Feitiçaria e quejandos...
Superstições, crendices , feitiços, mezinhas, rituais...
Tive a sorte da casa onde vivi desde que nasci já ter luz eléctrica, até televisão em 60, o que inegavelmente foi mais valia para o conhecimento, apesar de na época se viver em ditadura. Na vila onde cresci até aos 20 anos tive o privilégio de conhecer manifestações do sagrado e do profano embora estas últimas dissimuladas não deixavam de ser evidentes no dia a dia.
Na Godinhela antes de Miranda do Corvo, ainda continua a tradição no negócio de família, segundo um comentário de um sobrinho. Mote que me fez lembrar que esta arte na aldeia é bem antiga. O meu avô Zé Lucas quando foi à tropa no início de 1900 apareceu com um eczema nos braços, aqui veio, por ser relativamente perto, para ela lhe receitar uma mezinha. Na volta a casa fez o que ela prescreveu, mas não resultou. Como não era homem de ficar calado, decide em boa hora voltar para reaver o dinheiro. Levou consigo o seu companheiro de sempre com alcunha "galinheiro" nascidos ambos em Lisboinha. Apresentou-se fardado para a impressionar. Chega-se à "bruxa" e diz-lhe ao que vêem-, ela respinga, mostra-se forte, dizendo que ele não fez a mesinha como devia ser... Nisto o "galinheiro" impõe-se, e diz-lhe em voz de comando, seca e forte " está presa está, e por um guarda municipal..." a pobre mulher "acagaçada" vai ao taleigo e devolve-lhe o dinheiro...
Nos dias de hoje ainda persistem estas práticas, de maus resultados e usurpação de grandes fortunas, porque infelizmente ainda há muita gente a ganhar a vida, explorando a crendice de incautos. Aconselha-se a ponderar, no dizer do povo estar de pé atrás e não recorrer a este género de pessoas para resolver problemas psíquicos, índole afetiva, financeira ou outra, como fazer mal a outros. E também não se deixar influenciar psicologicamente por eventuais feitiços que lhes possam fazer. Porque quem é evangelizado sabe que a confiança dum cristão deve ser depositada no poder de Deus, que é infinitamente mais forte que qualquer “espírito” ou feitiço.
No meu tempo de criança e adolescente as pessoas dadas a estas crendices eram já de idade, no caso uma delas ainda é viva com mais de 80 anos. Tratava de afastar o mau ilhado e mal de inveja, que no azeite com a água se revelam, prática que não molestava ninguém, muito menos a carteira, que o fazia por vontade de ajudar. Falava-se noutra que vivia perto de um cruzamento, do olhar forte sei que tinha, e dela apesar de nunca me ter feito mal nem bem, nunca simpatizei.
Apesar da evolução tecnológica nos últimos 50 anos ainda não se cortou com estes valores ditos tradicionais, a sociedade tal como a conheço hoje continua a procurar refúgio num leque diversificado de dogmas, até eu em momento de desespero e carregada de "mau olhado" vejo obrigada a socorrer...
Confesso que destas "bruxarias" ancestrais não desgosto, já das atuais em televisão com milhares de euros a serem pagos em chamadas de valor acrescentado, uma mais valia para a estação da TV , e para a percentagem do share , na visão de expor a vida em público das pessoas selecionadas -, gente que não dorme a pensar falar com a "bruxa" -, gente de vista curta, carentes, vivem em solidão , amarguradas no acreditar ser esta a sua tábua de salvação dela adivinhar ? Presente e futuro... " se os maridos tem amantes...se o namorado gosta dela...se a filha anda por bons caminhos...se a operação vai correr bem...se consegue emprego...se vai passar no exame da carta de condução...se ...a "bruxa faz de conselheira, amiga, médica e,...
Esta forma de magia, feitiço, tarot ? Não gosto por ser um embuste, onde acontecem puras coincidências, que só gente lerda e insegura acredita !
Interessante é pensar que se regem pelo signo da pessoa no diálogo estabelecido.
E os signos sendo uma roda com argumentos de coisas boas e menos boas, que hoje acontecem a um individuo e amanhã a outro.
Será um embuste para ganhar dinheiro fácil num país de gente de cabeça fraca!
Como se não bastassem os telefonemas ( rendem milhões à SIC) no tarot e outros programas que a tarologa publicita amiúde; medicamentos para dormir, emagrecer, para as dores, para os ossos, para afastar as más energias, livros de rezas, culinária e sei lá mais o quê... Coisas que só tolos que empranham pelos ouvidos adquirem na esperança de ajuda eterna...
Negócio de amuletos, chás e mezinhas, e sobre tudo o que aprouver à Estação televisiva que aqui no programa se apregoa, e vende através do consultório...
O ambiente no consultório da taróloga faz lembrar os centros de call center anos 20, com muitos PBX de telefonistas em fila num espaço exíguo, ambiente com ruído de fundo pelo pandemónio de chamadas cruzadas...Atendedores de telefones na maioria psicólogos(?) sem trabalho na especialidade,forçados quase por conta e risco nesta aprendizagem das coisas do Além-, revelam poucos conhecimentos da vida obscura, saberes e crendices, sendo jovens, nunca viveram, nem tão pouco artes presentes nas suas vidas-, que no preenchimento de questionários aos utentes que para aqui ligam, apesar de pagar o recebimento em troca de ajuda espiritual, conselho ou caminho a seguir, o que fazer do seu dilema? Gera equívocos, por os atendedores revelarem dificuldade em auscultar e perceber o que os clientes auspiciam, também porque na maioria estes não se saberem explicar-, e só com sapiência e experiência de vida, se entende os outros por meias palavras-, para que a resposta da tarologa seja o mais fiel ao solicitado do cliente, seja por que via for. Nota-se que quem responde nestes casos são outras astrólogas ? Na retaguarda, cujas respostas na defensiva, nunca abertas como na televisão, que se revelam certas? Para não falar que os telefonemas não são em direto, como fazem crer...Antes agendados de véspera com o cliente, sendo que no dia é que ligam para casa para o direto na TV, antecipadamente avisado par confirmar que "ligou agora quando disse para ligar..."
Em tempos já escrevi "Canseira ouvir os apresentadores a incitar para que se telefone ...O que será que se passa com a grande maioria das pessoas que andam apáticas, não querem saber, preferem até o mais fácil, o mais desinteressante também. É por isso que os programas de TV se tornaram mais pobres inteletualmente...Porque tudo o que requeira esforço, dedicação e pensamento mais profundo, poucos telespetadores aceitam. Isto não parece auspicioso, pois não? Bom, mas cada um sabe de si..."
Negócio que GERA MILHÕES nas televisões que assim podem continuar a pagar bons ordenados aos funcionários, muito acima da média. Receitas quase exclusivamente dos telefonemas, e deste programa ainda ganhos na parceria de lojas de artesanato, editores de livros e tudo o que se possa encaixar neste perfil mediático que tudo se publicita e purifica.E isto faz pensar!
Há até uma anedota sobre esta temática "entra no consultório uma pessoa e a cartomante pergunta-lhe, ao que vem?"...Se fosse abençoada do poder de adivinhação saberia, ou não?
Reparem que as pessoas acabam por dizer tudo, sem se aperceber, facilitando a orientação que depois recebem!
Não passa de engodo de algo que é misterioso na astrologia, numeralogia e outras artes místicas;espiritual, divina, religiosa e outras fanáticas-,que no seu todo se acumulam na envolvente da ADIVINHAÇÃO? Que só gente incauta e carente acredita, por isso a grande procura que desencadeia um filão de ganhos de "rios de dinheiro".
SE PAGAM MAIS QUE UMA CONSULTA EM PSICÓLOGO!
Gosto de ter arruda em casa, abrir as janelas para entrar LUZ e limpar os cantos da casa de más ondas...Também sal grosso atrás da porta, as ditas mezinhas contras o olho gordo e a inveja!
Basta abrir jornais e revistas logo nos deparamos com anúncios das substitutas "benzelhoas" tradicionais que existiam nas aldeias em tempos de antanho.
Inegável a complexa teia de relações que da crendice perdura :chamam-lhe magia negra, astrologia, horóscopo, tarot. Certo é - ,fazem dela forte negócio.
Pior, a pessoa que acredita e "derrete dinheiro" porque fica deslumbrado com as coincidências...
Sem se aperceber que contribui falando...
Em quase todas as consultas está inerente saber o SIGNO -, claro há condutas próprias em cada um, por isso fácil agilizar o que falar .
Remate com lábia se constrói a rezanha a contento do cliente.
Mais tarde, a maioria refletindo, cai em si, e sente-se desfraldado...
Também as mezinhas são quase tão antigas como a existência da humanidade.
Desde sempre os povos viveram daquilo que a natureza lhes proporcionava para alimento e para tratar dos males do corpo.
Ao seu jeito, catalogaram plantas diversas que evidenciavam propriedades para combater os seus problemas de saúde que foram transmitindo às sucessivas gerações, chegando até nós. Foi a partir da conjugação de inúmeras plantas medicinais, não tóxicas, que surgiram grandes remédios caseiros que, tomados nas doses certas, faziam e continuam nos dias de hoje a fazer autênticos milagres. Chás infalíveis, poções mágicas e unguentos milagrosos, com efeitos cicatrizantes; anti-inflamatórios; anticoagulantes; anti bacterianos; anti virais; analgésicos; anti alérgicos etc., que passaram para segundo plano com o culto da medicina oficial, com os remédios alopáticos.
Existem ainda resquícios dessas práticas nos mais velhos, que, por força da vivência com os mais novos, as fazem perdurar nas nossas casas, ainda hoje.
Quem não conhece os efeitos do chá de limão com mel para a gripe e batatas às rodelas na testa para as dores fortes de cabeça? Do chá de folha de oliveira para baixar a tensão, o chá de erva cidreira...
Curiosidades:
O açúcar no sangue atrai os mosquitos e o facto de se comer alho afasta-os.
Em miúda apareceu-me uma borbulhagem por detrás do joelho.Fui ao médico, fiz o tratamento prescrito e a borbulhagem em vez de diminuir, alastrava.Foi a minha tia Maria que me mandou ir à casa da Ti Jezulinda, mulher rude, estranha, cortava o cobrão, tirava o cobranto, mal de inveja, quem sabe outras coisas...conhecedora das doutrinas ancestrais de rituais com fortes poderes, pacto com o diabo, poder das ervas e das muitas rezas envoltas em mistérios...a sua casa ficava no Carvalhal.Fui a pé Bairro acima pelo caminho de terra batida, antes passei pela casa da minha tia Luz do Canhoto, lembrei tempos que por lá brinquei na sua padaria desactivada com os netos brasileiros que vinham de férias.
Entrei pela porta da cozinha e contei-lhe a minha estória. Contou-me que estas erupções na pele eram provocadas por um bicho que passa pela roupa que vestimos, geralmente no estendal, por isso deve ser toda bem passada a ferro, para matar o mal que os bichos deixam .Ainda me disse que era perigoso se a borbulhagem começasse a alastrar, com comichão, em fila indiana, nesse caso tendem a dar a volta ao corpo, geralmente quando acontece na cintura, não há ninguém que se salve, é morte certa se une a cabeça com o rabo.Logo ali à minha frente deu inicio à mezinha, no chão de cimento da cozinha amassou com o martelo palhas de alho, enxofre, sal e azeite.
Benzeu-se - "Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" por três vezes fez cruzes com as costas da faca virada para a borbulhagem,"o cobrão", tocando na pele, seguida da ladainha
"Aqui te corto se és cobra ou cobrão, corto-te o rabo, a cabeça e a raiz do coração".Em seguida, com o unguento que fez no chão cobriu toda a borbulhagem, tapou-a com uma compressa de pano rasgada no momento.No caso ela disse que não precisava lá voltar, mas que ele há casos de se fazer 3 vezes.O que é certo é que resultou!
Na altura o médico, muito afamado Dr Travassos, a botica que me receitou, pomada não surtiu efeito, e no consultório lá perdi uma manhã inteirinha!
Coisa para pensar, a mezinha substituiu a medicina tradicional que no caso não teve sucesso!
Se são mezinhas caseiras, se não estão cientificamente provadas, eu não quero saber, o que me interessa é que resultam, baratas e eficazes, sempre que as tomo, fazem-me dormir em paz!
Relativamente ao Dr. Travassos , sei o quão é estimado e querido na nossa terra. Então não me lembro de ir ao seu consultório no sobrado da taberna do Ti Domingues. Grande a escada de madeira e íngreme, teria os meus oito anos. Salvou muita gente por toda a região.
Um episódio verídico passado com o Dr Manuel Dias segundo as suas palavras" se eu existo a ele se deve tanto quanto aos meus pais."Nasci ao contrário (não dei a volta, ou dei voltas a mais!?), a parteira ao constatar a minha posição,achou que o "caldo estava entornado"!, havia que chamar o médico. O meu primo Zé Carteiro (aliás, a esposa, a terna Ti Aurora é que era prima em 1.º lugar de minha mãe) que era vizinho teve de telefonar para o Dr. Travassos (o nosso João Semana lá se levantou e seguiu com a urgência que lhe foi possível para o Casal. Fez a cirurgia necessária e tirou-me, depois cuidou o melhor que pôde da minha mãe! Constatando que eu não dava qualquer sinal de vida, provavelmente por ter estado horas nasce não nasce (e se calhar já com o cordão umbilical cortado, disse a meus pais: este era macho, mas já se foi! Contudo, porque a esperança é a última a morrer,agarrou-me pelos pés, esfregou-me com álcool e deu-me "porrada" pelo corpo todo! Foi a minha primeira coça. E não é que foi bem dada? Quando testemunhou os primeiros sinais de vida, disse ao meu pai que era melhor vestir-se, já que era católico e certamente quereria baptizar-me, e com ele e a parteira iriam chamar o Arcipreste, para que me baptizasse de urgência, porque de certeza tinha poucas horas de vida. E assim foi, fui baptizado no mesmo dia que nasci: a madrinha foi a parteira (a Ti-Laurinda) e o padrinho o S. José (talvez então? a imagem mais perto da pia baptismal,não sei bem!). Felizmente (ou não!?) o médico enganou-se na minha esperança de vida. Mas salvou-o e ainda bem!
Também me lembro de ser o Dr Travassos a dar com o caso de meningite do Abel Nogueira. Que em tempo útil foi tratado em Coimbra.
Ainda outra reza contra o cobrão
Havia outra mulher que queimava a palha dos alhos, sobre as cinzas deitava um fio de azeite formando assim uma espécie de unguento. Embebia um pano neste unguento e fazia cruzes nas erupções com a seguinte reza:Em nome de Deus te atalho (fazendo uma cruz)
Se és cobra ou cobrão (fazendo uma cruz)
Lagarto ou lagartão (fazendo uma cruz)
Sapo ou sapão (fazendo uma cruz)
Bicho de má nação (fazendo uma cruz)
Que fique negro (fazendo uma cruz)
Como carvão (fazendo uma cruz)
Não devemos subestimar a sabedoria popular. Nós que tivemos acesso aos estudos, temos um pouco a mania de gozar com este e outro tipo de " curas" inventadas pelo conhecimento popular e que existem há séculos.Onde há muita gente há criatividade, e se existem estas mezinhas há muitos anos, de certeza que só se mantiveram porque funcionam mesmo!
Hoje está muito em voga o uso deste tipo de medicamentos de origem vegetal, classificados como produtos naturais de venda livre em farmácias, herbanárias, e afins.
São medicamentos que por não serem químicos, são amigos do nosso corpo, por não provocarem efeitos secundários.
Contudo, existem muitas ervas medicinais de conhecido uso popular com propriedades tóxicas, que justificam todo o cuidado na dosagem administrada, pois podem apresentar contra indicações que podem despoletar complicações graves, sintomas de alucinações e mesmo induzir à morte.
Quem não se lembra dos célebres envenenamentos já desde o tempo dos romanos?
Tinham provadores humanos para atestar se a comida estava envenenada.
Mais tarde, começou-se a usar a colher de prata, se oxidava, havia veneno.
Recordo que em minha casa, o meu pai por vezes também a usava...só para intimidar a minha mãe quando havia zanga...
Recordo-me de em miúda aos sábados no mercado de Ansião, então ao ar livre na vila, da presença do vendedor da banha da cobra, apregoava as pomadas para todas as maleitas. Comprei várias vezes, e de facto, aquelas caixinhas brancas sem rótulo, cujo creme aplicava sobre feridas, queimaduras, impinges, até cortes...curioso dava para tudo,agora não o tenho visto!
Então não estou numa de lembranças...
Reza para tirar o bruxedo
Um t'o deram, dois t'o tiraram ,tira-te São Pedro e São João.
Se t’o deram pela cabeça que t’o tire S. Teresa
Se t’o deram no nariz tirate-o S. Luís
Se t’o deram pelo costelado que t’o tire o senhor S. Tiago
Se t’o deram pela barriga que tó tire a Virgem Maria
Se t’o deram pelo corpo todo que t’o tire o nosso senhor Jesus Cristo pois ele tem o poder e a divindade toda.
Repete-se esta ladainha três vezes e por fim reza-se uma salva rainha.
Reza para tirar o cobranto ou mau olhado, mal de inveja da Carmita
Deita-se um pouco de água num prato.
De seguida, reza-se três vezes a oração:
Jesus Cristo nasceu em Belém para tirar o cobrante ou mal de inveja à ... (nome da
Pessoa) se o tem, irás também com estas três cruzes, com estas três velas, com estas
três pessoas da Santíssima Trindade.
É o Pai, Filho e Espírito Santo.
Depois deitaram-se três gotas de azeite na água.
Se as gotas se desfizerem, a pessoa indicada está carregada, tem cobrante,então deve-se continuar a repetir a reza.
Se a gotas de azeite não se desfizerem, então a pessoa não tem cobrante.
Outra benzedura contra o mau olhado
Coloca-se num prato com água e diz-se o credo, deita-se três pingas de azeite puro com o dedo polegar da mão direita.
Se o azeite se espalhar é preciso repetir nove vezes a seguinte reza:
"Foi Deus que te criou, e Deus te generou, e dois to deram e três te o tirem; a Mãe Maria Santíssima,que tudo faz e pode, se este mal for, ou de inveja ou de um olhado, de onde veio, para lá torne, se o tens a cabeça que o tire Santa Teresa, se o tens no coração que o tire S.João, se o tens no corpo todo que o tire nossa senhor com o seu divino poder todo".
Outra benzedura contra o mau olhado
Deus é verbo, verbo é Deus, se ( nome da pessoa) tiver olhado benze-a Deus.
Dois olhos olharam mal e três estão para olhar bem que é o Deus Pai , o Deus Filho e o Espírito Santo amém.
Em louvor da Virgem Maria reza-se um Pai Nosso e uma Avém Maria.
Outra benzedura contra a bruxaria e a inveja
Santo Inácio de Loures é de santo e é de sado
E é por santo fundado
E é o Senhor Crucificado
Desorga! Desorga! Três vezes desorga!
Bruxas feiticeiras, mal de inveja
Do corpo de uma pessoa para fora
Que não tenha que doer como elas
Nem em casa, nem na rua, nem por onde passear
Eu te benzo com a santa segunda
Eu te benzo com a santa terça
Eu te benzo com a santa quarta
Eu te benzo com a santa quinta
Eu te benzo com a santa sexta
Eu te benzo com o santo sábado
Eu te benzo com o santo domingo
Que são as nove palavras
Benzeduras contra a trovoada
Na telha de canudo punha-se um pouco do ramo benzido no Dia de Ramos a arder
( Alecrim, Loureiro e Oliveira) e rezava-se uma destas rezas
Bendito e louvado seja
Santa Bárbara bendita.
Espalhe a trovoada por onde não haja eira nem beira.
Bendito e louvado seja
O Santíssimo Sacramento.
Da Eucaristia, fruto do ventre sagrado
Da Virgem Puríssima Santa Maria.
Também
S. Jerónimo se levantou,
Seu sapatinho d’ouro calçou,
Seu cacheirinho agarrou,
Seu caminho caminhou.
Deus Nosso Senhor o encontrou.
– Onde vais, S. Jerónimo?
– Vou espalhar esta trovoada
Que por cima de nós anda armada.
– Espalha-a lá para bem longe,
Para onde não haja pão nem vinho,
Nem flor de rosmaninho,
Nem eira nem beira,
Nem raminho de oliveira,
Nem gadelhinho de lã,
Nem alminha cristã.
Espalha-a para todas as bandas das águas do mar.
Amém.
Outra benzedura contra a trovoada
Quando nosso Senhor pelo mundo andou em São Bartolomeu
Nosso Senhor disse-lhe:
"Santo António onde vais?
Na terra ficarás as coisas perdidas acharás, São Tiago de Galiza quer em casa quer em malhada, onde esta oração for nomeada nem cairá raio nem peste ruím, nem boca do fogo fará mal São Geraldo Santa Bárbara bendita no céu esteja escrita, papeis e água bendita Deus nos livre desta tormenta".Amén.
Outra benzedura contra a trovoada
Santa Bárbara bendita, por Santo Jesus Cristo , no papel e água benta livrai-nos desta tormenta.Deus que tem o poder de dominar a furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras.
Santa Bárbara, rogai por nós"!
Outra benzedura contra a trovoada
Ouvi uma trovoada
Acolhi-me a um trovisco
Acudi por Santa Bárbara
Acudiu-me Jesus Cristo
Benzeduras e Medicina Popular do Minho séc XIII
aos dias d´hoje... excerto de http://escavar-em-ruinas.blogs.sapo.pt/b
No meu julgar reminiscências celtas
Doença dos Olhos
O povo, na sua sabedoria milenar, sabe que «os olhos são o espelho da alma», basta para tal atender aos inúmeros ditados populares que fazem referência à vista.
Ao amigo que nũ é certo, c’um olho fetchado e oitroaberto. Já agora, uma migalha de linguística: nos tempos idos, no Minho e em Trás-os-Montes, a palavra olho era pouco utilizada por ser tida como indecente por associação com olho do cu, sendo substituída mediante causa eussémica por bistae bistinha.
Num chores, amor, num chores,
Que o chorar arrama a bista;
Em me indo eu desta terra
Não faltará quem te assista!
O olho era entendido como zona a defender e preservar, destarte umas noções primárias de assepsia, intocável com os dedos ou mãos, zonas estas sujas por natureza.
O mal do olho coça-se com o cotovelo.(lembro-me do meu pai me falar)
Uns dos remédios miraculados do arsenal do poviléu para acudir às desgraças ou inflamações dos olhos recomendava o uso da babuge que tombava da boca do gado bovino quando este bebia num tanque. Lavava-se, então, a zona ocular afetada com a mistela da água e babugem e pronto, estava sarado.
A beleza stá nos olhos de quem a bê!
Nalgumas localidades quem estava doente da vista oferecia à Senhora da Luz um franganito, que recebia a designação de frango dos olhinhos vivos.
A cegueira quando dá é pelos olhos.
Para tirar um corpo estranho do olho, seja um algueirinho,algueiro, argalha, argueiro, arujeiro, arujo, bogueiro,ciscalho, cisco, palhinha ou vogueiro, socorriam-se duma famosa pedra-argueira que tivesse vindo do mar ou imploravam o valimento bendito de Santa Luzia.
Corre, corre cavalheiro
Pela porta do ferreiro,
Que lá vem Santa Luzia
Pra me tirar este arujeiro.
Noutros lados, quiçá mais descrentes da ajuda celestial, para retirar o tal cisco o povinho de antanho deitava entre a conjuntiva e o globo ocular algumas sementes, três ou cinco, da erva-dos-olhos, e esfregava docemente as pálpebras.
Olhos que num bêm, curação que num sentem.
Aqueloutros, mais expeditos nas coisas da anatomia, encaixam a pálpebra inferior debaixo da superior, ou ao contrário, pois tanto faz como fez, e proferem sem descrer ou afiançar no divino:
Algueirinho, algueirinho
Vai para o teu palheirinho,
Que lá está uma faca de latão
Que corta o teu coração.
Para obter a cura da néboa, nome genérico que designa qualquer perturbação instalada no olho ou córnea, seja de natureza inflamatória, cicatricial ou catarata, a plebe aldeã utilizava uma folha de cana de canavial fragmentada em nove pedacinhos, posta a marinar num prato com água em companha de nove pedrinhas de sal virgem grosso. Depois, o doentinho segura no prato próximo da área afectada, o talhador coloca cada um dos pedacinhos da folha sobre o olho do paciente e para ajudar o talhamento recita nove vezes, uma por cada pedaço, a seguinte benzedura ensalmeira, rezando-se no fim nove ave-marias:
Jasus, nome de Jasus
Apareça, benha a luz!
Aqui faz fonte frontal
Talha-se néboa e neboal,
Unha e unhal,
Cum sal do mar sagrado
Sta néboa e neboal será derretida
Pelo poder de Deus e da Birge Maria
E da milagrosa Senhora Santa Luzia!
Jasus, Abe-Maria!
Já no que concerne à cura da rexa ou farapão, afinal a úlcera traumática da córnea, era usada uma aplicação de mel de enxame novo e o benzimento subsequente, a qual é repetida cinco vezes, rezando-se ainda cinco padre-nossos e cinco ave-marias dedicadas exclusivamente às cinco chagas:
Santa Luzia pelo mundo andou
Nossa Senhora encontrou
Nossa Senhora lhe disse
– Adonde vais Luzia?
– Eu, Senhora, convosco vou.
– Tu comigo não virás
Que na terra ficarás,
Com olhos de prata benzerás,
De rexas e de farapão
E de vermelhidão,
E de pedrura,
E de amargura,
E doutro mal qu’a bista benha
Só Santa Luzia é que benze bem.
Ofereço esta oração a Santa Luzia.
Seja servida.
Que este padre-nosso e esta ave-maria
Sirvam de mezinha.
O terçolho tem quase tantas receitas como nomeações populares, algumas dos quais aqui recordo por serem usuais no Minho, Trás-os-Montes e Beiras, em suma, no Norte do País e quiçá de igual modo noutras zonas:terção, terçó, terçô,terçogo, terçol, terçoso, tersogo, trançolo, treçogo, treçôgo,treçol, treçolho, tressó, tricó, triçó e tricolho.
Terção, treçolho
Bai-te para aquele olho!
Responso a Santo António quando se perde alguma coisa
aprendi no colégio "As Salesianas no Estoril"
"Se milagres desejais,
Recorrei a Santo António;
Vereis fugir o demónio
E as tentações infernais.
Pela sua intercessão
Foge a peste, o erro, a morte,
O fraca torna-se forte
E torna-se o enfermo são.
Recupera-se o perdido,
Rompe-se a dura prisão,
E no auge do furacão
Cede o mar embravecido.
Todos os males humanos
Se moderam, se retiram,
Digam-nos aqueles que o viram;
Digam-no os paduanos.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo como era no princípio, agora e sempre
Ámen.
Amuletos
Atrás das portas era uso pregar uma ferradura para não entrar bruxedo.
O meu pai tinha uma atrás da porta da cozinha.
Agnus Dei
Cheguei a usar preso num alfinete na camisola interior, contra o mau olhado.
Um conjunto de medalhinhas de Santinhos que serviam de protecção.
Forças da natureza estranhas!
Diz-se que se deve rezar quando se vê um remoinho, no mesmo tempo cruzam-se os dedos indicadores e diz-se: "Foge, foge veneno da cruz que aqui nasceu menino Jesus"
Os remoinhos fazem parte das coisas do diabo.
Mal de alguém que ouve rir uma corja, pela certa morre gente na aldeia.
Quando se vê no céu uma estrela cadente alguém que nos é querido morrerá.
Há também as horas boas e as horas más.
Normalmente as horas más são sempre da meia noite à uma da manhã.
Horas do Lobisomem...
Sobre isto há um ditado antigo "Da meia noite à uma, anda a má fortuna"
Naquele tempo uma mãe que tinha 7 filhas uma delas era bruxa
Se fossem 7 filhos um era lobisomem.
No caso das raparigas, a mais velha baptizada a mais nova e assim cortava-lhe a "sina"
No caso dos rapazes, o mais novo punha-se atrás da porta e picava o mais velho e quando este lhe fazia sangue deixava de ser lobisomem.
Existem pessoas que têm um mau olhar com muito magnetismo essas pessoas se querem fazer mal a alguém podem utilizar os seus fortes poderes.
Diz-se que quando alguém nos quer fazer mal com o olhar nos fixa com os olhos insistentemente.
Nestes casos deve-se dizer uma oração, que se pode repetir inúmeras vezes mas sempre em número ímpar.
No fim de cada oração, reza-se uma Avé Maria.
A oração é a seguinte:
"Deus me fez, Deus me criou, mal haja quem para mim olhou
Três mo deram, três mo haja quem para mim mal olhou. Três mo deram, três mo
tiraram Rainha Santa Isabel e bem aventurado senhor são João, vai-te daqui cobarde,
vai-te daqui olhante, vai-te daqui malvado por esse mar salgado, deixa o meu corpo
que o tens atormentado"
Mãe de Deus pai / Mãe de Deus filho / Mãe de Deus espírito santo
Esta reza conta os assistentes males de inveja e deve-se acompanhar com o sinal da
cruz.No fim de todas as rezas e avé-marias reza-se um credo com o sinal da cruz,
depois faz-se o oferecimento assim:"Rezei-te quinze rezas e quinze avé – marias e um credo rezo mais um pai nosso e uma avé-maria se rezarão no fim em louvor das 5 chagas do nosso Senhor Jesus Cristo, e em louvor de Deus Nosso Senhor e à Virgem Maria que me livre de todas as más pessoas, dos maus olhares, todos os assistentes e de todos os males de inveja."
Quando uma pessoa passa por outra e vê que ela lhe quer fazer mal com o olhar põe o dedo polegar entre o médio e o indicador, ao mesmo tempo que diz em voz baixa
"Deus te veja, cinco te apalpem, coração que te rebente, alma que te partam"
Contra os medos
Dizia a oração
" eu vou com Jesus, Jesus vai comigo" e rezava pai nosso e avé Maria
Ai, e outras que mal me lembro, dos bruxedos para "amarrar" o namorado...
Destas, confesso tenho medo, os chamados "trabalhos"...
Tanta crendice...
Tenho respeito quando se aborda o termo "Bruxas" apesar de não querer e ter medo de acreditar nelas , mas que as há, DISSO não tenho quaisquer dúvidas.
Ser ou não ser verdade, eis a questão!
Maria Isabel, este post é uma forma quase ancestral de reviver as raízes e fazer luz sobre o nevoeiro que envolve as práticas "mágicas" de uma forma de fazer "medicina", que escondia muitas vezes um conhecimento de ervas e mezinhas que passavam de geração em geração e que substituiam cuidados médicos, inexistentes nos locais recônditos do nosso interior rural.
ResponderExcluirTambém a minha família teve estórias destas, as quais durante muito tempo ainda perduraram na nossa memória. Neste momento já só perdura na minha, pois todas as outras gerações já desapareceram.
Ainda me lembro da fama que gozava a "bruxa de Godinhela", não sei se o local se chama mesmo assim, ou de uma outra que ficava para os lado de Soure, e que já me esqueci do nome.
Enfim, é sempre um prazer regressar ao passado através da sua leitura.
Um bom final de semana
Manel
Obrigado Manel pelo seu comentário
ResponderExcluirPois também me lembro da de ouvir falar na"bruxa da Godinhela"ali entre o Espinhal e Miranda do Corvo.
Bom fim de semana
Beijos
Isabel
Isa
ResponderExcluirDevem ser raras as pessoas da nossa geração, que não viveram este tipo de situações. Como diz o Manel,as pessoas tinham que suprir a falta de assistência médica.Recordo-me que em criança, durante a minha estadia em Portugal, me apareceram cravos nas mãos(hoje as crianças não os têm!)e a minha avó materna resolveu a questão prometendo ao Senhor da Pedra, um ramo de cravos!Fosse pela promessa, ou pela rama dos tomateiros,que ela me esfregava ,as mãos, o certo é que os cravos desapareceram:)
Hoje, para o bem e para o mal já não é assim.
Não é, mas as crenças continuam.E será sempre assim, por mais que este mundo evolua.
Ai, ai que estou a divagar, e não gosto nada, porque o mais certo é começar a sair disparate.
Um abraço e boa semana de trabalho
Maria Paula
Obrigada Maria Paula pelo seu comentário.
ResponderExcluirPois assim é como diz, da nossa geração quem não tem estórias, por isso o deleite em as despertar. Sabe bem
Boa semana também para si
Beijos
Isabel
Sou de Lisboinha....
ResponderExcluirOlá João...será que és o Patrício irmão da Fernanda que andou comigo no colégio salesiano no Monte Estoril?
ResponderExcluirObrigada pela visita. Sabes que o meu avô materno nasceu ai e morou na Moita Redonda onde hoje mantenho uma casita que o meu marido herdou do avô dele. Quando passo a serra do Mouro atalho a Lisboinha sempre.
Bj
Isabel Valente( o meu nome de solteira)
Achei interessante, estava completamente fora destes assuntos, mas hoje perguntaram-me se gostaria que me tirassem o cobranto... pensei: "se não fizer bem, mal também não deve fazer" e aceitei..., mas, como não sabia bem do que se tratava, cá vim procurar saber sobre o assunto :)
ResponderExcluirBem vindo ao meu blog caro Anónimo.Ainda bem que a minha escrita sobre o assunto o deixou mais esclarecido.
ResponderExcluirUm abraço
Isabel
Boa tarde,
ResponderExcluirAdorei ler este seu post já com algum tempo. Pena é só agora cá ter vinda dar!
Se mal não faz, bem há-de fazer, pois que a meio não sei se fica... pelo menos alivia a alma! E esta minha bem que necessita! Disseram-me que para os lados de Miranda do Corvo havia uma bruxa/taróloga/vidente/qualquer coisa, que mal não faz e bem...se calhar também não, mas como o cobrão, não custa tentar! Já ouviu falar?
Voltarei certamente para ver o que vai publicando.
Caro anónimo (a) seja bem vindo ao meu blog. A "bruxa" que falo da Godinhela era do tempo de miúda, já tenho 55...
ResponderExcluirHoje há muita coisa a recessão ajuda a proliferar - mas cuidado a maioria só extorquia dinheiro.
Acaso se sinta triste e queira saber algo da sua vida que o (a)preocupa - marque uma consulta da especialidade em Coimbra, Porto ou Lisboa - não sei onde se encontra - veja na net o que há na região, preços e tente. Atenção que a maioria faz falar - e isso não interessa - interessa - é as cartas que saem e ver o futuro nas várias áreas - saúde, amor, trabalho e outras. Por isso tente,com cuidados não se deixe "enrolar" porque mal não faz, ajuda inclusive, mas convém estar prevenido.
Boa sorte
Cumprimentos
Isa
Belíssimo. Grata. Muito.
ResponderExcluirCara Filomena Barata muito obrigada pela cortesia da sua visita e do elogio.
ResponderExcluirTrata-se de um post escrito há 5 anos quando frequentei as Novas Oportunidades, deve ser muito consultado ainda por outros alunos, atendendo ao número elevado de visitantes.
Cumpts
Isabel
Gostava de saber se no algarve ha alguem de confianca que eu possa visitar. Toda a minha vida esta a desmorunar ja nao sei o qye se passa.
ResponderExcluirCaro(a) anónima seja bem vinda ao meu blog.Obrigada pela cortesia da visita.
ResponderExcluirSobre a questão colocada não sei quase nada para lhe poder responder assertivamente.
Este assunto é melindroso, "há muita parra e pouca uva" como diz o ditado popular.
Deve agir sobre as questões que a afligem componderação e ter muita fé, acreditar em si e com essa energia acreditar que o amanhã será melhor.
Todos nós temos uma CRUZ nesta vida, sendo a vida uma RODA, nem sempre se está em cima nem sempre em baixo.
Para se ajudar espiritualmente faça aqui na net nos sites da especialidade uma consulta de TAROT GRÁTIS no oráculo da Cláudia ou outros. Eu faço e ajuda-me, porque gastar dinheiro não sou apologista.
Curiosamente tenho assistido ao programa da SIC com a Maria Helena, sinceramente o acho mais fascinante do que o anterior feito pela Maia - desculpe esta frontalidade.
A forma dela intervir por ter uma voz mais doce e mostrar maior atenção para as consultas ao invés da voz forte e escarpada da Maia...apesar das poucas vezes que vi o programa, confesso acho muito interessante. Se o caso for sério tente uma consulta no seu consultório, julgo pode ser enviada por email ou telefone, sem ter de se deslocar a Lisboa.
Boa sorte e calma, só a MORTE não tem volta.
Seja o que for, vai conseguir levantar-se de novo e enfrentar a vida com força e esperança.
Beijos
Isabel
a bruxita ainda ta viva, e' a minha avo =) mas ela ja' nao atende. agora quem atende e' a Eulalia,a minha tia...ainda em Godinhela =)
ResponderExcluirEssa senhora D Eulalia ainda trabalha?...
ExcluirCaro anónimo muito obrigado pela cortesia da visita.
ResponderExcluirBom saber que continua a tradição na Godinhela.
Quem sabe um dia a caminho de Miranda ainda lá vou!
Boa tarde a dona Eulália, ainda atende? Obrigado
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