrução da nova Igreja de Santiago da Guarda, reedificada após o incêndio na década de sessenta, e bem me lembro da sua ocorrência, o Padre Ramos, era ao tempo meu Professor de Português. O mestre de obras foi o pai do meu colega do Externato, o João Bicho do Graminhal.
Supostamente depois de concluída houve nova redistribuição de imagens(?).
Numa visita à anos à Matriz de Santiago da Guarda, reparei  que existem dois Santos em pedra, bem antigos na Igreja.
Segundo informação do Padre Ventura de Ansião, "as imagens serão da Igreja antiga construída no século XVI, vieram por isso da Capela da Orada." 
Sim, à primeira impressão o parece, sem descuidar o paço jesuíta também teve a sua paroquia e Imagens, e pelo tamanho e antiguidade, podem aventar ter sido do seu espólio e  não da  igreja da Orada, que manteve o seu  até a Imagem depois de 80 desaparecer de Nossa Senhora da Orada...
Porém surge uma dúvida que se mostra pertinente, em  saber se a Imagem do padroeiro,  São Tiago, fotografado por Gustavo Sequeira em 1955 para o Inventário Artístico de Portugal, se está na  Matriz, ou guardado na Orada. Segundo confidenciou o coveiro, uma nossa comum amiga, lhe terá dito que está aqui na Capela da Orada na Granja...
Capela da Orada
Sem ser especialista, apenas especulo este gosto de aspirante sobre o património religioso com Imagens quinhentistas expostas e em reservas molestado,  na desproporção abismal, a indiciar que no mesmo tem de estar incorporado o espólio da capela do Paço da Granja, o mais plausível. 
A noite fazia-se anunciar e ao longo do passeio público a vontade em abandonar o dormitório dos mortos, e por todo o lado senti ambiente em montra radioso pelas luzes que se misturavam em deslumbre com tanto enfeite florido a rivalizar festival de chuva luminosa de estarrecer o coração, imagem bela de ser vista e revista pela candura em mil luzes, os brilhos que tremiam, cenário extraordinário, e outro assim igual jamais vivi .... Antes , depois do almoço fui visitar o dormitório velho de Pousaflores , sem ninguém e depois no novo distingui apenas meia dúzia de gente, apesar de bem enfeitado, o que revela na equação,  as gentes de Ansião gostam de estar em permanência com os seus, ver as demais campas, conversar e assim é que deve ser este dia passado, um dia dedicado aos defuntos, estar junto deles até a noite cair, o que fiz.
Com o Sr Mateus recordámos o poço que aqui havia, jamais deveria ter sido entupido, supostamente primitivo, quiçá podia contar estórias da hipotética ligação ao túnel que sempre se especulou haver de ligação ao Mosteiro (?). Chegados ao jazigo mais antigo, em pedra, ao estilo gótico, o mesmo clama atenção para a reposição do remate do lado direito ao topo, de forma triangular com folhas que se partiu e jaz abandonado no degrau da porta,  diz-me ele, já viu se caia em cima de alguém? Na lateral exibe lápide não poder ser mudado, mandado erigir por um D João Mascarenhas Velasquez e Alarcão, diz ter sido natural de Ansião, dúvida, que já antes discutira com o Antero Morgado, que me falou que já leu sobre o assunto, mas no momento não se recordava, já eu aventei que este nome de família conheço nascida no Espinhal, e não aqui, dizia o Sr. Mateus, olhe que é de Santarém...
Lancei de novo a discussão ao Sr. Mateus, defendo que a primeira Igreja já erigida antes de 1259, o sítio ou foi na atual capela, ou foi algures por aqui neste canto, atendendo aos muros, a norte não se mostra inteiriço, o de baixo pode ser ainda restos do primitivo (?) e a poente não é direito, sendo que a estrada lhe confina, é no mínimo estranho, dizia ele, já aqui estou há 15 anos e quando abri a campa com 1,60 de profundidade do poeta e escritor, teve mais de 2000 contos de flores, só encontrei ossadas até ao fundo, que lá as deixei todas...supostamente evidencia ter encontrado ossadas das sepulturas anteriores, e mais abaixo outras mais antigas, ainda do cemitério medieval, e bem podiam ter sido sepultados dentro da Igreja e  ali podia ter sido  o local, ou  não e na parte do cemitério novo, mais alto... Relembrei que o culto foi aqui abandonado depois de 1593 e em 1623, precisamente 28 anos depois Severim Faria, havia de escrever em 1625 aquando da sua visita com o tio, chantre em Évora, de onde saíram para visitar três Santuários com paragem em Maçãs de D. Maria, onde vivia uma irmã de Severim, aqui comeram e beberam do melhor, para partir na direção à Constantina, o primeiro Santuário ( a lenda da Fonte Santa ocorrida em 1623 e dois anos após já corria longe o milagre, narrando  o autor "que o povo não tendo Imagem para a capela e havendo uma na sacristia da matriz em Ansião, a foram buscar de noite sem que os Ansos, se dessem conta porque eram muito ligados à Imagem" e difere de outra menção o povo encontrou nos escombros desta primitiva Igreja uma Imagem da Senhora da Paz, que a levou em procissão para a Constantina, e fez erguer uma capela...
Os meus ouvintes visivelmente deslumbrados com tanta informação histórica da nossa terra se mostravam estes atentos e curiosos.Chegados ao portão do cemitério na hora do formalismo da despedida, o bom homem, o Sr Mateus, quando lhe estendi a mão me surpreende em ato acometido de emoção, a elevando aos lábios e as beija por duas vezes...Atitude inesperada, outra linguagem não tem, senão, de que o bom homem no seu achar me confundiu por historiadora, arqueóloga ou jornalista, na arte mayor de algo fazer ainda pela sua terra (?), a Granja, sabendo que gente por lá tem andado a fazer perguntas, ora nada mais do que o resulto no meu direito de cidadania elaborado em crónica neste Blog, corroborado por fotos que desde sempre desencadeou forte visualização e antes ninguém lhe destacou o mérito assim destacado.
Naquela escadaria  de meia lua ficou firmado acordo para novo encontro para o verão para mais uma discussão de coisas e saberes. 
Bem haja Sr. Mateus, por ser um homem simples que conheceu meio mundo, dono de uma alma grande, agora mais desperto para olhar para a terra, quando a escava, para nela descobrir fragmentos de cerâmica, vidro, faiança, moedas, tudo o que lhe chamar a atenção, para mais se saber deste sítio que foi no passado o palco do burgo da vila de Ansião. Acorda o Carlitos Parolo, por isso no funeral da Ti Albertina do Escampado de S. Miguel foste com o Sr padre José Eduardo Coutinho, até uma campa aberta... exatamente, foi mostrar-me os fragmentos que habitualmente aqui aparecem e que já descrevi, de origem medieval e outros romanos...
Ainda lhe pergunto se não fecha o portão...
Responde- fica aberto...Fascinante, para quem ainda de noite quisesse vir ver os seus, podia!

domingo, 15 de novembro de 2015

Que o amor nos proteja na feira de velharias na Amora!


Ontem, sábado, a manhã convidada a passeio pela feira de velharias e artesanato da Amora, vila pacata que se desenrola sob o comprido, sobranceira ao esteiro de Coina, com vista privilegiada sobre Arrentela e Seixal.
Brutal o slogan escrito numa parede " Que o Amor nos Proteja" ...
Forte contraste com o que resta das barcaças, varinos e fragatas do Tejo, que a ponte 25 de abril ditou a morte, e assim aqui ficaram ancoradas em morte anunciada erguidas de pé, hoje só lhes resta o casco esventrado em agonia de negro a mirar o sol, em redor o verde que cresce no lodo, em maré baixa.


Foi um encontro de pessoas de bom coração-, o Luís Pires, me ofertou um pote de assar castanhas, antigo em cerâmica .
A feira mudou, não admitem estaminés de chão, o terreiro é gratuito. Pareceu-se uma maioria de gente que supostamente não estará licenciada como feirante (?) mas muito simpática e humilde, nas bancas vendem artigos vários;desde bibelôs, vidros, loiça, plásticos, mas artigos novos, ou pouco usados, propriamente velharias há muito pouco...
Há pouco público, e o local é tão aprazível no convite pelo passeio ribeirinho, e o que se compra é a preços muito baixos...
Nasceram vários bares nas antigas casas de gente operária em frente a Igreja da Arrentela altaneira
Sentir na aragem do Tejo e das vistas  o alívio que atenuou a dor do massacre em Paris!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O velho dormitório da morte em Pousaflores

Foto tirada da Eira da Pedra sobre as vistas sobre a Igreja de Pousaflores e a serra do Anjo da Guarda
Estacionei ao fundo do adro, o cemitério é no tardoz da igreja
Cemitério velho de Pousaflores, onde o meu avô materno José Lucas, nascido em Lisboinha e falecido na Moita Redonda, está sepultado e os meus bisavós-, a avó Brísida no dia do seu funeral uma coroa de borboletas se fez em cima da urna e que logo se apressaram a falar que era "Santa", porque na verdade foi em vida uma boa mulher que sempre cuidou muito bem das netas e as protegeu nas vaidades da parca roupa nova que na casa dela a guardavam por causa da língua afiada da filha, a minha avó Maria da Luz que as incriminava ao meu avô José Lucas, quando este vinha da rota sazonal de paneiro do Alentejo. 
Na década de 50, os filhos compraram campa no cemitério novo na Pedra da Adega, onde mandaram colocar a sua foto com o propósito de trasladar as ossadas, que nunca aconteceu. Na altura dos "Santos" acaso esteja por aqui, gosto de fazer uma breve visita com a minha mãe.Há anos aqui encontrámos o seu tio António do Vale com uma filha, a enfeitar a campa dos pais. Tendo falecido este ano, reparei que na sua campa no cemitério novo, constam também as fotos dos pais, não sei se trasladaram as ossadas (?)...
Julgo foi lamentável ao tempo no início da década de 50 a opção de alguém (?) decidir fazer um cemitério novo, em detrimento de alargar este , que ficaria bonito por patamares, pois o sítio do novo além de longe, se mostra vestido de terra vermelha e barrento, sendo o antigo de terra preta, mais leve e abençoada,  a dois passos do tardoz da Igreja e do seu belo adro.
Portão da entrada do dormitório velho de Pousaflores. Desconheço a data em que foi edificado, provavelmente em finais de 1800(?).
A minha mãe de cabeça baixa em oração...dizia-me "ficou tanta coisa para perguntar aos meus pais e avós"...
Lápide  funerária de um padre no passeio público

Lindo o enfeite de algumas campas de terra rasa a  lembrar a pintura Naif
Aprecio campas de grade em ferro forjado 
O meu avô repousa em campa rasa quase ao fundo do cemitério, ao meio de duas enfeitadas, perdura no tempo a jarra comprada há anos numa feira de velharias de Algés, em que levei a minha mãe e a vimos nova num estaminé de chão, o vendedor, um rapaz espigado, se desfazia de bens superfulos de casa dos pais por terem falecido, ainda lhe comprei um espanador que veio do navio Vera Cruz onde o pai trabalhava.
Depois da rasia do jardim da casa da minha mãe na apanha de flores para a campa do meu pai no cemitério de Ansião, só restou a trepadeira de belas flores azuis com que enfeitei a jarra do meu avô e sobre o leito espalhei pétalas de rosa, porque na verdade o que mais interessa é a intenção, a visita e jamais o esquecimento, apesar de não o ter conhecido, dele sempre me falou muito bem a minha mãe.
Único jazigo neste cemitério com dois bustos na fachada
Neste dormitório da morte existem campas de valor arquitectónico.
Umas tratadas outras em total abandono...que constrange o coração!
Saímos na direção do cemitério novo, na frente da sua bela casa com os raios de sol em pedra a raiar nas paredes, entrava no seu Mercedes, o António Simões, confesso não sei se era a sua irmã Fátima, que me cumprimentou já no cemitério, palpitei que fosse uma irmã mais nova (?) só conheço melhor os seus irmãos, o Miguel e o António. Mas a verdade é que era ela-, afinal me pareceu muito mais nova do que as fotos pelo face documentam. Haveria de lhe deixar um comentário "Assim sendo desculpa não ter falado contigo, estive na conversa com o Leonel Fernandes da Moita Redonda, e uma irmã que vive em Condeixa, em nova foi bordadeira, até me confundiu com a minha cunhada, ao dizer que me tinha bordado o enxoval, a que respondi praseirosamente- antes fosse, que o meu foi bem mais pobre bordado pela Adélia da Portela ,em comparação com o que bordou para a minha cunhada..." ainda confidenciou que se lembra bem de ir à loja dos meus avós  ao Vale comprar o aviado para casa, vinha pelo caminho com o saco a brincar, também do meu avô Zé Lucas ter falecido, teria uns 8 anos, a sua mãe a mandou que fosse levar lá a casa umas fitas brancas para que lhe atassem os pés-, a que responde a minha mãe, era hábito nesse tempo atarem os pés aos defuntos e no ânus punham um carolo de milho...
Após as despedidas tinha em mente seguir pelo antigo caminho de ligação de Chão de Couce a Pousaflores na direção do Pobral, à direita, logo depois de umas casas-,  num ano destes a minha mãe ao andar a pé com a minha filha por aqui atreveu-se e roubou umas flores que se espraiavam no muro para levar para a campa do pai, naquilo chega-se a dona que a maltrata e só se acalma quando se apresenta e diz para quem são as flores, e desata a falar, " bem conheci os  seus pais de quem era amiga " solta em sorrisos até deu mais flores... e este ano não havia uma flor, será que já faleceu?
Ao afrouxar  o andamento para me preparar para mudar de direção, senti receio de ainda ficar empanada, o certo foi decidir seguir em frente.O que fiz.
O certo era o caminho ser largo o bastante e limpo na ligação ao cemitério velho, sendo ancestral, além de dar ênfase ao Cruzeiro que nele existe e ainda não conheço!

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