sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Casal do João Galego, fidelizado Pinhal e o Carvalhal em Ansião

O Casal do João Galego 
 
O toponomio  é referencia na transcrição do Engº  Miguel Portela do  Arquivo da Univ. Coimbra, Cartório Notarial de Coimbra, Livro de Notas n.º 2 [1710-1710], do notário Simão da Silva, Dep. V-1ªE-8-4-184, fls. 37- 39.
« em 9 de julho de 1710, foi dito pelo aludido capitão-mor que “em seu nome e de seus sócios Manoel Borges e o dito António Lopez de Siqueira como Perbemdeiros da Casa de Aveiro estava contratado com o dito João Mendes Gago que presente estava para lhe haver de arrendar e dar por arrendamento as rendas da villa de Penella e Reguengo da villa de Ançião e foros da villa de Abiul e tudo o mais pertencente a Casa de Aveiro” (...)mais huma vinha que tem o Barramco tapada sobre si com cazas ahi pegadas, mais huma sarrada com árvores onde chamão o João Galego tapada sobre si, e estas duas propriedades estam no termo da villa de Pouzaflores”.

Um descendente de Pascoal Jose Melo Freire dos Reis o  Nuno Borges dos Reis Costa  construiu a sua vivenda no mesmo local onde a sua avó materna chegou a encontrar fragmentos de alguidares em verde e a minha amiga  Tina Mendes Faveiro e a mãe Florinda, no tempo das pinhas se lembram das ruínas da casa, onde o pai de Pascoal nasceu.

Em 1795 já aparece o topónimo  Casal do Pinhal
Registo de batismo a 24.11.1795 de José , nascido a 15.11,  filho de Fernando Fernandes dos Matos e Mariana Teresa do Escampado da Lagoa, moradores no Casal do Pinhal

O toponimo  Casal Galego, chegou ao século XX, ainda na voz de proprietarios.
Prevaleceu na fidelização o toponimo Pinhal.

O Casal de João Galego, foi morada de casados dos pais de Belchior dos Reis, onde nasceu.
Talvez tenham sido os donos da taberna que ali existiu. Entrou em abandono no inicio do séc. XX, pelo novo corredor da estrada a nascente. Recordo das ruinas,  e do frondoso castanheiro.
Lembro-me em miúda ouvir falar no Casal do Galego no que restava das tábuas do soalho da taberna, a avó dos «Borracheiros» encontrou uma panela com 28 libras em ouro. Em terreno de uma mulher dos lados da Ameixieira, onde hoje o filho mora. Naquele tempo os tesouros escondiam-se em casa. Havia gente que dizia que estes judeus tinham trazido moedas em ouro...
Terrenos foram no passado da Quinta do Bairro, onde hoje ainda resistem alguns de descendentes Reis. 

Corredor romano/medieval e por fim estrada real a sul do Casal Galego
                 

Ti Narciso conhecido pelo "Lavrante"
O conheci com o genro a trabalhar a pedra. 
Memória das lembranças de os ver a partir pedra na eira atrás da casa quando ia à minha fazenda da Barroca no Carvalhal do Bairro de Santo António, com extrema com o ribeiro e o quintal dele. Um dia quando trouxeram uma nova pia para o azeite, dizia-lhe a minha mãe "espero que esta não lhe ponha ranço como a outra...", retorquiu o pobre homem ”tire-lhe a senhora a borra do fundo que mau sabor a pedra não lhe dá”
Enquanto isso, o genro agradecia o gelo que os filhos tinham vindo buscar a nossa casa feito em tabuleiros no congelador que se partia com o martelo para encher a botija redonda que traziam e levavam em corrida para a mãe que tinha sido operada ao estômago…

Casa da Ti Alzira Aureliano
Boa mulher acabou cega, o seria de diabetes(?) na minha primeira vez que senti a cegueira e seus efeitos e tanta aflição me fazia vê-la naquela casa jamais concluída na beira da estrada sem luz, sem enxergar nada. A casa ainda resiste, de encosto à parede norte a roseira de pétalas pálidas, tantas vezes colhi as suas belas rosas de conversa com ela a caminho das Cavadas e de outras fazendas na carroça puxada pela mula "Gerica" na companhia da prima Júlia do Bairro, e ali pausa com tempo para dois dedos de conversa com a pobre mulher …"atão Ti Alzira como está vossemecê hoje?" enquanto falavam abeira-me da roseira para sufragar em cheiro apressado a deliciosa fragrância rosal!

Casa da "Maria entrevada"
Já não existe, foi requalificada numa nova.A Maria de alcunha - a entrevada,  foi vítima de um aparatoso acidente doméstico quando trabalhava como mulher-a-dias na casa do Sr. Oliveira na vila. Grávida, subia a escada de madeira com um cântaro de água e se desequilibrou e caiu desamparada, fraturando a coluna. Entrevada ficou para sempre, assim se dizia num tempo que não se faziam seguros de acidentes pessoais, porque existir até existiam. Não se compreende em gente abonada, tal sabedoria não abonar a segurança dos seus trabalhadores, nem tão pouco entender reparar o acidente de outra forma, pelo contrário foram duros e de amargas palavras, sobretudo para a vitima e para as suas filhas na escola, quando a filha professora as via chorar. As poucas vezes que conversei com a Maria entrevada, foi na cozinha junto ao lume onde a vi rastejar para o atiçar… Afetuosa era demais a mãe das minhas amigas, mulher de parcos recursos teve brio em obsequiar a oferta do pasto da Ferranha para as ovelhas, mandando as suas filhas a minha casa trazer a oferenda, açúcar, arroz ...
Mulher bondosa, sofrida, não merecia tanto azar nesta vida!Que Deus não se tenha esquecido de lhe ter dado  e continue a dar a boa vida eterna!
Mãe das minhas amigas de escola a Idalina e a  Helena, o Júlio,  mais novo.
O marido da "Maria entrevada" Abílio Carvalho era do Bairro, costumava ir ao Alentejo à ceifa. Um ano a camioneta deixou-o ao Ribeiro da Vide quando eu ia a passar, onde se mostra orgulhoso com as oferendas que trazia para ali me mostrar - oh cachopa olha o chapéu que trouxe do Alentejo - que abre em pleno verão em pano azul de aba enorme e ainda um grande pão, dizia olha que dura 7 dias...


Casa da  "Ti Ana Sapateira" 
A mãe da " Maria entrevada", naquele tempo as mágoas e tristezas da vida afogavam-se no que havia- o vinho. Diziam os vizinhos que gostava da pinguita e se abastecia na adega do vizinho Augusto Lopes e Ti Eufrofina, a quem chamávamos Porfina, os seus filhos malandros, misturavam água que ela não notava, ainda lhe faziam outras tropelias, sim porque a Emília era levada da breca…
Reminiscências da arquitectura romana/visigóticas da sua casa
A empena em V invertido para sustentar a parede acima da porta  na berma da que foi a estrada real. 
 A pedra com buraco onde se prendiam os animais - burros e mulas
Já não me lembro como se chamava a mulher que aqui viveu seria Isilda? 
Tinha a filha em Lisboa. A poente da casa, no pinhal haviam ruínas de uma casa antiga, explica que os antigos povoadores que aqui se fixaram ao longo da estrada real, não fizeram as suas casas na sua beira e antes no alto.
Casa da prima " Ermelinda canhoto" 
Casa da irmã da minha avó paterna a tia  Maria da Luz Canhoto
Outras gentes

O Ti Augusto Lopes e Ti Eufrofina
Tinham no quintal um poço de chafurdo

A Ti Jezulinda 
Mulher alta do Casal Soeiro, carismática no meandro das crendices e das poções mágicas…Tirou-me o cobranto.

A Ti Ermelinda e o Ti Neco
Quando tinha os netos de férias estes perdiam-se nas brincadeiras no Largo do Bairro, mal a noite caia punha-lhes o candeeiro a petróleo na janela, assim o Zé Manel e a Cristina não perdiam o caminho de casa…

Mais gente do Carvalhal: Arlindo e Helena; Celeste, Emília, António e Lídia Lopes; Prima Luzita do "Canhoto" e irmãos; António, Filipe e Mário e,
No Pinhal: Helena e Fernando, altos e bonitos; Henrique, Joaquim, Mário, Gracinda, Maria, do Ti " Borracheiro" ( alcunha derivada de fazer borrachos para o vinho); Adelaide e,

Arrábida até aos confins do Moinho da Mourisca

20 de maio de 2006 - Era domingo, decidimos sair logo pela manhãzinha em direcção à serra da Arrábida. Passámos por Azeitão logo na entrada do lado direito nasceu vasta urbanização de luxo, vivendas de todos os estilos, algumas enormes, com lindos telhados e com muitos espaços em redor, ajardinados a denotar muito bom gosto com piscinas, relvados e arbustos, noutras mais o meu género antigo , apreciei objectos em barro como talhas, de todos os tamanhos, que me parece inserida em condomínio fechado  com becos, pracetas e estradas sem saída, pouca sinalética, debalde perdemos o tino da entrada, vimos-nos gregos para a encontrar, mas por fim lá nos orientámos e saímos pela estrada que vai dar à aldeia de Dois Irmãos , finalmente. De seguida tomámos a estrada da serra, logo na entrada uma grande Quinta onde está instalada uma oficina de azulejaria e pintura com venda directa ao público, mais à frente mesmo na ribanceira, julgo a Quinta do Bispo, não sei se nasce ou renasce casarão que pela vegetação luxuriante não deixava enxergar ou vislumbrar nada durante anos.Adiante algum casario isolado e quintas salpicam o espaço até começarmos finalmente a subir a serra, do lado esquerdo podemos ver o azulejo a dar o mote " El Carmen" à enorme Quinta na encosta da serra, defronte do mar....Muita vegetação exuberante típica mediterrânica de 1 a 2 metros de altura, entrelaçada quase impenetrável, ao longe ....podem ver-se os pastos verdejantes a lembrar a paisagem "Bocage", aqui tão perto em plena serra da Arrábida.Continuámos caminho por entre brechas da serra podemos observar rasgos de mar, resplandecente com o brilho do sol em tão grande calmaria. Cenário muito lindo apesar de persistirem névoas a encobrir a sua beleza.Tomámos a direcção do Portinho da Arrábida, descemos a longa estrada em declive, a vegetação nesta zona é um pouco diferente com pequenas árvores enroladas nos arbustos criando no observador uma vontade nata de desejo em tomar os trilhos e partir à descoberta de rotas no meio da serra, que se podem tornar perigosas se não forem acautelados todos os meios de orientação. A talhe de foice em frente ao Convento dos Capuchos estava um grupo de escuteiros junto a um trilho pedonal, no dia seguinte vi na televisão já na parte final da reportagem os bombeiros tiveram de ir em seu auxílio e resgatá-los.Voltando atrás, chegados ao Portinho, ainda persiste continuar a garganta apertada da estrada que contorna o Forte e nos dá acesso mesmo à água, quiçá um quadro pintado por Rembrandt, muito pela simbiose das cores, tonalidades de verdes contrastes do branco do casario , verde, azul do mar e o céu, tudo místico, quem dera ser poetisa e soltar a voz em versos de eloquência para descrever este sítio de tamanha beleza indiscritivel, incomensuravelmente bela.Caminhámos sobranceiro ao mar, desci à praia, a água calma em ondas minúsculas a rebentar devagarinho....as conchas, as pedras, de todos os tamanhos, trouxe uma e um pequeno caracol por este apresentar pingos de madrepérola.De regresso vimos casal com filhote de 4 anitos , o pai levava o saco do piquenique, gostei de ver e recordar o passado quando eu fazia o mesmo com a nossa filha. Subimos novamente a serra, a estrada para a Figueirinha ainda interdita pelas obras de requalificação das falésias é magnífica, os morros de pedras sublimes em calcário , apresentam esculturas de rara beleza que o tempo pela erosão, vento e a chuva esculpiu tão majestosamente, que a vontade é de percorrer a serra e trazer todas......a paisagem é uniforme, grande vastidão tem indícios de incêndio do último ano, deixando as pedras mais descarnadas, fazendo lembrar meandros ondulados , paisagem única...........descemos e por curiosidade fomos ver se a estrada para a Figueirinha estava mesmo fechada, depois de passada a fábrica do cimento, deparámos efectivamente com obras na falésia, gruas e um carrinho pendurado por cordas a fazer lembrar paisagem lunar na primeira ida à Lua, na colocação de redes de protecção para as pedras não caírem, bem, assim no verão já se poder ir em segurança à praia. Rumámos em seguida até Setúbal, quando passámos no parque de merendas na Quinta da Comenda já cheirava a sardinha, e de repente lembrei-me, vamos até à Mitrena, há anos que não vamos lá. Usei a minha forte dose de convencimento. Tomámos a estrada, lindo foi saborear as margens do rio ali junto a nós ao longo da estrada , também as grandes indústrias que se perfilham como cogumelos, de repente o sapal à nossa frente, vestígios de moinho de maré junto ao estaleiro que agora é da Lisnave. Estava um paquete e vários navios para reparação, mais à frente a estrada termina, tudo em redor é sapal menos do lado esquerdo que é um morro, subimos pela 1ª vez esta estrada e só vimos fábricas e uma grande quinta com uma vinha invejável.Deu no entanto para observar como era bonito todo o cenário água por todo o lado menos por um, afinal a península de Setúbal! Linda a paisagem, soberba. Fazia-se a hora do almoço, de regresso tomámos a estrada para Praias do Sado e fomos almoçar ao sítio das Pontes, nunca lá tínhamos comido. A comida era muito caseira, javali no tacho, o tempero era espectacular parecia o tempero do frango na púcara da minha mãe, divinal, a amarelinda macia , encorpada, doce, picou na glote, gostei muito , o vinho de Fernando Pó, pois claro não estivéssemos nós em terras de bons vinhos, uma pomada e o o pão alentejano, muito bem confeccionado.Bem ressoados como se diz na minha terra, o mais sensato foi tomar o caminho de regresso a casa, mas antes ainda quisemos ir ali tão perto à Gâmbia . Grande o seu parque de campismo, andavam a fazer a rede de esgotos, muitos buracos no maquedame. Apreciámos os Esteiros onde se pratica piscicultura. Nem de propósito tinha na semana antes visto num programa de televisão uma reportagem sobre este tema, para o efeito tinham levado exemplares das várias espécies cultivadas em viveiros, corvina, robalo, eiró, safio, dourada, alguns servem para confeccionar as famosas caldeiradas que exemplificaram e com o caldo desta fazem uma sopa de peixe com massinha de cotovelo para no final confortar o estômago, com sabor a coentros. Fiquei com água na boca. A atestar pelos imensos e desafogados viveiros orlados pelos altos carreiros cobertos pelo manto de água, acredito que o seu paladar nada deve deixar aos pescados no mar.

Ainda visitámos o moinho de Maré da Mourisca, restaurado com o seu passadiço de madeira a cair de velho e o barco ancorado de cor azul forte.Até exclamei, ai se tivesse outra vida, era aqui que comprava uma casita .Local muito idílico e apetecível ainda mui selvagem, onde não falta muita água, sobreiros, ricas paisagens, bom peixe vinho e pão, tão perto da capital, um cantinho feito por Deus sobranceiro ao rio, lindo vasto para sonhar, amar e morrer a sorrir.....de regresso seguimos pela auto estrada e chegámos sãos e salvos.

Foram horas de lazer e de gozo de prazeres indescritíveis para REPETIR...Havemos de voltar, disso tenho a certeza!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A vila do Alvorge, no concelho de Ansião!



Se os antepassados da vila de Ansião fossem da mesma têmpera dos da vila do Alvorge, todos no concelho nos poderíamos orgulhar também de ter mais património de pé e não temos! 
Na vila de Ansião menosprezaram as Pedras, e aqui lembrar as gentes do Alvorge no orgulho na sua conservação e preservação, em dizer " gostaria muito de aqui ter nascido "
Parabéns às gentes que tão brilhantemente tem sabido reconstruir as casas dos seus antepassados e hoje brilham em paralelo a pedra com a cal.
Recebi um comentário de João que transcrevo
Olá
Nasci e cresci no Algorge, e sempre admirei as paredes brancas cobertas em cal.
Quando começaram a aparecer reatauros com as casas de pedra à vista fiquei chocado com a tentativa clara de imitar as vilas de xisto em redor.Se realmente foram em tempos só pedra à vista, ainda me pergunto se são estas casas as originais, ou construídas sobre o que restava. Para todos os efeitos a história pertence à história, e se toda uma aldeia avançou no tempo e arquitetura, evoluindo para paredes brancas de barro e cal, porque haveria de voltar para algo que ja não faz parte da identidade de quem lá vive e viveu nos últimos anos se não séculos?
Obrigado João
    A minha resposta . Caro João, agradeço a cortesia da visita e do seu comentário. Percebo o que sente. Eu também adoro a cal. Mas gosto mais da pedra.E de facto ao se tirar o reboco o que se distingue é a ancestral construção com pormenores de arquitectura que saltam a um olhar mais peculiar, as meias luas em cerâmica acima do lintel das portas, as janelas de avental etc. E de facto muitas das casas são reconstruções em ruínas de outras. Pode-se aventar que a cal apareceu com os fornos de cal, antiquíssimos na região, mas apenas usada para argamassa, no castelo do Germanelo, na cisterna romana no Carvalhal e quiçá na Torre da Ladeia. O povo esteve desde o tempo dos jesuítas ligado ao alto Alentejo, a Évora, onde o uso da cal é típica para refrescar as casas no verão, para terem imitado esta tradição e nas barras e laterais o uso de cor forte - ocre, azul ou grená...já caracteristica dos judeus, o ocre no Sardoal e em Ansião também o foi na aldeia dos Matos. Desculpe, a minha perspectiva não ser a mesma que a sua.Eu amo a pedra e vibro com o casario requalificado a lembrar o que foi o fausto de antigamente . Mas também gosto da cal e por isso fotografei alguns exemplares.
"Casa dos Avós"
 
Desafio todos os conterrâneos a fazerem um passeio até ao Alvorge e percorrer as ruas em jeito de caminhada, como fiz com a minha mãe, deleitem-se com o bom gosto dum Povo que nem parece pertencer ao concelho de Ansião. As pessoas do Alvorge denotam além de serem amantes das Pedras, das cortinas de linho com rendas, das floreiras nas janelas e sobretudo muito asseadas, na visita à igreja, das mais limpas do concelho, a cheirar a lavado onde falei com as senhoras que procediam à rotina de limpeza, explicaram-me tudo o que queria saber sobre as Imagens e a talha dourada, até à sacristia fui, nos pormenores é que se vê a grandeza deste Povo, pois os meus olhos poisaram numa lindíssima toalha de rosto, em linho, com mais de cem anos, com uma das rendas e monograma mais bonitas que jamais descansei o olhar, e olhem que a minha avó paterna Piedade da Cruz, tinha um enxoval de rainha, executado por ela na sua máquina de costura e à mão.

Albergaria da Misericórdia do Alvorge de 1709 
O tradicional banco na frontaria para descanso de quem chega
 
A Misericórdia e Hospital do Alvorge  do Padre Luiz Cardoso no seu Diccionario Geografico
em 1747, o Alvorge tem huma Ermida de Nossa Senhora da Misericórdia com sua Albergaria
"(...) em que se recolhem passageiros, a qual tem Capellaõ com Missa quotidiana, a quem pagaö os Confrades da mesma Misericordia,que haõ de ser até quinhentos, dando ao Capellaõ no tempo do novo, meyo alqueire de trigo cada hum, e ao Hospitaleiro huma quarta cada hum, de cuja esmola, que recolhe o Capellaõ, he obrigado a dar hum moyo de paõ, o qual se coze, se dá e moito de Mayo a todos os Confrades dous pães, e oito almudes de vinho com suas azeitonas, que tudo se reparte pelos Confrades, que vem assistir à eleiçaõ do Provedor, Escrivaõ, e dous Mordomos, que no mesmo dia faz a votos, como tambem se dá esmola de paõ a todos os pobres. A ereccaõ desta Confraria foy dos póvos,e deixas de algumas pessoas particulares. Também se provém Cartas de Guia, e se daõ cavalgaduras a todos os doentes à custa dos reditos da mesma Confraria.”
Bandeira da Misericórdia do Alvorge 
Retirada do Livro de 2019 do Dr Manuel Dias apresentado no Congresso em Alvaiázere
A Bandeira não sei se tela  a sua pintura pouco expressiva, centrada com a mãe da Misericórdia com o manto aberto preso por anjinhos e aos pés o rei, a rainha, e parece ser um nobre e na frente a sua angélica filha, sem pobres nem enfermos, a quem a Misericórdia praticava apoio caritativo, o será alusivo aos Carneiro Figueiredo desde sempre à instituição da sua fundação.

A Misericórdia do Alvorge
" (...)  Ha sim Hospital a que chamão da Misericórdia mas não o he propriamente, que não tem o regímen das outras Misericórdias. A sua instituiçam he antiquíssima e procede o da devoção deste Povo que do producto de doações e esmolas edificou huma Capella dentro deste Lugar em que se colocou em tribuna a imagem de N. Senhora da Misericórdia, e junto della humas Casas com Camarotes para Hospital e com servidão para outras Casas que servem de habitação aos hospitaleiros, que tudo temas Armas Reais. E no ditto Hospital se recolhem, e tem camas, fogo e luz os pobres Passageiros, e se curão os que por doentes não podem proseguir o caminho, e se dão Cavalgaduras aos que dellas necessitão e se soccorrem as suas necessidades, e dos pobres da freguezia conforme a Renda que há. E se dão Cartas de guia, tambem se despachão as que vem das Misericórdias do Reino com as esmolas costumadas pelo Provedor do Hospital. A renda não he certa porque grande parte della consiste no fructo de olivaes que hums annos rendem mais, outros menos mas toda a renda assim de olivaes como de juros e foros importará hum anno por outro em oitenta mil reis. Este rendimento procede de doações, e legados muito antigos, porque são do tempo da erecçam do Hospital, que tem defronte das primeiras Casas, outras que se fizerão haverá cem annos, e servem para a acomodação dos Passageiros mais limpos. E estas mesmas Casas servem também para o despacho, e para nellas se fazerem as eleições. O Provedor e mais Officiaes se elegem todos os Annos, a votos dos Confrades, e dão as suas Contas agora ao Provedor da Commarca de Coimbra;Mas antigamente era ao Ordinario. Tem Capellão com obrigação de dizer Missa todos os dias excepto nos Sábados por tenção dos Confrades vivos, e defuntos. Mas nestes dias de Sábado tem obrigação de cantar com o Povo que se junta a Ladainha da Senhora da ditta Capella. E tambem he obrigação confessar os Confrades, assistir lhes nas enfermidades e da mesma sorte aos Pobres enfermos e moribundos no Hospital. He pago pelos Confrades, e também o Hospitaleiro, que tem por obrigaçam recolher os Passageiros e preparar lhes todo o bom agasalho, e assistir aos Enfermos. He administrado este Hospital pelo Provedor e mais officiaes que todos os annos se elegem a votos dos Confrades."

Segundo Jaime Tomás no seu Livro Alvorge Terra Alta de 2012 
 « (...) O sino tinha a data de 1708 e foi partido pelos desertores das invasões francesas em 1810, no tímpano, assente em cornija, em destaque o escudo real de 1696 com a inscrição - VIVA A FÉ /DE CHRISTO. Em 1764 tinha um padre ao seu serviço." 
Existe um EX-VOTO  - (...) um pequeno quadro com a aparição de Nossa Senhora e numa cama estaria o doente que o ofereceu a Nossa Senhora da Misericórdia o fidalgo Pedro José de Salazar Jordão da Cunha de Eça de Sousa de Azambuja, filho de Luís  Figueiredo da Guerra da Quinta da Ladeia, em finais do século XIX. 
A origem dos EX-VOTO seja uma prática a partir da absorção de antigas práticas pagãs de povos que no século XVII e XIX chega ao interior da Europa, onde a tábua votiva foi predominante, até regredir no século XX.»

Talvez seja o único Ex-Voto no concelho, não conheço mais nenhum.
Falta placa informativa defronte da Casa da Misericórdia explicando a sua origem, do brasão, do sino e até das palmeiras das primeiras a virem para Portugal.

Na frente o  gradeamento de ferro data de 1908
Belos exemplares de casario com varandins telhados
Apreciei com grande emoção várias janelas de avental, algumas com inscrições -com a data de 1707, esta decorei, nem a casa amarela, muito bonita por sinal, mas de cor exageradamente forte, destoa no conjunto, mas se fosse retirado o reboco mostrando a pedra firme a brilhar ao sol seria ainda mais bonita, nem a dezena de outras habitações que apesar de pedra, ainda não sofreram remodelações.Tudo em prol de mostrar a traça tradicional que foi rainha no Alvorge.
Choca o meu olhar a mistura do antigo com o moderno nem sempre feliz nas escolhas...
Contudo um belo exemplar de chaminé, na proporção maior que a casa térrea!
Pedras a ladear janelas para os vasos de sardinheiras

 Solar que foi de um juiz na centúria de 800
Confidenciou-me a  D Clementina  na sua janela vaidosa " (...) a suposta avó deixou a casa a uma neta,  que não a queria e só pensava em se livrar dela depois de ter vendido todo o espólio e com ele ter comprado um andar e dia descuidou-se em desabafo, que já a vendia por qualquer preço...e assim foi vendida...Em 1810 aqui vivia um juiz. Por altura da passagem dos desertores da guerra do Buçaco,  foi feito um cofre subterrâneo no r/c  tendo o povo confiança no juiz aqui depositaram todos os seus valores...que deveria voltar a entregar aos seus donos...senão ainda corria o boato...a casa tem um alçapão subterrâneo feito no tempo das invasões francesas para o povo guardar os seus valores
As colunas do seu alpendre nascente/ sul  vieram do solar brasonado da Torre da Ladeia dos Carneiro Figueiredo da Guerra
Aqui reutilizadas segundo a actual proprietária  D. Clementina.
E de facto o lavrado de riscas rectilíneo é igual à porta da capela do solar.

 Pela frente do solar a bela caçada antiga de calhaus em preto e branco
Deixei o Alvorge com vontade de ficar...tabelei conversa com a D.Clementina vaidosa na conversa à janela, bela senhora no alto dos seus 83 anos, de voz escorreita, raciocínio rápido e cultura bastante sobre a terra e as suas gentes. Dizia-me-  pela tardinha vou sentar-me na rua onde gosto de sentir o anoitecer a conversar, já consegui que outros se juntem, e todos conversam. Dormimos muito melhor.
Como a conversa seguia o ritmo acelerado mas apaixonante sobre as coisas que também gosto, curiosa com esta senhora pela alta desenvoltura, perguntei-lhe quando tinha nascido-, diz-me em maio, respondi, pois eu também...desculpe ter-lhe feito a pergunta, mas de fato senti muita empatia e cumplicidade nas mesmas coisas..
Grande descoberta!
Na antiga estrada real, antes foi romana
Existe literatura  sobre o Alvorge. Em nenhum é focado esta descoberta.
E foi por mero acaso, graças ao meu olhar peculiar que  descobri nesta casa a reutilização de pedras antigas.O pedestal das ombreiras laterais das portas da fachada, numa delas, apesar da grade ofuscar distingui esculpida a sigla jesuíta.E o varandim também é antigo, nada tem a ver com a arquitectura da casa simples.
Na mesma casa noutra porta encontrei outras pedras com palavras esculpidas, igualmente reutilizadas.Induz a pensar ter havido uma pedra com uma inscrição e ao ser reaproveitada para esta porta foi cortada em partes iguais, sendo que na esquerda apresenta as letras(?) ODEVS e na direita QVEMO (?). Enquanto que a sigla jesuíta não deixa margem para dúvidas, já as outras duas não sei se teriam pertencido à Companhia jesuíta.
Actual Igreja do Alvorge
No Livro de Jaime Tomás Alvorge Terra Alta - (...) a igreja no Alvorge em 1229 dedicada a Nossa Senhora do Alvorge, provavelmente construida sobre o que restava de uma mesquita muçulmana. O seu orago inicial de Nossa Senhora da Assunção e no séc. XVII passou a designar-se Nossa Senhora da Conceição.
O belo cruzeiro que se encontra na praça a sul  era daqui e foi retirado para se fazer a estrada
Capelinha do Espírito Santo
Construída no século XVI - No arco a data de 1565
No século XX foi decidido alargar o caminho que lhe corre pelo tardoz   sul sendo demolida a sua sacristia. O que me parece verossímil afirmar é que esta pequena igreja/capela com sacristia foi feita pelos jesuítas em meados da centúria de 500,  quando aqui se instalaram, afinal a segunda residência jesuíta fora de Coimbra, em a adoçando para sul  na casa imediatamente a seguir onde encontrei as pedras reutilizadas, curiosamente o telhado fecha a norte com uma pomba, o símbolo do orago da capela - O Divino Espírito Santo .Sendo pertinente questionar, as pedras com as inscrições pertenceram à  Granja ao Paço dos jesuítas de onde teriam vindo, ou não, são originárias daqui, da pioneira Casa dos Jesuítas,  e só depois se instalou na Granja aquando da Vintena da Cabeça de Façalamim? Tudo aventa que a primeira residência jesuíta  tenha sido esta aqui no Alvorge .
A investigação  histórica de real interesse que se me abriu sem antes jamais aflorada por nenhum historiador nem investigador...
 Casa requalificada de sobrado  com belo balão telhado e janelas de avental
 Alminhas
Parede de casario antigo curioso
Parede em redondo encimada por dois conjuntos de frestas estreitas e ao fundo termina com as Alminhas
  A tradição do uso do duplo beirado português e janela de avental
 Acima do lintel vestígios da meia lua em pedra ao estilo da arquitectura romana
O passeio corrido coberto a lajeado
As cantarias, o ferro forjado, as cimalhas 
Os candeeiros de ferro em braço- como devem ser num centro histórico. 
Gostava de ver esta casa toda descascada e a escadaria do balcão,  por certo ainda mais graciosa
A Fonte do Alvorge 
Excertos retirados das Memórias Paroquiais  pelo Padre João Currin  “ (...)  Se há na terra, ou perto dela alguma fonte, ou lagoa célebre, e se as suas águas tem alguma especial virtude? Há a fonte junto à quinta da Torre da Ladeia que corre perennemente, e com tanta copia de agoa que entrando pelo Pomar da mesma quinta e dahi para hums Lagares de Azeite que faz moer no Lugar chamado Azenha e de Verão não passão dahi as agoas; porem de Inverno ahi principia a Ribeira chamada de Azenha, que se passa na Estrada que vay p.ª Coimbra em duas partes, em huma por sima de pedras aonde antigamente estava huma ponte de cantaria; em outra parte se passa por huma ponte de cantaria já damnificada, e muito precisa de reparo, por estar na Estrada real de Lisboa, e passar por ella o Correio cada semana duas vezes. Chegando esta Ribeyra ao lugar de Alcalamouque perde o primeiro nome da Azenha, e se intitula Ribeyra de Alcalamouque. E no mesmo sitio entrão nella as agoas da fonte do mesmo Lugar, que nasce nas raízes de hum Monte chamado Marfallo em terras da mesma Universidadede que he Emphiteuta o Capitão Mor de Tomar João da Motta Garcia e Amorim, e serega com a mesma agoa, e no fundo do ditto Prazo estam humas Azenhas e hum Lagar de Azeite que tudo he do mesmo Prazo e sahindo delle, entrão para outra Azenha que he Prazo dos Religiosos Carmelitas Calçados da Cidade de Coimbra. E dahi regão varias fazendas, the chegarem a outra Azenha, que está no Lugar chamado Ribeyra de Alcalamouque que tambem he da Universidade e destas agoas se não paga foro algum; Mas paga se de todos estes engenhos certa quantia de dinheiro, que chamão con licença; e dahi regão as terras contíguas á mesma Ribeyra the a villa de Rabasal que são ferteis de trigo, milho, e Legumes. Daqui por diante poderão dar noticia os R.dos Parochos das freguezias por onde passa a ditta Ribeyra por lhe pertencer o conhecimento della. A agoa desta fonte bebem os moradores do Lugar do Alvorge,e outros lugares vezinhos; E quando he anno de seca se utilizão della Povos mais de legoa distantes, he grossa mas salutifera, a gente que dela bebem, não padece mordinariamente achaque algum habitual; mas sim são sadios e robustos, e entre elles ha velhos de mais de noventa annos. Eu assisti como Parocho ao recebimento de hum que tinha 84 annos, e casou com huma rapariga de vinte e três, ainda estam vivos, e ha oito annos que se receberão Tambem notas e q os que bebem desta agoa ordinariamente tem boa voz p.ª cantar

Solar brasonado dos Carneiro Figueiredo da Torre da Ladeia no Alvorge
Mereceu crónica individual, contudo a extraordinária partilha da melhor foto do brasão
Cortesia de  Henrique Dias
O chapéu de cavaleiro já carcomido pela erosão, em rodapé a data 1693 ou 1698?
Segundo a Cronologia do SIPA a data correcta deve ser 1698.
"1698, MaioBelchior Carneiro Sottomayor de Figueiredo da Guerra casa com Dona Francisca Luísa Pereira de Sampaio. É colocado no frontispício da Capela de Nossa Senhora do Pilar, por este concluída, bem como no portal da quinta o brasão de armas Carneiro Figueiredo;"
Será efectivamente ser 1698, a hera cobre metade do algarismo que aventa ser  8 e não um 3
A minha foto...Na altura com mais hera...
A Torre da Ladeia  (...) Este Lugar não he murado, nem he Praça de Armas. Junto ao Lugar está a Torre da Ladeia q está na quinta, em pouca distancia da qual, nasce a mencionada fonte. Os Romanos no tempo de Trajano fizerão esta Torre, e Casa forte para defeza da fonte, pois então,como ainda era e he de grande utilidade para os dilatados Povos que se utilizão das suas agoas, para os seos gados e limpeza das suas roupas, e the para fazerem as suas Eyras. Esta Torre principal tinha no tempo de Pedro de Figueiredo da Guerra três andares, e pela demasiada altura a reduzio a somente dois que ainda existem, com quatro Pirâmides nos cantos; e o resto da Fortaleza a deixou ficar em hum so sobrado fazendo lhe galaria e ornandoa com a Varanda na Entrada; sempre foi habitada por pessoas muito destinctas. E hoje está de posse della Pedro Jose de Salazar Jordão, da Cunha, de Eça, de Sousa, de Azambuja, Senhor da Casa de Salazar na Villa de Penella do mesmo Bispado e Commarca de Thomar. Junto a esta Torre e Casas está a Capella da Senhora do Pilar, de que já se fez menção. E tudo se acha situado no meyo de huma formosa herdade, na quinta,do que os senhores della colhem copiosos fructos de toda a qualidade, de pão, azeites,fructas, e hortaliças, com huma grande deveza para os gados da mesma quinta, a qual se fertiliza com a agoa da fonte que nasce na mesma de que já se fallou. Conservandoaos Senhores da mesma Torre e quinta na posse de não pagar dizima ou renda alguma da ditta quinta, cuja liberdade he antiquíssima e só à Universidade de Coimbra pagam hum limitado foro, e sua conhecença ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra que vem a serhum capão ou dous."

No adeus à breve visita ao Alvorge...a absorver Cultura!
Cruzeiro em pedra
Sediado no centro da praça e antes esteve junto da igreja e de lá foi deslocada para abertura de acessibilidade, ao jus de Pelourinho, aqui incrustado em bloco aparelhado a lembrar ondinhas, o certo era  estar inserido em redondel ajardinado.
Cruzeiro de Alvorge
O Alvorge tem muito para dar ao visitante em património cultural . Se juntar o artesanato, a gastronomia com o famoso queijo denominado"  Rabaçal", a broa e as nozes às vistas desimpedidas sobre os outeiros envolventes, de bons ares,  castros históricos,  marcos de pedra das extremas da que foi a Herdade do Mosteiro de S Jorge de Coimbra, azenhas, lagares e o solar dos Carneiro Figueiredo,  antes que agonize.
Os estrangeiros devem recuperar a arquitectura antiga e só acrescentar com projecto e adequeado.
Todo o património em ruína, antigo devia ser reabilitado na mesma traça e o moderno adequado ao antigo, claro que estamos no século XXI, sabendo que a nossa identidade não se deve jamais  perder, por ser genuína, mas quem ainda manda cá, somos nós, os portugueses.Sendo contudo bem vindos quando são educados, respeitadores em fazer as coisas  com estética e mestria no respeito da nossa história, já amadores hipies, tesos, e os há no concelho,  são dispensados, por não saberem respeitar regras e não terem noções de limpeza!
Aposta no progresso passa por requalificar toda a encosta da Fonte da Torre da Ladeia em dar nova vida à Fonte do Alvorge, e  retirar o telheiro, quiçá fazer uma piscina, com furo artesiano para captar a água de verão. Já o  solar com brasão dos Carneiros Figueiredo com brasão parecer de 1698 onde há 60 anos ainda se rezava missa .Espaço ruinal que conheci aos 8 anos com o meu pai pela altura das festas de agosto, sendo particular , se os actuais proprietários não denotarem interesse o deviam  vender para ser reconvertido em  unidade hoteleira para festas, casamentos e outros eventos, como o Hotel do Espinhal, mantendo a traça antiga, ainda a vantagem de parte da quinta do solar que esteve sem produtividade,  foi há anos reabilitada com olival e estufas a ganhar espaço o alinhamento para visitas no tempo das culturas, trazendo gente na rota de romanização na antiga estrada romana na ligação a Conímbriga a muito prestigiar o Alvorge e as suas gentes, mas sem chão a alcatrão!
Deixo rol de alertas à Junta de Freguesia e Câmara com a deficiente sinalética por terras de Santiago da Guarda, em muitos casos falta da mesma que me deparei neste passeio.
Seria pertinente a organização de fóruns com a população para debate de ideias quando pretendem alterar centros históricos.

Fontes 
Memórias Paroquiais 
Testemunho da D. Clementina

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