sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Azulejaria em Lisboa...Perdida, sempre a perder-me !

Lisboa jamais foi a cidade onde quis viver e onde me quis perder…Pelo amor a Coimbra, a terra minha amada, e em fase tardia o almejado e sonhado Porto, a escolha certa!
Mas Lisboa acaba por ser a cidade que me acolheu na década de 80, onde comecei a trabalhar na Avª da Liberdade, no Banco Pinto Sotto Mayor, para em poucos meses me fazer chegar ao coração da Rua do Ouro, foram 12 anos, curiosamente o meu número aziago... Um tempo de vida apressada a cumprir horários, sempre em passo corrido do rio para o barco  e vice versa, numa  idade de vaidades, sem olhar para quase nada...
A temperança quis acentuar com o passar dos anos a minha especial atenção a dar à cidade, interesse que cresce  a cada dia nos últimos dez anos ...Porque gosto de ser generosa com quem me faz feliz, não me canso de mostrar Lisboa.Seja nestes últimos tempos por estar mais livre, em idade madura, mas também por sentir da parte da autarquia o movimento acelerado giratório em torno da revitalização do seu património, mas também quero acreditar que o seja pelas mensagens denunciantes por parte de gente atenta com criticas construtivas que neste agora aqui se mostra veiculo fácil , solvidas em tempo quase recorde-, resulto de não ser apenas coincidência, mas antes haver alguém empenhado, dotado de bom senso e atento a Lisboa, com cargo de poder e vontade em distinguir a urgência de fazer bem feito -, a poda da "oliveira do Saramago" (esteve quase a secar) buraco  a norte do cais das Colunas(deixado depois das obras), buraco de acesso a um cais, sem sinalização a caminho do Cais do Sodré que se mostrava  perigoso e,...Não pode ser como disse só coincidência, da minha parte só lamento não auferir-, e disso sinto merecia, pelo olhar atento a Lisboa e aos seus buracos! 
Ainda são muitos os imóveis em abandono pela cidade, mas outros tantos a ser intervencionados, quarteirões pombalinos inteiros, na certeza em prevalecer a riqueza destes edifícios de valor arquitetónico herdado, tão a meu gosto, pelas imponentes fachadas de varandas debruadas a ferro forjado, ornadas de portas grandes e pequenas, janelas, janelões e óculos, tamanhas obras de cantaria, em infinitas paredes repletas de bela azulejaria em monocromia ou policromia!
O mesmo ritual que se assiste no quotidiano nos bairros típicos, plantados pelas colinas, de casinhas minúsculas, de beleza ingénua de quarto esconso, encravadas por entre escadinhas, ruelas e travessas com Alminhas, ou oratório em azulejo, para nos largos  se abrirem igrejas e nelas nunca faltam onde nunca faltam belos silhares -, aqui vive gente modesta e simples, que se mistura em harmonia com novos inquilinos estrangeiros,lhes acham graça no cultivo da horta biológica em caixotes e embalagens, ao sol  a crescer nas parcas varandas estreitas, de duplo beirado, tendo o Tejo como companhia, na certeza de manter a silhueta, por tanto subir e descer escadas "tiro" para se chegarem à mansarda, cave, ou pátio, onde se respira e canta o fado em cada esquina, e vive intensamente os festejos do Santo António, sem faltarem altares, obras de velhas e crianças, sentadas no chão na calçada ao sol, esperam ansiosas pela esmolinha " Senhora dê um tostãozinho para o Santo António" por entre desfile de  bancas  corridas improvisadas de madeira, cobertas a plástico, que as instalam em cada canto, e por todo o lado avio de sardinhas e taças de arroz doce...Num vaivém de gentes, para cima e para baixo, de copos nas mãos, e altifalantes de  música aos berros, gente perdida em nevoeiros de fumo a peixe e manjerico, de rostos esbatidos em sorrisos e gracejos, abarrotam de tamanha alegria!
Aqui nesta Lisboa ouvi de um colega de seu nome -, Imauz, como sendo mulher abençoada de genes fenícios, confesso jamais esqueci o elogio, fato que me deixa hilariante de vaidade (?), porque sinto que, tal como os fenícios definiam Lisboa -, segundo uma teoria de Bochart não comprovada, Lisboa é neste agora o meu Porto Seguro ("Allis Ubbo").
Rara a semana que não parta a caminho de Lisboa, onde sempre  revejo novos olhares, cheiros, descobertas, e gentes, nesta cidade que me deixa completamente rendida, mais apaixonada e perdida, na vontade de aqui em definitivo morar, valores e paixões, teimosamente exalto no testemunho, nas minhas cronicas. Mas nunca, jamais, me perdi na cidade, sempre tive a noção das coordenadas. Sustos, só apenas um em 80, ao querer atravessar a Avª 24 de julho então de quatro vias com o eléctrico, de onde desci para na minha frente ficar engasgada com a beleza de um edifício de boas cantarias finas, julgo estilo manuelino, (neste agora em fase de conclusão um grande edifício, julgo EDP, onde espero sejam repostas na fachada, ou então noutro local) na altura era um barracão, onde acabei por ir trabalhar nos CTT...Absolutamente cega  nas vistas, percalço por segundos, senti medo " de ser passada a ferro"... 
Tanta vez a passar a Rua do Alecrim, só terça-feira a descer, os painéis de azulejo à porta chamaram a minha atenção no convite direto para entrar. Um Museu! 
A loja abre-se em dois brutais salões num dos mais fantásticos antiquários de azulejos do séc. XVI e XVII, com hispano-árabes, pombalinos, até aos mais contemporâneos.Fundada em 2010, espaço fabuloso seja a certeza absoluta de amantes aqui encontrem abundância de objetos do passado, para se perderem na panóplia de azulejos, em azul e branco, amarelo e verde, e em policromia...
A preços fora de questão para País em recessão...100 a 150 € ! 
O que levanta supostamente um grave problema-, o justo equilíbrio do certo e do errado, no inevitável ser possível desaparecer mais património, na mira de se ganhar dinheiro fácil, em momentos de recessão, pessoas de laços desenraizados dos valores do nacionalismo!
Dispersas peças em pedra, almofarizes de vários tamanhos, painéis de azulejos de estilos e épocas diversas em todos os tamanhos,  albarradas, e também uma novidade de painéis feitos com fragmentos de azulejos partidos, colocados a esmo-, uma nova arte contemporânea, muito em voga na decoração de casas minimalistas por 800€...Afinal tantas preços!
Pinhas de todos os tamanhos (as primeiras na mesa em branco com as folhas em azul e da mesma cor debruadas pelo dorso da casca, assinadas "Santos Mártires Aveiro"  sempre que se fala nestas peças, o hábito de se atribuir fabrico ao norte; Devezas, a Santo António do Vale da Piedade, e afinal Aveiro também as produziu. Estátuas de porte imponente em bom esmalte branco que constam no catálogo da Fábrica das Devezas; Jarrões de tampa  em jeito de vasos, ornados a grinaldas de vários tamanhos-, peças em faiança que foram de platibandas de casas e prédios, aqui se mostram em exposição deliciosa tão perto do nosso olhar, sendo que desde sempre apreciadas nas alturas...
Não falta a cerâmica de Bordalo Pinheiro, das Caldas, muito presente com os famosos "pratos à la palisse" na simbiose à mistura com outra cerâmica contemporânea, que conheci nos anos 70, em cores fortes  a sangue  vermelho intenso e escorridos.
Uma terrina de faiança de produção Coimbrã, pintada com flores, serve para guardar pertences, que assim na montra ilude que seja para venda...
Um belo exemplar da Fábrica do Rato-, um cão-, obra-prima que se pode adquirir pela módica quantia de 5.000€, cujo pedestal em esmalte branco de laivos a azul, em marmoreado, o animal de pêlo relevado, bestialmente bem conseguido, e ainda mais bem pintado, ao meio da testa uma mancha em branco, mais parecia o animal estar vivo! 
Claro a fábrica onde se formavam os pintores!
Muito azulejo relevado fabrico do norte-, Massarelos e outras fábricas, ainda revestem muito casario , património a preservar, na Ribeira do Porto, Anadia, Ovar,Torre de Moncorvo e,...

 















Azulejos de padrão hispano árabes ou mudéjar. Corda seca.Séc. XV- XVI. Havia um painel de quatro azulejos desta época,reconheci do último leilão, julgo do Correio Velho, em verde, aliás nunca vi nada igual, pela sobriedade, magníficos.
As pinhas da direita Santos Mártires de Aveiro
Amarelos e azuis e brancos...
Um mundo de escolhas de muita qualidade
Quadros, mobiliário,ferro,bibelôs, descubra por si...
Como se constata não só nos azulejos se esgota o mundo da d'Orey Tiles, sendo também uma referência nas faianças, e no restauro de azulejos, dos seus painéis.
Um mundo de singulares azulejos mudéjares (ou hispano-mouriscos) e painéis indianos, que tantas vezes  o visitante confunde com azulejos portugueses...

Os azulejos sempre foram utilizados de uma forma muito original em Portugal. Mesmo que tenham uso noutros países, como Itália, Espanha, Turquia ou Marrocos, os azulejos não têm, em nenhum outro país, o mesmo simbolismo nem a mesma relevância da expressão artística nacional. Em Portugal os azulejos são usados para decorar interiores ou fachadas de casas ou igrejas. Tiveram uma intervenção poética na forma arquitectónica de Lisboa (e outras cidades Portuguesas). 
Foram submetidos a várias influências, desde a tradição islâmica às influências holandesas, o que moldou e mudou a arte de criar azulejos, as suas características e a sua utilidade.  

Há poucos lugares no mundo que se podem orgulhar de manter a tradição e uso artístico dos azulejos. Cada grupo de azulejos (de "azzelij" a palavra árabe que significa pedra polida), contam uma história ou retratam uma tradição.
A melhor maneira de conhecer esta bela e singular forma de arte tradicional Portuguesa, é caminhar pela cidade, visitar igrejas, ou visitar o Museu do azulejo, no Convento da Madre Deus.
Na continuidade desta arte, para não a deixar morrer, existem ainda fábricas que reproduzem réplicas de azulejos antigos com muita qualidade: Fábrica Sant'Anna , e Fábrica da Viúva Lamego, entre muitas outras olarias, Azeitão e em Lisboa. No meu pensar a aquisição certa para se adquirirem exemplares-, porque os azulejos verdadeiros deveriam permanecer nos seus locais, onde um dia foram encastrados, à laia da requalificação dos imóveis antigos que tem a obrigatoriedade de permanecerem com as fachadas originais, e na falta de azulejos são obrigados a mandar reproduzir iguais-, embora se note pelas cores atuais, substanciais diferenças, ainda assim mantêm-se na requalificação a traça azulejar.O certo!
Na terça feira tantas vezes a caminho da feira da ladra, desde que nasceu o meu neto, fico-me perdida pelas bóreas do norte da cidade...Para depois de volta a casa em caminhada, desta vez a subida ao Chiado descendo a Rua do Alecrim o meu olhar se perder, outra vez, tanta vez por Lisboa!
Azulejos com a espiga numa padaria do Martim Moniz.
Azulejaria da antiga fábrica Viúva Lamego e platibanda do prédio em remate da antiga fábrica forrada a azulejos
No largo do Intendente quase de cara lavada, este prédio aguarda a sua vez.
Painel na Portugália na Almirante Reis
Caminhando pela Graça...
Contraste do azulejo antigo com o moderno,minúsculo como se fossem peças de dominó.
Bairro das Colónias, platibanda em balaústre e fachada em azulejo
Loja Benetton ao Rossio, no seu interior revela um belo painel de azulejos a esmo na parede frontal que ladeia a escadaria interior. Muitos da Fábrica Sacavém.
Não faltam azulejos padrão, séc XVIII, XIX e XX em livre harmonia e policromia
Cara do anjinho , na recordação do miradouro do Convento de Almada, hoje Seminário

Constrange-me a falta de ética, a perda de valores que são realmente nossos, que todos devíamos ter a obrigação de honrar e orgulho em manter, e não o contrario com a crescente saída, todos os dias do País, a caminho do estrangeiro, a estes preços só gente estrangeira,de bom gosto leva estas preciosidades.

O certo passa pelas réplicas certificadas, como uso na Grécia e outros paraísos turísticos, salvo melhor opinar?
Se os Museus se agilizassem na harmonia do mesmo objetivo comum-, parceria com gente que gosta de percorrer feiras, sendo abençoada de feelling a varejar com faro peças especificas, e as adquirir a preço convidativo, porque já é possível, pela obrigatoriedade de haver fatura, assim a deseje o cliente final, no combate à fuga de raridades, que enriquecem novos colecionadores de particulares e turistas. 
A placa de ardósia "HORIGINAL" não sei se de propósito o erro na ortografia...

Esconde os azulejos padrão por baixo... 
Angariação de riqueza que só engrandecia ainda mais o País, no local onde deveriam permanecer-, nos locais ORIGINAIS e nos MUSEUS!
Mas claro os proprietários por motivos vários se livram dos azulejos em remodelações. Muitos tem ido acabar aos vazadores de lixo, encontrei em Belas muitos fragmentos de azulejos pombalinos...Mas também há trabalhadores que os tentam retirar com cuidado para depois venderem, há tempos de uma igreja, contou-me um operário...
Entre o ótimo e o bom, a venda é preservação, melhor que chegar o caterpillar, derrubar o imóvel e perder-se para sempre o espólio azulejar...
Por isso a temática neste ponto se revela um mal menor, no dito do povo um "pau de dois bicos!!"

Porque o que se constata no mercado ambulante e circula na internet é bem diferente, "a usurpação de património" vendido na maior parte das vezes sem registo de aquisição (?) por isso a preços simpáticos. Ainda há pouco tempo me oferecem um grande lote de azulejos pombalinos e arte nova por 50€, que foram património do Barreiro, simplesmente não os comprei...
Só de pensar o que aconteceu a outro colega que um dia fez uma boa compra de um grande lote de azulejos, e melhor venda-, que o novo dono reproduziu painéis, que circularam para venda na internet a preços exorbitantes. A denúncia do roubo pôs a judiciária em campo, quem sofreu foi o primeiro comprador que tinha o papel da compra, mas os dados do vendedor eram falsos de paradeiro desconhecido... No negócio o primeiro interveniente, quem ganhou menos na transação, ainda teve se suportar o tribunal, custas e honorários, na sorte dos donos nada exigirem, apenas a volta dos azulejos, mas só receberam os que sobraram...

Fontes
Algumas fotos retiradas do google
Azulejaria portuguesa

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A polémica do caminho público com o pavilhão que foi da frota de camionetas Serras de Ansião

Por alturas de 1967/8 fundou-se a Sociedade da Transportadora Serras de Ansião e os sócios iniciais: Armando Maria Freire; António Maria Caseiro; Júlio José da Silva e João Simões. No escritório a administrativa Elisabete Mendes, o chefe João Coelho e o sub chefe António Maria Coutinho, conhecido pela alcunha "Marnifas". Lembro-me da frota de camionetas: Savian; Volvos; Bedfords; Man, Fiat e por fim Scanias de cor característica vermelho escuro quando eram lavadas no Largo do Ribeiro a Vide em frente do seu barracão deixando o chão preto luzidio de óleos espalhados  ao Deus dará com câmaras-de-ar e pneus velhos...Para no melhor "levaram para todo o lado o nome da nossa terra e das suas serras" .O que transportavam? Inicialmente arroz e milho para a empresa Valente Marques de Oliveira de Azeméis, mais tarde com a CUF transportavam ruberlatex do Porto para Ansião e daqui saia alcatifa e afins para o Barreiro e, … Com escritório sediado na vila num edifício adoçado à casa de Armando Freire Coutinho defronte da quina da que foi a Praça do Peixe e do solar mandado construir pelo Dr Pascoal José Mello Freire dos Reis na rua atestada com o seu nome incompleto na toponímia. A  recordar o dia que o Dr. Condorcet no Externato do Avelar não apareceu para dar a explicação para o segundo exame do 5º ano em 1975, se mal o pensei, melhor o fiz em não  esperar para vir de volta na carreira e sem haver companhia fiz-me sozinha ao caminho estrada fora do Avelar até Ansião. Ao alto da serra ao passar na britadeira quem passou por mim e não me deu boleia, o Dr. Arnault da Cumieira na altura tinha escritório de advocacia em Ansião, conhecia-me, mas também não pedi…Depois de passar o Campôres antes do cruzamento ao Maxial passa uma camioneta da frota "Serras de Ansião" com o motorista Costa da Ateanha  veio a casar com a vizinha da minha mãe a São Borges Reis, gentilmente me reconheceu, parou e ofereceu boleia. 
Uma vez uma enorme câmara de ar a minha irmã a trouxe para dela dar um nó ao meio ao jeito de "8" a nossa canoa a navegar no nosso poço de chafurdo do quintal, bem diferente dos habituais poços redondos com escada de forma ovalada. Com o nosso primito o  "Tonito da São" ao meio, por ser mais pequeno, a minha irmã ao leme, atrás remava eu com a  vassoura de piaçaba os limos verdes até que a canoa teimava inclinar-se para bombordo, a minha irmã timoneira ditava ordens "oh estupores cheguem-se mais para a direita não vêem que tem de compensar na distribuição do peso" em meio instante o barco encalhou no silvedo do muro a norte que se encontrava em derrocada  e os espinhos das silvas a roçar na nossa pele e na câmara de ar para num ápice remar até à escada e dali sair daquele imenso mar verde de limos e água que parecia escura, mais tarde foi limpo e era imenso lodo… sustos destes faziam crescer a adrenalina!
Mais tarde a empresa havia de se mudar para um terreno herdado pela prima do meu pai Isaura Ruivo que foi do meu bisavô Elias da Cruz à imediação da actual rotunda aos Bombeiros a nascente com frontaria para a estrada de Pombal e a poente a entestar o caminho publico a fechar a norte com a propriedade da família do Ti Bernardo Mendes do Ribeiro da Vide e para nascente uma fazenda de gente do Escampado. Recordo daquele tempo a propriedade do meu bisavô era murada com um belo portão em ferro forjado, poço e nora onde veio a ser edificado um grande pavilhão para a recolha da frota de camionetas Serras de Ansião, oficina e mudança de óleos com fosso exterior a poente a entestar com o caminho e este com o limite do ribeiro (Ribeiro da Vide).
E ainda a propriedade da família Freire da Paz da vila expropriada para ser construída a rotunda aos Bombeiros, em que a empresa deixou ficar na altura três esguelhas de terrenos; um a nascente, o maior, com a casita e oliveiras, outro  a poente convertido em  suposto parque de estacionamento e a norte talvez o mais pequeno, rectangular, cujo proprietário de uma vivenda há anos veio alinhar um anexo de quina viva supostamente fora da extrema a poente olhando ao muro do seu vizinho mais recuado para a Rua do Matadouro a deixando atrofiada, alegadamente ao jus de alegado premeditado para vir alinhar à posterior com a frontaria da casa há 2/3 anos em englobar a referida nesga a norte com duas oliveiras onde fez um barracão, na altura por estranhar em não ver afixado a autorização camarária pedi esclarecimento à câmara PSD, em resposta tinha sido pedida licença camarária estavam em negociações com o proprietário para o anexo a estorvar na curva da Rua do Matadouro seria para demolir para a rua ficar mais larga.
Debalde nada foi feito e assim continua, sem saber se o proprietário de facto  adquiriu a nesga do terreno à empresa que construiu a rotunda ou aos herdeiros Freire da Paz, para enfim ficar na dúvida se a câmara autorizou fazer o último anexo em chão que não seria alegadamente do proprietário (?) e a mim no meu direito de cidadania apenas me foi dada uma resposta aparentemente convincente...
No resulto sem aparente explicação a intervenção deste rectângulo em local da nova centralidade da Requalificação do Nabão com a frente reduzida onde se exigia nesta zona de excelência por ser a sala de visitas de Ansião, a maior, a norte, a merecer ser dignificada no seu máximo esplendor!
E por último evitava especular-se e criar susceptibilidades desnecessárias com terceiros se o povo fosse em devido tempo esclarecido, para isso é que servem os cadernos mensais sobre as actividades e outras informações que a autarquia faz distribuir, no caso nada foi REFERIDO!
Por isso a polémica continua!
Além de mim outros que cá residem se espantam no mesmo!
Rotunda aos Bombeiros Voluntários
Neste início de verão de 2018 quando ao sair de volta a Almada dei conta de andarem de volta do muro do ribeiro, fotos tiradas em andamento.
Rua Dom Manuel de Melo ligado à vinda da CUF para Ansião
Do lado nascente
O caminho público logo depois da quina da casita de pedra.
 Do lado poente
A nesga do terreno a ser usada com estacionamento indevido...
Outros empecilhos na urbanidade pública em que também foi desvirtuada a rota da estrada coimbrã ou real ali a poente a escassos metros ao ter sido projectado o nó de acessibilidade naquele local em prol de outro mais a nascente e assim tinham sido salvos o troço da antiga via medieval e o fontanário e tanque de chafurdo, esse sim, o provável onde a Rainha Santa Isabel na sua passagem por Ansião se apeou para se refrescar.A revelar muita falta de visão e de cultura!
A posterior desativação da laboração da Transportadora Serras de Ansião seguiu-se outra de pneus em que o caminho público, ancestral, virou uso e abuso com a utilização massiva  por entupimento de pneus como se fosse chão da propriedade e ainda um cão com a corrente plantado em terreiro publico -, o que estava mal !
Mais tarde gostei de constatar que o caminho tinha sido limpo e o cão mudou de terreiro, julguei que tinha sido a idealidade a fazer o seu serviço de vistoria, puro engano...
Para depois o novo arruamento a norte do pavilhão - Rua Dr Fernando Travassos cujo empreiteiro procedeu à correnteza do passeio no tardoz do pavilhão e seguimento do caminho,  disso não se deu conta ou deu, em verdade não deixou o caminho aberto no entroncar com a rua, o certo, por negligência ou suposto compadrio a dar mote gratuito ao proprietário em se aproveitar mais tarde do espaço do caminho como sendo seu, o que veio a acontecer, quando em verdade é pertença do domínio público. 
No verão de 2014 os supostos proprietários do pavilhão ou os inquilinos chineses (?) decidiram fechar totalmente a propriedade tendo deliberadamente incluído o caminho público colocando dois portões um a sul e outro a norte, apenas abertos durante a abertura da loja. O portão do pavilhão  a norte mostra a visibilidade do passeio calcetado em obra executada no tempo do PSD sem rigor a  prejudicar o domínio da propriedade pública que devia ter sido mote de vistoria  e o empreiteiro ter em tempo útil procedido à respectiva alteração, porque uma coisa é a continuidade de um caminho público e outra coisa é fechá-lo só porque sim ou a pedido de alguém com suposto suborno em que a falta de cultura e de visão a favorecer intrinsecamente terceiros!
Se não houver rigor , regras  e respeito cada um faz um estacionamento na via pública e depois envia as multas para a câmara, porque é a esta identidade e à GNR que compete conhecer o concelho, vistoriar e aplicar coimas ou intimação em Tribunal.
Na esquerda o muro que resta da fossa dos camions que limitava a verdadeira extrema da propriedade com o caminho.
Portão a sul do inicio do caminho, bem largo, até se deram ao trabalho de nele colocar canteiros para desviar a atenção...Graças a Deus sempre fui muito observadora e aqui passei durante anos a caminho de uma propriedade nas Lameiras.
Esta questão foi em 2013 levantada e muito bem pelo bom ansianense João Forte no seu Blog https://azinheiragate.blogspot.com/2013/08/polemica-em-ansiao-caminho-publico-
Com fotos antes da colocação da vedação. A minha crónica  deu nova achega, teve até ontem 1735 visualizações, portanto das duas uma ou quem a leu não se importa com a cidadania, ou se importa e fica calado para não se incomodar, e a mim me incomoda e muito, suposta  gente com genes de estirpe que se julga estar acima dos outros, os costumo dignificar com desprezo!
O que falta saber é se houve acordo de venda por parte da câmara ou outra contrapartida esquecendo-se de avisar os seus concidadãos, a falta de transparência que exalta ânimos,  por isso o espanto que jamais deve passar despercebido ao cidadão comum se questionar perante as autoridades!

Há outro troço da antiga estrada ao Carvalhal, depois de avisada a JFA a rede que tinha sido colocada foi retirada. O que falta? A máquina da câmara passar no seu terreiro para dar clarividência que é um troço de estrada medieval a merecer ser referenciado, como outro a escassos metros à frente há anos limpo, e neste  o tempo e assoreamento de detritos das chuvas e a norte com carradas de terra ali despejadas que na altura fotografei no descarado propósito para mais tarde nivelar a estrada com as terras confinantes todas do mesmo proprietário e assim ficar tudo interligado em quintinha...

Não tenho absolutamente nada contra ninguém, fique bem claro!
Lamento dizer que nflamo sem conseguir ficar calada quando constacto supostos indivíduos que almejam mais do chão património cultural do município, sem olhar aos meios para os alcançar, faltando descaradamente ao RESPEITO, à Câmara , à GNR também no dever de se mostrar atenta nas suas patrulhas e aos concidadãos, quando o certo é o mesmo ser devido de todos para com todos. 

Exposição de Fotografia Contemporânea ao Chiado

Exposição Shadow of a Doubt -  "A sombra de uma dúvida" decorre até dia 30 do corrente mês ao Chiado ,no edifício da Fidelidade.
Entrada gratuita.


Seguindo o guião da exposição da autoria de Jose M. Rodrigues em 31.12.2014
Esta exposição não tem nada haver com Alfred Hitchcok, apesar de na vida estar tudo ligado. Tanto quanto sabemos, só no caso da Virgem Maria houve concepção sem semente;de resto tudo na natureza nasce de um suco dela. A maturação requer o seu tempo.Precisa de ser acarinhada para que apareça a floresta. O homem foi abrindo clareiras ali,construindo cidades acolá e eis que nasceu este espaço onde vivemos.

A cidade é lugar onde se manifesta a presença da ausência, e o lugar onde nasce e se cultiva a vida interior. Encontramos elementos de todo o mundo num pequeno espaço. Sonhamos. Afinal a terra existe e nós fazemos parte dela, para sonhar e comparar as nossas origens. O Adão e a Eva afinal somos nós: lidando com a existência do dia a dia.
Os fotógrafos interessam-se muito pela repetição e multiplicação da forma para atingir a perda do significado e encontrar a síntese da essência. Os telemóveis vieram materializar, ainda mais, este ato,com as suas máquinas fotográficas banalizado a consciência de fotografar e deixando para os fotógrafos o essencial. A composição é a repetição do momento original.Este processo deu origem à utilização da matéria, que era afinal o negativo ou ficheiro, que estava sempre escondida, passando a ter uma vida própria, ou seja a matéria viva que podemos ver. Nas suas formas encontramos novos processos de composição, quer pela sua textura, quer pela maneira como estão armazenadas ou apresentadas, mudando permanentemente a forma da informação mostrada.
Procuramos a delicadeza das formas naturais, relacionadas com as do olhar, misturando elementos que respondem a tensões presentes na natureza ou nos humanos. Pelas formas aí encontradas, aprendemos o valor e o rigor de "puxar" para os limites da perfeição de cada um, como quer ou sente.
Qual a relação entre a presença da luz e a sua ausência? A imagem navega entre elas. O sentir está nas diferentes tonalidades que estão ligadas entre o mais escuro e o mais claro. Não sabemos qual delas é o mais positivo ou negativo. Os olhos são assimétricos. Cada um mostra uma parte diferente da pessoa, parada no tempo e com a sua alma exposta ao banal da nossa vida quotidiana. O divino e o diabólico. A harmonia do mal ou do bem, se nos interessa, está no encontro dos extremos. A luz dá-lhe a forma. Não queremos aceitar a sua existência, dentro dum quadrado ou de um rectângulo. A alma cola-se. O ato de fotografar é rápido. O pensamento prolonga-o, é um momento irresistível, completamente parado, interno.
Estará um fotografo a perder-se a si próprio cada vez que fotografa? Ou encontra-se reconstruindo a nossa existência através de outros momentos  invisíveis para nós, com a qual vamos mantendo um diálogo contínuo, que conhecemos sem nos dar conta? Sentado debaixo de uma árvore vejo a luz a passar. Como a corrente de um rio. A certo momento, levanto-me e pára o tempo. Ai, todos os momentos estão presentes. Auto-retrato.
As distâncias do olhar aproximam-se. Espaços iguais? Simetria? Não há regras. Está tudo ligado para nos mostrar o milagre. Cada momento é outro e mais outro, mas todos ligados entre si são, em conjunto, o espaço da materialização da imagem.
E o nosso corpo? Onde fica? Onde fica a dor, o medo, o prazer e a felicidade? Conseguimos penetrar as paredes deste espaço? Como o nosso ser? É um auto retrato? Ou estamos a ser retratados? Não somos nós tudo isto? Somos o veiculo através do qual essa imagem única se materializa. Está tudo na fotografia. Ela irá connosco, sabe-se lá para onde...
Não sei quanto tempo a nossa existência estará condicionada por ela. Acabará por ter uma vida própria. Foge. Uma fotografia passa para outra.O tempo passa para outro tempo. A imagem fica enquadrada. O mundo dentro dos buracos negros ou das estrelas. Voltamos novamente à luz...uf...tinha medo de não regressarmos. O trabalho dum fotografo reduz-se a uns segundos numa vida inteira. A fotografia, à eternidade.
Talvez seja tudo mentira que acabo de escrever - com o nome " Shadow of a Doubt " (A sombra de uma dúvida) - sobre esta exposição. 
Para cada olhar há uma fotografia. 
Assim podemos recomeçar tudo de novo fazendo a nossa própria exposição, outra vez, com os trabalhos de certos fotógrafos que põem em causa o nosso olhar e nos mostram outros horizontes sobre a existência.


Como dizia Kevin Power: "Qualquer criador que deseja criar de novo,tem medo.E neste ponto da nossa história coletiva necessitamos de criadores capazes de cartografar os novos territórios nos quais vivemos as nossas vidas.As possibilidades criativas dentro da economia de mercado são cada vez mais difíceis". 

Ao invés de uma maioria de visitantes a impressão da primeira sala é que as fotografias lhe pareceram pinturas-, que o fiel curador da exposição, sentado na sua mesinha matava tempo a fazer desenhos no seu moleskine, bem-haja por nos ter presenteado com dois dedos de conversa. 

Pois a mim não me chocou nada. Entrei na sala encaminhando-me para a direita pelo impacto de um copo com um sorvete que me transportou para o Porto -, para um vaso de vidro com o coração de D.João V oferecido à cidade, a propósito mostrado na televisão há dias, aquando da filmagem de um filme. E logo perdida no fixar a fotografia com um par de corações, que me lembraram os das galinhas, quando era obrigada a matar para sustento -, e claro a faísca, que não mais desregrei da ideia simpática inicial, e deste maquiavélico despertado, no culminar da simbiose deste feliz recordar que a fotografia da autoria de José M. Rodrigues-, curiosamente, Sem título, me despertou pela semelhança do sorvete na forma de coração.

                         A verdade real do sangue entranhado nas unhas, e da dor dos dois...

 
Pétalas vermelhas de rosa esvoaçantes...
Do mesmo autor, Sem Título
Poderia ser o Beijo
Este quadro não me pareceu pintura, porque há anos que a minha irmã tem um de grandes dimensões com este efeito de papel de arroz ?  Julgo, sendo para mim pelas semelhanças fácil identificar.
Do mesmo autor também sem título
Fixei-me no tampo da cadeira, nela distingui uma pedra enegrecida pelo tempo e pela erosão, que a talhou neste formato em gomos, como se fosse um caroço, a rivalizar a placa de ferro na horizontal que me lembrou as fechaduras de arcas antigas...
Outra fotografia do mesmo autor também sem título.
A contração dos músculos abaixo do peito fez-me lembrar quando tiramos RX  e o slogan do radiologista 

" encha o peito de ar, não se mexa, não respire"...

Do mesmo autor sem título.
A carcaça de um caracol sobre lagartas, bichos da seda, ou pedrinhas roliças do mar em preto e branco.Umas e outras que me são tão familiares desde miúda , carcaças mortas, e de casa às costas, andantes pelos  muros de pedra solta de corninhos ao sol...

Autor Pedro Lobo- O quarto de dormir
Mote dado pela cama de ferro e a colcha tecida no tear

Mesmo autor - Armário
Irresistível, a fotografia fez-me lembrar um amigo que há tempos foi a um solar perguntar se tinham livros antigos para vender. O bom homem mandou-o entrar, depois de "resíduos fecais de cães espalhados por todo o lado e pelo lajeado do que um dia foi uma capela, para logo se abrir o sótão a custo de fechadura emperrada,a pedir licença aos cortinados de rendas sobrepostos em teias de aranha, qual vislumbre surreal dada pelas arcas cobertas a coiro com tachas, e dentro delas resmas de livros religiosos que um dia fizeram a delicia das freiras, de um qualquer convento nortenho, e outros espalhados pelo chão, roídos pelos ratos...
Do mesmo autor - Anarquia
Estas imagens, da falta de azulejos vê-se por toda a Lisboa, passei ontem na Rua do Bemformoso, onde existem algumas fachadas com azulejos empolados, em derrocada iminente, o mesmo na Almirante Reis numa casa de fachada Art Decó, catalogada, e em tantas outras ruas de Lisboa.
Urge que a autarquia se empenhe na urgência de solver esta questão, do mesmo modo que tem o cuidado de lavagem de ruas como em Alfama, deveria ter também pessoal que diariamente tomasse conta destas ocorrências, procedendo à sua reparação. Doutra forma muitos se perdem para sempre, e no pior  saqueados  e vendidos alguns a 100€, cada exemplar, nas casas da especialidade, que nem de propósito ontem entrei numa onde estão à vista e com preços marcados. 
Caso para perguntar o que andam a fazer que não protegem o que dignifica Portugal, as nossas raízes e a azulejaria em particular.
Esta imagem da retirada dos azulejos faz parte do meu manancial de más memórias há quase 40 anos, no que foi uma estância de férias que o Sr Oliveira Salazar mandou construir na Foz da Sertã , com exploração de águas com o mesmo nome, onde ainda haviam garrafas rotuladas, sendo vandalizada após o 25 de abril , e nos anos 70 no Espinhal na obra megalómana do Dr Bacalhau , depois que faleceu, sem deixar descendentes.
Do mesmo autor- Nacionalidade
Imaginei os tempos áureos do povo português destemido por mares nunca antes navegados partiram em cascas de noz, aventureiros, na descoberta de novos mundos,que cronistas narraram histórias de feitos de   patriotismo e sofrimento, mas hoje quase ninguém mais lê e despreza, sendo que um livro jamais é para desprezar, antes preservar!


Autor Nigel Shafran.
 Sem título.Apontamentos de cozinhas 
Autor Trevor Appleson

 Rostos de gente feliz
E o que ficou por registar!

As minhas fotos inspiradas pela exposição
     
                         Tanque-, será que aqui pertencia antes do terramoto ou depois?
                    Fio de prumo, ferramenta de pedreiro no uso da sua profissão
                    Tenho um exemplar que foi do meu avó.

Arquitetura interior do espaço, na janela com grades, por dentro uma sineta.

Não sei o que antes aqui funcionou, se convento ou  outra instituição?
Até porque na fachada ostenta um relógio que dá horas certas.

                                       No tanque um solitário peixe vermelho



Auto retrato em selfie
Vim maravilhada por absorver mais cultura!
Remate as aldrabas e logo três no que foi o Palácio Quintela

Não deixem de visitar.

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