terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Escampado de S.Miguel em Ansião


A 9 de janeiro de 1314 há um aforamento feito pelo Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra ao Casal e Escampado.
O Escampado de S. Miguel atestado na toponímia pela capela com este orago.
Nos Escampados ainda prevalece na paisagem a arquitetura ancestral do povo que o habitou em paralelo com a eloquência da sua ruína.

Genealogia
Apelidos ainda vivos: Freire, Dias, Lopes, Serra, Caixeiro, André e,...
Saldanha , perdido, julgo.
Falta apurar os apelidos;
Do pai da Ti Júlia que casou com o tio do meu pai António do Bairro, que era gente abonada.
Do pai da mãe da Elvira André.
Família de Alípio recentemente falecido , apelido?
O apelido "Rodrigues" aparece referenciado em 1721 com Manoel Rodrigues administrador da capela de S. Miguel daqui natural e nos livros paroquiais de 1751 aparece gente com este apelido morador no Escampado da Costa, para hoje apenas ser conhecido como Costa. O apelido Rodrigues que o carrego tenha herança na Costa onde herdámos uma grande propriedade, eu e a minha irmã.

Janelas
Em madeira com minúsculo caixilho, que foi de vidro . Não se devia perder.
Como seria antever a aurora ou o lusco fusco do fim do dia através de um janelo tão pequeno? Seria para poupar o vidro mais caro que a madeira, timidez ou pelo carisma reservado das gentes ?
Mais uma grande achega ao passado deixada por Álvaro Silva
A janela com um pequeno caixilho de que mostra a foto chama-se na minha terra no Alto Minho "escotilha" tal como nos barcos, é anterior à generalização do vidro em meados do século XIX.
Vem aclarar a origem dos povoadores vindos do norte e na ligação ao mar - escotilha. Mais um grande contributo para o engrandecimento do passado de Ansião.
Piais  em pedra
A ladear a janela para as flores
Frestas estreitas
Piais e varandim em pedra 
Argola em pedra para prender os animais
Capela de S. Miguel
Foto antiga
No seu tardoz e na esquerda restam ruínas de casario
Nas Memória Paroquiais  aparece referência numa Informação de 1721 uma capela que instituiu Martinho Saldanha do Escampado, é administrador dela Manoel Rodrigues do dito lugar; manda dizer 20 missas cada ano.
Julgo que tenha sido esta capela em que a família "Saldanha" tivesse vivido no casario no seu tardoz?
Julgo que este apelido "Saldanha" já não existe no Escampado mas existiu num dos Casais - Brás ou Viegas?
Vista do tardoz do adro e da capela o que resta do casario que teria sido da família Saldanha que instituiu a capela?
No lintel a data de 1749 e o campanário do sino despojado dele por roubo

Ruínas  no tardoz do adro da centúria de 600 com prateleiras de pedra dentro das paredes
Na frente da capela a casa que foi da família "Serra",avós maternos do meu amigo Dr Carlos Cotrim. Acima da porta tem uma moldura com a data que não decorei mas recordo ser da 1ª década do séc. XX
Seguindo a estrada par norte
Em parte derrubado o casario para suposto alargamento da estrada?
Outra janela de madeira com caixilho minúsculo, há muitos anos foi esta janela a segunda que me fascinou, a outra conheci em miúda no Escampado de Santa Marta.
Em agonia uma roda de um carro de bois...
Um buraco no telhado- a beleza que a ruína exala!
Carvalhos seculares ainda persistem na paisagem dos Escampados
Um grande tanque em pedra
Os líquenes enegrecidos a bordar a pedra...

Distingui ao lado e pelo tardoz do frondoso carvalho para poente e norte ao fundo de um quintal volumosos muros de pedra seca,e outros já emersos em vegetação, não sei o que ali existiu no passado em  sitio altaneiro onde a norte parece em penhasco, alguém sabe mais? Teria sido aqui onde os arqueólogos andaram para determinar um castro de ocupação da Idade do Ferro?
No tardoz da capela para nascente encontrei um complexo ruinal que foi recentemente limpo e por isso o distingui de longe com um quelho de ligação para a estrada principal e outro para a Costa e  Senhor do Bonfim.
Um suporte em pedra, assim outros conheci nuns barracões no tardoz do que foi a Casa da Câmara.

Quelho de ligação da estrada principal 
Apresenta reentrância horizontal acima do lintel da porta outra caracteristica da arquitectura ancestral
Para não se perderem as memórias das pedras e das gentes!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Escampado da Lagoa em Ansião

O Escampado da Lagoa  localiza-se a norte do Escampado de S.Miguel e a sul do de Santa Marta, de onde parti em caminhada, para mim é o mais carismático, soalheiro, de pouco casario concentrado em redor da lagoa . Aqui viveu gente abonada.A evidenciar tenha sido dos primeiros em paralelo com o da Lagoa do Castelo a ser habitados - a razão a lagoa, pela abundância da água, porque por aqui há pouca. O lugar teria começado como todos os outros por ter sido escolha de um casal em que os filhos foram ficando e outros partiram, para hoje se mostrar quase desabitado. 
Ainda persistem ruínas de casario antigo onde se distingue na arquitectura tradicional caracteristicas como a
fresta horizontal acima do lintel da porta, sem saber a sua serventia, ainda se mostra comum  em casario da centúria de 600/700.                                             

As prateleiras em pedra encastradas nas paredes

Grande casario onde viveu a avó das minhas amigas de escola primária a Gracinda e Arlinda, os pais tinham emigrado para a Rodésia. Um dia trouxeram-me para conhecer a avó. Recordo que foi a primeira vez que conheci este lugar para de imediato me deixar apaixonar pela lagoa e pelo volume do casario em abandono de sobrado, sem perceber a razão de tanta riqueza do passado estar ao Deus dará...
Nesta foto não se nota bem, a parede na frente tem uma fresta minúscula a norte .

Fiquei triste ao ver a Lagoa que deu a toponímia ao lugar cheia de caniços, sem pinga d'água.
Urge que alguém de direito a limpe, bem limpa!

A casa de sobrado que em criança já estava em abandono.
Disseram-me que teve dois lagares, seria um de vinho e outro de azeite, com ligação à família "Simões" do Marquinho onde tinham um moinho de água.
Foto do Dr Leonel Antunes
Resultado de imagem para escampado da lagoa
Vista da lagoa em dezembro de 2018
Rodeada de bons carvalhos e muros de pedra seca. Paisagem idílica.
André Freire teria nascido aqui no Escampado da Lagoa?
Era rico porque apadrinhou muita criança com a mulher e uma irmã. 
No Escampado Belchior também houve gente com este apelido "Freire". No passado e hoje por trabalho ou casamento as pessoas deslocam-se. Do Escampado Belchior foi para a Sarzeda uma mulher onde se casou, dando origem ao apelido nas Cavadas, em indivíduos altos de olhos azuis.

Defronte da lagoa para nascente parte de outro casario de sobrado 
Em aparente ruína com a data no lintel de 1854? 
Duplo beirado português com balcão e escadaria .Aqui tenha vivido a família dos Moitas ou Moutas tiveram moinhos ou azenhas de água no Moinho das Moutas, cujo apelido veio a ditar o nome ao lugar.
A actividade intensa de moinhos de água, lagares de vinho, azeite e pisões de linho foram abundantes em Ansião, na ribeira do Nabão, Ribeira da Mata, no Ribeirinho ao Casal Soeiro, Escampado, atestada por uma contenda de 1359 arquivada na Torre do Tombo com os almocatés - Graviel Anes e Affomso Gil e Affomso Palez e Domingos Galego moradores em Ansiom .
No Escampado, o apelido "Palez" tenha derivado "Palaio" ? viveu no Escampado do Belchior.
Em novembro de 2020 a partilha no Grupo facebook Ansião do nosso grande amigo Dr Filipe Pinheiro de Campos 
Gente de Ansião VI
Para todos será certamente uma surpresa ... agradável!
O casal Manuel Freire Lourenço (b. em Ansião a 2.12.1708) e Josefa Mendes, sua primeira mulher, b. em Chão de Couce, casados na Matriz de Ansião a 1911.1731, teve, além de outros filhos a Maria Josefa de Santa Teresa que n. no Escampado da Lagoa a 24.10.1742 a qual, do seu casamento com Manuel Simões Pires, n. no lugar da Ribeira de Ansião, também conhecido como Ribeira de João Gomes, freguesia de Abiul, teve inúmeros filhos.
Entre os filhos do casal conta-se Manuel Simões Pires, n. no Escampado da Lagoa a 23.5.1784, casado com Maria Inácia da Conceição, n. no Escampado do Belchior que foram pais de José Simões Pires, n. no Escampado da Lagoa.
José Simões Pires foi morador no Escampado e pai de . Guilhermina Cândida Simões Pires a qual, residindo em Pombal casou com José Luiz de Oliveira Pessa, n. na mesma vila, empregado público em Pombal.
Deste casamento nasceu em Pombal a 14.6.1870 Adriano Luís de Oliveira Pessa, f. em Lisboa a 10.5.1942, médico, casado em Pombal a 23.9.1895 com D. Maria Octávia Catela de Miranda Pinto, n. a 22.12.1878 na freguesia da Graça em S. Tomé e Príncipe. (num outro post darei a conhecer este Adriano Luiz O. Pessa)
Quem foi este casal Adriano Luiz de Oliveira Pessa e D. Maria Octávia Catela Pinto de Miranda? Nada menos que os pais do nosso conhecido Fernando Pessa!
Fernando Pessa, de seu nome completo Fernando Luís de Oliveira Pessa era assim neto de uma ansieanense e n. em Aveiro a 15.4.1902 vindo a f. em Lisboa, com 100 anos de idade a 29.4.1902. Locutor bem conhecido, jornalista de rádio e televisão, correspondente da BBC na 2ª Grande Guerra Mundial. A sua infância foi vivida entre em Aveiro e Coimbra. Após os estudos secundários, tentou ingressar na carreira militar como oficial de Cavalaria. Dada a abundância de oficiais como resultado da Primeira Guerra Mundial, Pessa não foi aceite. Começou por trabalhar numa companhia de seguros, trabalho que o levou ao Brasil até 1934. No mesmo ano, candidata-se aos quadros da recente Emissora Nacional (EN), ficando classificado em segundo lugar. Transformou-se no primeiro locutor da estação de rádio do Estado Novo. Casou segunda vez em Lisboa com D. Simonne Alice Ruffier, n. em Castro, Estado do Paraná, Brasil, de quem não teve filhos.

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