Falar de Ansião na visão do Prof Hermano Saraiva em novembro de 2007.O Jornal Serras, anunciara o convite, assim como o mote de exigências, nomeadamente a visita a dez locais de interesse no concelho. Aconteceu a uma 5ª feira no princípio do mês de Dezembro indo para o ar no dia 10. O programa poderia ter sido melhor a meu ver porque o Prof. demorou demasiado tempo com a polémica da ortografia do topónimo Ansião escrito antigamente com "C" e atualmente com "S" por decreto-lei. Ainda aflorou outra versão junto à Ponte da Cal sobre a lenda da Rainha Santa Isabel quando aqui passou e se apeava da sua liteira para se refrescar dando esmola a um Ancião, (sendo ancião, um mendigo,velho). Quem pode dizer que a Rainha Santa Isabel por aqui passou, por Soure, fartou-se de passar e por Penela a caminho de Dornes, reguengo que foi donataria. Agora por Ansião, é dificil, até porque não há fonte documental que o ateste, na certeza do seu cortejo funnebre vindo de Estremoz ter pasasdo o Zezere e tomado a estrada romana/medieval por Areias, Cabaços, Pontão, Togeira e Coimbra.
No tempo da Rainha Santa Isabel a Ponte da Cal ainda não existia. Talve o rio tivesse tido uma ponte de madeira. Quem vem de norte ainda verifica que o actual adro da capela de S. Pedro se apresenta baixo e era nesse sentido que se fazia a passagem de pessoas e carroças em tempo de seca ou pouca água. Aqui neste local foi identificado um habitat romano em 2010. Os tanques de chafurdo debaixo do arco a norte não serão da edificação da ponte, mas dos finais do séc. XIX, quando a ponte foi apetrechada de guardas laterais e bancos e ainad de um coreto, para acontecer a festa popular a S. Pedro.
No tempo da Rainha Santa Isabel a Ponte da Cal ainda não existia. Talve o rio tivesse tido uma ponte de madeira. Quem vem de norte ainda verifica que o actual adro da capela de S. Pedro se apresenta baixo e era nesse sentido que se fazia a passagem de pessoas e carroças em tempo de seca ou pouca água. Aqui neste local foi identificado um habitat romano em 2010. Os tanques de chafurdo debaixo do arco a norte não serão da edificação da ponte, mas dos finais do séc. XIX, quando a ponte foi apetrechada de guardas laterais e bancos e ainad de um coreto, para acontecer a festa popular a S. Pedro.
Correlacionei a construção da ponte da Cal adjudicada em 1648, a um Mestre de obras de Fala, Coimbra . A previligiar um velho troço romano, desativado, agora teve ponte? Podia ter tido de pau, como se dizi à época. Porém, o 1º burgo de Ansião, sito a poente, este troço estava desativado e continuou até o burgo se mudar para nascente , para o local onde se encontra.
A via que previligiou Ansião teve derivação na via de Antonino na várzea de Aljazede e nas Lagoas, ao alto das Lameiras no local do nó do IC8 havia à Fonte da Bica( resta a nascente que alimenta canavial) , abria-se pela frente um grande tanque de chafurdo lajeado que conheci em miúda com a minha irmã, guardo o seu tamanho à semelhança de uma piscina, ornado a dois degraus, que muito mais tarde num filme passado na Bretanha, distingui um igual, a reivindicar no passado tenha sido um tanque romano? A Rainha Santa se alguma vez passou por Ansião e se apeou para se refrescar foi aqui neste tanque de chafurdo com a fonte da Bica, na beira da estrada então real .A poente do fontanário havia uma casa antiga, quiça foi a saboaria que laborou em 1630 e por reclamação dos forreiros foi descontinuada. O Nabão , a escassos metros, onde as carroças e os cavalos entravam na ribeira por pequena ribanceira a conheci com muito calhau rolado de varios tamanhos, atravessava-se o Nabão com água por uma estreita ponte de pedra pedonal, só para uma pessoa dando acesso a um carreirinho também de pedra de encosto ao muro alto da propriedade confinante a sul que embocava numa casinha onde foi no século XIX, o matadouro e no meu tempo canil municipal. Na verdade edificações anteriores por volta dos anos 30 do séc. XX, mostrando-se desencontrada a entrada e a saida do Nabão no meu tempo longe uma da outra. Mas, no passado pode ter sido diferente, ao ter sido absorvido a parte inicial da derivação da via para nascente que dava para uma ponte de pau. A não ter havido ali ponte , de inverno por correr muita água no Nabão, sendo impossível de se passar pelo seu leito, sem ponte. A única possibilidade de o contornar era pela sua nascente que dista um escasso quilometro pela derivação na Ribeira do Açor pelo lombo da Fonte Galega, ao Vale do Buyo, onde se encontra desactivada uma capelinha de Alminhas, cujo caminho pasas na sua lateral para os Olhos d' Água. A via seguia depois do Nabão, Vale Mosteiro, Bairro, Carvalhal, Escarramoa Almoster .Depois de 1593, a data da atual igreja matriz, que foi edificada sob ruina de outro templo, coligi a sua reconstrução nos Mestres do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Na centúria seguinte é que foi aposta a construção da ponte em alvernaria e reativado o troço da antiga via romana a passar pela vila, a chamada Rua Direita, Cimo da Rua, Impiados, Casais Maduros, Venda do Negro, Bouxinhas, Alvaiázere.
Mais tarde esta estrada foi denominada Estrada real, a ligar Coimbra a Lisboa. Foi relegada para 2º plano pelo ministro Fontes Pereira de Melo quando a retraçou por Pombal - a nº 1, deixando Ansião mais pobre no traçado de acessibilidades principais.
As lendas não passam de lendas com alguma raiz verdadeira misturada com a criatividade e crendice de um povo analfabeto beatizado, ao acreditar facilmente em tudo que não sabia explicar a rotulo de Milagre. Ao se banharem nas águas, se livravam de pulgas, piolhos e lendêas , sem saber o que era higiene, tendo estas águas propriedades químicas que resultam em boa prática para curas e males de pele, logo os fazia sentir melhor, e nesse facilitismo lhe atribuírem poderes milagrosos. Ritual que veio a originar o Banho Santo, mas antes tenha sido deixado pelos romanos que os judeus também fizeram uso até ser proibido por se mostrarem os corpos desnudados a referscar induzir a pecado... Os banhos uma tradição judaica de purificar o corpo, mais tarde
proibidos por induzir a liberdades que não eram bem vistas pela igreja
tendo sido proibidos.
Para colmatar essa proibição os tanques de chafurdo para homens e outro para mulheres, foram fechados por tabuado de madeira que se encaixava em furos no rebate dos tanques. No tanque das mulheres existe uma pia pequena que atribuem erradamente à Rainha Santa, era para as crianças, onde as mães no chafurdo delas tomavam conta, na minha opinião.
Nos tanques de chafurdo o banho santo tratava de mazelas e eczemas de pele. Vou contar uma cura que é verdadeira, a minha avó materna Maria da Luz Ferreira da Mouta Redonda chegou aqui a deslocar-se com o filho Alberto Lucas à roda de mais de 80 anos por sofrer de eczemas na pele nos braços ficando curado da maleita. No meu entender os tanques de chafurdo foram inicialmente feitos para reterem água quando o rio começa a ficar seco, aliás existiam ao longo do leito tanto na margem esquerda como direita poços para regar os milheirais no verão, tive a sorte de nunca ter caído em nenhum, os meus pais eram donos de uma fazenda, a Lameira, extrema com a margem norte do Nabão, no verão quando o calor apertava aqui afluía com a minha irmã de bicicleta para tomarmos uma banhoca entre o manto de agriões floridos a fervilhar nos fios de água em jeito de regato, em Ansião o Nabão sempre se chamou somente ribeira! A primeira vez que distingui este nome - Nabão foi numa minúscula tabuleta na ponte do Marquinho quando ali passava na camioneta para Pombal...
Recordo há muitos anos ter visto um programa de língua portuguesa da Dra Edite Estrela a dissecar a origem do nome " Ansião" alvitrou vinha do latim Ansianum o resto já não me recordo bem, para agora o Prof Hermano Saraiva vir dizer que o nome é de origem germânica...De facto a região foi pertença do Mosteiro de Sta Cruz de Coimbra onde teve a herdade de Ansian que mandou povoar por 30 povoadores e suas famílias com povoadores da Galiza , povo franco, hebreus e judeus cristianizados ainda existe descendência cruzada com mouros e berberes .
A doação do espaço denominado Mata Municipal no coração da vila de Ansião, pela familia Veiga. Embora ficasse na memoria o nome do Dr. Adriano Rego, que foi presidente da camara nos anos 40, do séc. XX. Sendo de Chão de Couce, em Ansião os bens eram da esposa, e depois de viuvo casou com a cunhada , elas é que tinham bens recebidos da herança Veiga. Não é por acaso que a mata, na altura sem estradas, ter sido doada, a condão da familia ficar glorificada na memoria do povo abafando o nefasto do passado, do sogro o Dr. Domigos Botelho de Queiroz. Arrebanhou a quinta da Mesericordia da vila ao Bonfim, com ajuda do Visconde de Santiago ad Guarda, então administrador do concelho, como da propriedade ao Fundo da Rua , onde vivia a familia, aforada a um Veiga vindo de Góis. Nos finais do sec.XIX, precipita-se a extinção de muita Misericordia, a de Ansião, mal gerida , na pratica nunca foi extinta a sua função assistencial pela continuidade do hospital. Precepita dizer, sem rei nem roque, os foreiros arrebanharam para seu nome os bens aforados; casas e terrenos. E sendo devedores da coisa publica, que devia ser por todos respeitado, deixando na penuria a Mesericordia de Ansião, foi a doação da mata, uma bondade ao povo, pela pratica desabonatoria no passado, que deu grande vantagem à familia e, nas decadas seguintes a vendas de lotes , o que se extraia das entrelinhas.
O ilustre Prof Hermano Saraiva falou das escavações romanas e da descoberta dos magníficos painéis de mosaicos cuja extensão, os maiores da Península, e do que fora uma das casas do Conde Castelo Melhor, mais tarde reaproveitada no espaço, enquadrada com a torre.
Deprimente, não culpa dele, mas de ouvir a verdade nua e crua ... "bom, o espaço era de particulares, foi comprado pela Câmara " digo eu, supostamente se endividou até ao tutano, para hoje ser o único monumento nacional no concelho, menos mal, só por isso valeu a pena. Mas digo eu, o proprietário deveria ter o orgulho de o ter doado à sua terra porque em abono da verdade nunca dele usufruiu em rigor, entaipado, o que foi bom, falo das janelas e portas ao estilo manuelino atulhadas de pedras soltas deixando escapar ao olhar mais curioso o efeito da pedra trabalhada a lembrar lábios carnudos, fatalmente o que recordo de infância, na frente já no meu tempo havia uma taberna e mercearia separadas, e entre elas ao fundo do pátio se antevia o que restava do espólio monumental , com a torre cheia de ervas a crescer por todas as frestas e ainda uma figueira a rematar à laia de pouca história não dizer ali foi um paço com brasão dos Condes Vasconcelos Ribeiros de Sousa e Prado de 1544, vendido ou perdido depois de 1955, pois nesta data fotografado por Gustavo Sequeira.
Como não apreciei o facto do Prof tivesse falado do " Santiago", sem raiz histórica ao nome do Lugar. A origem do topónimo Santiago ( Guarda ) advêm da Quintã da Guarda referida na centúria de 400 e da sua Feira da Mouta Santa . Antes teve nome árabe Almoçam ou parecido (?). A quintã da Guarda veio a juntar o nome Santiago, alusivo ao apóstolo cuja peregrinação do seu Caminho para Santiago de Compostela, seguia para sul por Ansião, Garreaza, Empiados, Casal Soeiro, Venda do Negro etc.
Continuando a falar o orador seguiu para a Torre Vale Todos, na sua teoria seria uma torre de vigia como haveriam outras que no tempo se perderam , hoje nem vestígios há da sua existência...mostrou as Imagens antigas da igreja, a mais importante da escola de Coimbra, de João de Ruão, e uma Imagem do Santíssimo do séc XV.Não mostrou mais nada porque se tinha levantado uma imensa névoa, acabando o programa no posto de turismo, a mostrar o queijo do Rabaçal e a falar do aferventado...
O que ficou por dizer ? Nada falou de Dom Luís de Menezes o Senhor de Ansião, onde foi o seu solar, hoje os Paços do Concelho, ampliado em 1937, quando sofreu um incêndio.Não falou da Igreja da Misericórdia sobretudo do vestígio no tardoz da sua porta gótica, e do túmulo que ali jaz que se encontra o letreiro fracturado de um capelão de Gois. Nem da Igreja Matriz. Imperdoável foi mesmo não ter ido ao Avelar mostrar a sua Igreja, a rivalizar a beleza dos dourados com a Igreja da Torre de Vale de Todos e da Aguda, tão pouco falou do forno da Nossa Senhora da Guia, da tradição do Bodo aos pobres instaurada pela Rainha Santa Isabel e na região centro tão enraizada em Soure, Abiul, Pombal, Ansião, Aguda, Tomar. Como da indústria têxtil no Avelar trazida por galegos judeus. Tão pouco falou da Igreja de Chão de Couce e do seu retábulo pintado pelo Mestre Malhoa durante 50 anos viveu sazonalmente em Figueiró dos Vinhos, com a mãe da Beatriz Costa onde veio a conhecer um brigadeiro amante do teatro que lhe fez despertar essa arte maior, trazendo-a para Lisboa onde acabou por abraçar a vida artística. O Mestre Malhoa muito amigo da família da Quinta de Cima passava o mês de Setembro em Chão de Couce, ainda hoje mantêm o seu quarto e contam-se histórias recheadas de humor sarcástico, quando num faustoso repasto se consolava com uma perna de leitão assado esta lhe escapou para a carpete, sorrateiramente a levanta com o sapato e a esconde...O programa televisivo tem uma duração pequena, de fato não pode tudo ser abordado.
Mas também é verdade que poderia ter uma visão diferente, já sei que o dia não estava bom para a filmagem mas convenhamos, quando estava ao pé da Ponte da Cal podia ter dito, olhem, aqui corre o rio Nabão para uma maioria do público ainda o fatal desconhecimento, há gente que acha que nasce no Agroal, outros em Tomar, mas de fato nasce num grande algara entre o Bate Água e a serra da Ameixieira, rebentando em dois olhos d'água, assim referidos nas memorias paroquiais . Nos anos 60 do séc XX, esteve por cá uma equipa de Guimaraes que fez a cimento um pequeno poço onde rebenta o Nabão quando a cota do algar alcança o maximo ficando a chamada eira que era onde rebentava atulhada de pedras. O outro poço de argila acima da estrada foi usado para captação de água para abasteciemento publico.
Como não mencionou a casa que defronte da Ponte da Cal, que fora do Dr Vítor Duarte Faveiro, homem da sua geração que foi Diretor das Contribuições e Impostos no tempo de Salazar o mentor do nº de contribuinte.Nem tão pouco falou do considerado mais ilustre ansianense Pascoal José de Melo Freire dos Reis, com nome de Rua em Lisboa e em Ansião, faltando-lhe o apelido "Reis" e por isso a falta de ligação dos seus descendentes por desconhecimento. Aos 19 anos foi o juridisconsulto decisivo no julgamento dos Távoras, bateu o martelo na terrível sentença para mim armadilhada pelo Marquês de Pombal, seja por isso que em Ansião nunca lhe foi erigida nenhuma estátua , em terra de pedra e de canteiros. Para mim de longe o mayor Ilustre ansianense é o Conselheiro, o Padre António José da Silva pela obra que deixou a Ansião, a institucionalização da Comarca, e os seus limites actuais.Admirei-me do Prof não ter ido à Constantina, o seu povo é vaidoso com a sua capela de 1623, alpendrada. Na Fonte Santa foram encontrados vestígios da pré história descobertos em 1786: duas sepulturas e facas em sílex e, a anta que o Padre Coutinho identificou? E os machados de pedra do Neolítico descobertos na Gramatinha , onde estão?
Ficou por abordar o episódio do campo da célebre Batalha de Ourique, celebrizada em Ourique, no Alentejo, que noutro programa aventou ter sido entre outros sitios: Chã de Ourique no Cartaxo e Campo de Ourique em Lisboa, apontou a várzea entre a Atenha, Aljazede e Chão de Ourique (Penela).
Ficou por abordar o episódio do campo da célebre Batalha de Ourique, celebrizada em Ourique, no Alentejo, que noutro programa aventou ter sido entre outros sitios: Chã de Ourique no Cartaxo e Campo de Ourique em Lisboa, apontou a várzea entre a Atenha, Aljazede e Chão de Ourique (Penela).
O Professor não falou no Alvorge, vila com tanto património e capelinha datada de 15.., recentemente recuperada a fonte e tanque de chafurdo romano na Ladeia junto da estrada romana/ medieval vinda da Fonte Coberta onde me recordo há mais de 40 anos lá ter ido num dia da festa de táxi, descemos o costado com o meu pai para nos mostrar um solar já abandonado com brasão dos Carneiro Figueiredo da Guerra. Anos mais tarde fui conhecer a nascente da Ribeira de Alquelamouque, é visível onde rebenta a água, as lajes de pedra em forma de triângulo invertido a evidenciar origem romana/visigótica, embora entaipada de pedras com canal de água desviado onde ainda distingui o que resta das antigas casas de pedra pela ribanceira acima entremeadas pelos rebanhos, cujo leite de mistura de cabra e ovelha, dita um queijo de paladar delicioso atribuído à erva de Sta Maria, assim chamado o tomilho por estas redondezas em todo o maciço de Sicó. Ao cimo do outeiro existe uma capelinha de 16.. com alpendre pequeno e pedras de avental no muro, muitas casas restauradas à traça antiga de gente abastada que vive na cidade , e aqui tem o seu refúgio de fim de semana. O Prof falou que Ansião não era terra de palacetes nem quintas, era uma terra pobre que fora dada às pessoas para nela viverem, daí o número exorbitante de aldeias julgo 180 (?) em todo o concelho. Mas afinal existem casas importantes, ora vejamos o rol: Paço do Conde Castelo Melhor, a quinta da Guarda e a capela da Mouta Santa.Ruínas do paço jesuíta na Granja em Santiago, junto à Estradinha havia um grande casario da família do marido da filha do Sr. José da Silva do Fundo da Rua, da D. Palmira. No Alvorge a quinta da família do Dr Rui Lopes que fundou o colégio Nuno Alvares em Tomar onde o Professor estudou e o meu pai, o solar dos Carneiro Figueiredo da Guerra, a quinta do Sobral, a Quinta de Maceda. Netos, uma casa solarenga de 17...no Maxial a quinta de ...na vila a quinta de Além da Ponte e o seu Moinho com capela de 1697, o Morgadio do padre António dos Santos Coutinho e outro no Moinho das Moutas, e a ruína de uma casa de traça judaica, a quinta de S. Lourenço, conhecida por quinat do Dr. Faria, a quinta do Bairro, a Quinta das Lagoas, o Morgadio da Sarzedela, quintas na Lagarteira com solares da nobreza rural com varandas de grade em pedra, o Couto do Bispado da Torre, o solar de 1852 onde viveu o Dr Domingos Botelho de Queiroz, o solar na vila dos Soares Barbosa, onde viveu o Sr. Zé Piloto e a família da D. Alda Gaspar, o solar mandado construir pelo Pascoal dos Reis, hoje parte do Clube dos Caçadores e da familia Mouco... e as que se perdeu o seu nome no tempo.
Na vila de Ansião temos ainda a quinta com casa solarenga forrada a azulejo Viuva Lamego dos finais do séc. XIX comprada pelo Sr. Moisés por detrás da biblioteca. Em Chão de Couce a famosa Quinta de Cima dos primórdios da nacionalidade da família de D. Leonor Teles onde esteve com o rei D. Fernando, e mais tarde se refugiou com o conde Andeiro, o seu amante, a Quinta de Baixo, a Quinta da Rosa, a Quinta da Mouta de Bela e,...No Avelar, na Rascoia a Quinta de Sto Amaro de 17..inscrição na frontaria da capela.Peço desculpa, sei que existem mais, mas não fiz nenhum estudo prévio, tudo é de improviso neste roteiro a falar de estória com história!
Lembrei-me dos moinhos de vento, os mais recentes, em madeira e rodam consoante o vento. Herança trazida na minha opinião pelos judeus na sua Diáspora vindos do médio oriente trazendo a herança do Afeganistão. Aqui aportados vindos do litoral da Galiza em deslocação à Gandara e daqui para o Maciço de Sicó, considerados exemplares únicos no mundo. Como distingui em Porto Santo, as rodas de pedra deslizam sobres círculos chamados eiras, também de pedra. Tradicional moinho com dois lados iguais e um diferente, rodam à força de um só homem. Já os moinhos de água, mais antigos, já existiam em 1359, por existir uma contenda arquivada na Torre do Tombo que os testemunha, julgo apenas existem um ou dois exemplares a laborar, de particulares, os demais que vou compilando estão em ruina e sem plano a catalogação. Os moinhos de vento foram repostos na serra da Portela , Outeiro, Melriça. Na Costa ao Escampado também existiram dois munhos de vento , descobri um dos morros há muitos anos na extrema de uma propriedade minha e da minha irmã com vista deslumbrante sobre a vila de Ansião, como noutros locais resta a toponomia.
Da gastronomia ficou por dizer além do aferventado, o requentado que a minha avó Maria da Luz Ferreira dizia fertungado. A Cachola que a minha TITI fazia muitíssimo bem, o cabrito assado no forno acompanhado com grelos, a chanfana de cabra velha, o rechelo também conhecido por borrego, o verde, a lebre guisada, a galinha na púcara com couves, galo de cabidela, leitão assado, perdiz de escabeche, bacalhau com colorau.....isto e muito mais era a cozinha da minha avó Maria da Luz Ferreira na aldeia de Mouta Redonda freguesia de Pousaflores. Era hábito a família fazer grandes piqueniques na serra da Nexebra quando a mesma era despida de eucaliptos coberta de flores salpicada por castanheiros e pinheiros nórdicos nos outeiros e na Quinta de Cima. Sempre a subir os outeiros de cabazes à cabeça as mulheres chamadas de criadas resmungavam pelas costeiras acima, os homens esses conversavam e fumavam - o Dom João, o médico de Chão de Couce, era um dos convidados além do padre Melo.
Fica sempre algo por dizer, por mim não terminava nunca a falar de Ansião e do seu concelho, nunca me basta, porque gosto de Ansião, apesar de não ser a minha terra de nascença, é com certeza a minha terra de adopção eleita pelo meu coração.
Lembrei-me dos moinhos de vento, os mais recentes, em madeira e rodam consoante o vento. Herança trazida na minha opinião pelos judeus na sua Diáspora vindos do médio oriente trazendo a herança do Afeganistão. Aqui aportados vindos do litoral da Galiza em deslocação à Gandara e daqui para o Maciço de Sicó, considerados exemplares únicos no mundo. Como distingui em Porto Santo, as rodas de pedra deslizam sobres círculos chamados eiras, também de pedra. Tradicional moinho com dois lados iguais e um diferente, rodam à força de um só homem. Já os moinhos de água, mais antigos, já existiam em 1359, por existir uma contenda arquivada na Torre do Tombo que os testemunha, julgo apenas existem um ou dois exemplares a laborar, de particulares, os demais que vou compilando estão em ruina e sem plano a catalogação. Os moinhos de vento foram repostos na serra da Portela , Outeiro, Melriça. Na Costa ao Escampado também existiram dois munhos de vento , descobri um dos morros há muitos anos na extrema de uma propriedade minha e da minha irmã com vista deslumbrante sobre a vila de Ansião, como noutros locais resta a toponomia.
Da gastronomia ficou por dizer além do aferventado, o requentado que a minha avó Maria da Luz Ferreira dizia fertungado. A Cachola que a minha TITI fazia muitíssimo bem, o cabrito assado no forno acompanhado com grelos, a chanfana de cabra velha, o rechelo também conhecido por borrego, o verde, a lebre guisada, a galinha na púcara com couves, galo de cabidela, leitão assado, perdiz de escabeche, bacalhau com colorau.....isto e muito mais era a cozinha da minha avó Maria da Luz Ferreira na aldeia de Mouta Redonda freguesia de Pousaflores. Era hábito a família fazer grandes piqueniques na serra da Nexebra quando a mesma era despida de eucaliptos coberta de flores salpicada por castanheiros e pinheiros nórdicos nos outeiros e na Quinta de Cima. Sempre a subir os outeiros de cabazes à cabeça as mulheres chamadas de criadas resmungavam pelas costeiras acima, os homens esses conversavam e fumavam - o Dom João, o médico de Chão de Couce, era um dos convidados além do padre Melo.
Fica sempre algo por dizer, por mim não terminava nunca a falar de Ansião e do seu concelho, nunca me basta, porque gosto de Ansião, apesar de não ser a minha terra de nascença, é com certeza a minha terra de adopção eleita pelo meu coração.