sábado, 10 de março de 2012

A feira da ladra está a mudar

Quem diria. Está a mudar sim!
São mais os feirantes eventuais do que os ditos normais. Muita gente nova, estudantes, sempre houve, mas agora entopem a feira por tudo o que é sítio.Roupa, muitos trapos,colchas de renda, lençóis de linho, naperons,calçado e malas.Ao longo da feira dei de caras com: achadiços, imigrantes, desocupados e gente a necessitar de dinheiro, não sei se para comer se para alimentar o vicio.
Na descida o aparato da equipa de filmagem que fazia uma reportagem do buliço da feira.
A capital está a ser invadida com novas feiras, hoje , dia da feira na Avª da Liberdade, sitio de muita passagem, agora vendas duvido que as façam...já lá fui por duas vezes, só ouvi queixumes. Julgo que alguns feirantes  desistiram em prol de continuar na feira da ladra.
Corri a feira e pouco ou nada vi de interessante. Fiquei com a sensação que as moto-serras da STHIL são material contrafeito, vi mais duas novas. Dei com um rapaz novo a apreçar 4 grandes frascos em vidro de farmácia,  para os vender, já teria comprador, bem regateava o preço, havia um estranho, tinha pedras de calçada brancas com um líquido choco...
Havia vendedores de ocasião que fugiam à polícia, esgueiravam-se entre os passeantes e iam abrindo os sacos, num deles comprei um cestinho em vidro e uma estatueta de Coimbra com o estudante e a menina de cântaro, ao meio a fonte, por me fazerem lembrar um tempo ido quando ia à cidade e as via em fila no  estaminé do vendedor nas escadinhas da igreja de S. Tiago.
Deliciei-me em compras de 1 e 50 cêntimos. Tinteiros, copos, ovos,caixinhas e ainda uma belezura de uma mini jarrinha que a VA produziu , sempre fez as minhas delícias.
Ao passar na banca do Rui, cada vez mais gordo, uma senhora cumprimentou-o e apressou uma travessa Companhia das Índias, estilo Mandarim, e um prato azul dinastia Quialong, responde ele "a travessa duas e meia e o prato cem" ...a mulher agradeceu boquiaberta enquanto a amiga lhe diz "duas e meia deve ser duzentos e cinquenta euros..."
A semana passada apressei um prato século XIX em cantão popular de Coimbra, magnífico, pediu-me 20€. Caro, para mim. Hoje ainda o tinha para vender, baixou para 15€, ao vê-lo na mão constatei que foi restaurado, pois...estragaram o prato, perdeu qualidade. Porque lindo, o azul é... e, continua a ser para um ignorante, só se aprende errando, eu nesta feira já fui enganada com uma grande travessa restaurada, quando cheguei a casa,na minha mania de limpeza ao pô-la em agua, começou a desfazer-se até que vi as mazelas, partida ao meio e ainda de um lado...o pior foi o alto preço que paguei por ela. Por isso "olho vivo a ver as peças".
Descobri uma jarra em cristal checo ; branca e azulão, biselado.Uma obra de arte de uma qualquer fábrica perto de Praga.Já na saída comprei uma pandeireta artesanal, feita em Moçambique, cujo som é exuberante, os feirantes um casalinho novo, vendiam o espólio do pai de um deles, por certo foi tropa.Curiosamente o ano passado na província uma vizinha fez a limpeza ao sótão, deixou ao lado do caixote do lixo uma série de coisas que não resisti a trazer comigo. Por ser aldeia, não vi vivalma, peguei na bacia de esmalte às bolinhas azuis e fiz dela um grande vaso, dentro vinha um barril em cerâmica, impecável e bem antigo, ainda um tambor que o filho Carlos trouxe de Angola no tempo da  tropa. Ofereci-o à minha irmã , agora a pandeireta de pele igual será para ela também...não sei se a merece, logo vejo!
De regresso da feira fui buscar uma Caixa Métrica Nº 2 , mobiliário do meu tempo de Escola Primária.Uma amiga professora coleciona artigos desse tempo remoto usado na educação. Descobria-a, fiquei feliz, porque sabia que ela desejava ter uma.Se ela me quiser ofertar alguma coisa, bem gostaria que me desse um mapa de Portugal com Ancião escrito à antiga. Falta-me jeito para pedir seja o que for!

quinta-feira, 8 de março de 2012

O meu dia da Mulher este ano de 2012 !

Acordei com sol, sei que poderia ter endereçado convite, também poderia ter recebido algum, para aproveitar este dia e gozá-lo a passear , a contemplar belezas. Mas não, nada disso. Aperaltei-me fresca com os cabelos molhados, vesti camisa de cambraia branca e risquinhas ténues a condizer com os jeans, o blusão de cabedal andou na mão, tal era o calor. Num repente olhei para mim, exclamei assustada: tudo o que visto hoje, até a mala foi pertença da minha irmã... fica-me tão bem, vaidosa, balbuciei para dentro!

Sozinha fui até à Costa de Caparica tratar de um assunto na Junta de Freguesia...o atendimento, apesar de jovem, podia ser bem melhor, senti falta de atitude e oportunidade em mostrar e querer fazer diferença.

Dirigi-me no endireito da beira mar, caminhei ao longo do paredão, apreciei a calmaria da água, do vento , havia surfistas na água, caminhavam algumas poucas pessoas. Os restaurantes vazios, ainda era cedo, almoçavam os empregados a ver o mar. 
  

Para meu regalo registei o descanso dos seus pés e as múltiplas pegadas pela areia...

Vaivém de gente...seria noutras alturas, hoje era assim, quase nula.
Até o arbusto de folhagem perene não resistiu à secura do inverno. 
Valem as flores amarelas que nasceram junto dele e fazem deste dia um dia florido para todas as mulheres. Valorizo muito as flores silvestres , mais até do que um qualquer boquet comprado na florista com floreados, adereços, fitinhas e bonecos...não há nada que chegue a uma flor da berma da estrada ou roubada de um jardim...

Gostei do sol e de alguns, poucos, corpos desnudados que se passeavam em biquíni pela praia.
O sol enxugou os meus cabelos...
Degustei um caldo verde, um pão com chouriço e, arroz doce.
Fiquei enchoiriçada para um mês...
Como é possível uma zona turística continuar a ser tão mau tratada.
Não vi uma equipa sequer de manutenção nas ruas...
Continuo a ver e não gosto das calçadas esventradas, árvores secas, outras simplesmente desapareceram, caixotes do lixo a cheirar mal e lugares junto aos mesmos negros de gordura a pedir para serem lavados.
O urbanismo do programa Polis nem se fala, as tábuas que cobrem grandes extensões do areal com o calor saíram dos lugares e são traiçoeiras.Os jardins desprezáveis.
Grande extensão de areal e mar a perder de vista, podia ser um local aprazível, encantador , mas nunca o será por falta de atitude, de paixão, de talento e obsessão!
Acabaram com o ex ex-libris da Costa, o comboio, ao mudarem o lugar, perdeu-se por completo a beleza deste  transporte pitoresco ao longo da arriba fóssil.Velhos tempos que me deleitei com paisagens únicas, o vento da brisa a esfacelar-se na minha cara com os cabelos ao vento...e os cheiros da vegetação agreste das dunas...coisa mais linda e romântica para praticar ali mesmo!
De abalada  fiz-me à estrada. Acabei por vir tomar café no lugar do costume, hábitos que não se alteram!


quinta-feira, 1 de março de 2012

O sol foi meu inimigo na feira de velharias em Vendas Novas!

Um dos meus colegas feirantes, o Sr. António GNR ,falou-me da feira ao 4º sábado. Acordei com auspício de bom tempo. 
Em Pamela no auto estrada entrámos uma nuvem tão densa e negra que se estivesse vento dizia que se tratava de um furacão, assustador.
  • Cheguei em cima das 9, fui a última a montar o estaminé. Só me estreei com livros!
Ninguém pegou nas minhas faianças, fiquei mais uma vez desolada. 
  • Dia de sol radiante, belo, como companheiras as laranjeiras carregadas de boa laranja, nisto dois ciclistas param, colhem cada um a sua e, à moda de bom alentejano sacam do seu canivete, as descascam para o caixote do lixo do passeio público. Saboreiam a iguaria, refrescados, o mais velho mete conversa comigo " você também compra?", respondi que não, para já queria vender coisas minhas que juntei na vida e, também porque não consigo descredibilizar o artigo do vendedor, dar-lhe uma "tuta e meia para ganhar o meu, como o vejo fazer por dentro de bancas outros colegas"  perguntei-lhes de onde vinham, disseram-me "somos mesmo filhos da terra, fomos a Pegões comprar pão agora para o almoço". Falámos ainda das Salesianas aqui radicadas, já em 71 quando frequentei a colégio mãe no Monte Estoril muito se falava e comia da sua quinta.
Pouca gente para apreciar e comprar seja artesanato seja velharias. 
  • Algumas mulheres de classe média passeavam-se com os maridos, escanzeladas de magras, apesar de elegantes, uma tónica que apreciei, já dos rostos não posso dizer a mesma coisa..."vai a gente encadear o olhar com uma silhueta esbelta e charmosa de costas, depois quando a vê de frente"... houve uma que me fez lembrar a duquesa de Alba!
Passa um homem de idade, mais de oitenta anos, um poeta com livros editados. Declamou-me um poema , no final fez-me uma pergunta que não soube responder e nem dela me lembro mais, na altura pareceu-me uma charada...coisas de gente velha, manhosa, que gosta de se evidenciar, sair em beleza...
  • Quiçá fui o seu orgasmo poético de sábado!
Não me chocou nada!
  • Adiante. Apeteceu-me ir comer uma bifana. Fui. Já nada é como dantes, agora o pão é aquecido e a bifana é tão fina que nem se sente...
Já comi bem melhores, apesar de ouvir rasgados elogios!
  • Conheci uma nova colega, a Luísa. O seu jeito de falar e andar fez-me lembrar da minha comadre Odete.
Boa rapariga, simpática, afável, sem rodeios, falou-me da sua aventura nas velharias. Vende à consignação, contou-me a estória do rapaz que lhe arranja a mercadoria...fiquei a pensar, quase que afianço que o conheço...ainda agora no domingo ele  me dizia "eu consigo é uma perda de tempo" fiquei danada com ele, porque na verdade fiquei sem saber o que exatamente queria dizer,a dúvida deixou-me  chateada. Ele ao que a Luísa me contou por razões do seu interesse foi viver para Montemor, a mãe já tinha um negócio de velharias, para angariar mais algum, começou a vir fazer a feira de Algés, porque do ramo só sabe e bem, pedir dinheiro, persistente, dificilmente abaixa o preço e tem um defeito que detesto, fazer o preço conforme a cara e o gosto do cliente. Esforça-se para aprender, sabe o que os clientes procuram, é especialista nas aquisições no colega do lado a preço razoável que depois triplicaaaa...viu-o progredir,  agora não sai das grandes feiras...
Das peças em si, pouco ou nada sabe, como os demais, não é esse o seu real interesse. Ao questioná-lo sobre o preço de um  pequeno prato, que mais uma vez demorou a dizer o valor, o que me chateia e muito, respondi-lhe " não é tão antigo quanto pensa porque é estampa  que só apareceu em Portugal em 1856..." olha espantado para mim, diz-me " acha mesmo que é estampa", claro, respondi eu...vira-me as costas e disse-me aquilo...
Se o meu palpite estiver certo, coitada da Luísa, o seu lucro é mísero. Ele estabelece logo à partida um alto preço a que ela acrescenta o seu lucro, 5 €...não é nada!
O sol aquecia, parecia verão, as cegonhas mantinham-se em alerta no campanário da capela real do destacamento do exército, horas e horas de pé em vigia do ninho, elegantes!
  • O meu marido foi dar uma vista d'olhos pelo recinto, ver a artilharia pesada, os tanques em exposição...um dia destes ainda os roubam para derreter, aquilo é só cobre e do bom, digo eu!
Na banca do Sr. António vejo um homem de "rodas curtas" a enfeirar, fiquei atenta, talvez ao passar pela minha banca também enfeirasse, debalde comprou-me um livro por 50 cêntimos...
Homem  castiço, atrevidote, dizia-se com dons para ler as mãos e, leu as dos meus colegas, segundo os felizardos acertou...a mim também me leu meia sina, sem antes o avisar "veja lá o que vai dizer, se me vai destapar a careca"...em abono da verdade só me disse que ia ter uma vida longa e uma morte na família a que respondi "desde que seja a minha sogra"...pior foi quando sem autorização me começou a meter as mãos nas costas, "é aqui que lhe doí não é ?"...perante a estupefacção dos demais e, de mim própria o homem mexia, mexeu, avançou, aí disse "já estou boa" , acabou a cena. Fiquei com a nítida impressão que o  homem  é tarado, um "lambe conas " olho tricolor para o esverdeado, traiçoeiro, velhaco, então não se apresentou de " rodas curtas"!
  • Fui tomar um café com a mulher do Sr. António, nem lhe perguntei a graça...curiosamente somos do mesmo ano, anda no nutricionista, pesa no momento 58 k, viro-me para ela e disse "sabe quanto peso 75 e , não pareço em relação a si"...conversa quente com o sol a escaldar sem chapéu, deveria ditar mais tarde a maleita, claro que fiquei com uma inveja pequenina pela sua teimosia  em se manter bem como o seu corpo, pois eu também tenho de emagrecer.Senhora, interessante, olhar azul sem cor, apagado, resquícios do cruzamento dos invasores franceses em 1810.
Nesse dia vi mulheres muito magras. Nalgumas faltava charme, sensualidade, elegância, ser senhora!
E isso felizmente eu ainda vou tenho...tempos idos que foi a roudos!
  • O Sr. António e a esposa arrumaram cedo a banca, possivelmente iriam passar por casa de um tal  forasteiro que o  vi a tirar a morada, para ver mercadoria. Arrumei de seguida. 
Não saia da esquina da rua  um homem tipo cigano, devia deleitar-se com as minhas costas, tanto abaixar para apanhar as peças, empacotar, julgo se derretia... o meu marido dizia-me.."muito gostas de mostrar o c..."estúpido, chamei-lhe!

Parei no Aki de Setúbal, finalmente comprei uma bancada.Assunto que dava para uma grande conversa, vou tentar encurtar. Devemos sempre ponderar bem o que queremos comprar. No inicio vi umas bancadas que achei o máximo,só via aquilo para mim.Todas as semanas  não perdia o jornal do Lidlel, quando finalmente chegou a hora, desisti porque lhe achei inconvenientes. Fiquei satisfeita por não me ter precipitado.Pensei noutras vindas da Polónia, estabeleci contato na feira da ladra para saber mais, por lapso de memória esqueci-me de ligar, o tempo passou , acabei por ver uma a montar, não me agradou, fiquei aliviada. Isto tudo para dizer que só com calma e ponderação se encontra a coisa mais acertada e mesmo assim com defeitos. No caso estou satisfeita comigo por ter dado azo à minha paciência sábia, também por ter visto a do Sr António a desmontar e a sua franqueza em me dizer onde encontrar material igual.
  • Muito satisfeita com a aquisição. Mal chegada a casa tomei um duche para me sentir bem, a gripe dava indícios, instalou-se sem pedir licença!
Acordei  mole no domingo com dores de garganta.
  • Decidi ir à feira de Algés. Fartei-me de comprar,boas peças, cheguei cedo, a maioria ainda arrumava as bancas.Já sabia que pelo menos duas seriam para a minha filha, assim foi, veio jantar na segunda e ficou com elas, um clarim em latão e bronze e um bule em cobre inglês, que me pareceu ser do norte de África feito por tuaregues.
De volta a casa para almoçar, um costume dos últimos tempos, um frango de churrasco degustado na varanda virada a sul, sob o chapéu de sol, uma boa salada, pão saloio, vinho e laranjas. 
  • Os sinais de gripe adensavam. Felizmente tive um rasgo de memória, lembrei-me que a minha  mais recente amiga Ana Mestre fazia anos, mandei-lhe uma mensagem que agradeceu.
Entrei definitivamente em estado de doença, todo o corpo me doía, forças zero, apetite nulo, dores de cabeça, tosse....mui frágil, passei horas deitada.
  • Melhorei. Já escrevo. Um bom sintoma.Estou em cima da hora para fazer o meu caldo verde, o apetite outro grande sintoma de melhoras!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O aniversário da minha amiga Leonor!

  • Hoje é dia de aniversário da minha amiga mais antiga - Leonor...que gosto de chamar Ava Gardner!
Travámos conhecimento no local de trabalho há mais de 30 anos na baixa lisboeta, embora em seções diferentes, sendo ela mais velha do que eu precisamente uma década. Os últimos anos trabalhámos juntas num espaço restrito, sem privacidade, onde a maioria  de mulheres desestabilizava o ambiente pela intriga, inveja e competição.Os homens de espírito fraco, em minoria, três, nós cinco.
Solicitei transferência  para o local de residência para acompanhar a minha filha quando entrou no ciclo, começou a ter a responsabilidade de andar com as chaves de casa.
Vim substituir a  Leonor, na altura ainda não éramos amigas, apenas colegas,  até acho que ela já nem se lembrava bem  de mim,  por sua vez  ela ia ascender a um lugar de front-office onde auferiria melhor remuneração.
Leonor, mulher  de grande estatura, pele cândida, olhar quebrado,carisma de estrela de cinema num semblante de descendência real italiana no meu julgar, voz forte, rígida, autoritária, sem meias medidas mandou-me bater à máquina os impostos com a retórica "o mês passado paguei multa e não tive culpa"...
Naquele momento" vi-me a braços" com uma tarefa difícil, logo eu que nem sabia escrever à máquina nem tão pouco fazer mapas, mal ou bem, assustada, com um dedo a teclar , os fiz por imitação do anterior. Consegui!
Seguiu-se a passagem do serviço de contabilidade , serviço que me suscitava algumas dúvidas, pelas constantes alterações,ao questioná-la em voz alta, oiço uma outra colega que a ensinava no seu novo serviço, que lhe diz baixinho e eu ouvi " ela não percebe patavina"...
Aguentei a ferro e fogo.Aqui  aprendi a ser bancária. Julgava eu que sabia, pelos meus 12 anos de antiguidade,engano crasso,aqui foi a minha escola. Ninguém parecia gostar de mim. Só os homens se mostravam afáveis...Ou impostores!

Na véspera na sucursal quando souberam da minha vinda ,uma outra colega  teceu comentários sobre a  minha pessoa de cariz desabonatório, que em abono da verdade as deixou a todas "doidas", com vontade de me lixarem, de me fazerem a"folha", porque "era  má  colega como  me caluniou", os ânimos só abrandaram porque um dos homens disse "eu conheço-a, trabalhei com ela, é boa funcionária, sabe de crédito que nenhum de nós parece saber, deixem-na vir e mais tarde tirem as vossas ilações, de quem está certo"...
Assim foi. Olhada de lado,  aflita,deixavam-me no final do dia sozinha na sucursal com problemas para resolver de contabilidade, vali-me da minha vontade de vencer, arriscar, telefonei a este e aquele, ao help desk, finalmente conseguia fechar.
Demorei a perceber que me tinham rotulado de má colega, foi o  colega que as enfrentou na véspera da minha chegada que num belo dia perante o meu desespero me contou o episódio.
A mentora do aguisado, minha conhecida do anterior  local de trabalho quis fazer as honras da casa, convidou-me ao meio da manhã para tomar um café. Fomos.Comi um rissol de camarão, foi a única coisa que me soube bem, porque o que ela queria saber era o motivo maior da minha transferência.
Apenas deixavam transparecer que não era bem vinda apenas  por ser mais outra mulher, já eram muitas, isso concordei que tinham razão, mas a verdade que senti foi que lhes pudesse fazer frente na ascensão profissional  e, tinham razão, além de lutadora, obstinada,destemida, voluntariosa, guerreira sou justiceira, apesar de laivos de arrogância e até geradora de conflitos, ninguém é perfeito!
A minha escolha pela hierarquia só foi possível porque ninguém do quadro sabia de crédito. Mal chegada, vi-me a braços com a regularização de um dos seus "engates" , alguém procedeu ao desconto de uma letra, quando na realidade tratava-se de uma livrança.
Anos duros de trabalho e, amizades falsas.Cresci profissionalmente aos trambolhões, a errar, a perguntar, a teimar fazer sem medos...cheia de medo!
Um dos chefes que quase nada fazia, abria o correio, entulhava-me a última gaveta da secretária, deu-me o mote para me lançar a fazer de tudo.Polivalente, passei por todos os cargos.Comecei cedo a substituir o sub gerente. Gozo, nessas alturas aproveitar para demonstrar que não tinha medo e aventurar-me. Como?   Reunia os pedidos de crédito reprovados. O gerente na altura era um homem analítico no pormenor do saldo médio do cliente, só esse valia para ele...ora se fosse alto o cliente não precisava de crédito...mas adiante, como não conhecia a clientela, não dava a cara, medroso, apesar de estratega, faltava-lhe o conhecimento, o traquejo, o expediente, a vontade, porque querer queria e muito o sucesso,teve-o à custa de todos e, de mim excecionalmente, porque ele quase nada fazia, era bom em estatísticas em exel que todos os dias ostentava a lista atualizada na entrada do gabinete...
Homem de caráter frio, arrogante até ruim, então não me lembro de um dia me chamar ao gabinete, com aquela cara de mau dizer-me que não estava a produzir, o que se passava comigo...enervei-me e disse-lhe
" nunca registo tudo o que faço, trabalho sempre com o objetivo de fazer mais e mais, não perco oportunidades, mesmo que me dêem muito trabalho, se não está satisfeito com a minha prestação, não seja por isso, mande-me embora"...
Ao ver que me tinha transtornado, levanta-se, diz-me "olhe para o ecrã"  nada consegui deslindar naquele emaranhado mapa, tal a minha insatisfação, pega no meu braço, diz-me...você é a melhor, de longe sempre foi a melhor, você vai longe,nunca conheci ninguém com a sua garra, fiz isto para a chatear, gosto de a atiçar..."
Eu também gostava de chatear e, fi-lo, no seu período de férias, empossada no cargo provisório de sub gerente, a altura ideal para  aprovar os casos reprovados, na gíria " com batata", bastava a minha explicação plausível ,bem argumentada para serem aprovados sem receios.
Num regresso de férias , logo de manhã entrei no seu gabinete, disse-lhe "quero que saiba que durante as suas férias aprovei os créditos que o Sr. tinha reprovado"...
O que revela que também o sub gerente não tinha ação em opinar porque era igual a ele, só eu tinha arcaboiço para contrabalançar e tomar atitudes na mediação, porque era a única que sempre atendi o público, o conhecia e, as suas estórias.
Imaginem a cara bexigosa, branca, cor de defunto, pior, a ira que senti que se instalou dentro dele, olhou para mim, levantou-se da cadeira furioso e diz-me " sente-se nesta cadeira, sinta se não é difícil decidir.."
Respondi apressada, " não preciso sentar, a cadeira é o menos, a diferença é que o Sr. tem medo porque não conhece a clientela, nunca vendeu, não está habituado a ouvir "não", por isso não se sente à vontade, por isso reprova tudo..gosta de dormir descansado, o mais fácil, só aprova estando seguro da operação."

Entretanto a minha amiga Leonor, cansada do sistema e não agraciada em mérito como julgava merecer pediu a reforma.

Aconteceu a fusão do banco. Consegui sem o saber chegar ao topo, apesar do que se dizia "não gostarem de mulheres", porque pediam muitas baixas, porque produziam pouco, porque não eram inteligentes, porque...
Passámos a carregar um número mecanográfico que nos identificaria nas nossas operações .Fui uma extraordinária comercial.Fartei-me de trabalhar, de produzir em todas as áreas. Percebi rapidamente o que a empresa queria enquanto outros andavam a debater-se em questões irrisórias.Valorizei o produto estrela,  vali-me dos meus melhores atributos- comunicar pela escrita ao produzir pareceres, apesar dos poucos carateres, com o pensar em  engrandecer o perfil do cliente, na perspectiva que o analista ao receber a proposta aleatória, se não fosse apelativo,corria riscos de maior rejeição, afinal todos somos humanos e, a nossa vida afetiva se não estiver a navegar em boa onda, acaso se anda carente, acredito que se terá pouca paciência para se analisar, questionar, interrogar e,...o meu pensar como mulher em relação à cabeça dos homens...
Num repente na hierarquia questionavam-se "quem é aquela mulher na faixa dos 40 anos, donde veio,não é licenciada, quem a descobriu(?)"
Fartei-me de trabalhar, demonstrar para receber. Recebi mais elogios, louros do que riqueza.
Nunca pedi para mim nada a ninguém. Pedi sempre para os outros para a minha equipa.
Na visita que recebi o administrador da empresa, pedi-lhe que efetivasse uma colega, porque eu própria comecei no mercado de trabalho como assalariada, sentia na pele o que  é trabalhar "na corda bamba", na insegurança do dia de amanhã. Ela esqueceu-se de me agradecer. Nem um obrigado, nem um telefonema, porque eu estava de férias. Rapariga fria, sem  educação,julgava-se a  maior, esqueceu-se que a recebi de braços abertos a pedido do diretor, vinda de outra sucursal , o gerente não a queria, tal o azedume criado no primeiro dia, ao cruzar-se com ele fora da sucursal, achava ela ,que ele a deveria reconhecer e fazer vénia ...A única coisa que sabia, era informática, de resto aprendeu comigo, que nunca fui mulher de ficar com "trunfos na manga".
Rapariga enigmática, hostil, mole, pouco responsável nas tarefas conferidas, apesar de uma imagem doce, afinal, aparente!

As  inimizades existentes adensaram, num repente todas as minhas colegas sentiam que ser gerente era coisa fácil, banal, afinal se eu era, elas que se consideravam tão boas quanto eu, ou melhores, porque razão não haviam de sonhar também com tão alto cargo (?).
Sonharam todas, passaram 8 anos e, não ascenderam...
Nem nunca!
Apesar da competência angariada de anos de trabalho, falta-lhes  carisma,  paixão de gostar de fazer, sobretudo de serem ousadas no prazer de  sentir orgasmos inteletuais a cada dia e,...
Em se destacar pela diferença!

Mas, hoje é dia de anos da minha amiga Leonor. Vou telefonar a dar os parabéns. Sei que vem hoje à cidade a consultas, tem andado achacada, vou dar-lhe um abraço apertado e levar a minha prenda que a minha filha comprou a meu pedido, um vestido em malhinha cinzento, espero que aprecie.
Estou com pouco tempo...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Comprar casa antiga, remodelada...os quês e os porquês!

Vive-se um tempo sem fim à vista de austeridade.Fazer aquisições, comprar - deve ser encarado como um ato  ponderado, seja pela fragilidade profissional seja pelo crédito bancário restritivo.
Há exceções. Comprar a pronto pagamento, nos limites da razoabilidade!
Só tenho uma filha. Maravilhosa, doce, inteligente, linda,a melhor filha do mundo. Merece tudo, porque tudo o que tenho é para ela. Vive numa mansarda  alugada, pequenina, sem espaço para guardar o edredon...
Entre o alugar outra casa maior - surgiu o pensamento de comprar, juntando as economias de uns e de outros, porque as poupanças dela são na verdade a fatia maior - consegue-se encontrar uma casinha remodelada em Lisboa até 120/130.000€.
Último sábado dia de visita. Escolheu uma casa que tinha visto com o namorado. Adoraram, apesar de alguns "senão". Há sempre coisas que não se gostam, a ideia é contrabalançar e, decidir em rigor.Aceitei o convite com o pai para novamente a acompanhar e ajudar na escolha.Fomos mais cedo, a pé demos uma caminhada na zona para conhecer o local, seja na frente e nas traseiras.
Casa bem situada no Areeiro.Razoável parque de estacionamento na envolvente, ainda um quintal de 40 metros, aliciante com churrasqueira.
As nossas más impressões: Afinal não são 40 metros mencionados na publicidade, isso, é o total dividido por o 1ºandar o que equivale dizer 20 metros para cada inquilino, isso sim, um erro crasso por parte da imobiliária, haveria de encontrar mais!
Prédio edificado na década de 40, na frontaria nas águas furtadas fizeram duas marquises em alumínio - desenquadradas, descaraterizam a fachada do prédio.Na frontaria a multiplicidade de fios dos TLP embrulhados , desalinhados em barriga, coisa que se vê em bairros de lata...um horror!
Escada interior apertada com implantação de escada rolante para transporte de deficiente, atrapalha e um perigo para crianças.
Constatada a alteração do fornecimento da eletricidade através de um cano largo a contornar a escada  sem qualquer sentido de estética, desagradável à vista.
Contadores de água, luz, gás dentro da habitação. Deveriam pedir autorização às entidades competentes para a sua deslocalização para o hall da escadaria - como é obrigatório, sendo que as novas instalações se estendem pelo chão do corredor por cima do soalho antigo - ficam assim escondidas debaixo do novo soalho em ripas de madeira de pinho - chão flutuante tipo plástico - com um desnível de 10 cm  de altura em relação ao primitivo, notando-se na varanda.Pior, não há planta da distribuição das redes, se houver uma rutura, na pior das hipóteses tem de se levantar o chão...remodelação de paredes em pladur, existem no mercado dois tipos de placas de gesso cartonado, o normal em branco e o hidrófugo em cor esverdeada.Desconheço a resistência de um e de outro, qual o mais resistente à humidade a ser utilizado em instalações sanitárias e cozinhas e o outro, dito normal, o branco no resto da casa.Fiquei sem o saber. A mim o pladur pareceu-me todo igual numa cor acinzentada.
A sua utilização nesta casa retira à metragem inicial qualquer coisa aproximada de 20 metros, mais coisa menos coisa, ou seja uma casa dentro de outra casa, forrada a pladur, um caixote dentro de outro...
Na publicidade focava a orientação solar como sendo nascente poente - a mais apelativa, na verdade trata-se de norte, sul -  inevitavelmente nos desagradou profundamente, a cozinha e o quintal - afinal as zonas de lazer não vêem o sol.Apenas uma nesga durante minutos, de inverno deve ser de fugir!
No quintal do prédio seguinte um grande pinheiro nórdico que não sendo limpo há muitos anos, os ramos secos vêem-se das janelas e, os altos enegrecem o prédio nas traseiras, quando faz vento deve assustar!
Pior, as canalizações antigas em cerâmica apresentam fraturas, no futuro transpiram humidades para o pladur, as águas das cozinhas seguem por canalizações exteriores ao longo da fachada do tardoz do prédio, e adesivos publicitários na porta de entrada - "Desintop" e outros, são prova de constantes entupimentos que deixam a pensar!
O andar ao lado já reabilitado, moderno a branco, a sala com paredes em mosaico espanhol a imitar pedra, bons pormenores estilísticos, graciosos,mas...conhecendo " in loco" como se faz a remodelação deixa qualquer pessoa de bom senso a pensar e com dúvidas plausíveis que a levam a não comprar "gato por lebre".

Estamos no século XXI. Estas casas antigas foram construídas em tabique e tijolos de cinza que imitam os de fibro cimento, na zona da cozinha as placas são frágeis onde a cal é predominante. Este tipo de casas ao serem remodeladas deveriam estar sujeitas a vistorias camarárias e também das entidades dos serviços fornecedoras:água;luz e gás.Estão. Só que os remodeladores por falta de trabalho na construção fogem a licenças e demais encargos, para ganhar mais. É inadmissível a canalização não obedecer a normas modernas de segurança, nomeadamente na modalidade de "bicha" isto é, a existência de uma ou mais caixas que em caso de rutura, o cano é substituído sem estragar absolutamente nada. As paredes sendo todas em pladur, frágeis, não suportam grandes pesos de quadros por exemplo.
Outro fator negativo é a grande carga térmica que estas casas tem. Em caso de incêndio arde todo o prédio (?)quem suporta os custos?
Também em termos de seguro multiriscos uma casa nestas condições paga muito mais do que se tivesse placa em cimento.Outra nota importante é saber se os vizinhos tem seguros atualizados de responsabilidade civil
Quem suporta as despesas  de responsabilidade civil em caso de incêndio ou ruturas, se não houver seguros?
Também é pertinente neste caso ter conhecimento prévio do vizinho que limita o muro do quintal, no caso um baldio, saber se é particular ou camarário e se existe viabilidade de construção ou outra no futuro.
Outra coisa que me apercebi. Pertinente: o construtor encarrega-se de alindar a escada e as fachadas, isto a meu ver para compensar os inquilinos do transtorno da obra - no fundo de os comprarem- assim não os denunciam com a falta da licença de obra às autoridades. Aceitam a ilegalidade a troco de alguns melhoramentos - porque na verdade não tem dinheiro par os suportar.
Deste modo se vive neste país à beira mar plantado...
Subornos, compensações, compadrio, pagamentos...para fazer calar!

Portanto fica o alerta nem tudo o que se vê luz oiro. As aparências iludem. Não comprem bonito sem conhecer o que o pladur esconde.
Também alerta para sites de bancos que fomentam a compra com a análise do índice de avaliação do imóvel...tretas - os valores correspondem ao que eles colocam no software  alusivo ao prédio...inevitavelmente o metro quadrado sai ao preço que lhes convêm para dar certo no preço final que pretendem vender...
Anda meio mundo a enganar outro meio. Há casos de vendedores "espertos" arranjam a fachada do prédio - os olhos também comem, esquecem-se contudo do tardoz:das escadas de emergência em ferro forjado, obsoletas, podres e muros a cair dos quintais, do telhado, da conduta da água se é de origem ou foi substituída, se existe administração do condomínio, qual o valor.


Não se deixem enrolar e enganar. Podem ser novos mas não sejam tolos.Peçam ajuda aos pais que podem ajudar a ver pontos de vista que a gente nova pode passar despercebida. Ninguém nasce ensinado. Só se aprende com os erros ou se formos alertados.
Cuidado com prédios com mais de cem anos,bonitos por fora a cair de velhos por dentro ainda obras e paredes deitadas abaixo sabem lá (?) alguns o que são paredes mestras...vejam as rachas nas paredes - a cedência resultante das alterações dos andares remodelados!
No caso de interesse de compra não deixem de consultar a caderneta predial e fazer valer os vossos direitos.
Perguntem sobre tudo o que achem estranho.Alguns vendedores  "afiambram-se aos sótãos" -interesse de o vender aos condóminos do último andar - para fazerem duplexs e desfrutar de vistas deslumbrantes sobre a capital...sendo este - o sótão -  uma parte comum de todos os condóminos a partir do momento que legalizam o prédio em propriedade horizontal, tal e qual o mesmo das caves - partes comuns do prédio com acesso pelos quintais de outros...coisa que faz pensar - o que deveria ser feito? Uma boa sala de condomínio e outra de arrecadação para ser utilizada pela senhora das limpezas.Se o dono quer vender o sótão que seria de todos é justo que seja sincero e dê contrapartidas ao comprador e,não tente por-lhe areia para os olhos...auscultem e não aceitem aquilo que o vendedor diz e teima afirmar..." só vendo se assinarem um papel por causa do sótão..os outros já assinaram...". Isto considero uma afronta, fazer das pessoas parvas!
Na realidade ele - o ganhador do negócio neste tempo de recessão e crise. O novo comprador se tiver um problema à posterior e o quiser vender apesar de remodelado...vai ver-se aflito, a casa continua a ser velha a cada ano que passa...em pouco tempo chega aos 150 anos!
Cuidado com as partes comuns - sobretudo se o acesso não é direto e tem de invadir a casa alheia de outro condómino...imaginem alguém se lembrar de fazer uma festa na parte comum - toda a gente entra e sai pela casa do vizinho do r/c ou da cave que lhe dá aceso. Resolvam antes de comprar. Exijam legalidade para o vosso lado.Não me digam que gostariam de ver a vossa casa invadida de gente num entra e sai para usufruir do quintal que é de todos...mas só um tem livre acesso.

Exijam os vossos direitos -não assinem contratos só com obrigações! 

Os construtores compram andares e prédios a preços da uva mijona. O valor matricial é francamente irrisório - casos de herdeiros cheios de dívidas que vendem ao desbarato -com pouco dinheiro e alguma criatividade fazem maravilhas que deixam qualquer pessoa verdadeiramente encantada -o pior são as entranhas. O construtor, ele sim - o ganhador deste negócio, meio por meio,tal como o herdeiro direto do avô ou bisavô que no inicio de 1900 com os lucros de fabricas - conservas, cortiça, tecelagens e outras - construíram metade de Lisboa - pior é se o novo comprador tiver necessidade de ter de o vender à posterior por qualquer emergência...andares com mais de 100 anos...o lucro - esse foi ganho na última venda - onde está a fiscalização desta nova modalidade, a remodelação de casas antigas??? na gaveta por certo e não deveria!

Nunca em Portugal houve tanta gente estudada.No entanto é drástico apreciar que pouco ou nada sabem mandar,orientar,exigir fazer bem feito ou tomar medidas preventivas nas empresas que dirigem, isto porque entregam as obras a sub empreiteiros que por sua vez as entregam a terceiros e assim os serviços são feitos por gente que vai aprendendo, sem especialidade,mal remunerados tão pouco são conhecedores das regras de conduta sobre serviços, de estética nada sabem, nem tão pouco se interessam. Ridículo é ver um trabalhador a laborar em plena via pública, o menos qualificado na obra, à volta dele uns 4 a 5 doutores "gajos",um técnico, um paisagista, um arquiteto, engenheiro ou,...todos a olhar para o trabalho do operário,sem fazer nenhum, pior não sabem mandar,coitado do operário deve sentir-se mal a trabalhar sobre o olhar deles, eu sentiria!

Basta de pagar altas faturas de despesas domésticas. Estas empresas auferem grandes lucros anuais,  é imperativo que haja leis que punem serviços mal feitos, inestéticos de cabos e mais cabos enrolados em barriga presos e mal presos a postes, postaletes e em casas que desvirtuam as fachadas que deveriam ser agradáveis de olhar, afinal a nossa casa, mora ali e, não olhar o céu para só ver fios pretos desalinhados a atravessar estradas...
Vive-se um tempo de dizer basta, de continuarem a deixar roubar energia a torto e a direito em bairros desfavorecidos e noutros, sem nada ou pouco fazerem, quem se habitua a roubar, rouba toda a vida...então roubamos todos...é o que nisto vai dar dia menos dia, estamos alguns, a maioria, fartos de pagar a tempo e horas e a ser mal tratados.Pensamento que deveria deixar a pensar qualquer pessoa sensata. Neste país há multas para tudo e mais alguma coisa, comessem a multar estas empresas , obriguem-nas a repor a dignidade dos cidadãos que pagam e tem direito de exigir, tem direito a ter fachadas limpas sem fios a torto e a direito.
Porque razão não há parcerias entre as empresas para a instalação subterrânea dos cabos,  horrível ver os postes da EDP, ao lado os de madeira mais baixos da PT...é simplesmente horrendo.

Tem de haver mais preocupação pelos direitos do cidadão. Deveria!
Mas este país tem sido governado por "conas de sabão" que só olham para os seus interesses,dos seus familiares e amigos.

Procura-se com muita urgência uma mulher de "colhão preto" para endireitar o País. Praticar afincadamente a abolição da conduta de "cunhas",exigir segurança e atitude nas decisões, obstinada em mudanças fulcrais,defensora dos direitos do povo numa justiça igual para todos numa fiscalização empenhada a "ferro e fogo" em todas as áreas, pôr a banca no seu lugar, não a privilegiando mais, exigir rigor  na magistratura, alterando significadamente leis, abolindo outras, assim como normas processuais de recursos que só empenam o sistema,favorecendo quem tem dinheiro, criar mais trabalho para todos, não fazer o que se tem feito...dar cabo das empresas que se mudam para países mais favoráveis para isenção ou menor percentagem de impostos, e outras que não se instalam por as leis e as exigências serem desfavoráveis.

Mudar, é urgente para Portugal!
O nosso rumo para seguir a linha do progresso é deixar de assistir à fuga diária de cérebros para o estrangeiro, afinal estudos pagos pelos impostos da maioria de nós.
O governo tem falta de gente pensante.Desde o 25 de abril que as escolhas são feitas na maioria na hierarquia do partido, antigas namoradas, amigos e cupinchas de última hora... 

Prefaciando a minha avó materna Maria da Luz...onde estás tu Mulher que tanta falta nos fazes para pôr este País na linha!!!


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Odisseia por Lisboa num sábado comum com manifestação!

Sábado, frio e sol, um hábito dos últimos meses.Mais uma ida a Lisboa.Saboreei a maresia do Tejo por detrás da vidraça do cacilheiro, havia um grande paquete que sem modéstia apitava a veleiros que lhe faziam frente em  danças atrevidas...
O dia prometia ser de caminhada. No Cais do Sodré  vi um rapaz a sair apressado de um café pastelaria, ato imediato, sai uma rapariga vestida de casaco a imitar vison, brutos saltos altos, meias pretas e pircings,  em passo corrido chama por ele, encantado com o chamamento, entram de novo juntos...enquanto isso homens limpavam com máquinas assopradoras o lixo deixado nas ruas na noite de sexta...muito copo de plástico, tal a  cerveja bebida, beatas, muito desvario e, ...
Na Rua do Alecrim mirei os condomínios fechados, prédios com fachadas de azulejo, novos, em  branco e azul, no repente me lembrei daquele espaço outrora anos abandonado, antiga fábrica que aí existiu, só conheci as ruínas,obras embargadas por terem encontrado vestígios arqueológicos...
Mirei a loja da Fábrica de faiança de Santa'Anna...sinceramente não é do meu gosto, a sua pintura. No palacete da frente há um antiquário que ostenta debaixo da montra um lindo painel de Lisboa da Praça do Comércio, com um único torreão, como era antes do terramoto de 1755, magnífico  em azul. Idiota esqueci-me de levar a máquina fotográfica...ficou-me na cabeça!
Senti novamente a sua falta no Chiado para tirar uma foto junto ao Pessoa na sua cadeira,dourada, e sentir o gélido frio e do calor  de milhares de mãos que todos os dias a acariciam...
Fui dar uma espreitadela na feira dos alfarrabistas, ando à procura de livros ou catálogos sobre faianças.Passou por mim um sem abrigo de farta barba conduzia o seu carrinho cheio de sacos de plástico sobretudos virados pelo avesso e, ainda um edredon vermelho. Não comprei nada, pareceu-me mercadoria cara.De volta à rua principal do Chiado voltei a cruzar com o sem abrigo, estranhei trazer pela trela dois belos cães, muito bem tratados. Imediatamente o meu olhar procurava pelo seu património ambulante, aquele que minutos antes se cruzara comigo, dei com ele estacionado no passeio depois da florista.Tal aberração me confundiu, estabeleci conversa com o meu marido, disse-lhe " tu não me digas que o gajo foi levar os cães d'alguma serigaita para fazerem as suas necessidades, se calhar dá-lhe uma miséria"...Uma certeza tão intrínseca aquela, é preciso ter estilo e displicência com os sofridos!
Frio de rachar a descer o Chiado, não fosse a camioneta do fado a romper o horizonte com a voz da nossa Amália, a grande!
Passa por mim uma mulher da minha idade, ou mais estragada, cheinha vestida de colans pretos, deveria ter acordado da noitada, esqueceu-se de vestir algo mais aconchegante para a silhueta não se parecer tão ridícula e até agasalhar, sim porque o frio era de cortar!
Fui ao celeiro comprar um suplemento para queimar gorduras...caro, agora não sei se resulta!
Entrei na casa da lotaria, o meu desejo de ser sorteada finou-se num segundo, enquanto isso, um negro comprava frações da popular...
Na Loja do cidadão tratei de um assunto pessoal e, sai, segui a direção da Avª da Liberdade para ver a feira de velharias. Numa banca vi um par de jarras de bicos do Juncal, perguntei o preço, o vendedor demorou tempo a dizer, o que detesto, matreira respondi, na feira da Figueira já a tinha visto, o Sr., só levava uma, disse-me que tinha o par...ficou de boca calada!
Noutra banca vi o pratinho de Coimbra, azul cobalto, com dois corações minúsculos ao centro a um preço exorbitante(25€)meu conhecido na última feira de Belém, vi também a colecão de faiança de Coimbra na banca da Paula, só de saber que os vi em feiras durante dois anos, no mês passado passaram para a banca do Vitor que me pediu 50€ por cada exemplar,para meu espanto na semana seguinte o lote passou  a custar nesta banca cada peça 150€ e o prato de sopa 100€...para pensar, não acredito que os vendam assim de mão beijada...apreciei  noutra banca um bule de caldo da VA, assinado a  azul  todo branco, pediu-me 60  €...
Compras (?) não vi ninguém as fazer, enfeirei num alfarrabista, comprei o livro da Real Fábrica do Juncal, antes marcado 50€, riscado para 30, novamente riscado para 20...veio comigo por 15€.
Atravessei a avenida, numa esquina vi as novas lojas de gente rica, numa delas, o segurança, um negro abria a porta a chineses...
Passei por detrás do Gambrinus, entrei numa tasca para comer uma carne à Portuguesa, no restaurante escolhi uma mesa junto à vidraça para me saborear com o sol, ao nosso lado estava uma mesa com homens e uma miúda, vinham  do Porto para a manifestação da CGTP.Só tabelámos conversa no hora da aguardente, todos visivelmente quentes, o vinho do novo, bom, sindicalistas, traziam um cartaz escrito a letras vermelhas, quiseram que o lêssemos...só me recordo das palavras... " que se fôda"...gostei do chapelinho no " o" -  é mesmo à norte, sendo eu do centro alinho na conduta!
Saímos em alegre cavaqueira caminhamos a pé até ao Rossio, eles foram à ginjinha rematei "aqui há 35 anos entrei pela 1 ª vez com o meu namorado, agora marido, o homem perguntou-me quer com elas ou sem elas"...não entendi, mas também não perguntei ,e disse-lhe - com elas...claro que me engasguei!
Despedimo-nos endereçando votos de sorte. A caminho do Martim Moniz vimos gente que se concentrava para a manifestação. Roubei duas flores do jardim, apreciei os prédios quase prontos na barreira antes do hospital, obra embargada também décadas por vestígios arqueológicos, agora finalmente o cenário é bem mais bonito, começamos a subir a calçada dos Cavaleiros, no nº. 7 onde os meus sogros habitaram quando nos anos 50 vieram morar para Lisboa e o meu marido viveu até aos 4 anos. Gostei de ver o prédio reabilitado.Não gosto é de ver muita gente de olhos amarelados...por não serem bonitos, porque mal nunca me fizeram!
Na curva da subida no largo havia gente que fumava e deitava conversa fora.Alguns prédios de cara lavada, outros fechados a degradarem-se, uma pena no coração de Lisboa. Nisto um homem  quarentão, alto , de cabelos grisalhos destacou-se do grupo e veio atrás de nós, tabelou conversa com outro que descia, em voz alta falavam do futebol que dava à noite na tv ,parámos a observar um prédio devoluto e entaipado ele aproveitou o ensejo para estabelecer conversa connosco sobre a degradação das casas no bairro e nisto vi-o  entrar numa porta onde se abaixou, porque parecia  uma casa de bonecas, olhei o prédio e gostei, com varandas de ferro forjado e floreiras, de cara lavada, a porta com o passeio ficou pequenina...ao lado ainda a casa do fotógrafo de fachada engalanada a verde muito romântica,onde o meu marido tirou a 1ª fotografia, todo nuzinho, em pelota, em cima de uma poltrona!
Mais acima demos de caras com o Carlos Carvalhas,antigo líder do PCP, vinha de casa,atrás dele uma comandita de rapaziada, vinham para a manifestação. Na travessa das Mónicas chamou-nos a atenção um letreiro de venda, uma casita inserida na antiga muralha, cheia de sol, achámos que seria gira para a nossa filha, tirei o contato, ficámos minutos a sonhar com ela e, a inventar pseudos defeitos...
Na escadaria de S. Vicente de Fora estava gente sentada, lembrei-me de uma foto do meu marido em bebé a chorar...num repente deu-me para tal instinto imitar ocorrido há 57 anos, uma nota séria, o vinho do almoço estava  a fazer efeito!
Ao fundo avistei o arco na rua que liga o convento, através dele vê-se a panorâmica do Tejo e da feira da ladra.Alguns dos feirantes já não estavam.O meu marido encantou-se com uma garrafa de litro de brandy do José Maria da Fonseca, "Ouro Velho", o vendedor deu-lha por 7€, entretanto vi que tinha serrotes, a precisar de tal ferramenta para limpar as árvores da casa rural ,um veio comigo, novo 5€, o outro logo o vendeu também, tinha um relógio de sala por 45 € e alguma loiça de Aveiro, uma taça estava partida com os cacos dentro, foi no transporte quase aposto...noutra banca aprecei uma travessa cavalinho, um rapaz disse-me " ali em baixo está uma nova e mais barata" desci, nada vi, olhei para trás, percebi que se tinha equivocado ao perceber que procurava por uma moto serra...na entrada do recinto estava um imigrante com uma no chão, pedia 80€...parei,disse ao meu marido, precisamos de uma, se ele fizer 50€, compramos, voltamos atrás regateamos, pagámos 60€...temos de a experimentar!
Paguei 50 cêntimos por um sacão preto para a pôr,  dissemos adeus à feira a caminho de Santa Apolónia.
Ao fundo avistámos carros da polícia, muita gente que se chegava e megafones a ditar palavras de ordem. Mal chegámos deu-se início ao desfile, atravessámos por entre uma faixa corrida, fomos na avenida a caminho do Terreiro do Paço, a meio caminho um velhote meio quebrado meteu conversa connosco e com ele fomos a conversar borda fora. O homem falou do seu passado como padeiro, depois foi para o mar, andou embarcado em cargueiros e outros barcos, um dos quais o Timor, a fazer pão.Lamentava-se que a mulher lhe deu cabo do dinheiro, lastimava-se com a parca reforma, reformado desde 85 com 25 contos...o meu marido ainda lhe disse "mas olhe que ao tempo era uma boa reforma"...pois pois, dizia ele, o pior foi a maldita da mulher com os netos deu cabo de tudo...tenho uma casita perto de Santar, se quiserem lá ir fica perto da rotunda, está cheia de pó... limpo tudo...o pior é a minha coluna, vou aflito, do resto estou bom!
Despedimo-nos no jardim do Tabaco, havia um ajuntamento das forças especiais com bizeiras e,... uns metros à frente uns colegas chamam-nos, fomos até eles. Perguntaram para onde nos dirigíamos, se estávamos na manifestação, aí percebemos o buzilis (?) a moto serra meia dentro do saco de plástico com a lâmina de fora...tranquilizámos os homens da lei, dissemos que éramos pessoas normais, o mais atrevido disse, "pois normais são todos" " não podem ir de metro?" respondi..."não, gosto de ir à beira rio, não vai haver problema nenhum"...naquilo o colega perguntou-nos como estava a feira da ladra,"respondi estava para o fraquito, olhe comprámos um brandy para beber logo à noite e um livro de faiança, por aqui vê que somos pessoas de gosto eclético!
Atravessámos para o lado do Cais das Colunas, acabámos por nos sentar no muro à espera que passasse a manifestação vinda do Cais do Sodré, nisto somos abordados por um dos sindicalistas que tinha almoçado ao nosso lado com a filha, a sua 1ª vez na capital, foi mostra-lhe o Chiado e,...
Brutal no meio de mais de 300 mil pessoas, já nos tínhamos despedido, veio novamente até nós, isto sim é gente de calibre!
Decidimos vir embora a caminho de casa, sim o dia tinha sido longo.
O meu marido ainda viu gente conhecida a caminho do Terreiro do Paço.
Um dia cheio de emoções, tinha de ser contado!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O livro Herdeiros da Atlântida

A minha secagem de figos pingo mel que os meus tios me trouxeram do seu quintal do Pereiro, sendo eu amiga destes rituais ancestrais, sequei-os como pude na varanda, claro que dantes os secava no tabuleiro de madeira com munha(caruma) dos pinheiros.
Deleite será saboreá-los a ler o livro...

Há tempos fiz um post sobre uma conversa com um vendedor "Sr. Pedrinhas"...
Falou-me das suas descobertas no mar e da publicação de um livro.
Pois é. Finalmente estarei no sábado dia 1 na FNAC do Cascais Shopping pelas 15 H para a sessão de autógrafos, o autor Luís Sobral assinar o meu!

Quem não leu deixo excerto desse post...

Fiquei de conversa afiada ao meio da feira com o vendedor dos fósseis, artefatos encontrados no mar, rios antas e sei lá mais aonde...
Geólogo -, desempregadom anda nestas andanças há coisa de 1 ano, julgo que o conheço há mais...
O ano passado ofereceu-me um "raspador" da pré história em silex, muito pequeno que encontrou na praia da Galé. 
Antes de sair de casa à pressa fui buscar uns fósseis de conchas e uns de rosquilha que encontrei no Cristo Rei há anos quando fizeram uns buracos para plantar cedros.
Meti tudo nos bolsos do casaco comprido, cheguei ao pé dele cumprimentei-o e disse-me logo -, "já tinha pensado em si, há que tempos que não a vejo" dei-lhe o que trazia,  admirado explicou que as de cor de argila eram mais antigas, coisa de 20 milhões de anos, enquanto que os de cor escura só tinha metade do tempo. Ainda me disse o nome, mas escapou-me...
  • Queria contar-me que com a ajuda de uma pessoa conseguiu fazer um livro sobre arqueologia.Até me disse as teias do negócio.Explicou as premissas do livro... sentia-se apavorado...
Palavra puxa palavra, disse-me que o livro ia revelar uma grande descoberta submersa no mar, coisa grande maior que Roma -, casas, ruas, palácios, colunas, estátuas de testa alta, olhos encovados e nariz muito grande, queixo saliente, e cabelos em jeito de trança virado para trás tipo cifres, em granito o que estranha.
  • Mostra fotografias que tirou até onde a sua objectiva alcança 60 metros.
Mera e grande curiosidade perguntei como tal descobriu, se foi ao acaso -,disse que não, foi atrás de lendas que sempre ouviu, juntou umas e outras, ainda me contou duas...

" alguém que precisava de cuidados veio à aldeia pedir ajuda, com ele foi uma mulher que chegada ao areal pergunta vamos para onde?" naquilo entram num túnel no meio das rochas...

"do pescador desaparecido que foi e voltou do mar"

ainda...

Anda nisto julgo desde 1995. 
  • Não revela no livro as coordenadas, o que compreendo.
No entanto quase me disse a extensão onde se situa a grande cidade que a meu ver será uma descoberta de grande riqueza e dimensão no mundo arqueológico.
  • Fiquei maravilhada ali ficava o dia todo a ouvi-lo...
Ainda tive tempo para o descansar, a meu ver tem o mérito da descoberta que pelo que diz é coisa grande, muito grande e que terá um impacto quer a nível nacional quer a nível internacional, por certo irão aparecer grandes empresas de pesquisa submarina para fazer a supervisão dos achados, cataloga-los dar a conhecer tal projecção do nosso Portugal à beira mar plantado, aos pés molhado  de ruínas de excelsa beleza, também, quem descobre no mar alguma coisa é da pessoa...
Vira-se para mim e respondeu num gesto de franzir a boca em jeito de não...será que as leis mudaram?

Fazia-se horas para me despedir, outros feirantes à laia de conversa riram-se para mim, "isso hoje é que foi conversa com o Pedrinhas..." 
  • Só inveja da atenção que lhe dei e ele a mim!
De facto este contacto anónimo é para mim incrível, autêntico, enche-me de alegrias. 
  • Esqueço tudo o que de mau me aconteceu na vida!
Mais tarde perguntei-lhe o título...andava indeciso...

Atrevo-me a dizer que se chamará qualquer coisa como...O LIVRO DA ATLÂNTIDA!
  • Afinal não andei longe-, HERDEIROS DA ATLÂNTIDA

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