domingo, 6 de setembro de 2020

Barranco no corredor da estrada romana/medieval de Ansião para a Escarramoa !

Ponte sobre o Ribeirinho vindo da serra da Ameixieira
Estrada para os Matos
Quelho de pé direito a remate do casario a nascente na ligação aos Matos
                   
Do lado direito ao cimo do lagar e do poço foi a casa que foi da "Carmita cagarola"
O  ribeiro que juntava as águas dos Matos ao cimo da casa dela e  seguia encanado por baixo das casas e do lagar, em  enxurrada, inundava tudo e tinham de sair...levou à emigração para o Brasil dela e da " Augusta passinha" onde morreram 

Caminho ao meio do Barranco                   
Do lado direito ruína da casa que foi da família do correeiro o Sr. Cecílio

Família abastada  tinha uma criada, a Olívia, veio a casar com um dos filhos, o Ti Cecílio, o ultimo correeiro em Ansião, também deixou o lugar para construir no  Carvalhal do Bairro, na herança  que dividiu com o irmão onde passou a viver com a Ti Jezulinda depois de casados .               
A casa da eira era dos avós do Sr .Cecílio
            
Ribeiros encanados
Conheço o  formato de abertura em quadrado da saída de águas de ribeiros encanados.
Na foto encontra-se no Barranco, há outro na Ribeira do Açor, e na que foi a Quinta do Bairro, ao Ribeiro da Vide, o ribeiro do Cimo da Rua.
No passado canalizar as águas no subsolo para terem espaço para o casario ou mais terra livre para cultivo.

Saída de água por aquedutos debaixo do casario ao longo do costado
A água do Ribeiro dos Matos ao sair pelo buraco na parede para desaguar no  Ribeirinho, por cima havia uma pequena ponte em pedra, julgo ainda lá está mas mal se nota pelas ervas.
O caminho do Barranco onde entronca com o vindo de Ansião para a Escarramoa 
O lagar do Barranco
A Alice Mendes nascida nos Matos, vive no Bairro de Santo António, o pai dela fazia aqui o vinho .

A pedra do senfim do lagar está no adro da capela de S. Mateus.

Engº  Miguel Portela transcreveu do  Arquivo da Univ. Coimbra, Cartório Notarial de Coimbra, Livro de Notas n.º 2 [1710-1710], do notário Simão da Silva, Dep. V-1ªE-8-4-184, fls. 37- 39.
« em 9 de julho de 1710, foi dito pelo aludido capitão-mor que “em seu nome e de seus sócios Manoel Borges e o dito António Lopez de Siqueira como Perbemdeiros da Casa de Aveiro estava contratado com o dito João Mendes Gago que presente estava para lhe haver de arrendar e dar por arrendamento as rendas da villa de Penella e Reguengo da villa de Ançião e foros da villa de Abiul e tudo o mais pertencente a Casa de Aveiro” (...)mais huma vinha que tem o Barramco tapada sobre si com cazas ahi pegadas, mais huma sarrada com árvores onde chamão o João Galego tapada sobre si, e estas duas propriedades estam no termo da villa de Pouzaflores”.

O excerto permite correlacionar a importancia do Barranco no passado, com vinhas e lagar, viva a vinha do "Mário Mau" que a herdou da sogra D. Piedade Lopes.
Dolina cársica, vulgo lagoa
A estrada romana/medieval  pelo Ribeirinho que se forma na Fornea da Cruz , no Barranco toma o nome de Ribeiro de Albarrol
Segue para poente depois da  lagoa atravessa o leito do ribeiro, sempre em paralelo  
                   
O caminho faz-se ao longo do Ribeirinho, desta vez em tempo de águas
Marco da freguesia de Ansião com a de Pousaflores, junto da estrada romana/medieval, real
                 
Curva da estrada  para não passar o ribeiro de Albarrol
O caminho antigo romano da direita. O problema foi o que segue em frente para a Chã Galega que me levou a perder tempo entre os eucaliptais...é muito mais recente...                                  
A caminho do Casal João Galego
Vindo de sul vai embocar na atual estrada, o corredor antigo passava  junto dos postes a limitar a propriedade.
Corredor da estrada romana/medieval e real

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

A história do brasão dos Paços do Concelho de Ansião

Foto atual dos Paços do concelho de Ansião
Tentar esclarecer a veracidade sobre o brasão que ostenta o varandim dos Paços do Concelho de Ansião, dissecando duas edições de autores que se mostram incompletas: Heráldica da Bandeira e Armas do Município de Ansião do Dr. Manuel Dias - Ansião e o Estado Novo em edição da Câmara Municipal de Ansião de 2000.E um pequeno fascículo do Padre Coutinho - Documentos Senhoriais de Ansião 1993 que cito excerto (...) «Quando receberam a titularidade de Ansião, os Condes de Ericeira edificaram uma bela moradia senhorial no centro da vila e encimaram-na com o brasão de armas (encontra-se presentemente colocado, em posição invertida, no muro frente à casa dos herdeiros de António do Bairro, o mestre de obras responsável pela construção do novo edifício municipal, a quem a edilidade da época doou a pedra de armas, porque na varanda do salão nobre só quiseram o brasão municipal que a Associação dos Arqueólogos de Lisboa concedera à vila antes de 1935 , sobre a constituição heráldica da bandeira , armas e selo do município de Ansião, proposta pela comissão de heráldica da Associação de arqueólogos portugueses. Deu origem à base do brasão atual em mármore com as romãs na frente dos Paços do Concelho, porque o de pedra ficou mal esculpido: Esquartelado:o 1º e o 4º de prata, com 5 escudetes de azul, postos em cruz, cada escudete carregado de 5 besantes do campo, postos em sautor, e bordadura de vermelho carregada de 7 castelos de ouro; o 2º e o 3º de azul, com 3 flores de liz de ouro; sobreposto, um escudete de ouro liso (Meneses), com um anel de ouro, tendo encastrado um rubi voltado para o chefe, e com a sombra do mesmo anel no cantão sinistro da ponta. Como ornato superior do escudo, de tipo francês, o timbre: coronel de conde (as armas que ostenta o Pelourinho).»



Desde sempre me indignou em terra de canteiros o brasão do varandim dos Paços do Concelho ser em mármore, pese o filão rosa acreditado na especialidade, atestado por Domingos Vandelli na Lagarteira/Sarzedela quiçá se estende ao Carril no Vale Perrim, onde também o meu pai dizia o havia numa sua propriedade.

Foto de 1915


Despertei  na leitura do Padre Coutinho (...os Condes da Ericeira edificaram uma bela moradia senhorial no centro da vila e encimaram-na com o brasão de armas (Encontra-se presentemente colocado, em posição invertida, no muro frente à casa dos herdeiros de António do Bairro).

A primeira foto conhecida  dos Paços do Concelho na vila, data de 1915. E de fato nota-se uma mancha preta, acima do lintel da 3ª porta do sobrado. Dá a sensação de ser um brasão de Portugal coroado, e não o dos Condes, que mandaram implantar o seu no Pelourinho, em 1686, que foi sito defronte do solar e, em 1903 trasladado para norte onde se encontra.
Portanto que brasão era aquele? Teria vindo da primeira Casa da Câmara na Cabeça do Bairro, desativada em 1896 ? Provável, ou mandado executar nessa altura .
Os Paços do concelho sofreram um incêndio em 1937. Sendo ampliado como se apresenta. O brasão de pedra foi retirado, não houve interesse em o manter, sendo dado ao mestre de obras... Sendo mandado esculpir no inicio os anos 60, do séc. XX, outro em mármore que lá está ao lavrante Ezequiel, da Sarzedela. 
De fato é estranho o brasão não ter sido em pedra, como as cantarias...
O mestre-de-obras da ampliação dos Paços do Concelho António Rodrigues Valente, conhecido por António do Bairro (de Santo António) onde nasceu, era irmão do meu avô paterno. Quem mandou esculpir ao lavrante Freire, as cantarias. 
Por conhecer bem a casa onde morou no Escampado de S. Miguel, parti em fim de tarde com o meu marido na tentativa de localizar o brasão na parede como aventa o Padre Coutinho. Afinal não foi encastrado no casario e muros defronte da casa e sim, logo a sul, noutra propriedade, que veio a ser herança das netas , que o encastrando ao contrario , na sua divisão do muro ao meio. Falei com pessoas que toda a vida ali passaram e não se lembram de o ver...em verdade há poucas pessoas de olhar peculiar ! 
Pois ali permaneceu anos, até que o Sr. Oliveira, marido da Júlia, ao requalificar o muro o retirou. Segundo a esposa o levou para a casa dos avós dela. Tanto a casa dos avos como dos pais das minhas primas sofreram obras de requalificação. Julga-se por isso, por viverem no Canadá, que a pedra do brasão se tenha perdido.
A sua utilidade era apenas uma- confirmar se era o brasão de Portugal. Mas, só pela mancha na foto, é o que parece ser.
Encontrei a prima Stella, radicada no Canadá de férias no Escampado, já não a via há muitos anos. Disse-me que se recorda do brasão andar lá por casa dos avós pelo chão – era de pedra, branco, com castelos esculpidos, mas, tinha um defeito - não se recorda qual ...a câmara não o quis repor e deram-lho. Como para ele era uma pedra preciosa quis deixa-lho às netas ,o encastrando na sua herança.
O que corria na voz da avó Júlia do Escampado, o avô delas é que foi o mestre de obras, quem mandou fazer as cantarias e o brasão. Ao que parece ficou mal esculpido e como o pagou trouxe-o para casa.
Verifica-se uma dualidade de opinião - a camara não o quis encastrar e deu-o ao mestre de obras. Já as netas ouviam que o avô o mandou esculpir e por ter ficado mal, a camara o rejeitou, sendo ele que o pagou ficou com ele.

O mais importante?

Era perceber se efetivamente o brasão veio transferido da Casa da Câmara da Cabeça do Bairro, e parece-me bem que sim. No meu tempo, anos 60 do séc. XX,  já só havia o átrio lajeado e duas colunas grossas pela frente, já não tinha o telheiro onde esteve implantado o brasão. 

É visível na foto o brasão de pedra ao meio do edificio
Falta a data do comício que foi na primeira República 

Para mim corrobora que o brasão era de pedra,  aqui foi colocado quando o edifício passou a ser os Paços do Concelho, e portanto com grande probabilidade veio da Casa da Câmara da Cabeça do Bairro.
Estaria mal esculpido os castelos de Portugal, e por isso a rejeição. Denota os maus lavrantes de 600 que também esculpiram mal o brasão que se encontra na sepultura da  capela da Misericórdia.

E ,  perdeu-se! 



sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Arquitectura no Dormitório da morte, o velho, em Santiago da Guarda

Edificado em 1879
Alguns belos exemplares em pedra, os meus favoritos, pela escultura e talhe da pedra, a exceção em casos de apelidos e de quem conheci.

Jazigo do Sr António Margarido, que ainda conheci 
Jazigo D Maria Augusta Vieira o resto do nome está comido pela erosão...
Oficina João Machado  Irmão de Coimbra
Outro jazigo da família Vieira...
 
 
 Pedra a lembrar um brasão com o anel dos Menezes, não me pareceu ser a coroa de espinhos...
 Interessante o apelido - Mordomo que desconhecia

 Jazigo de quem ?

Outro jazigo que a erosão deu cabo do nome...

Passeio em pandemia pela Costa de Caparica em dia de nevoeiro...

Costa de Caparica em dia de nevoeiro...
 Os souvenirs...

Poço da Bomba 1879 

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