sábado, 21 de janeiro de 2023

Alcabideque a nascente perene que abasteceu Conímbriga

Finalmente conheci Alcabideque. 
A nascente perene que alimentou a cidade romana de Conimbriga. 
                            
A exssurgência do Ramo rebenta a escassos metros....estava seca...                
O legado Al-Andaluz herdou este património romano, que abafou para se perder o seu topónimo e imperar ainda hoje o árabe, começado por AL. Juntei o conhecimento da mãe d' água ,  nascente perene, que abasteceu a escassos 3,5 km, por levada e canalização subterrânea, a cidade romana, de Conímbriga. 

E, sim, foi hoje premiei conhecer em solenidade plena e grande êxtase, à comemoração de 40 anos, o privilégio de ser mãe na escolha de matar um sonho antigo, despertado nas tantas vezes a caminho de Coimbra . E, sim, foi neste extraordinário dia. Maravilha dupla porque conheci também o corredor romano vindo de Coimbra para Conímbriga.

Na atual estrada de Penela, depois do ramal para Ansião e, o do Poço (também a poente onde uma via derivava para poente para Conímbriga e outra para nascente, para Fonte Coberta).
Voltando à estrada vinda de Penela, depois do entroncamento a sul do Poço, logo à frente em pleno chão direito, o entroncamento para nascente que nos indica Miranda do Corvo e Alcabideque .

Logo à frente, a sinalética indica Alcabideque para a esquerda.
                  
Os romanos fizeram uma torre quadrada em torno da nascente de água, da nascente cársica. Será a mais bela, de esplendor extasiante, como a maior  de todas para sul; Olhos d'Água no Nabão, o rio Dueça em Penela, o Rio Anços em Soure, o Olho do Tordo em Alvaiázere , a exsurgência de Formigais, só  equivalente,  ao Agroal em Ourém, a outra a sul perene, mais nenhuma!

                                     
                                      
                                      
Porta  da torre que permite a saída da cabeça da água para dois espelhos com saída para a levada
                                         
O términus dos nuros do espelho de água
Graciosidade do remate à laia de lombo em meia lua                  
                 
                                      
Singularidade  que logo me reportou a Chãos, em Ferreira do Zêzere, no tardoz do adro da igreja junto do portelinho. Dita que a igreja está implantada num habitat romano... Talvez aqui o pormenor do lombo redondo numa única pedra, pois aqui é rainha e em Alcabideque, feito de pedra miúda. 
Mas, a técnica é a mesma.
               
Amei os Lagos, senti uma frescura imensurável

Levada a céu aberto após a saída do espelho de água
                 
                 
De véspera tinha nascido na altaneira torre uma ninhada de patos. Mal chegados caíram no lago, desembaraçados, vieram para terra firme e começaram a comer alface... 
                                     
Em plena via romana, conheci o sitio da estalagem, por onde passaram muitos viandantes de todas as estirpes, como o cortejo fúnebre da Rainha Santa Isabel vindo de Estremoz. Os Lentes, e os jesuítas quando foram expulsos de Coimbra, a caminho de Lisboa, entre muitas outras histórias de tanta gente.
Alminhas
   
Pormenores na arquitetura ancestral de pedra ainda preservadas; piais, balcões, de traça judaica(escadaria e telheiro), janelo na porta, Chaminés robustas, colunas quinadas quinhentistas.
A coluna aventa ter sido um Pelourinho, mas Alcabideque não foi concelho...
                     
              
Casario bem preservado com as pedras a jeito de triangulo, que sustentavam duas portas
O topónimo Bernardinos, suscita palpite para o apelido vivo na Sarzedela, em Ansião. Homens de alta silhueta , abençoados de beleza incomum, quiçá com genes romanos.
Deixei Alcabideque a caminho de Soure. 
Com o coração cheio, há 40 anos sofri muito, valeu - me na Cruz Vermelha a enfermeira, que o médico, só era bonito de olhos azuis e mui simpático... Ofereceu me uma orquídea!
Emano votos de Muitos Parabéns à minha filha com muita saúde.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Igreja da Cumeeira, em Penela

Em 22.08.2022 almocei um bom leitão na Cumeeira, Penela. 
À saída, reparei que tinham aberto a igreja onde estive em Junho, voltei a entrar para tentar identificar uma data num teto. A igreja sofreu tanta requalificação no exterior, que ninguém se apercebe como é rica no seu interior . Rica, guarda preciosidades arquitectónicas, de rara beleza em talhe de pedra Ancã, é o que me aprecem ser como as cabeças aladas de anginhos, rivalizam o púlpito da igreja de Areias, já em Ferreira do Zêzere, da centúria de 500. Esta deve ser da mesma época.
A igreja do Espinhal é igualmente bela à semelhança desta. 
 Orago a S. Sebastião 

Bela Imagem da Senhora com o Filho nos Braços

               

Bela cúpula em caixotões de pedra. Soberba!

                

                     Arquitetura renascentista de excelsa beleza

                   

O portal da igreja de Santa Eufémia no Espinhal tem nas ombreiras este tipo de decoração minuciosa

                     

        

As folhas esculpidas nos capitéis reportam para arte visigótica...

                       

                                                

Muitas caras de anjos alados 

As cabeças na lateral da capela, reportam para a igreja de Santa Eufémia em Penela, como outras.

                          

                                                                                  

                      

Primitiva pia batismal

                                             

            
Pois nãos ei quem aqui foi sepultado!
Em baixo há uma data  esculpida 1566  ? 
                   
                                 

 Sacrário barroco
Ao deixar a igreja pela porta lateral, a única aberta, estava um mulher de joelhos a orar e pergunta- me se fui eu que tinha aberto a igreja , porque antes do almoço estava fechada. 
Respondi, que estava fechada, mas, alguém a abriu, por isso aproveitei depois de ter almoçado para rever uma data, e a questionei- não conhece os altares? 
- Diz-me só vim rezar ao Santíssimo... 
Disse-lhe no papel de cicerone...levante- se é venha daí que lhe mostro a riqueza feita pelos nossos antepassados.
Disse-me que era de Vila Nova, ali perto de Miranda do Corvo, ficou radiante com a beleza e riqueza que apesar de tanta vez ali rezar jamais tinha enxergado...
Conclusão, cada um que retire as suas, a mim entristece-me saber que há pessoas que não têm visão do que as rodeia, por excesso de humildade. Porque de coração acredito que o dela seja muito grande.

 Pianhas de pedra com duas Imagens de pedra de Ancã, da escola coimbrã

Virgem mártir que me lembra Santa Marta e uma Senhora coroada com o Menino

                   

Os azulejos são uma reprodução hispano árabes. 

Na igreja de Ansião a capela mor tinha, foram removidos na década de 40 do séc. XX.

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