quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Perdizes em jeito de cumprimento e um coelho na serra da Ameixieira , Ansião!

A incorrecta atribuição na toponímia- Rua do Poço- por ali há tanto poço, óbvio  se queriam referir ao dito Poço da Ameixieira...
Falta-me conhecimento geológico para falar destes rochedos calcários fragmentados a lembrar  folhas de papel e nos cantos arredondados. Recanto no entroncamento  para o Ribeirinho sul, serra seria ideal para a Junta de Freguesia montar um PRESÉPIO com umas figuras grandes em cerâmica, e a vegetação natural de musgos e fetos, enlaçava com aproveitamento da canalização da antiga fonte para fazer uma cascata em prol de valorizar o local e o dinamizar turisticamente em ambiente geológico, da biodiversidade , natural, e das tradições das  cancelas de madeira, a azenha,  os poços, os costados, a lagoa cársica e a nascente do Ribeirinho e do algar que existe no tardoz do poço da Ameixieira.
O Vale Aquífero do Nabão ainda não se encontra na totalidade explorado, em Ansião.
No dia de Natal depois de almoço teimei voltar ao Ribeirinho, na encosta do Casal Soeiro na esperança de aqui ver um véu de noiva, debalde nada...não corria gosta de água!
 Vista da azenha de frente
 Curso do ribeiro que passa por dentro da courela

Ponte de pedra no ribeiro
O leito do ribeiro sem gota dela, apenas as ervas deitadas, a dizer que ali passou muita.

 O caminho de cima do Casal Soeiro entronca no de baixo de onde vinhamos
Devia ter fotografado a pequena lagoa que se criou artificial com as chuvas no laranjal, barrenta 
Lagoa cársica
Os  poços cheios ...Este antes pelo silvedo  pela frente nem se enxergava...

O poço da Ameixeira a uma cota muito superior dos Olhos d'Água. 
Lajes grandes e finas a dividir extremas 
Escadaria em pedra de acesso ao poço da Ameixieira de chafurdo, há medida que a água no verão escasseia se vai entrando dentro do poço até se chafurdar na sua mina de água.
Uma pia para os animais beberem
Um louvor à Junta de Freguesia de Chão de Couce em tempos denunciei por ter esta região degradada com a lagoa cársica praticamente assoreada. Podaram as oliveiras, serão de um baldio? A lagoa foi parcialmente limpa, não a 100%, mas melhorou, vedaram mal e porcamente com rede o poço de chafurdo - é preciso tratar deste poço com carinho, o único em melhor estado e dimensão que se conhece no concelho e cuja ancestralidade pode aventar ser romano ou mouro. Há anos fizeram um buraco para meter um cano e bombear água, é inestético e vai derrocar o muro- tem de perceber a valia do património que ali está quase intacto, deve ser limpa toda a sua envolvente e restaurar os muros de pedra e com placa que o identifique, o caminho foi limpo nas bermas de silvedos. Ainda falta algum trabalho e sobretudo sinalética - Coimas para as moto quatro que sulcam os costados e desfeiam a paisagem.
Lavadouro melhorado em 2010
Outro poço
  Leito do Ribeirinho, apenas uma poça de água junto das manilhas da ponte.
 O leito do Ribeirinho
 Deixei o meu marido e desarvorei a caminho do sul ao longo do ribeiro na procura de água em leito branco vestido de mil calhaus de calcário igual aos olivais assim semeados - e descobri que trazia corrente vinda de sul, andei uns 200 metros a saltitar as margens do ribeiro e a entrar pelos caminhos dos caçadores, até me esqueci que estreava roupa e botas...
Interessante uma abertura com dois ombrais em pedra que dá para o ribeiro...Sem qualquer sentido?
Tenho de voltar porque o da esquerda parece ter letras ou líquenes ?

A profunda depressão que as aguas do Ribeirinho em milhoes de anos sulcaram no terrenos
A minha selfie como estive no local
Salpico de milhento cascalho no olival e no leito do ribeiro, por todo o lado
Debalde a vontade era continuar, mas tive de regressar e o que constatei?Percebi que a sul a poucos metros dos poços a água o ribeiro infiltra  num algar, e por isso a partir dali o ribeiro se mostrava seco e antes traz corrente. Reparei num amontoado de tábuas a que não dei importância, mas depois fiquei a pensar se fizeram parte de alguma intervenção subterrânea ?
Oliveira milenar em terra pobre|
Orquídeas já viçosas a querer começar a florir
Arruda
 Erva de Santa Maria
Esta não sei o seu nome
 Fectos
Tantas outras plantas medicinais e venenosas usadas pelos nossos antepasasdos em mezinhas  e feitiçarias deviam servir para especialistas e conhecedores transmitir a grupos no âmbito da Ciência Viva e em percursos pedestres locais cumulativamente  falando ad geologia, dos solos e dos animais, tanta biodiversidade para explorar!
Antes da lagoa aparecem-me duas perdizes  em jeito de cumprimento e do outro lado um coelho apressado saltou em correria , atravessou o camin ho e pisgou-se apressado, ouviam -se aves a piar em grande silencio em plena natureza.
Amei!

domingo, 15 de dezembro de 2019

O que vai mal nas podas em Almada?

Algumas aberrações na cidade de Almada que se estende a todo o concelho e urge hora de serem colmatadas!
A mudança autárquica em Almada para o PS no plano urbanístico que engloba as árvores no concelho constato em final de ano a lamentável e continuada falta de cuidado, atenção, carinho e sobretudo ineficácia no serviço prestado por gente que acredito saiba do trabalho, debalde obedece a quem manda que lamentavelmente parece pouco ou nada saber da profissão, por isso tanta aberração em paralelo com bom desempenho de poda a talão pelo menos na Rua Visconde Seabra. 
                          
Impressionante em pleno séc XXI o serviço na rua a ser bafejado com pessoal rotulado de técnicos, e na prática se manter ancestral quando devia o chefe andar armado com maquina tipo telemóvel como se usa para outros serviços com software do reconhecimento das árvores sadias e das mortas para no imediato levantar auto para as secas que as cortam pelo meio, e assim ficam anos esquecidas e se o registo fosse logo efectuado facilmente seria agendada a máquina para a retirar e substituir.
                         
                          
A imagem pode conter: árvore, automóvel, planta e ar livre
No mesmo a data das podas e de todas as intervenções, para não haver desnorte de podas bem executadas em ruas em detrimento de outras mal executadas- todos os anos há poucas árvores bem podadas em puro contraste com outras ruas mal podadas, com copas ou muito largas ou de porte muito alto para o céu, quando o certo era serem podadas a talão para nos vendavais não partirem com tanta facilidade e com isso inúmeros prejuízos nos bens de particulares, como nos carros estacionados,até ao dia que matem alguém e depois já pensam no assunto.
                                            
Há dois anos da varanda na minha rua reparei num homem armado de mota serra sem poder para cortar, o chefe do chão é que ditava onde devia cortar. Deu origem a um litígio entre ambos e a árvore coitada sem culpa nenhuma foi cortada como se estivesse morta, debalde vivinha da silva, com rebentos já cortados mais do que uma vez...e ainda persiste no local o couto dela, há coisa de 2 meses na mesma rua na entrada de uma praceta de noite os técnicos cortaram uma árvore que estava tombada e prejudicava o transito, ainda lá está o couto à espera de remoção, e o mês passado uma árvore de grande porte partiu uma grande pernada na passagem pedonal junto de dum banco do gradeamento da Escola Anselmo de Andrade, claro que a equipa veio num instante e a retirou, debalde deixou as restantes ramagens igualmente grandes na mesma, quando devia ter sido logo bem cortada.
Pinheira, mal podada com a copa literalmente em cima do telhado...e ninguém ve nada...
As espécies a plantar deviam ser estudadas, umas na primavera produzem algodões e óleos pegajosos, outras com raízes aéreas levantam os passeios, as cerejeiras do Japão sujam o chão.Eu tenho dificuldade em apreciar tanta aberração.Espero que a Câmara de Almada não me desiluda e faça obra grandiosa. Acaso necessário deve mudar a chefia, para finalmente a cidade primar pela estética e elegância que as árvores dão à cidade quando bem cuidadas na melhor e cabal eficácia e menos prejuízo para todos!
Raízes aéreas levantam os passeios e as pedras da calçada...
Av Bento Gonçalves
Uns cortes de ramadas. Sem os cortes essenciais a talão. De facto não percebem nada da arte da poda!
Vim mais acrescentar a 10 -03-2020
Escola Anselmo de Andrade
A poente junto do gradeamento andaram a cortar a relva, onde foram deixados desde o ano passado dois troncos de pinheiras cortados acima do solo um com 15 e outro à roda de 30 cm - pois não os tiraram - com a erva alta são perigosos, alguma criança pode neles tropeçar e magoar-se, esquecem-se que a jogar à bola vejo miúdos por ali para a buscar, sobem acima do telhado da casa de banho, uma das chaminés já caiu, as telhas  lusalite, um dia destes ainda partem uma telha e caiem.... Ao correr do muro fizeram plantio de árvores, quando o acertado era ter sido postos arbustos, pior, ao meio meteram um pinheiro nórdico enorme, andavam 3 pessoas na sua roda, uma mulher e dois homens, um deles o chamado técnico operacional para pôr a terra, sem estaca para o segurar e na sua roda pedras pequenas- é mesmo de quem nada sabe do que é a sua profissão, a erva depressa cresce e depois para de novo ser cortada as pedras são empecilho-  debalde em volta da escola muitas árvores a pedir poda- é mesmo trabalho sem consciência do que é a profissão de podador...

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Perdidos no tempo os tanques de termas romanos em Ansião

Despertar para o que foi a presença romana perdida na região centro, em Ansião em comparação ao que ainda existe no País, para não se perderem as memórias
Termas romanas de S Pedro do Sul
Tanque das termas
Já visitei S Pedro do Sul várias vezes onde há anos recordo de ver uma banheira em pedra junto a um amontoado de pedras cobertas de musgo.
Graças à partilha das fotos do meu amigo José Freire da Silva com raízes em Ansião a  estimular a minha memória sobre a primeira vez que distingui um tanque semelhante a este nas Lameiras, em Ansião, junto do que foi a via romana/medieval e por fim estrada real, igualmente  com degraus e no canto a poente o fontanário que o povo chamava Fonte da Bica.Conheci-o ainda em criança, jamais  tinha visto nada assim igual, na minha ingenuidade julgava teria sido no passado um lavadouro de roupa, cujos degraus serviriam para as mulheres não molhar os pés com a água a correr do fontanário pelo  lajeado...debalde não haviam as pedras para elas baterem a roupa, era tão grande e ali não havia casario, apenas a poente do caminho a ruína de uma grande casa. Anos mais tarde distingui num filme passado na Bretanha, França um tanque semelhante, antigo em pedra  que me deixou a pensar,  em tempo que não havia globalização como se mostravam  praticamente iguais?Demorei anos para  perceber que ambos foram tanques de termas, do tempo romano fechando com a descoberta há um par de anos de uns tanques romanos de termas em Chaves, para finalmente me deixar ficar convencida.
Termas de Chaves, fotos google

Ao ter enveredado para mais saber do passado de Ansião encontrei referencia a vários habitatt romanos referidos pelo padre Coutinho, mais tarde inventariados por arqueólogos de Torres Novas.
O Livro do Padre José Coutinho de 18986  na  Dissertação de Mestrado de Manuel Cravo
"No centro da vila de Ansião era usual o aparecimento de alguma dispersão tegular e de cerâmica comum. Foram também encontrados numismas da época constantiniana (307-337), pesos de tear. Perto dos antigos Paços do Concelho foi descoberta “uma forja com tijolos, cinzas, carvões e um bronze de Magno Máximo (383-388)”. É também conhecida a lápide funerária com as iniciais STTL, os antonianos de Cláudio II (268-279) e o bronze de Magno Máximo (383-388) que surgiram no contexto das obras de alargamento do cemitério em 1968 (Coutinho, 1986, 30-31). Em 1979 no segundo alargamento do cemitério, foram encontradas Mós, pesos de tear, cerâmica comum e sigillata hispânica . "
Em 1972 o abastecimento de água pública na vila obrigou a escavar o sitio da Ponte da Cal no leito da ribeira para passar a tubagem para Além da Ponte, tendo sido encontrado um mosaico e moedas- Constantino a indiciar outro habiatt romano na beira do Nabão. o Padre Coutinho nasceu e viveu até partir para estudos em Coimbra a escassos metros da Ponte da Cal  para conhecer o local de olhos fechados, contudo a meu ver -sem alvitrar a razão da ribeira ser pequena, estrangulada desde a porta dos seus antecedentes por onde tenha sido verossímil  antes da ponte acontecer a passagem de carroças e animais e ainda a razão de terem sido construídos dois arcos, quando um era suficiente para abraçar a ribeira. Debaixo do arco a norte foram feitos dois tanques de chafurdo para banhos que o povo beatizado nos séculos seguintes associou a milagres das águas, quando hoje se sabe que as águas do vale aquífero do Nabão tem propriedades medicinais, boas para a pele, em evidenciar ali naquele local já havia um tanque romano que inspirou o mestre de obras, sabendo que ali passou um troço da estrada romana desativado durante a permanência do primitivo burgo a poente e de novo na ribalta com a sua deslocalização depois de 1593 que ditou a  construção da ponte em 1648.
A partilha do tanque nas termas de S Pedro do Sul  é para mim a derradeira , pese em Ansião já  não existir nenhum tanque romano, nem documentação que os aborde, ainda assim seja verossímil afirmar que os tanques de chafurdo que existem debaixo do arco norte da Ponte da Cal são forte inspiração nos tanques romanos que existiram em Ansião, no local e acima a norte nas Lameiras na beira de outro troço romano - a Fonte da Bica. A  Rainha Santa Isabel na sua passagem por esta  terra se alguma vez se apeou para se refrescar o tenha sido junto da Fonte da Bica . Verossímil a sua comitiva parava junto ao tanque romano com a bica, na beira da estrada romana/ medieval e real, para o primitivo burgo em espaço aberto onde se teria refrescado na sede e nos pés  ao chapinhar no tanque e jamais  abaixo na ribeira do Nabão com entrada estrangulada para a passagem de carroças e animais, onde seria terrivelmente desolador se apear no tropeço de tanto calhau.
Os tanques na Ponte da Cal ditaram em tempo medieval a fama do Banho Santo que durou até à década de 30 para passar a vigorar o Agroal, com águas de igual qualidade terapêutica, no meu dizer, porque a história também se constrói a partir de uma memoria curiosa sem se perder de vista ate ficar consistente, o que fatalmente aconteceu! Desminta quem mais souber!
Aparentemente não se soube acudir ao património quando foi traçado o nó do IC 8, nem autarquia, geólogos, nem engenheiros pelo total desconhecimento e brutal desinteresse, para hoje o tanque e a bica estarem soterrados debaixo do nó...Perdura  a nascente cársica  do mesmo lençol freático da nascente do Nabão, ainda hoje jorra água e alimenta forte canavial...
Chão de Couce
No sítio onde foi a Casa da Câmara do seu concelho no tardoz a sul em 2011 descobri este tanque, a escassos metros da nascente a poente no sopé da serra.Pode tratar-se não de um simples tanque, e ser  um tanque termal romano, e isso é preciso urgentemente avaliar, antes que se perca mais um como outros que haviam em Ansião, pelo menos dois e se perderam.
A imagem pode conter: planta, árvore, relva, ar livre e natureza
O Padre Coutinho  faz menção à Fonte da Bica da Quinta da Bica  na Sarzedela, nada tem  com o tanque e a Fonte da Bica nas Lameiras - terá outro nome- Barreiros? enquadrado numa propriedade particular, a ter conhecido, facilmente  relacionaria como tanque romano? Tão pouco o Prof Dr Salvador Dias Arnault nem o Dr Jorge Alarcão, amantes do passado da região onde tem raízes, dele jamais tiveram conhecimento, o que me apraz dizer em mágoa, para se ter perdido tão barbaramente!
Lamentavelmente não existe nenhuma foto do fontanário e do seu brutal tanque.
Guardo a leve memória do fontanário no canto poente do tanque enquadrado por cantaria  em pedra em arco semelhante à que se encontra em S Pedro do Sul o tanque com degraus em volta e claro da grandeza e do seu lageado. Noutra era quando fizerem prospeção no local o vão encontrar e então nessa altura Ansião vai ficar celebrizada pelo vestígio encontrado, na verdade desde Conímbriga a Torres Novas tinham de haver mansios e habitatt romanos onde os tanques para banhos não faltavam. Debalde se perderam!

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