Finalmente conheci Alcabideque.
A nascente perene que alimentou a cidade romana de Conimbriga.
A exssurgência do Ramo rebenta a escassos metros....estava seca... O legado Al-Andaluz herdou este património romano, que abafou para se perder o seu topónimo e imperar ainda hoje o árabe, começado por AL. Juntei o conhecimento da mãe d' água , nascente perene, que abasteceu a escassos 3,5 km, por levada e canalização subterrânea, a cidade romana, de Conímbriga.
E, sim, foi hoje premiei conhecer em solenidade plena e grande êxtase, à comemoração de 40 anos, o privilégio de ser mãe na escolha de matar um sonho antigo, despertado nas tantas vezes a caminho de Coimbra . E, sim, foi neste extraordinário dia. Maravilha dupla porque conheci também o corredor romano vindo de Coimbra para Conímbriga.
Na atual estrada de Penela, depois do ramal para Ansião e, o do Poço (também a poente onde uma via derivava para poente para Conímbriga e outra para nascente, para Fonte Coberta).
Voltando à estrada vinda de Penela, depois do entroncamento a sul do Poço, logo à frente em pleno chão direito, o entroncamento para nascente que nos indica Miranda do Corvo e Alcabideque .
Logo à frente, a sinalética indica Alcabideque para a esquerda.
Os romanos fizeram uma torre quadrada em torno da nascente de água, da nascente cársica. Será a mais bela, de esplendor extasiante, como a maior de todas para sul; Olhos d'Água no Nabão, o rio Dueça em Penela, o Rio Anços em Soure, o Olho do Tordo em Alvaiázere , a exsurgência de Formigais, só equivalente, ao Agroal em Ourém, a outra a sul perene, mais nenhuma!
Porta da torre que permite a saída da cabeça da água para dois espelhos com saída para a levada
O términus dos nuros do espelho de águaGraciosidade do remate à laia de lombo em meia lua
Singularidade que logo me reportou a Chãos, em Ferreira do Zêzere, no tardoz do adro da igreja junto do portelinho. Dita que a igreja está implantada num habitat romano... Talvez aqui o pormenor do lombo redondo numa única pedra, pois aqui é rainha e em Alcabideque, feito de pedra miúda.
Mas, a técnica é a mesma.
Amei os Lagos, senti uma frescura imensurável
Levada a céu aberto após a saída do espelho de água
De véspera tinha nascido na altaneira torre uma ninhada de patos. Mal chegados caíram no lago, desembaraçados, vieram para terra firme e começaram a comer alface...
Em plena via romana, conheci o sitio da estalagem, por onde passaram muitos viandantes de todas as estirpes, como o cortejo fúnebre da Rainha Santa Isabel vindo de Estremoz. Os Lentes, e os jesuítas quando foram expulsos de Coimbra, a caminho de Lisboa, entre muitas outras histórias de tanta gente.
Pormenores na arquitetura ancestral de pedra ainda preservadas; piais, balcões, de traça judaica(escadaria e telheiro), janelo na porta, Chaminés robustas, colunas quinadas quinhentistas.
A coluna aventa ter sido um Pelourinho, mas Alcabideque não foi concelho...
Casario bem preservado com as pedras a jeito de triangulo, que sustentavam duas portas
O topónimo Bernardinos, suscita palpite para o apelido vivo na Sarzedela, em Ansião. Homens de alta silhueta , abençoados de beleza incomum, quiçá com genes romanos.
Deixei Alcabideque a caminho de Soure.
Com o coração cheio, há 40 anos sofri muito, valeu - me na Cruz Vermelha a enfermeira, que o médico, só era bonito de olhos azuis e mui simpático... Ofereceu me uma orquídea!
Emano votos de Muitos Parabéns à minha filha com muita saúde.