quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Exposição Maresias a margem norte do Tejo desde 1850

Ontem 26 de novembro aportamos a Lisboa. dando de caras com uma manifestação  da CGTP vinda em duas frentes -, do Cais do Sodré e  do Jardim do Tabaco, para se unirem na Rua da Prata, a caminho da Assembleia da República, no querer legítimo de  assistir à votação do orçamento para 2015 -, informação dada pelo chefe da polícia, de peito abarrotar de medalhas.Infelizmente nos telejornais não mereceu a nota devida, em prol da prisão preventiva do Engº Sócrates, com os mídia a especular, atiçando o povo, sem nada ou pouco saber-, e vou dizendo que nunca votei PS, apenas defendo a têmpera do homem da minha idade, por isso distingo o perfil e carateristicas da personalidade, mas também da tamanha ingenuidade, maleita que na infelicidade nos  atrai, e trai num fisgar de olhos.
Vive-se um tempo  que dita ser de cautela, e não dado a falatório infundado num desfilar de bailes com disputa de audiências, para dizerem quase Nada, e jamais tema de opinião publica, com apoio dos mídia. Sendo o assunto de âmbito judicial em tramitação, apesar da medida de coação aplicada se achar pesada, atendendo ao estatuto desempenhado como primeiro ministro, e ainda a analise em paralelo a outros casos de teor mais gravoso, de atentados ao Pais ou a pessoas. Curiosamente em tanta vez a caminho de Lisboa, a primeira que senti a cidade vazia de gentes. Devem estar em casa muitos com medo de ser presos!
Porque crimes graves acontecem a toda a hora, homens que matam mulheres, outros que atropelam e fogem, banqueiros  de alta estirpe corruptos, e gente falsa de falsário. Mal chegámos a Almada vinha uma comandita de policias abrir a toda a "vi tesse" na estreita avenida renovada, vi jeito de arribar na linha do metro, supostamente a prisão de mais alguém ligado ao mundo das farmácias e dos medicamentos...Esta sim fraude, que atinge  todos -,  na falta de medicamentos e enriquecimento ilícito!
Perante tanto aparato e determinação em prender preso em cela fechado -, uma pessoa, até já tem medo só de falar!
Escultura metálica com mãos a lembrar ancinhos 
O inusitado aconteceu nas esplanadas do Terreiro do Paço de onde retiravam mobiliários; sofás pretos, piano -, e os policias chateados com a cena a estorvar em hora imprópria ... 
Os bons passeios em mármore, a contornar a Câmara de Lisboa, a pensar que assim deveriam ser todos onde não entram ervas, e não dão cabo dos saltos altos.
Como nunca pensaram na continuidade em os fazer, se temos tanto mármore de segunda, na volta das pedreiras no Alentejo, a desfigurar a paisagem.
Terreiro do Paço vazio de gentes  com o aproximar da manifestação
Faixa de Reformados/Aposentados/Pensionistas contra a exploração e o empobrecimento a cada dia, mais e mais!
No Jardim do Tabaco  os "Almeidas camarários" cortavam as palmeiras que secaram.

Restam vivas ainda umas cinco... ainda me lembro deste jardim ter sido revitalizado e o seu plantio.
A subir Alfama distingui o términos de um prédio com estatuária e pináculos em faiança




Interessante as estátuas que já perderam o esmalte mostrando o barro
Outras peças ainda intatas. Produção norte das fábricas Devezas e  Santo António do Vale da Piedade (?)
Falava com uma amiga na feira da ladra ao meio dia quando vejo uma comandita de majores do exército que se aproximam em fila no caminho da messe. Questionei-me no luxo destes empregos. Supostamente, cada um será chefe de divisão, de uma determinada área do Casão, desde as compras à contabilidade e,... Bons empregos, onde os clientes esperam ,porque eles na sua hora saem, coitados daqueles que estão no atendimento em empresas particulares, e  são amiúde invadidos com problemas para resolver, sem ninguém respeitar os seus horários.
Edifício do Mercado, ao meio do recinto da Feira da Ladra, apreciei a exposição de loiça portuguesa, numa grande mostra e riqueza que deve ser apreciada, desde os esmaltes, à loiça para crianças, publicitária, faiança falante, esponjados, casario, florais, "ratinha", numa panóplia abrangente de todos os centros oleiros de Portugal do século XIX e XX.
Fábrica Cacavo de Gaia 
Prato em faiança José Reis de Alcobaça
Coimbra ou redondezas  rato com legenda ou falante
A caminho da Sé apreciei os painéis de  azulejos da Fábrica Roseira de Lisboa do pintor Reis em 1918
Descobri nas  paredes de pedra da Sé restos de conchas fossilizadas.
Gárgulas da Sé para escorrer as águas
Num espaço restrito distingui três grandes chaminés que poderiam ter sido de fábricas(?)
Cúpula da torre sineira da igreja de Nossa Senhora da Conceição velha
Horror o lixo neste telhado...


O que parede está a dar? Pão de Ló em miniaturas, o mesmo formato nas Tortas de Azeitão redondas em chocolate, mas que falta de criatividade, deveria ser proibido tamanha machadada na doçaria portuguesa!
Sobre o tema e prefaciando o comentário de um bom amigo  RS, no face 
"Um bocado de tempo bem aproveitado e só não foi bem mordido porque "tortas de azeitão" daquelas que as comam os pulhas que gostariam de nos amordaçar. A defesa da liberdade, se já não está nas nossas mãos "desarmadas", está ainda na força da nossa voz; os pulhas não passarão!"
Um mulher sem abrigo, sempre que a vejo está de caderno na mão a fazer contas, a crescer  a olhos vistos o património com uma série de malas.
Um homem estátua a fazer de Mozart, o meu marido  apressado chama-me por pensar que a pomba  na cabeça ali tinha poisado...afinal é estática!
Exposição Maresias no Torreão a poente  na temática - Lisboa e o Tejo 1850 - 2014
De António Manuel Couto Viana 
Miradouro in Sossego da Hora

No lírico perfil fogem veleiros,
onde embarquei uns restos de ansiedade;
E no cais, os guindastes 
e os cargueiros são prática e viril realidade.
É mentira, talvez assinar
com meu nome esta poesia:
O Tejo foi quem a fez...
Cheira a limos, a sal,
a maresia.
Excertos da reprodução fotográfica a tinta da china, de Isaías Newton , abre o átrio da exposição na parede frontal, de grande beleza -, por viver em Almada obviamente  apenas quis  prestigiar na foto Al-maden  no caminho do miradouro da Boca do Vento e da Quinta da Cerca.
 Caminho do Olho de Boi a subir a falésia

Paisagem Desassossegada de José Sarmento de Matos
O tempo desta margem é feito de mudança. Inebriado pelos vapores do Progresso, o século XIX laçou-se à beira rio. movido talvez pelas ganas românticas que tanto geraram euforias criativas à torreira do sol, como nostalgias melancólicas ao anoitecer. Indiferente o Tejo ia correndo, enquanto a margem se reinventava em comboios fumegantes, aterros batidos, cais empedernidos, fábricas trepidantes, armazéns perfilados, mais guindastes e gruas, espécie de cegonhas metálicas a girar na prática portuária.E gente.Sempre muita gente...Mais ou menos ativa ou mais ou menos típica no trajar, pintalgando a paisagem de cor local, que a lente sôfrega da fotografia, invenção do século, registou na ânsia de que nada escapasse à sua objetiva.

Fazendo jus ao objetivo primordial, é uma síntese rápida desta história recente, estes pouco mais de cento e cinquenta anos em que tanta coisa mudou na relação de Lisboa com o Tejo entre Xabregas e Santos, procura lembrar a todos aqueles para quem a História de Lisboa é o ar que se respira, a consciência de que o passado nos habita, a vontade de manter vivo e perene o gosto genuíno de se cultivar uma diferença.

  • A coincidência neste mesmo dia, do Incêndio da Fragata americana Corinthian no Tejo.
Pintura de João Pedrozo 
Curiosidade: Comemoração  neste dia do resgate da tripulação ocorrido a 26 de novembro de 1861, mostrando embarcações tradicionais.


Cais do Sodré
Cosmopolita nas primeiras décadas do século XX, o Cais do Sodré, no passado recente, associado à marginalidade, imagem que começou a mudar nos últimos anos.Essa evolução é aqui retratada, bem como os matizes da vida noturna e diurna da zona.
Painel de azulejos da Fábrica Constância de 1905
Viriato Silva as cercaduras relevadas
P. Bonnatoive (?) pintura dos painéis
Núcleo que referencia a criação e evolução do Porto de Lisboa e do aterro da Boavista (Santos), com destaque para a antiga sala do risco do Arsenal da Marinha, onde se desenhava ou "riscava" a traça dos navios.
Avenida das Naus 1953 Judah Benoliel
Arsenal da Marinha, válvulas de entrada para o dique através da porta batel.
Serra Ribeiro 1934 .Coleção Seixas
Aviso "João de Lisboa"  de Serra Ribeiro 1936.
Lançamento ao mar do aviso João de Lisboa no Arsenal da Marinha
O ano da morte de Ricardo Reis de José Saramago

(...) e o barco (João de Lisboa) lá vai, entra nas águas gloriosas a marinhagem dá os vivas do estilo, vivam as gaivotas como doidas, aturdidas pelos gritos das sereias dos outros barcos, e também pela colossal gargalhada que ecoa por toda a Ribeira das Naus (...)
  • A frente ribeirinha d' hoje nas fotos tiradas dentro do torreão
Relógio inglês, vejam se encontram a diferença que o distingue dos nossos?
Os ponteiros rodam no sentido da rotação da terra, da direita para a esquerda.
Não resisti a fotografar-me na frente do elefante que abre a exposição
Estampa de Norberto Araújo  1838/9 dando nota do enfiamento pombalino central da baixa antes de ser construído o Arco Triunfal. Através dela vislumbram-se os costumes do romantismo lisboeta numa fisionomia pitoresca local, as seges, e o transito aberto na rua com candeeiros cegonhas suspensos das colunas dos monumentos.
Construção do Arco da Rua Augusta 1862
Wenceslau Cifka , julgava só tinha sido pintor de faiança na Fábrica Constância.
Modelo da zorra que transportou as colunas para a Basílica da Estrela e mais tarde para o Arco da Rua Augusta. Em 1831 o carro depois de restaurado continuou ao serviço do Arsenal do Exército destinado ao transporte de grandes pesos.Está em exposição no Museu Militar de Lisboa
 A evolução da Praça do Comércio  após o terramoto de 1755

Parada do 10 de junho Dia de Portugal ,da Raça e das Comunidades no Terreiro do Paço
Terreiro do Paço transformado em estacionamento

















O que falta na estátua do D. José que está  abaixo na maqueta ?
Alfredo Keil  do século XIX de Lisboa vista do Ginjal em Cacilhas com as lavadeiras na praia.
Antiga Fábrica de tabacos instalada no Convento de S. Francisco de Xabregas
Barcos do Tejo
Video sobre a vida no Tejo em tempos de antanho
O rio foi, desde sempre, uma via de circulação privilegiada. Este núcleo destaca as embarcações tradicionais do Tejo, que marcaram de forma impressiva a paisagem ribeirinha e a evolução do tráfego fluvio-marítimo até à atualidade.
Tentem descobrir  na fragata onde está o fogareiro  com a panela ao lume?
Marinheiros em espera no Cais das Colunas
Cais das Colunas óleo sobre tela dos finais do século XIX de Adolfo Giraldez Y Peñalver
On the Tagus óleo sobre tela de Eduardo Martino maio de 1877
Cais da Ribeira Alfredo Keil 1876
Duas visões obre o óleo sobre vidro dos finais do século XVIII
Ferramentas usadas nas embarcações. O pormenor da foto  da amada entalada na plaina
Modelos de embarcações que sulcaram o Tejo vindos da Moita, Seixal e,...varinos, botes, fragatas, muletas e barcaças  e toda a restante parentela garantiam o abastecimento de frescos à cidade:a pesca do estuário ou do mar largo;os verdes e frutas de hortas e pomares da vizinhança; o sal, em especial da outra banda; os vinhos descendo nas fragatas em pipas e tonéis empilhados. E, reivindicando espaço entre armazéns e estaleiros, instalando-se mercados ribeira além, juntinho às docas onde esta parafernália incansável de embarcações de madeira lançava a carga fresca. logo espalhada cidade além. As varinas, hercúleas e galhofeiras, a fazer fé em Cesário Verde, são marca deste tempo alfacinha, meneando pelas ruas equilibrismos instáveis e sensuais.
Seixal modelo tipo Muleta que me fez recordar os vikings
Fragata D. Fernando II e Glória no Pavilhão das Comunidades Portuguesas  em 15 de agosto
1998  de Abílio Leitão

Não fotografei os grandes painéis reproduzidos da chegada a Lisboa, com pompa e circunstância, da princesa D.Amélia de Orleães para desposar o príncipe real D. Carlos,  em 1886, é um momento simbólico da mudança dos paradigmas lisboetas. Pela primeira vez,em séculos de história, a futura rainha de Portugal não subia o Tejo em solene cortejo naval engalanado, para desembarcar no Terreiro do Paço, mas, pelo contrário, chegava na recente maravilha da centúria, o caminho de ferro, que a conduzia de França até à Estação de santa Apolónia.Inaugurado em 1856, o Comboio expandiu-se num ápice, e a trama metálica dos seus carris rasgou em breve a paisagem portuguesa ligando à Europa, à irradiação luminosa de Paris, cujas cintilações o lisboeta ansiava partilhar.E, nesse ano de 1886, bafejado com o charme parisiense da princesa, o comboio ganhava mesmo o estatuto enobrecedor de transporte condigno para as celebrações régias.
Também não fotografei a chegada da  Rainha Isabel de Inglaterra em 57, dos japoneses...  e as " Fantasias Lisboetas" dos espelhos de água junto ao padrão dos descobrimentos e na Expo 98. Deixo para deleite do visitante!
O Tejo perdia, assim, o monopólio milenar de acesso nobre à cidade, partilhando a partir de então esse papel com a ânsia moderna de velocidade a galgar quilómetros entre fumos e silvos.A cidade pachorrenta, habituada ao deslizar pausado das embarcações, subindo e descendo o rio ao sabor das marés, desvanecia-se na trepidação das máquinas e carruagens a guinchar nos carris

Aterro de Santa Apolónia em 1940

Em pouco mais de cinquenta anos tudo mudou na paisagem ribeirinha. Os lisboetas sentem o rio a fugir-lhes da vista, para lá de linhas de comboio inamistosas, da altura das embarcações acostadas aos cais , dos armazéns geminados em fila compata e intransponível , das gruas metálicas e guindastes, mais o ar toldado de fumos, o negrume do carvão, o gás que iluminava a cidade de tons esmaecidos, e os óleos peganhentos que faziam girar a geringonça metálica com que os nativos se habituaram a conviver.
Estranhei o cacilheiro da Joana de Vasconcelos que foi a Veneza ter abandonado o cais , ainda há dias se tiravam desta maneira tão portuguesa os panfletos, duma base em cortiça.
Neste agora vazio...

Este Tejo, algo concentrado sobre si mesmo, que a fotografia e, mais tarde, o cinema tão bem captaram, revela-se, aos olhos de hoje, como uma amálgama eclética e esfuziante, entecruzando com à-vontade a tecnologia da modernidade, insaciável de novidades, com as sabedorias atávicas e sem tempo.
Termino com a saudade do rio que  foi corroendo o seu caminho, aproveitando com sucesso as inovações tecnológicas nos transportes marítimos. Aos poucos, num lento desoertar, pedaços da margem vão sendo redimidos, chamando o lisboeta ao convívio com a beira-rio. O primeiro lampejo nasce de visões imperiais, reminiscências de caravelas destemidas a desbravar o desconhecido. A exposição do Mundo Português, em 1940, reabre em Belém uma ampla janela sobre o Tejo e a implosão do gasómetro que escondia a Torre de Belém, a nos anos cinquenta, é a imagem certa que revela a vontade subentendida de abater entraves na relação com o rio.Daí para a frente, a vontade de vivência do rio fará o seu caminho.E o momento alto,será a Expo 98, já não se trata só da celebração de uma efeméride, como em 1940, mas sim, de fazer cidade, traçar um novo bairro à ilharga do rio, a cheirar a limos, a sal, a maresia.
Desde então os acertos da margem vão se desdobrando, podendo dizer-se que a recente transformação da Ribeira das Naus é uma etapa charneira de um percurso ainda longe de esgotado. Talvez porque neste lugar mítico da história lisboeta se empreendeu o esforço meritório de abrir ao convívio uma parcela da margem, ao mesmo tempo que se pôs a descoberto parte significativa da memória do lugar. Entrecruza-se, assim, passado e futuro num presente enriquecedor.

Vista do Tejo sobre Al maden !
De repente dei comigo a mitigar as notícias na boca do povo que ouvi  por todo o lado e  ao almoço algures junto do ISPA, a televisão vomitava o magma na ilha do Fogo a subir aos céus em júbilo para cair em flechas e faíscas esplendorosas, quais rajadas belas a tons laranja incandescentes, que me maravilharam, e ali pregada a olhar extasiante pela tamanha energia emanada das entranhas- , neste agora se revela excelente para partir todas as pedras que estão no nosso caminho. Porque as limpezas de outuno são tão importantes como as da primavera, sendo que existe muita coisa para transmutar neste País!
Importante será reter o que for de melhor  para a nossa evolução, e livrar o lixo do restante peso, pois só nos está a atrasar. E nada de perder a fé, mesmo que alguém se sinta assoberbado, malfadado, descontente e espetante com a situação atual , saiba que tudo poderá mudar de um momento para o outro.
E porque não? Estando a Mãe Natureza neste agora saindo às pressas do ponto de solidus para o ponto de fusão -, quero acreditar que estas forças descomunais intrusivas e extrusivas  ajudem  na pressão neste processo de agilizar tamanho suspense , para que tudo se resolva pelo melhor, a curto prazo. Só é preciso ser paciente, apesar de  haver gente de temperamento difícil, teimoso e de muita inveja, incapaz de enxergar outros pontos de vista, seja na postura do certo distinguir, que  uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, e nisso a maior  perca do que no ganho, pelo opinar de conversa e atitudes que não é da sua lavra, esquecendo-se que toda a gente tem telhados de vidro. 
Se ninguém é perfeito, e se alguém tem a coragem de  vir a admitir que errou, e pagar por isso, para quê continuar a ir buscar as ninharias?
Se há coisas para resolver? Então que se resolvam, mas de coração aberto, prontos para  amar, desfrutando do pôr-do-sol que hoje nos presenteou ao nascer que o fotografei na minha varanda-, insólito a câmara  de Almada ter aprovado em altura desmedida o prédio da frente, com isso a perda da visão total sobre o Mar da Palha.
Importante tentar a resolução rápida de conflitos que este caso  está a gerar interna e externamente.
E por fim que  dentro de cada um de nós reine o bom senso  racional, versos emocional   e que se apazigue em vésperas de Natal,  porque uma coisa é certa -, o  Eng.º Sócrates é homem  nascido sob o signo Virgem, o mais inteligente de todos do zodiacal, abençoado de nome sonante, ao jus do filósofo irmão de Atenas, e de corpo espadaúdo, sorriso escorreito e olhar vivo ao  género do retrato do sócia, o ator mais charmoso do mundo -, George Clonney, sendo distinto orador, como outro nunca  assim conheci,   fala até que a voz lhe doa, parte a loiça toda, ninguém o cala  na tamanha cabal força no poder da retórica e argumentação, um líder de massas!
Daqui emano força ao  Eng.º Sócrates, à laia de um ditado popular "os cães ladram e a  caravana passa ".
Depois  porquê Évora? 
Pelas suas gentes que sempre souberam receber bem, e pela  história dum passado romano imortalizado no templo de Diana, da universidade fundada em 1559, e outro vasto património tanto a condizer  ao status filosófico para uma  boa estada, mas que se espera curta.
Que os silêncios o brindam na ajuda da sua defesa ao lembrar o grande Álvaro Cunhal  que o fez um dia!

Sobre a Exposição das Maresias, vali-me  em parte de textos do folheto dado na exposição.

O que se lamenta?
O torreão precisa de obras urgentes, está a inclinar-se para norte e poente. As madeiras das varandas e os ferros forjados em total apodrecimento. Tetos altíssimos.Em vez de dois pisos podem aproveitar e fazer três à vontade.O piso das assoalhadas em madeira corrida e  com tacos, inclinado, aqui e ali, me parece mal atabalhoado no malhetamento, evidencia sobreposição de madeiras ao longo da vida. 
Se houver empenho, engenho e arte na desocupação do vizinho do lado- o Exercito, e nas obras a fazer,  o que ali ficaria em excelência? Um Museu ao sabor do Louvre,a faturar milhares por dia!

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Alerta suposta fraude no preçário em Clínica dentária em Almada

Deixo um conselho: Prestem atenção ao serviço e aos preçários -, nada é mais importante que os Vossos dentes, e claro olhar para a fatura e perguntar, não se envergonhem, acanhem ou intimidem, como eu tenho o hábito, só mais tarde inconformada, me revelo revoltada!
Decidi marcar consulta numa Clínica dentista em Almada, desta feita, não foi em franchinsing, onde antes me dei muito mal, até mudaram as Clínicas de nome, tantas eram as reclamações dos utentes.
A questão é que sinto que de novo fui ludibriada na prestação do serviço mal executado, e no precário aplicado, por o pagamento ter sido efetuado com Seguro de Saúde Medicare tabelado, e não foi isso que aconteceu.As minhas suspeitas são fundamentadas nas faturas que não se apresentam descriminadas com a prestação do serviço. Na designação a maioria apenas referem " Tratamento dentário efetuado ao beneficiário" e o preço a pagar. Sendo o certo é sempre a fatura descriminar os tratamentos efetuados.
Acrescentando o mau serviço prestado, origina que se possa faturar, por fora, o que quiser !
Explico mais adiante.
A rotina tinha apenas o dente nº 4 como motivo da minha consulta à clínica dentária em março deste ano, por sentir uma moínha . O referido dente apresentava-se segundo a dentista cariado que no momento tratou, mas pelos vistos não o foi como devia, ficando mal entra-mancado e eu sem o suspeitar, apenas sentindo dor no regresso a casa e nos dias seguintes, obrigada a tomar analgésicos, pela consulta paguei em 27 de março, o valor de 35 €. De volta à clínica na semana seguinte para reclamar o serviço à dentista, sem delongas desfez a restauração do dente metendo um líquido spray no seu interior para aliviar a dor, e de novo procedeu ao seu restauro, deixando mais espaço entre dentes, do que tinha inicial, e com isso chatices posteriores na higiene oral, em que tenho de usar o escovilhão. Na despedida senti que a dentista não queria que pagasse tanto, disso dei conta quando falava por entre dentes com a assistente também brasileira, supostamente por sentir que avaliou mal o estado do dente na 1ª consulta, que tratou mal, e sobre o qual já tinha pago.No entanto na recepção paguei em 03 de abril o valor de 70€ com a designação " 2 restaurações" que nem li na altura, quando apenas foi tratado o dente nº 4 e mal,, e sobre o mesmo já tinha pago na consulta anterior o valor de 35 € e ainda a restauração de uma ponta do dente a seguir ao "4".
Voltei no dia 10 de abril para avaliar o penúltimo dente do maxilar superior que o brocou e o deixou com uma restauração provisória ( que me foi dito depois na Faculdade). A fatura de 48€ na designação refere "tratamento dentário efetuado ao beneficiário". Na consulta de 24 de abril onde foi feita uma rápida higiene oral ao abrigo do Seguro de Saúde é gratuita, e restauração simples da ponta de um dente da frente, com a designação "tratamento dentário efetuado ao beneficiário" no valor de 29€.Ficou marcada nova consulta para 23 de outubro onde falei à dentista do espaço que tinha ficado entre dentes na dificuldade em limpar na higiene oral, a dentista fez nova avaliação e sem delongas informa-me que tenho uma cárie preta a entranhar na gengiva que seria tratada na próxima consulta, senão só desvitalizado. 
Os busílis? Trata-se do mesmo dente que em março me levou à clínica para ser tratado.A restauração feita em abril no dente da frente que foi cobrado 29€ dias depois caiu, e na 2ª restauração ao mesmo dente foi cobrado o valor de 35 €.Portanto disparidade de preçário no mesmo serviço que chama a atenção.O mesmo da rapidez que a recepcionista abre a pasta dos protocolos para saber o preçário a aplicar.Também a presença da assistente brasileira sempre de falas em tom  baixinho com a rececionista, como mais nenhuma outra ,dos demais dentistas que trabalham na Clínica ali vejo depois dos clientes saírem para pagar, indigna na alegada suspeita do coloro de burla entre elas (?). Já com tanta suspeita, mas sempre benevolente com os demais, porque continuo impregnada de ingenuidade que só problemas nesta vida me tem dado, armei-me de atrevida e de olho bem aberto e insatisfeita de novo na consulta  na altura do pagamento disse à recepcionista que queria a fatura descriminada, altiva, responde-me "mas o Seguro não lhe paga mais nada" -, respondi -, eu sei, mas parece que há Clínicas que andam a faturar além da tabela estabelecida, parece que a própria seguradora anda a avisar os utentes...(obviamente menti, para a testar).
Desta feita a fatura na designação descrimina "uma restauração de 3 faces do 2.1 de 35€ e curetagem subgengival do 40 Q no valor de 29€.  Ao ouvir o valor pedido fiquei engasgada , sem palavras para sequer opinar, mas como não sou de vexame, tenho o hábito de sair quase sempre a perder, e mais uma vez assim fiz-, mas de salientar que o único serviço prestado foi a restauração do dente da frente com duas faces, e não 3 como na fatura é referido.
Percebo pouco da nomenclatura dentária. O que sei ?O dente da frente apenas mexeu em duas faces, em baixo e de lado direito, e não nas três como refere.E quanto à curetagem subgengival, NADA FEZ, apenas, olhou e falou.Paguei como sempre e não bufei, não quis causar suspeitas, havia gente conhecida.A impressão que me transpareceu nesta Clínica é clara e nítida -, a médica brasileira já madura até será honesta (?) até me ofereceu uma caixa de escovilhões minúsculos das ofertas das marcas com a indicação de comprar o cabo para depois usar entre dentes na higiene oral. Mas suspeito que haverá alguém na Clínica; alegada ajudante brasileira e alegada empregada da recepção supostamente devem ganhar o excedente da fatura que partilharão a meias quando se trata de Seguros de Saúde -, porque será fácil informaticamente no mesmo dia proceder à anulação da fatura dada ao cliente, para depois deste sair emitir nova por valor inferior, e assim ficarem com o diferencial monetário cobrado indevidamente ao cliente .Isto sinceramente o que não me sai da cabeça! 
Foi deixada nova marcação de consulta. A empregada na véspera da consulta telefona sempre a confirmar , a que respondi dizendo que tinha um imprevisto, depois passaria para remarcar. E claro já tinha marcado para a Faculdade de Medicina Dentária do Monte de Caparica.Onde ouvi da médica um diagnóstico nada favorável, a cárie tinha atingido o nervo, o dente tendo sido restaurado com cárie, não havia nada a fazer, senão desvitalizar, o que poderia ter sido evitado, se numa Clínica em Almada, o serviço que foi cobrado caro, tivesse sido feito como deveria, e não foi.  Enviei e-mail via site da empresa, e vários para a caixa de correio da Clínica-, debalde quem os filtra é a recepcionista...O mesmo que dizer que não recebi qualquer resposta!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A cegonha trouxe e meu neto Vicente no dia três!

Apanhados de surpresa  ao meio da manhã do dia 3 de novembro - número por demais simpático que muito aprecio, para  anunciar a antecipada chegada do nosso primeiro neto, às 38 semanas.
Pela 1,30 da madrugada a nossa filha sentiu um sangramento, assustada foi a caminho da MAC com o diagnóstico da saída do que se chama o "rolão" sendo o quadro clínico adequado, pelo que podia voltar para casa. Assim fez, mas pelas 5 H começaram as contrações e de novo se meteu a caminho. Feitos os exames de rotina à mãe e ao bebé, na avaliação médica e com dois dedos de dilatação fica internada. Abençoada na boa lembrança de nos comunicar e, logo nasce o querer claríssimo e repentino de nos pormos a caminho de Lisboa, em transportes. Saímos de casa de aspeto sereno, apesar de ansiosos, almoçamos na Rua do Arsenal, notório e premente a necessidade de ingerir calorias ganhas na boa alheia que nos encheu o estômago, e antes enchera o olhar, como outra assim nunca saboreamos igual, sem gordura alguma, deliciosa, tal como a boa batata frita à moda antiga e salada, no remate da degustação mousse de chocolate. Refastelados saímos para logo entrar noutra casa, desta feita para comprar uma cautela e jogar no euro milhões, a pensar na sorte grande com a chegada do neto. De novo de pé na estrada a caminho do metro no Chiado.
A tarde de chuvisco foi alternada  na MAC e em centros comerciais pelo Saldanha, porque à segunda feira encerra o Museu Dr. Anastácio Gonçalves.
O companheiro da minha filha esteve sempre à sua cabeceira, deu-lhe muita confiança e carinho, apenas interrompeu para estar connosco aceitando o convite para tragar uma sopinha, que não conseguiu, tal era a conjuntura nervosa que lhe alterou a pulsação e o estar agitado pela ansiedade. Ainda nos dirigimos à Farmácia das Picoas para medir a tensão, o farmacêutico que o atendeu em privado demorou na conversa para o acalmar e aconselhar, como se tratasse de um psicólogo, e só pagou 1 euro...
Horas infinitas que pareciam séculos, fosse a passear a ver montras e nada ver, ou sentados na  sala da MAC, na longa espera da cegonha se anunciar, onde assistimos a um vaivém de gentes no entrar e sair, muita mulher de pés inchados, outras cansadas, dormitavam sob os ombros dos maridos na longa espera de exames e diagnósticos causados pela tensão alta e diabetes.Havia uma macaense branquela de cabelo comprido branco, albina, até metia impressão...E uma negra que trazia o recém nascido atado às costas, como é uso em África, para trabalharem...meteu-me confusão com a cabecita ao léu!
Desalmadamente entra apressada uma senhora de cabelo na nuca a imitar o estufado traseiro das pombas,  aperaltada de roupa preta, justa ao corpo, com fechos à moda e meias de renda -, petulante e delambida no trato com os demais da segurança -, hilariante foi vê-la atonta defronte da porta que não sabia abrir, porque não passava com a mão pelo sensor -, mas de força impregnada na voz altiva e de língua afiada mandava epitáfios ao ar como se os demais tivessem obrigação de a ajudar... Mulherzinha de nariz empinado, habituada a ter criados, a olhar os outros de cima -, velha gaiteira emproada, nervosa e exigente insistia com a menina da recepção para ver a listagem de entradas, no intuito de saber se a pessoa que procurava já tinha chegado-, perante resposta negativa insistia, insistia, e não dava tréguas, nem ouvidos a ninguém, até que depois de tanto ouvir não, teve a brilhante ideia de telefonar para a comadre, com isso põe a mala numa cadeira e  a vasculha  na procura dos óculos e do telefone e,  em voz alta a questiona -, para espanto se deixa muda, engole o sapo, sabe que se precipitou vindo para a MAC ,quando deveria ter ido para o S. Francisco Xavier...Um porém -o esquecimento de pedir desculpas a todos que incomodou, por ter sido insolente e arrogante a interromper os silêncios da sala, apesar da razão aparente, se mostrar gorada, por culpa sua e da petulância das suas atitudes.
A epidural segundo a minha filha funciona para a dor, mas não a sentindo em plenitude e por ser a sua primeira vez, inexperiente na lide de parturiente, foi tomada pelo descontrole do desgaste físico, sentia-se muito fraca, nos dois dias antecedentes já não conseguia comer nada, só tinha muita sede, ainda vomitou... sem  mais forças, derrotada na maca estendida, prostrada e falida, por as ter exercido erradamente no peito, e sem as sentir mais,  nem saber como fazer, para  expulsar a criança -, cabia à enfermeira o mote de a ensinar para a exercer no baixo ventre, onde é fulcral e precisa. A enfermeira que a assistiu seria rude (?) denotando fraco quase nulo perfil para parturientes, sendo que ali se encontram todos os dias mulheres de várias estirpes culturais...Assisti   a uma que chegou de ambulância do Beato, nela vinha a mãe, a irmã e o namorado, com o mesmo quadro clínico que a minha filha apresentou da primeira vez, minutos depois chegou a avó materna que ainda os questiona porque não esperaram por ela...Até parece que a ambulância é táxi, das suas  bocas só saiam asneiras, e conversa de fraco grau de instrução, apesar de dedilharem smartfones com muita eficácia... 
Sei que a MAC sendo uma Maternidade Pública e gratuita , acolhe todo o tipo de mulheres, umas de baixo índice económico, e outras que optam pela excelência do seu serviço que é pautado de eficiência, no receio de haver problemas no parto que aqui serão sempre facilmente colmatados. Uma maioria das mulheres que aqui chega é oriunda dos Bairros Sociais das redondezas, com isso as enfermeiras no resguardo em se proteger (?) farão uso de linguagem mais dura para as intimidar, e nesse habito rotineiro o mesmo uso com todas, sem destrinça no olhar a quem-, sendo ela psicóloga, não apreciou tamanha  frieza, antes esperava ser aquele sublime momento em ser mãe, apenas acarinhada e aconselhada -, por isso  não apreciou a sua conduta, por a achar altiva e dura nas palavras entoadas a tom grave ( abra as pernas, o seu filho quer nascer, se não fizer força tenho de usar ventosas ou ferros, e é uma pena estraga-la...), é demasiada tortura azeda num momento que deveria ser feliz!
Estima-se que a função de ser uma enfermeira competente passará por desempenhar um bom trabalho, seja na dedicação, empenho em ajudar e apoiar a parturiente, no intuito que o ato de dar à Luz, seja recordado em glória, e não em sofrimento,devendo ser aliviado naquelas horas de dor e medo que se apodera de muita mulher, onde se perde o controlo, a razão e as estribeiras -, basta apenas boas falas e atenção, porque no serviço parece são eficientes.
Fomos em tempos com os meus compadres à Ermida da Senhora do Monte a fazer fé na lenda que, quando São Gens nasceu, a sua mãe morreu do parto. Lenda  que se mantém no tempo com origem de uma curiosa tradição, que ainda muita grávida cumpre se quiser assegurar-se de que vai ter um parto bem sucedido deve sentar-se na "Cadeira de São Gens" em mármore  guardada no canto na entrada, sendo aberta a porta de propósito. A fiel guardadora é de cariz azedo, não deixa tirar fotos, tirei esta à socapa, ouvi logo reparo, que  é de ouvido tísico!

Sobre a natalidade leu muita literatura , mas o que parece nenhum autor escreve como um parto se passa na realidade, sendo necessário escrever por palavras simples os procedimentos, dando conselhos e dicas, como atuar e falar das probabilidades que possam vir a acontecer. Até adverti a minha filha para se aventurar na escrita, fazer ela própria o seu testemunho simples, sincero e direto, para ajudar outras mães, porque no caso descrito clamou em pasmo, pasmada - até porque era a única em trabalho de parto naquela tarde, estando outras duas em cesariana, o que dava tempo à enfermeira para perceber que seria a sua primeira vez, em que tudo é novo, em que lhe deveria ter prestado mais atenção, explicando como deveria atuar  no exercer a força e minimizar o acontecimento com menos sofrer-, acredito seria bem diferente, ainda assim o parto se salvou positivo, porque à última da hora apareceu uma médica, que sem delongas meteu mãos em força nos pés do bebé, com isso nasceu finalmente!
Nasceu  pelas 18.40 H -, meia hora depois fomos chamados pelo micro para conhecer o nosso neto. Emulsionante expetativa vivida nesse  momento indescritível , ao colo do pai. Guardei na memória o rosto muito branco( depois viria a amarelar com iterícia, na dificuldade do fígado eliminar as toxinas) senti abundância de cabelo negro e olhos abertos já a tomar conta de tudo, muito bem disposto, simpático, sem choro!
Deixamos a MAC  pelas 10 H sabendo que mãe e filho estavam bem, ficaram a descansar, bem precisados estavam. Na rua demos conta da chuva, o jeito foi entrar num táxi .Ficamos na sua casa até ter alta. A espera do regresso era grande, julgávamos ser sexta feira, tinha feito uma boa canja de galinha a lembrar o que a minha mãe me contou vastas vezes " quando vim de Coimbra de te ter a tua avó tinha uma boa canja gorda à minha espera..."...debalde só aconteceu no sábado de manhã, por causa da subida do leite. Foi melhor assim, já a sopa estava uma delicia, a comeu e lhe soube bem.
No sábado chegaram os pais do companheiro e uma afilhada.Almoçamos todos juntos. Pela tardinha viemos embora, para voltar na segunda feira onde ficamos até sexta. 
Houve percalços com a amamentação. O bebé cansava-se, parecia saciado e adormecia, mas na verdade bebia pouco leite e com isso emagreceu, o que é normal, porque nascem inchados, mas nele aconteceu em dois dias, por isso preocupante.
A febre tomou conta da minha filha, não baixava, já  a passar dos 38º liga para a emergência 24 que tomou conta da ocorrência dando indicação para ir à MAC para onde nos encaminhámos pela uma da manhã, senti a cidade deserta, só vi um carro da GNR a sair do Hospital da Estefânia e um táxi a passar junto da PJ. Nada, nem ninguém nesta zona, mas havia estacionamento. Na urgência apenas um homem esperava.Atendida de imediato onde já estava o fax da emergência 24 com o relato clínico, gostei de constatar francamente esta formalidade por me parecer muito eficiente e dedicada ao doente em tempo útil e correto acompanhar .
O mesmo não se pode dizer na triagem  onde as enfermeiras de trato agressivo na aposta e "ensaboadela ao tutano" para amamentar a criança, para insistir, insistir, e se conseguisse passar as duas primeiras semanas era uma heroína -, sem darem importância ao fato do bebe estar a emagrecer, nem falaram em alternar leite materno com suplemento, nem tão pouco deram importância à  febre provocada pela subida do leite, em vez de a advertir que diariamente os peitos tem de ser esvaziados , seja pelo bebé a mamar, bomba manual ou elétrica, para não ganharem caroços, como viria acontecer e com isso aflições desnecessárias. 
Enquanto estava na espera na sala da urgência, no dia do nascimento,  havia uma senhora que esperava o seu 4º filho, de pele mestiça, falava fluentemente o português e inglês  que nos disse à boca cheia que as enfermeiras não eram mães (?) por isso "o trato desleixado abaixo de cão"...
Apesar da publicidade  exposta e bem visível para se fomentar o aleitamento materno exige-se cabal informação e dedicação no acompanhamento neste momento em que tudo é novo e inusitado. Há que especializar o pessoal médico para ser mais humano, dedicado e atento no aconselhar.
De volta a casa havia ruas sem um único lugar para estacionar...Não sei a razão dos arquitetos da câmara de Lisboa que não vêem o caos em algumas zonas antigas que não foram estruturadas para carros num tempo que mal existiam há mais de cem anos .Das duas uma, ou não sabem o que fazer, ou não querem fazer, atuando, o certo! 
A sorte presenteou-nos e o lugar de onde saímos estava ainda há nossa espera , por ser numa curva.
Normalizada a febre da mãe, outro percalço com nova recaída no emagrecimento de 30 gr no bebé. 
Marcada visita ao Posto Médico que aconselha uma ida à urgência do Hospital da Estefânia. Foram horas em aflição por causa das epidemias e vírus que nestes lugares é coisa propícia, e do porquê de não engordar-, valeu o olhar de uma pediatra ao recém nascido que logo os recolheu numa sala à parte onde fez análises (chorou imenso) apesar de ter boas veias com o veredicto: A criança tem todas as competências para a idade, tem é Fome!
Logo as enfermeiras cuidaram da criança dando-lhe o biberon com leite que o deixa saciado. De volta a casa mais calmos, apesar de mui cansados. A partir desse dia bebe leite materno, alternado com leite de lata, passando as horas em grande calmaria, dormindo bem, sem sobressaltos, um anjinho, de olhar mui sereno, espero seja azul, a puxar ao bisavô materno, mas só daqui a 3  meses se verá!
Ontem foi o juntar da minha família-, a minha mãe e irmã vieram ver o Vicente, sendo que a minha Mena, o viu na MAC, por ter vindo a trabalho a Lisboa. Levei leitão temperado de véspera com uma massa de alhos, banha, azeite, sal e pimenta. Bem assado no seu bom forno, ficou de pele estaladiço, muito trabalho deu a virar bastas vezes. As batatinhas assaram em tabuleiro que apanhou os pingos do leitão. Ouvi elogios.A minha mãe trouxe o Pão de Ló, desta feita trabalho esmerado de alta confeitaria assim como a tarde de amêndoa.Brindamos ao Vicente!
Acabava de mudar a fralda quando apareceram outras visitas, amigos com o filhote Afonso de 4 anos, um amor de menino. O Sérgio, não hesitou em dar o biberon ao Vicente, o fez com elevado zelo que logo arrotou!
A minha filha é uma mulher de grande personalidade, e de alto valor creditício nas coisas da casa como devem ser feitas, muito asseada e organizada, sem stress.Sendo a casa pequena, arrumou tudo a contento, na mesa colocou uma toalha de estopa com rendas, oferta da avó do companheiro com boa música ambiente e velas de cheiro. Cuidadosa vestiu o Vicente com o babyGrow que a minha irmã tinha oferecido. Elas  fizeram-se chegar de sacos abarrotar de prendas: A Cristina Valente do Fundo da Rua deu-se ao trabalho de fazer 3 belos casaquinhos em malha, uma loucura de perfeição, boa escolha de cores e desenhos, uma coqueluche em obras de arte .A irmã a Ana e a filha Joana , também endereçaram as suas  lindas prendas, e no dizer da minha irmã " os seus cães, que considera filhos, o Camões, Tai e o Cid " mandaram o ursinho branco para o Vicente brincar...A prima Júlia também fez um bonito casaco azul e botinhas. Traziam também  boas prendas da parte da família do pai, que o meu compadre foi entregar à minha mãe.
Tratei de manhã da roupa branca passadinha a ferro, que depois de fria logo  foi arrumada, e a de cor  ficou no estendal, e ao meio da tarde faziam-se horas para as despedidas.
O Vicente voltou ao Posto Medico. Finalmente eis que o príncipe já ultrapassou o peso de nascença que foi de 3,30 k -, valor que deve acontecer após os 15 dias do nascimento celebrado ontem. 
Finalmente parece está tudo a correr bem. Os nervos, as agruras no peito com as fissuras, os caroços, e a deficiente alimentação-,  tudo neste agora parece já ter passado .
A  silhueta da minha filha é divinal, ninguém diria que foi mãe há 15 dias.Por demais cuidadosa!
Apesar de ter um primo como diretor na MAC,  e mais outras duas pessoas conhecidas que trabalham em parceria com a minha filha, não foi intenção incomodar quem quer que fosse-, porque nunca fomos de pedir, nem pedinchar, como se vê gente demais a fazer por tudo e por nada. 
Sobre a MAC julgo merecia ter melhores instalações, por as atuais se mostrarem antiquadas, porque a idade não perdoa - nasceu em 1917 - apesar da sala de partos ter sido reestruturada.
Constatei alta segurança. Admirável.
Mas nada que chegue a um Instituto Maternal, como o que agora abriu recentemente no norte.
Sobre a sua estada nada a objetar além do que foi mencionado, sendo  o serviço prestado à borla, se revela fantástico, porque no poupar está o ganho!
Um voto de confiança à MAC com apelo a melhorias no trato das parturientes por parte  de algumas enfermeiras, que também as encontrou de bom trato!
O inusitado aconteceu, afinal quando a minha filha nasceu escrevi um pequeno diário com o que ia acontecendo-, se lhe tivesse conferido o mérito como deveria, os percalços teriam sido evitados, porque estava  tudo escrito em bom português!
Votos de uma vida salutar para o meu príncipe Vicente.
Hoje já pesa 3,90 Kg e mede 51,30 cm, na derrota da pequenez dos 49 com que nasceu, atendendo ao tamanho do pé e da mão ao jus e eco dos genes fenícios do meu pai.
Que viva longos anos  com saúde e felicidade e que  a família sempre o acompanhe e todos se deliciem !

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