quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Ecoparque da Pia do Urso na serra de S. Mamede

Paragem na Batalha para tomar a estrada da serra de S. Mamede para conhecer a Pia do Urso, aldeia de pedra reconstruída em ecoparque temático que inclui  seis estações pedagógicas: Planetário, Água, Jurássica, Abstracta, Lúdica e Musical a pensar no invisuais com sinalética sensorial  por todo o percurso pedestre das várias estações interativas lúdicas, num conceito inovador copiado do estrangeiro, pretende levar a essas pessoas a possibilidade da apreensão do meio envolvente que os rodeia utilizando para o efeito os restantes sentidos, particularmente o tato e o olfato. Ao tempo tive o prazer de ver o  presidente da Câmara Municipal da Batalha na televisão dizendo que reconhece que o projeto da aldeia  que precisava de ser revitalizada  é único em Portugal, e não teria chegado a este ponto sem o apoio de Carlos Costa, especialista em recriações históricas e réplicas medievais, da empresa Ataraxia, que desenvolveu as informações em Braille e da empresa Sistema 4, que efectuou em conjunto com a autarquia a imagem gráfica e o design do percurso. “Tínhamos as ideias, mas tínhamos alguma dificuldade em colocá-las no terreno”, pelo que, segundo António Lucas, o apoio destas três entidades foi fundamental.  
Inserida em brutal contexto calcário, rocha maleável que o tempo e a erosão esculpiu pedregulhos com pias, de belos formatos e tamanhos a ditar a toponímia à aldeia no tempo que serviam de bebedouro a ursos, e mais tarde quando aqui se instalaram os primeiros habitantes serviam como poços para reter as águas para a sua sobrevivência.Da Pia do Urso a Fátima dista 12 Km.
Excelente local para se desfrutar de um passeio em família realizado em outubro de 2006 dado pela brutal paisagem semeada de pedra que por aqui é rei, tanto a meu gosto, em caminhada  sempre rodeada de uma envolvente calmaria dada pela natureza e pelas flores.
Gostei da reconstrução do casario na sua traça antiga, balcões e alpendres, o caracteristico "V" invertido acima do lintel das portas herança visigótica e a porta com janela.

Os muros de pedra seca carateristicos destas paragens calcárias

Bonitos exemplares de pias com água

Pia canteiro de hortenses
Pia sob o comprido que o povo lhe colocou uma pedra a fazer de ponte para passagem e tirar água
 Pia em formato coração
 Ciclo da água com a nora tão carateristica  no Rio Nabão

Fontes
Algumas fotos do google

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Lembrar alguns casamentos a preto e branco no papel de convidada

Caricatamente o primeiro casamento a que assisti foi ainda na barriga da minha mãe, no dia 10 de fevereiro de 1957 na igreja de Pousaflores, a que assistiram alguma família e amigos do meu pai, que vieram de camioneta alugada para o efeito, a boda foi em Ansião, na padaria dos meus avós paternos. 
Na cerimónia não faltam os tios do meu pai, o António Rodrigues Valente e a mulher Júlia, do Escampado de S.Miguel, com as suas duas belas filhas, em destaque a Júlia de bonito olhar, sem saber a razão da outra tia do Bairro de Santo António, a Maria o seu marido Manuel e os filhos, não terem estado presentes, supostamente azedumes da recente herança(?) sendo que os seus pais, o seu irmão Chico, e a minha avó Maria da Luz que levou galinhas da Moita Redonda, ficaram a organizar o banquete e a cozer o pão.
O padre Melo é que fez o casamento, ao lado um primo do meu pai que havia de emigrar para o Brasil, o seu tio António Valente, e para a direita a sua mulher Júlia mulher baixinha, de lenço atado na cabeça ladeada pelas filhas com o mesmo olhar da mãe.
Distinguem-se amigos do meu pai; Armando Cardoso, Fernando Silva,"Armando Girafa", Diamantino Monteiro; Artur Paz; Germano Pires e,...do lado da minha mãe só vejo a sua irmã mais velha, a Titi, o marido estava a trabalhar nos Açores, a Clotilde e a Rosária emigradas em Luanda, o seu irmão Alberto, morador ao adro não se mostra presente, mas foi , de oferenda lhe deu dois bons cobertores, muito menos sei se o outro irmão, o Carlos do Furadouro se apresentou...
Esta foto vale pela mostra da igreja antes do brutal incêndio, tinha uma capela lateral na esquerda

Foto registada nos Olhos d'Água  com um casal na esquerda das Lagoas, o Sr Chiquinho e a esposa, nem sei quem são as mulheres a lavar roupa, foto registada pelo Américo Antunes que a irmã Odete gentilmente ofereceu à minha mãe, onde estão o meu pai do lado direito alto e na frente o seu irmão o Chico.
Aqui mostrada para registar o meu querido tio Chico em falta nas fotos do casório
O segundo casamento em 1962 em Ansião no tardoz da casa da tia do meu pai, Maria-, no casamento da sua filha do meio, a Albertina, que se tratava por Tina, a minha irmã na frente com o chapéu na mão e eu atrás com ele na cabeça. A irmã da noiva, a Júlia de avental porque serviu nas mesas instaladas no quintal.
O fotografo foi o meu pai com o kodak emprestado pelo Jaime Paz, por falta de perfil para a arte, a maioria das pessoas ficou a falar e a olhar uns para os outros, na vez de se mostrarem para a foto...
Foto registada na frontaria do antigo hospital, apenas eu, a minha irmã fartou-se...
A minha irmã desdentada por ter partido num degrau de pedra os dentes da frente a dar o ramo à noiva
Uma das terrinas, eram três em porcelana do serviço SP de Coimbra, modelo Angola, delicado, que os meus pais emprestaram para a boda.
No portão da igreja de Ansião, o casamento da minha vizinha Fernanda Dâmaso com o Gilberto Carvalho-, tinha 14 anos, estou atrás do noivo com cabelos compridos e de vestido com babete branco.
Casamento da minha prima Isabelinha Paz, a minha mãe sua madrinha de batismo com o tio dela Adolfo
Nesta foto a minha mãe já era viúva, deve ser em  73(?), as minhas sobrancelhas sem graça que no ano anterior na estada no Colégio Religioso as Salesianas no Monte Estoril, me atrevi  em as redefinir e com isso sem sabedoria as estraguei para todo o sempre, e no mesmo em ter cortado os lindos cabelos...Sintomas da adolescência...
Foi o  primeiro casamento no Registo Civil que assisti em Leiria, nem sabia que era possível, com boda no hotel em S. Pedro de Moel. 
A noiva, a minha prima Isabelinha lindíssima, muito bem vestida.
 Casamento da minha prima Manuel Lucas em Pousaflores deve ter sido 74?
Fui claro a outros casórios, mas de momento não tenho as fotos para os documentar.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Falar sobre práticas da Medicina alternativa

Texto elaborado no âmbito das Novas Oportunidades em 2005, sobre as práticas de Medicinas Alternativas-, termo usado para descrever práticas médicas diversas, da medicina prioritariamente baseada em evidência que difere das medicinas antigas, baseadas em tradição. Do leque entre outras, são consideradas como principais : Acupunctura; Aromoterapia; Arteterapia; Auriculoterapia; Ayurveda; Biodança; Bioenergologia; Cromoterapia; Essência floral ou elixir floral; Homeopatia; Iridologia; Magnetoterapia; Quiropraxia; Tratamento espiritual, Medicina ortomolecular; Reiki; Curandeirismo e Medicina popular.
Acupunctura - Prática milenar  chinesa, sendo que, enquanto esta é uma forma de terapia reconhecida como especialidade médica e de outras profissões de saúde as citadas formas de reflexoterapia não o são.
Pontos de acupunctura na Dinastia Ming

Aromoterapia – Um ramo da  osmologia, consiste no tratamento baseado no efeito dos aromas de plantas, e os efeitos capazes de provocar no indivíduo. Dos vegetais é extraída a essência aplicada isoladamente ou em combinação com outros aromas, dependendo das enfermidades e do indivíduo. É considerada uma terapia alternativa ou complementar, embora seja um tratamento bastante antigo, que surgiu da fitoterapia e que é geralmente usada em conjunto com esta. É utilizada no tratamento das mais variadas enfermidades e desequilíbrios, sendo considerada uma terapia holística.
Como exemplos
Óleo de Camomila – refrescante, indicado para dores de cabeça e depressão; Óleo de Cânfora – refrescante e estimulante, indicado em resfriados, reumatismos, acne, insónia; Óleo de Cedro – sedativo, usado para angústia, bronquite e tosse; Óleo de Limão – refrescante e estimulante, para problemas circulatórios, hipertensão e acne; Óleo de Eucalipto – liberta a cabeça, indicado para edemas e dores musculares; Óleo de Gerânio – refrescante e antiespasmódico, para problemas urinários e infecções virais; Óleo de Jasmim – relaxante e calmante, serve para tratar apatia e pele seca; Óleo de Manjerona – fortificante, indicado em enxaquecas, cólicas e equimoses; Óleo de Patchouli – relaxante,indicado na depressão e pele seca. Óleo de Pimenta Cinza – estimulante, usado em problemas digestivos, resfriados e diarreia. 
A obra que perpetuou o nome de Garcia de Orta 
O médico e naturista Garcia de Orta, escreveu o livro Colóquio dos Simples e Drogas e Coisas Medicinais da Índia, editado em Goa em 1563. Os Colóquios incluem 57 capítulos onde se estuda um número aproximadamente igual de drogas orientais, principalmente de origem vegetal, como o aloés, o benjoim, a cânfora, a cana fístula, oópio, o rui barbo, os tamarindos e muitas outras. Nesses capítulos, Garcia de Orta apresenta a primeira descrição rigorosa feita por um europeu das características botânicas (tamanho e forma da planta), origem e propriedades terapêuticas de muitasplantas medicinais que, apesar de conhecidas anteriormente na Europa, o eram de maneira errada ou muito incompleta e apenas na forma da droga, ou seja, na forma de parte da planta colhida e seca.
Ayurveda – Nome dado à ciência médica desenvolvida na Índia há cerca de 7 mil anos, o que faz dela um dos mais antigos sistemas medicinais da humanidade. Significa, em sâncrito, Ciência (veda) da vida. A medicina ayurvédica é conhecida como a mãe da medicina, por os seus princípios e estudos constituírem a base para, posteriormente, integrarem o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa, árabe, romana, grega e japonesa. A medicina japonesa tem muita influência nos conceitos de ayurvédica, na alimentação adequada, fito terapia, yoga e outras técnicas, como as massagens. Uma das principais técnicas utilizadas pelos médicos e terapeutas ayurvédicos, por ser de baixo custo.
O termo Medicinas Alternativas ...é vulgarmente usado para descrever práticas médicas diversas da  alopatia, (sistema de medicina que combate as doenças por meios contrários a elas), a chamada medicina ocidental. Indicam que uma definição mais adequada para a medicina alternativa seria o conjunto de práticas de diagnóstico e terapia sem a apropriada validação científica, ou que sejam consideradas inacessíveis ao método científico experimental, o que neste último caso pode ocorrer nas práticas de cura via métodos metafísicos e espirituais, diferentes das práticas médicas convencionais. A Medicina oficial, tem como princípio adoptar novos tratamentos apenas quando os mesmos têm eficácia, indicações e segurança comprovados cientificamente. O uso de terapias por médicos sem o reconhecimento científico adequado pelos órgãos competentes é proibido. A postura da Organização Mundial de Saúde frente à utilização de tratamentos alternativos é a de orientar no sentido de ter cautela, devido ao facto de existirem muitos terapeutas menos escrupulosos seguindo teorias relacionadas a  crenças, que se valem da boa fé e falta de informação para ludibriar e obter benefícios próprios (?). 
Para alguns a “Medicina Alternativa”, está a ganhar um espaço significativo, soa como a última alternativa nos casos que a medicina oficial não dá respostas. Compreende-se e entende-se que não há soluções mágicas nas várias práticas de Medicina alternativa, não são mais que ciências que trabalham com o que o corpo e a mente podem proporcionar, não fazem milagres, embora comportem a sensação da salvação milagrosa, algo que está fora do nosso alcance e que a ciência não consegue explicar, porque é alternativa. É a esperança de algo oposto à Medicina Moderna, e, que esta não consegue fazer, a outra consegue.
Pelo que se entende que a medicina oficial se complementa com a medicina alternativa, por esta apelar e incitar comportamentos do foro psíquico levando a acreditar que a cura é possível. O doente segue à risca as prescrições de dietas, massagens, efusões de ervas, técnicas de acunpucultura, homeopatia, entre outras, para os mais variados sintomas, que se registam casos de sucesso cada vez maiores, também porque está na “onda”, na ”moda”, demasiada publicidade, da globalização na troca de experiências pessoais, que os mais desesperados, ou, com a esperança de soluções mais rápidas, não hesitam em experimentar. 
As mezinhas... são quase tão antigas como a existência da humanidade. Desde sempre os povos viveram daquilo que a natureza lhes proporcionava para alimento e para tratar dos males do corpo. Ao seu jeito, catalogaram plantas diversas que evidenciavam propriedades para combater os seus problemas de saúde, e foram-nas transmitindo às sucessivas gerações, chegando até nós. Foi a partir da conjugação de inúmeras plantas medicinais, não tóxicas, que surgiram grandes remédios caseiros que, tomados nas doses certas, faziam autênticos milagres. Chás infalíveis, poções mágicas e unguentos milagrosos, com efeitos cicatrizantes; anti-inflamatórios; anticoagulantes; antibacterianos; antivirais; analgésicos; antialérgicos etc., que passaram para segundo plano com o culto da medicina oficial, com os remédios alopáticos. No entanto existem ainda resquícios dessas práticas nos mais velhos, que, por força da vivência com os mais novos, as fazem perdurar nas nossas casas, ainda hoje. Quem não conhece os efeitos do chá de limão com mel para a gripe, batatas às rodelas na testa para alívio das dores fortes de cabeça? Curiosidade: o açúcar no sangue atrai os mosquitos e o fato de se comer alho afasta-os. Em miúda apareceu-me uma borbulhagem por detrás do joelho. Fui ao médico, fiz o tratamento prescrito e a borbulhagem em vez de diminuir, alastrava. Foi a minha tia Maria que me mandou ir à casa da ti Jezulinda que ficava no Carvalhal, quando lá cheguei começou ali à minha frente no chão de cimento da cozinha, a fazer o unguento, com palhas de alho, enxofre, sal e azeite, tudo amassado com o martelo. E logo ali aplicado com que cobriu toda a borbulhagem e tapou com uma compressa feita no momento. O que é certo é que resultou! Coisa em que a medicina oficial neste caso não teve sucesso. Se são mezinhas caseiras, se não estão cientificamente provadas, eu não quero saber – o que interessa foi o resultado, foi barato (grátis) e eficaz, e quando assim acontece, fazem-me dormir em paz! 
Não devemos subestimar a sabedoria popular, quem teve acesso aos estudos, tem um pouco a mania de gozar com este e outro tipo de " curas" inventadas da sabedoria popular apesar de existirem há séculos. Onde há muita gente há criatividade, e se existem estas mezinhas há muitos anos, de certeza que só se mantiveram porque funcionam mesmo! 
Hoje está muito em voga o uso deste tipo de medicamentos de origem vegetal, classificados como produtos naturais de venda livre em farmácias, herbanárias, e afins. São medicamentos que por não serem químicos, são amigos do nosso corpo, por não provocarem efeitos secundários. 
Contudo, existem muitas ervas medicinais de conhecido uso popular com propriedades tóxicas, que justificam todo o cuidado nas dosagens administradas, pois apresentarem contra indicações que podem despoletar complicações graves, sintomas de alucinações e mesmo induzir à morte. Quem não se lembra dos célebres envenenamentos do tempo dos romanos? Antes de comerem eram os provadores humanos que testavam se a comida estava boa ou envenenada. No meu tempo de miúda falava-se na colher de prata, se oxidava, havia veneno, ou com alho(?). Recordo que em minha casa, o meu pai por vezes também a usava no intuito de intimidar…
Lista negra das plantas medicinais mais perigosas: Arnica; Artemísia; Comigo-ninguém-pode; Espinheira; Erva de Sta. Maria; Fedegoso; Pinhão; Trombeta; Pó-de-mico; Buchinha-do-norte e Mamona e a planta do tabaco, o hábito de fumar provoca na maioria dos viciados do cigarro doenças graves e cancro do pulmão. Outra planta de cariz alucinogénico ou depressivo como a cannabis, a mais popular das drogas ilegais, é conhecida por diferentes nomes de rua: charro, chamon, liamba, erva, chocolate, tablete, taco, curro, gansa, hax, hash, maconha, óleo (óleo de haxixe), boi ou cânhamo. Os canabinóides são derivados da planta Cannabis Sativa e são considerados drogas psicadélicas (leves).
Os medicamentos à base de ervas podem provocar complicações no caso de um doente ter que ser operado. Os médicos deveriam sempre perguntar se estão a tomar qualquer tipo de remédios à base ervas quando estes vão ser submetidos a uma intervenção cirúrgica. É que estas substâncias podem causar complicações durante a operação. Por exemplo, o uso de suplementos com alho deve ser suprimido uma semana antes da cirurgia, porque pode aumentar a hemorragia e ter efeito nos restantes medicamentos. 
Outro caso a ter cuidado é a reacção de sobredosagem, porque se corre o risco de fazer uso de uma mesma substância na forma química e natural. Por exemplo, o ácido acetil salicílico e o chá de salgueiro; o chá contém a substância de forma natural, podendo ocorrer uma hemorragia.
Nunca se deve usar remédios naturais (como chás, cremes, etc.) sem o prévio conhecimento sobre as ervas utilizadas. Em todos os casos deve consultar sempre um especialista. Deve tomar cuidado ao manusear qualquer tipo de ervas medicinais, caso não as consiga identificar, e mantê-las longe das crianças.
Por fim, cuidado com os anúncios de publicidade de “charlatães”, curandeiros e vendedores da “banha da cobra” nas feiras e agora nas televisões. Não se deixem ludibriar com as aparências. Não corram riscos desnecessários; procurem sempre um serviço de atendimento certificado que dê segurança na aquisição do produto. Já me alonguei, recordo-me em miúda aos sábados no mercado ao ar livre, na vila, da presença do vendedor da banha da cobra, apregoava uma pomada para todas as maleitas. Comprei várias vezes, e de facto, aquelas caixinhas brancas sem rótulo, cujo creme aplicava sobre feridas, queimaduras, impinges, pele seca e até cortes, dava para tudo, modernizou-se no tempo, agora a dar cartas são outros vindos dos trópicos com lábia para as vendas...
As células estaminais... do cordão umbilical começaram a ser utilizadas em 1988 para o tratamento de um grande número de doenças, em Inglaterra. Em Portugal a Crioestaminal – Saúde e Tecnologia, SA criada em 2003, em Coimbra é pioneira e líder no isolamento e criopreservação de células estaminais do sangue umbilical. Estas células têm a capacidade de se diferenciar em diversos tipos de células tendo igualmente a capacidade de se auto renovar e dividir indefinidamente. O objectivo é a eventual utilização no tratamento de diversas doenças ao longo da vida do próprio recém – nascido e também dos seus familiares. Entretanto, em 2006, a empresa fundou a Genelab – Diagnóstico Molecular, para se dedicar ao diagnóstico de doenças em fase precoce por técnicas de biologia molecular, representando o primeiro passo para a diversificação do portefólio de produtos e serviços do Grupo. A empresa investe uma parte significativa das suas receitas no desenvolvimento de projectos de investigação, com o objectivo de alargar o âmbito de aplicações terapêuticas das células estaminais do sangue do cordão umbilical. O processo de recolha de células estaminais é totalmente seguro, indolor e não invasivo. A investigação sobre as células estaminais embrionárias despertou um debate na comunidade científica internacional sobre a licitude ética de matar embriões humanos com fins experimentais.
Por um lado, alguns cientistas justificam a morte dos embriões alegando que servirá para curar doenças ou simplesmente negam que os embriões concebidos sejam seres humanos. Por outro lado, especialistas explicam que não é necessário matar para conseguir as mesmas células, e defendem a vida na sua fase inicial. Entretanto, até agora muitos se perguntam por que um debate tão específico tem alcançado magnitude mundial, o que são estas células estaminais e para que servem. As células estaminais também conhecidas como células-base, ou germinativas - são células mestras que têm a capacidade de se transformar noutros tipos de células, como as do cérebro, do coração, dos ossos, dos músculos e da pele. Até ao momento foi confirmado que há células estaminais no cordão umbilical, placenta, medula óssea e nos embriões. Estas células estaminais estão contidas nos embriões humanos recém concebidos. Este tipo de células são chamadas pluripotenciais porque podem ser convertidas em praticamente qualquer órgão e permitem ao embrião desenvolver-se e converter-se num corpo totalmente formado. Cada blastocisto ou blástula, quer dizer, um embrião de cinco dias de concebido, é uma esfera oca formada por cerca de 100 células. As células da capa externa formarão a placenta e outros órgãos necessários para sustentar o desenvolvimento fetal no útero. Enquanto isto, as células internas formarão quase todos os tecidos do corpo. É por isso que, teoricamente, aprendendo como fazê-las crescer e manipulando-as, poderiam ser originados tecidos ou órgãos novos em laboratório para implantá-los em pacientes e curar doenças. Neste caso, a ciência aproveita as células que são desfeitas naturalmente pela mãe no momento do parto. Nem a placenta nem o cordão umbilical são vitais para o ser humano e podem ser utilizadas sem nenhum problema ético. Além disso, há experiências com células estaminais da medula óssea que têm alcançado êxito. Estas células são obtidas de bebés ou pessoas adultas que não são afectados por serem dadores. Ainda não se conseguiu provar êxito algum do uso de células estaminais embrionárias, entretanto há estudos de células estaminais de adultos que apontam fortes indícios sobre a possibilidade de utilizá-las para tratar determinadas doenças. A intenção dos cientistas é controlar as características de transformação das células-mãe para substituir tecidos e órgãos afectados por doenças ou por lesão a fim de restabelecer uma função normal. 
Por exemplo, nas pessoas com mal de Parkinson, injectam-se células-mãe na área do cérebro que controla o movimento muscular, onde a doença mata as células nervosas. Acredita-se que as aplicações terapêuticas das células estaminais também poderiam ajudar a tratar doenças como a diabetes, Alzheimer, os acidentes cerebro-vasculares, o enfarte do miocárdio, a esclerose múltipla, doenças vinculadas ao sangue, aos ossos e à medula óssea, assim como queimaduras graves com enxertos de pele, lesões da medula espinhal, e tratamentos para pacientes com cancro que perderam células e tecido por radiação e quimioterapia. 
Entretanto, tudo isto fica ainda no plano das promessas.

Vários médicos advertiram que estão ser criadas muitas expectativas a este respeito. A cura de todas as doenças não existe, por isso é totalmente inadequado aumentar as esperanças de enfermos e familiares dizendo-lhes que se fosse permitida a manipulação de embriões, se curariam muitas enfermidades, coisa que pode ser totalmente falsa. Os médicos provida estão a favor da pesquisa das células estaminais de adultos. Muitos já trabalham usando célula-mãe de adultos em transplantes de medula óssea para pacientes com cancro, sem afectar o embrião humano. A alternativa radica em extrair estas células de pessoas adultas. O problema é que não são tão abundantes e não se reproduzem tão facilmente como a dos embriões, mas a resposta é a necessidade de mais pesquisa nesta área para que isso seja possível. 

Fecho a crónica com enxerto do artigo do jornal 24 Horas de Clara Pinto Correia em “Histórias do meu Mundo” " Se é verdade que em todo o mundo já se fizeram cerca de 8000 de transplantes para acudir a problemas tão diversos como a diabetes, os linfomas, ou a anemia, o problema é que não vem dito em lado algum quantos casos de sucesso resultaram destas intervenções – e até agora, comprovados mesmo, até pelo teste do tempo, foram muito poucos. Eu sei, porque estudo estas coisas: as células estaminais do cordão umbilical do recém-nascido AINDA não são nenhum seguro de vida. E embora o processo de recolha e congelamento seja rápido e indolor, custa balúrdios aos pais incautos, sem qualquer garantia – para já – de que venha mesmo a funcionar quando for preciso. – Acho sempre indecente que se venda gato por lebre. Quando é a saúde que está em causa, acho mesmo revoltante."

Ora é bem de perceber esta temática e não mudar radicalmente a atitude perante a cura , anulando os químicos, em detrimento doutras substâncias, porque tudo o que se tomar poderá ter contra indicações, (?) e assim sendo, o certo é saber mediar não ir do 8 ao 80, no meu opinar.

FONTES
Bibliografia Wilkipédia – Medicinas Alternativas
Http://www.crioestaminal.pt/web/pt/main.aspx
Http://www.acidigital.com/clonagem/estaminais.htm
Http://www.amigosgospel.com/novo/viewtopic.php
Www.psicologia.com.pt/instrumentos/drogas/ver_ficha.php?cod=canabinoides
Fotos google

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A obra do Dr. Bacalhau na serra do Espinhal !

Lembro em adolescente a viagem com a minha mãe a caminho de Miranda do Corvo para degustar uma boa chanfana sem deixar de apreciar a brutal alteração da paisagem serrana depois da saída de Ansião a caminho da Lagarteira até às Taliscas e descida ao vale do Dueça, o deslumbre do serpenteado do rio em abundância de águas no inverno e de leito seco no verão em contraste ao forte costado a poente crespo de vegetação com salpico de casario em viragem ao cruzamento ao Pastor se mostrar  grande várzea verdejante em ligeira subida até à vila do Espinhal, e no caminho mais à frente da terra que ouvia desde criança falar "da bruxa da Godinhela" famosa na região de Sicó, ao que sei com a idade passou o condão e varinha mágica a uma familiar...
Já não me recordo como soube das "obras megalómanas na serra do Espinhal do Dr Bacalhau", quiçá  o foi em Ansião...O Prof. Dr. José Bacalhau eminente médico e professor da Universidade de Coimbra teimou construir uma unidade hoteleira de luxo no desertificado interior, dinamizando dessa forma o turismo na sua terra. Projeto iniciado nos finais dos anos 50 do séc. XX, no Monte Calvário, onde veio a encontrar oposição local acabou por decidir construir no sítio do Penedo Gordo, na Serra de Santa Maria no Espinhal, debalde não se deu conta que os terrenos onde foi edificada parte da sua obra não eram totalmente seus, e mais tarde  gerou outro imbróglio, solucionado em 1973, pela doação por parte da sua herdeira, à Junta de Freguesia.
Não deixa de ser interessante a extraordinária vontade que teve em adquirir pedras aprumadas de cantaria, colunas, fonte e outras, oriundas de várias demolições, entre as quais do Hotel Avis, onde Calouste Gulbenkian viveu em Lisboa, o que daria a este edifício um cariz erudito, também do antigo hotel Sherton e de um palacete na linha do Estoril, como antes, o que ficou conhecido como o "Rei do Lixo" compilou na Quinta da Trindade no Seixal, o que restava de mosteiros abandonados, estátuas, uma grande pedra de brasão e também mandou edificar uma pequena torre com ameias

As obras foram iniciadas nos anos 60 do sec. XX, mas nunca chegaram a ser concluídas. Quando escrevi pela primeira vez aventei a falta de capacidade financeira, que foi destronada pelo comentário de Ritaki em 23.05.2019 ; Não sei se terá sido por falta de condições financeiras. O Dr. Bacalhau, o velho, por exemplo, deixou um salário vitalício para o porteiro. O problemas foi mesmo a revolução. O meu pai ainda tentou, na altura, entrar em contacto com o governador civil em Coimbra para acabar com aquela pilhagem mas em vão.
Posteriormente, para homenagear o seu "tutor" e tio, juntamente com outros indivíduos, angariou dinheiro de toda a comunidade e construiu as represas Naturais do Dr Bacalhau que foram, mais tarde, mais uma vez, património reclamado como projeto da autarquia.
Pelo que sei, a primeira sala é a sala dos espelhos, espelhos estes que eram venezianos e que eram monstruosos. Existem estruturas que foram construídas posteriormente pela Associação Le Patriarche onde habitavam pessoas com doenças infeciosas (sida). Apesar de tudo as pessoas da associação patriarche eram simpáticas e conviviam com as populações locais. Belos tempos.


O grande plano turístico no interior veio a merecer uma singela inauguração no dia 23 de Maio de 1968, numa Quinta Feira da Ascensão com uma reunião de Confrarias da região, presidida pelo Bispo - Conde de Coimbra, tendo sido um sucesso social.

Em  agosto de 2023
Entrada
Com a morte do Dr. Bacalhau em 1972, sem descendentes diretos, deixou a " D. Francelina de Jesus, sua governanta e fiel servidora, a legatária em preterimento dos restantes familiares a herança da propriedade.  Sendo uma pessoa humilde e com a melhor índole, resolveu-se pela doação do imóvel e pela venda do mobiliário para angariar os fundos necessários para a construção de uma Biblioteca Museu Prof. Doutor José Bacalhau, o que nunca passou do projecto... A Câmara Municipal de Penela em 2010 começou a restaurar e catalogar o espólio do Doutor Bacalhau, julgo estará depositado na Casa da Cultura do Espinhal (?). 
No entanto após o 25 de abril,  por o empreendimento estar localizado estrategicamente no colo da aba da serra com uma vista deslumbrante sobre os outeiros a poente do Rabaçal e Ateanha , foi vandalizado e saqueado de tudo o que era possível retirar do edifício central: ferragens, estatuária, estuques decorativos dos tetos, espelhos, mosaicos, madeiras, materiais de construção e, …em 1977 visitei o local , o portão estava aberto com entrada para o farto  terreiro,  ao meio uma grande fonte em pedra antiga , e em redor do lado esquerdo um aglomerado em banda seria alojamento do complexo turístico, o edifício central mostrava-se com fileira de arcadas no r/c, ao centro escadaria monumental em pedra, ladeada por colunatas encimadas supostamente pelos vasos em pedra tipo cálice ( casas baixas na vila, sem qualquer graça, vaidosas com os mesmos em ostentação nos jardins , sem perceberem o cenário desenquadrando pelo tamanho descomunal... Pior, a Junta de Freguesia nada faz para os recuperar (?) fácil perceber foram furtados daqui - segundo se fala, sabe-se que o paradeiro de parte do espólio anima de facto alguns jardins de particulares. A frontaria do edifício central lembrava um panteão romano com óculo, mas afinal mais tarde  noutra visita ao Espinhal, foi fácil interpretar que é semelhante à frontaria da capela desativada de 1893 na vila, não sei se morou perto dela e daí o prazer de a copiar (?).
Outro local melhor não haveria do que esta capela, com merecido restauro, para nela albergar o espólio do Dr. Bacalhau, o seu pequeno grande Museu, que lhe era bem merecido, mas sou eu a dizer.
Julgo será a capela do Senhor dos Aflitos (?) Foto tirada em 2014
Foto no site da Junta de Freguesia do Espinhal; tiraram as grades das janelas e caixilhos,  a meia lua em ferro forjado da porta, a placa em pedra com o nome do Largo? Os canteiros e supostamente os pináculos no tardoz.
                             
Quando entrei no edifício central deparei-me com tamanha ruína de fazer dó, só de imaginar  os outrora estuques trabalhados que tinham sido cuidadosamente retirados, o mesmo de mosaicos e azulejos, o que mais me impressionou a magia como o foi conseguido, tendo sido encastrados no cimento (?), que lhes vi as marcas, o salão de baile deveria ter sido fantástico pela beleza do estuque trabalhado em relevos com grinaldas nos tetos e por cima das portas, que disso era nota evidente as marcas,  paredes estucadas em marmoreado, vitrais, ferros forjados com desenhos de finura delicados, corações, sítios de espelhos, fez-me recordar o salão do palácio de Queluz, virado a sul uma torre encimada com pedras trabalhadas a fechar com ameias, uma carateristica de todo o empreendimento que a ela se perfilha e no mesmo remate o torreão do edifício principal.

O contraste do empreendimento no antes  retiradas  do blog Ruinarte
Contraste com o agora
Para sul um pequeno lago a contornar o rebordo da serra ladeado de pedras com buraquinhos, memórias do passado marinho que neste concelho e , de Ansião, ainda são muito notórias. Julgo ainda há outro lago artificial maior que chegou a ter gaivotas para se pedalar (?).
Nos finais do passado século, instalou-se no espaço, o Patriarche - instituição para recuperação de toxicodependentes, que se propuseram a recuperar o local, mas supostamente o deixaram ainda em pior estado, voltando o espaço de novo ao abandono. Recentemente entregue à Associação Portuguesa de Medicina Preventiva, sem fins lucrativos, com todo o mérito e esforço está neste momento a recuperar todo o complexo, onde se prevê a instalação de uma clínica de medicina preventiva, projeto da APMP, na serra do Espinhal, incluirá: Total de 25 quartos ; consultórios médicos ; gabinetes de fisioterapia e hidroterapia; sala de conferências : restaurante vegetariano; piscina coberta para hidroginástica ; ginásio e capela. Também pretende promover programas como:10 Dias para a saúde ; fins de semana saudáveis; estadias prolongadas ; programa de reabilitação cardíaca ; consultas médicas externas ; medicina física e reabilitação em regime de ambulatório e curso de promotores de estilos de vida saudáveis. Tudo isto tem a finalidade da prevenção e cura de enfermidades, inserido em local estratégico e de grande beleza, rodeado de grandes áreas florestais e de montanha, de aragem perfumada dada pelas flores silvestres; urze, alecrim, rosmaninho, esteva , carqueja, também pelo eucalipto e pinheiro com paisagens verdes de contrastes que convidam ao exercício físico e a passeios por caminhos pedonais, sempre rodeado pela natureza em estado puro.
As obras de recuperação já decorrem há cerca de cinco anos, a maior parte da mão de obra utilizada no restauro dos imóveis, provém de pessoas que voluntariamente dão o seu contributo a este projeto, que tem muitas semelhanças com aquilo com que o Dr. Bacalhau sonhara para este local. Embora tardiamente, se fará justiça ao projeto inicial de grande semelhança ao sonho realizado pelo medico fazendo fé e acreditar que onde quer que esteja algures no horizonte, velará pelo seu sucesso!

Curiosidade -, numa feira de velharias em Évora encontrei bilhetes-postais dos CTT de 1895,  faziam parte do espólio de uma biblioteca vendida a um antiquário que durante anos bateu esta região à caça de tesouros, e muita coisa não deveria sair das suas terras, por serem tesouros das suas gentes.

FONTES

http://ruinarte.blogspot.pt/2010/10/as-obras-do-dr-bacalhau-espinhal.html

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