segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Cabeço Trás de Figueiró, Alvorge, Ansião

No trail da Ladeia subimos o cabeço de Trás de Figueiró pelo lado norte. Foi difícil.
No cimo tem um baloiço e uma Cruz.
 No site da Junta de Freguesia tem uma resenha histórica:
O topónimo “Figueiroa” foi citado no Foral de Penela , de 1137, já na  doação da Herdade do Alvorge em fevereiro de 1141,  ao Mosteiro de Santa Cruz, por D. Afonso Henriques, foi citado “Figueirole”.  “Figueirola” seria o nome correto em latim o mesmo que  figueira pequena.  

O topónimo “Figueirola” fidelizou-se em Figueiró.

(...) a avaliar pelos vestígios encontrados no cimo do cabeço de Trás de Figueiró, são fortes os indícios de ali ter existido uma povoação castreja. Também no Cabeço de Ateanha surgiram fragmentos de objetos típicos do Neolítico. Posteriormente, aqui terão vivido os romanos e os árabes, que deixaram, igualmente, marcas da presença.

Dia da caminhada 9 de Outubro com tempo enevoado


Ainda existem restos das bases de dois moinhos de vento e uma cruz de 1832

Informação partilhada pelo Sr. Padre Manuel Ventura Pinho
Pessoalmente e na sua página Facebook -  que lhe foi transmitida pelo Sr. Padre José Eduardo Coutinho, e o desafiou a ir com ele visitar este Monte, quando estagiava em 1988, em Ansião. Onde me  mostrou restos de materiais de cerâmica, as chamadas “tegulae” e “imbrex”,  como pedaços de vasos ou louça em barro. E disse-me entusiasmado que este monte era o que guardava o maior número de  vestígios de civilizações antigas do concelho de Ansião. 
Depois contou-me que aqui foi achado por agricultores um verdadeiro tesouro de moedas romanas, datadas desde o século II A. C. até aos inícios do século I. Quem o tinha informado disso havia sido o hoje já falecido Sr. Armando Duque, que era da freguesia do Alvorge, e era um ferveroso amante do passado. E algumas destas moedas teriam sido mesmo dadas por um nosso emigrante ao seu patrão francês.

Cintura de muralha, desfeita parecem mouroços  teria sido do  Castro de Trás de Figueiró 
https://arqueologia.patrimoniocultural.pt/index.php?sid=sitios&subsid=2212036
Cabeço de Trás de Figueiró / Vila Nova Sítio (19153)

Tipo
Povoado Fortificado
Distrito/Concelho/Freguesia
Leiria/Ansião/Alvorge
Período
Neolítico, Idade do Bronze, Romano, Romano, República e Medieval Cristão
Descrição

A estação em questão encontra-se a uma altitude máxima de 381m, num dos relevos bem destacados e individualizados com uma configuração trapezoidal, que domina a paisagem territorial envolvente e sobranceira à estrada nacional n.º 348. A referência mais antiga que se conhece sobre o Monte Figueiró data do século XII, com a criação do Concelho de Penela em Julho de 1137 e a doação da herdade do Alvorge em Fevereiro de 1141, ao Mosteiro de Santa Cruz, por D. Afonso Henriques. No primeiro documento, na delimitação de Penela, a linha divisória a Poente é indicada pelo percurso que "vadit a Figueiroa"; o segundo documento ainda é mais explícito ao referir-se ao local: "per cacumem montis Figueirole". Já do século XIII, a carta de aforamento dada pelo Mosteiro de Santa Cruz a parte da herdade do Alvorge a alguns colonos, denuncia a implantação de um casal nas proximidades do sopé daquele monte. J. E. R. Coutinho chega mesmo a considerar que " os arroteamentos efectuados por ordem do Mosteiro de Santa Cruz e a difusão dos casais agrícolas estabelecidos na herdade de Alvorge" poderão ter sido os responsáveis pela origem da povoação de Trás de Figueiró. Assim a elevação é que deu nome à povoação e não ao contrário como frequentemente é indicado. Relativamente à sua importância arqueológica, não há que duvidar, é o sítio com maior diversidade de espólio no Concelho de Ansião. Têm-se encontrado materiais que vão desde o Neolítico, Idade do Bronze, passando pelo domínio romano até à Reconquista Cristã. Há também notícia da descoberta de várias moedas, durante trabalhos agrícolas que se realizaram no cabeço de Figueiró. São quinze exemplares, que vão desde o século II a. C. até aos inícios do século I (governo de Augusto e Tibério). A área relativamente restrita onde foram encontrados (cerca de 5 m²), levou J. E. R. Coutinho a considerar que se poderá tratar de um tesouro. Refere ainda, que teve informação do aparecimento de mais catorze moedas, doze delas terão sido oferecidas na Bélgica por um emigrante do Alvorge ao patrão. No planalto, numa área com 39.500 m² foram detectados fragmentos de cerâmica de cobertura romana (tegulae e imbrex) e alguns fragmentos de cerâmica de uso doméstico. Foi ainda possível recolher um fragmento de escória e uma pequena enxó de pedra polida fragmentada, além disso, existem à superfície alguns alinhamentos de pedras soltas de média e grande dimensão que, podem perfeitamente serem interpretados como o que resta das estruturas que faziam parte do povoado, que J. E. R. Coutinho enquadra no período, que vai desde a Idade do Ferro à Romanização. Junto à vertente Norte, foram localizados dois cortes, ambos com 10 m de comprimento, 2 m de largura e com uma profundidade de 0. 50 m, onde se observou uma grande dispersão de pedra miúda a par de fragmentos de cerâmica de cobertura romana e cerâmica de uso doméstico.

Meio
Terrestre
Acesso
Vindo de Ansião, pela EN 348 até ao Alvorge, entroncamento à direita, EM 1080, em direção ao lugar de Trás de Figueiró. Cabeço sobranceiro a esta povoação e à EN 348.

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