sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O 39º aniversário do meu casamento

Passou este mês de setembro o 39º ano do meu aniversário de casamento.
O destino foi Lisboa com partida da Trafaria para apanhar o barco, parecia um avião até Belém, com vistas fenomenais nas duas margens.Destino o Museu de Arte Popular, que merece uma crónica.  
Baía da Trafaria, a selfie...
Assisti à foto da chegada de um grupo de ciclistas ingleses de várias faixas etárias na ligação Lisboa / Faro.
O barco da Transtejo mais parecia um avião com destino a Belém, sentada na frente com uma vidraça enorme onde se apreciam vistas deslumbrantes das duas margens.

 Torre de S.Sebastião na frente da Torre de Belém
 A ponte 25 de abril

Porto Brandão
Belém em Lisboa com uma panóplia de monumentalidade; Padrão dos Descobrimentos, CCB, Museu da Marinha, Arqueologia e Maat, Mosteiro dos Jerónimos, Museu de Arte Popular, Planetário, Palácio de Belém, Praça do Império, Feira de artesanato e de Velharias e,...
 Maat

 
 Museu de Arte Popular

Gradeamento do Museu à antiga com términus rematado em Cruz
Almoço em Belém num restaurante de minhotos. Comemos e bebemos bem.

A margem do Tejo, antigo farol
Deitados nos pufs no CCB na sombra de oliveiras com azeitona a perder-se e bem alegre em demasia imitava a vozinha doce dos meus netos---avô Luís---avó Bela... até que o meu marido me chama a atenção que estavam a olhar para nós...demos corda aos sapatos porque a terra estava molhada, sujo-nos os calções ...
 
O calor castigava, não fui de modas meti-me dentro da fonte da Praça do Império com estrangeiros a perguntar se a água estava boa...admirada porque estava limpíssima, por isso não escorreguei.
 
Foi um dia fantástico a sorver cultura e não só!
Que venham muitos mais aniversários!

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Adriano Carvalho, comerciante de Ansião enriqueceu em Moçambique

Devia lembrar-me do comerciante Adriano Carvalho homem natural das Cotas, Pombalinho, do vizinho concelho de Soure, a dois passos de Santiago da Guarda, por certo com raízes familiares no concelho de Ansião, pelo apelido . Segundo uma fonte que trabalhou na sua casa nos finais da década de 50, na pretensa em permanecer anónima,  a casa tinha duas empregadas; uma de casa e outra de fora para tratar do jardim, dos animais e ajuda ao Ti António Carvalho que  vivia no Canto,  trabalhador diário na quinta a tratar do milho, horta e da vinha. A  D Emília, esposa do Sr. Carvalho, era natural de Lisboa, falava da vida árdua do marido quando ainda rapazote veio para Ansião trabalhar na loja do Sr Adolfo Figueiredo de onde fugiu por maus tratos que nem a animais se infringiam. Obstinado ao trabalho o patrão foi a casa dos pais para o trazer de volta. Quem lhe valeu foi um avô que o entendeu e ajudou com dinheiro para emigrar para Moçambique, enricou para  anos depois regressar a Ansião para se radicar  em casa comprada pelo pai a quem  tinha enviado dinheiro.
Abel Falcão dos lados de Miranda do Corvo, também emigrante a África, acabou por aportar a Ansião onde um seu irmão foi presidente da câmara e veio a ser governador civil. Comprou a Quinta de Além da Ponte de herdeiros de Dom João de Mascarenhas Vellasques Sarmento e de Alarcão, conterrâneo com raízes no Espinhal, além desta Quinta de Além da Ponte adquiriu uma parte de outra Quinta, cujo nome ancestral se perdeu, para hoje ser conhecida por Urbanização da Quinta da Fonte onde construiu um solar de fachada azulejada da Fábrica Viúva Lamego, a marcar a arquitetura em Ansião, que depois foi comprada pelo  Sr Adriano Carvalho onde morou desde 1924 até 1966.
Solar do início do séc. XX mandado construir por Abel Falcão
Comprada por  Adriano Carvalho
Rua da Fonte
A expropriação em 1937 do jardim do solar conhecido pela sede do Clube dos Caçadores, para se fazer a Praça do Peixe, tendo a norte sido rasgada  uma travessa de ligação à rua que lhe corre pelo tardoz, António Salazar, erradamente lhe chamam Largo da Biblioteca, e a sul outra travessa que entroncava com o caminho para o Salgueiro e  Casais,  hoje denominada Rua da Fonte a limitar duas grandes quintas que foram do passado de Ansião, ambas sem se conhecer os seus nomes ancestrais. A quinta a norte cujo donatário foi Fructuoso  Veiga, onde ainda moram descendentes e a quinta a sul, cuja parte norte foi do Sr Adriano Carvalho faria parte do solar onde avento nasceram os Soares Barbosa, à muito sem descendência no que foi o seu chão.
A quinta  do Sr Adriano Carvalho tinha vários poços, julga-se que o poço usado antes da rede de fontanários pelas gentes das redondezas era um poço mais pequeno na terra do milho onde uma vez caiu uma mulher quando tirava água, e o Sr. António Carvalho de imediato se atirou e a salvou
Tenha ganho o topónimo - Quinta da Fonte no tempo do Sr. Carvalho, depois de 1924 pela bondade em deixar entrar as mulheres para encherem os cântaros num tempo que não havia abastecimento de fontanários da rede pública na vila. A quinta também  tinha um tanque que era cheio com motor com torneira. Na encosta da quinta havia um poço com muita água que também se tirava a motor, ainda outro poço  com nora e um poço mais pequeno na terra do milho .
Jornal  a Regeneração de Figueiró dos Vinhos de setembro de  1953 «As ruas ao Cimo da Rua foram calcetadas e por isso melhoradas substancialmente pela Junta de Freguesia , da digna presidência do Sr Francisco António Cardo»
O que se destaca?
Se o piso da a rua foi  melhorado devia nessa altura ter sido agraciada com o nome do comerciante Adriano Carvalho, ainda  lá morador... Para mais tarde ter sido agraciada na toponímia pela metade - Rua da Fonte
O certo?
Rua do Comerciante Adriano Carvalho
O estabelecimento comercial do Sr. Adriano Carvalho 
O prédio era da  família do Sr Acúrsio Monteiro
O Sr Acúrsio Monteiro explorava uma pensão no gaveto sul, tendo alugado o gaveto norte ao Sr Adriano Carvalho.
Este prédio foi o palco da Casa e Albergaria da Misericórdia, teria sofrido alterações na fachada nessa altura com a abertura de duas montras, uma a nascente e outra a norte, o grande balcão corrido em L e a poente a taberna com uma grande parede de tabuado, faria parte da arrumação de arreios e selins junto das cavalariças.  
O portão da taberna
Emblemas publicitários na fachada  de Correspondente do Banco Português do Atlântico e de um refrigerante Schweppos do tempo do Sr Adriano Carvalho












Segundo o Dr Manuel Dias «Adriano Carvalho destacou-se como Administrador do Concelho e vereador, contribuiu para a divulgação de notícias importantes em regulares “correspondências” no jornal “O Mensageiro” de Leiria, e ainda multifacetado na vida social - fundador do Clube dos Caçadores e Presidente da Filarmónica de Ansião. Deixou em definitivo Ansião para se radicar em Lisboa em 1966.»«Homem conservador convicto, travou grandes lutas contra o meio republicano local, que não lhe poupou críticas. Fundador, director e proprietário de um jornal ansianense, de duração muito efémera - O Anunciador d'Ancião, cujo 1.º número saiu a público no dia 19 de Novembro de 1924, com publicidade ao seu comércio, venda de mercearia, ferragens, adubos e sêmeas. " (...) Em termos profissionais, Adriano de Carvalho era comerciante. O seu estabelecimento situava-se no Largo do Município, e, em 1924, a publicidade ao mesmo, no seu Anunciador d'Ancião, referia a venda de mercearia, ferragens, adubos e sêmeas.
Já em 1938, a parte timbrada do seu recibo, anunciava uma maior expansão comercial:
«Mercearias, ferragens, miudezas, vinhos, sulfato, enxofre e adubos.
Representante de grafonolas e discos "Columbia", "Odeon", "Brunswick" e aparelhos de rádio.
Sub-agente da Companhia de Cerveja "Estrela".
Correspondente dos Bancos Crédit- Franco-Portugais e Cupertino de Miranda & C.ª
Agente da Companhia de Seguros A Mundial
Depósito de fósforos
Depositário de A Tabaqueira.
Camionagem.
Ao longo dos 42 anos que permaneceu em Ansião, envolveu-se activamente na vida local, contribuindo também para a divulgação do que de mais importante aqui ia acontecendo, através das suas regulares “correspondências” no jornal “O Mensageiro” de Leiria.
Conservador convicto, travou grandes lutas contra o meio republicano local, que não lhe poupou críticas. Foi fundador, director e proprietário de um jornal ansianense, bastante original, mas de duração muito efémera (na Biblioteca Nacional de Lisboa só conseguimos encontrar quatro números, referentes aos meses de Novembro e Dezembro de 1924). Trata-se de O Anunciador d'Ancião, composto e impresso na Tipografia Silva, em Pombal, cujo 1.º número saiu a público no dia 19 de Novembro de 1924, tendo como Editor e Administrador outro comerciante ansianense, Francisco Narciso da Costa Leitão.
Era um periódico de distribuição gratuita, bi-semanário (com saída anunciada às Quartas e Sábados) e o seu conteúdo era constituído, sobretudo, por anúncios, daí a razão do seu nome. O Director explicando aos leitores a razão do seu aparecimento alude o desenvolvimento industrial, comercial e agrícola do concelho concluindo tornar-se «necessária a existência dum periódico desta natureza, completamente independente, onde todos possam anunciar os seus produtos, o género do seu comercio e a natureza da sua industria, bem como tudo o que interessar à vila ou concelho. Foi Presidente da Direcção da Filarmónica Ansianense entre 1940/8 e um dos fundadores e dirigentes do Clube de Caçadores de Ansião em 1951. Mudou-se em definitivo para Lisboa em 1966» 
Mas antes, ofereceu a sua Quinta da Fonte a um comerciante muito seu amigo da vila que rejeitou o negócio por não ter dinheiro que chegasse, tendo sido vendida ao Sr Moisés Lourenço por 500 contos... o confidenciou a D Piedade Lopes.

Só conheci a loja quando a trespassou ao  Sr. Carlos Antunes 
O Sr Carlos Antunes tinha uma serração de madeiras e era angariador de cortiça. Recordo a loja grande sob o comprido, escura, iluminada com a luz que entrava pelas portas da frontaria e do portão da taberna. Na quina do balcão havia um armário  envidraçado cheio de guloseimas, pastilhas, cromos dos jogadores da bola e dos trajes típicos regionais, chocolates e rebuçados cujo pagamento era sonoro com a grandiosa e imponente máquina  registadora, cor de prata, ao lado do cofre havia um extraordinário relógio de pé alto com barriga para albergar o grande pêndulo dourado que luzia oiro aos meus olhos, a taberna com  a pia cor de tijolo onde se lasvaçava mal e porcamente os copos na torneira , grandes pipos encafuados num tabuado vermelho, local onde fui muita vez chamar o meu pai, onde o dia e a noite se antevia pelo grande portão de madeira tendo pela frente o urinol público de cheiro fétido a urina, na Travessa da Misericórdia ...
Mais tarde soube que estes bens da loja deixados pelo Sr. Adriano Carvalho, o Sr.Carlos Antunes rapidamente os vendeu nos poucos meses antes de trespassar a loja ao Sr Murtinho. Aqui começou como caixeiro o meu amigo  -Zé Júlio de Albarrol.

Actualmente o prédio
Imóvel adquirido recentemente pela família de Manuel Murtinho, o seu último arrendatário.A derrocada do telhado da cozinha, que foi da albergaria, perdeu-se para sempre a sua bela e grande chaminé, apenas se reconhece no video de 1964 do cortejo alegórico filmado pela Televisão portuguesa nos deixou de legado, sendo que desconheço se existem fotos particulares, a cozinha ainda guarda a cortina na janela, no seu interior ainda deve existir a cisterna onde se abastecia em paralelo com o  hospital, que a içava de uma janela .A Casa da Misericórdia e o seu Hospital foram por mim correlacionados depois da leitura das Memórias Paroquiais e do conhecimento do local para lhe ditar o palco, em que a  identificação da janela de avental foi premissa, finalmente à vista apresenta uma racha, talvez do terramoto, devia ter sido tapada com pó de pedra e não cimento... 
Dignificaria a vila de Ansião este imóvel fosse preservado no que foi no seu passado! A Casa e Albergaria da Misericórdia!

Haja audácia em corrigir a toponímia!

Adriano Carvalho, homem por demais merecedor em vir a ser reconhecido e atestado  com respeito e consideração com a ratificação da toponímia!

Partilha de mais informação que a fonte pretende ficar anónima
(...) Ao lado do portão havia uma casa de sobrado que foi  armazém, arrendado ao Grémio da Lavoura, pagavam nesse tempo 100$00 por mês.O Sr Adriano ainda fazia fretes para Lisboa.Tinha um Lagar nas Cotas com casa por cima onde acabou os seus dias depois de ter distribuído  os bens pelos familiares ficou a viver dos juros, debalde a descida acentuada ao que parece viveu menos bem...
A senhora falava do tempo que chegaram a Ansião, das dificuldades, os caminhos maus mas havia comvivio social em que se reunia com outras senhoras nas tardes para o chã. Teve uma empregada  - Ana, mulher  desamparada da vida com um filho pequeno -  Henrique, foi criado com ela nesta casa, ambos foram muito estimados pelos patrões. O Henrique  tinha um tio em Angola - João Cancelinha  o levou ainda rapaz para Angola. Este tio em Angola teve uma relação  onde nasceu uma filha mulata que veio a casar com um homem branco, tiveram duas filhas - Maria Teresa a Maria Elisa. O pai delas faleceu e o avô o João Cancelinha tomou conta das netas. A Ana, mãe do Sr Henrique, morreu em casa do Sr Adriano Carvalho, ficou a amizade e quando as meninas vieram estudar para Ansião, para o Externato, o Sr João Cancelinha pagava a mensalidade ao Sr Adriano Carvalho para tomar cuidar delas, hospedadas na sua casa e mais tarde foram para Lisboa para casa da D. Deolinda madrasta da mulher do Sr Adriano Carvalho, uma delas era mulata e a outra branca com cabelos encrespados. 
Mais tarde o Sr Henrique quando regressou de Angola foi trabalhar no Ciclo, casou com a D Fernanda e moravam ao Fundo da Rua.
Recordo-me de algumas pessoas mulatas em Ansião, estava convicta que o Sr Adriano Carvalho é que por não ter tido filhos as tinha trazido, afinal como se constacta pelo depoimento não é verdade, por isso a importância da investigação.

Rua da Fonte inicio década de 50
Publicada na Página Facebook Ansião
A merecer atenção para uma nova rubrica de abordagem no Jornal Serras de Ansião com saída em setembro de 2019
Incitar o leitor à cidadania, a refletir sobre a atribuição da toponímia no dever em se pautar pelo conhecimento cultural destacando o mérito de pessoas, tradições e vocábulos antigos, debalde na prática constata-se dispersão e desvirtuar da realidade. Para não se perderem as memórias de Ansião da Rua da Fonte na década dos finais de 50 quando foi pela 1ª vez asfaltada, ainda com os bidons do alcatrão. Reconhece-se a Cadeia e a Praça do Peixe. O certo era a toponímia a imortalizar – Rua do Comerciante Adriano Carvalho. Homem natural das Cotas aportou a Ansião para a loja do Sr Figueiredo, de onde fugiu por maus tratos que nem a animais se infringiam. Como era obstinado e bom trabalhador o patrão foi a casa dos pais para o trazer de volta. Quem lhe valeu foi um avô que o entendeu e ajudou com dinheiro para emigrar para Moçambique de onde voltou rico, já com casa comprada pelo seu pai com dinheiro que entretanto lhe enviara, se estabelecendo em Ansião onde permaneceu 42 anos em regime de aluguer na que foi a Albergaria da Misericórdia, teria sofrido alterações na fachada com a abertura de duas montras, uma a nascente e outra a norte. No Livro do Dr Manuel Dias designado ilustre ansianense, conservador convicto, travou grandes lutas contra o meio republicano local, que não lhe poupou críticas. Fundador, director e proprietário de um jornal ansianense, de duração muito efémera - O Anunciador d'Ancião, cujo 1.º número saiu a público no dia 19 de Novembro de 1924, com publicidade ao seu comércio, venda de mercearia, ferragens, adubos e sêmeas.
Viveu ao gaveto da Rua da Fonte, na casa mais bonita de Ansião, forrada a azulejos Viúva Lamego, hoje propriedade do meu primo Vítor Lourenço, onde haviam vários poços, julga-se que o poço usado antes da rede de fontanários pelas gentes das redondezas era um poço mais pequeno na terra do milho onde uma vez caiu uma mulher quando tirava água, em que o Sr. António Carvalho, trabalhador diário na quinta de imediato se atirou e a salvou. Sem se saber a origem do nome da quinta, antes fez parte de outra maior, tenha ganho este topónimo - Quinta da Fonte no tempo do Sr. Carvalho ou do proprietário anterior, o construtor da casa, pela bondade em deixar entrar as mulheres para se abastecer de água.
Adriano Carvalho, homem por demais merecedor em ser reconhecido e atestado na toponímia!

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FONTES
http://ansianensesilustres.blogs.sapo.pt/1791.html
Fonte que pretende focar anónima que trabalhou na casa
Regeneração de Figueiró dos Vinhos de 1953

sábado, 23 de setembro de 2017

Criptopórtico romano na baixa pombalina

Com a entrada do equinócio do inverno meti-me a caminho de Lisboa para a visita às Galerias Romanas na baixa pombalina, que conheci há 30 anos, quando as deram a conhecer ao público.
Sozinha, o meu genro só arranjou um bilhete, por estar a decorrer as Jornadas do Património e em abril no dia dos Museus, únicas alturas do ano que são abertas, pela logística da parceria com os bombeiros para bombagem de água e pessoal da câmara.
Melhorou a entrada e o meu nível cultural que se enriqueceu e assim pude constatar um olhar diferente e mais apaixonante sobre as galerias romanas.
O criptopórtico foi descoberto em 1771, quando Manuel José Ribeiro construía o seu prédio na rua da Prata (nos hoje números 57 a 63). Nessa altura foi encontrada a lápide consagrada a Esculápio, colocada então no próprio edifício e hoje depositada no Museu Arqueológico.
A inscrição constante da lápide, com as dimensões de 0,72 m por 0,74 m, é a seguinte:
«Consagrada a Esculápio. Os Augustais Marco Afrânio Euporião e Lúcio Fábio Dafno ofereceram este monumento em dádiva, ao Município."
A arqueóloga teceu breve síntese sobre o monumento datando a sua origem no império de Augusto ou Tibério pelas almofadas de alguns blocos nos gavetos.
 

Água sempre presente com a marca habitual de um metro de altura, se julga fundamental para o monumento sobreviver (?).
Depois de descobertas tiveram várias designações
Termas dos Augustais, termas romanas de Lisboa, por possuírem "águas milagrosas" para curar certas maleitas, conservas da Rua da Prata, conservas de água da Rua da Prata , catacumbas e fórum municipal . Hoje, dá-se por quase certo que são criptopórticos, construções em abóbada que os romanos usavam em terras instáveis para servirem de plataforma de suporte a outras edificações, e que terão estado também ligadas a actividades portuárias e comerciais.
Apenas é visitável um terço do monumento que se estende desde a Rua da Prata (antiga Rua Bela da Rainha) e da Rua da Conceição, onde se entra entre a linha do elétrico, estendendo-se até à Rua do Comércio na baixa lisboeta.
A sul das galerias estão a decorrer novas escavações no que foi a cave de um prédio, com indícios do que foi o porto romano onde chegava e partia a mercadoria.
 
O chão das galerias com água foi coberto por uma espessura de 40 cm de entulhos cerâmicos e cimento
 Um arco de volta perfeita,  nesta galeria pode-se andar de pé
 Nesta galeria já temos de nos abaixar
 
Com o acumular de cultura na vida e aqui vinda pela 2ª vez alvitre tenham sido um sistema de cisternas para armazenamento de água potável que nesta zona de Lisboa era deficitária,  fazendo o aproveitamento dos níveis freáticos das ribeiras de Arroios que descia da Almirante Reis e da Valverde pela Avenida da Liberdade,  a correr a céu aberto, porque só em Alfama é que havia fontes frias e quentes. 
Digo isto porquê? Pelos inúmeros poços abertos na estrutura das cúpulas.Alguns prédios hoje a serem requalificados, todos tem um poço, que para gente como eu sempre conheceu os poços nos quintais e fazendas e nunca dentro de portas de casa.

 
 
 
 
 

Contraste com a cisterna romana do Carvalhal em Santiago da Guarda em Ansião, que há 40 anos também se especulava que seria um criptopórtico ou necrópole, por se ter encontrado nele um túmulo, curiosa a fui conhecer, e o seja cisterna que abastecia uma vila romana, há poucos anos descoberta na Casa Senhorial Conde Castelo Melhor. A região do Maçico de Sicó é muito seca de verão, a cisterna apresenta na curva uma abertura tapada com pedra.

 
 
 A abertura
Uma das galerias romanas apresenta uma grande racha, que está motorizada para dar conhecimento se ceder  e no chão também


 
 A boca do poço para esgotamento das águas
Não se entende a razão do lintel acima dos arcos frente a frente
 

Entrei nas  galerias romanas com cheiro a subsolo que depressa se dissipou para sair bem disposta, mais rica culturalmente nem me lembrei do eléctrico 28 que pelos carris trepida a compasso...

No final já na rua duas brasileiras e um rapaz que estava acompanhado de outros dois me pediram o endereço do blog, naturalmente pelas minhas  intervenções,  postura e conhecimento sobre história...
Bem hajam!

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