Entrevistada para a Rádio Local não pude deixar de referir
que esta feira de velharias de Montemor o Novo-, Deus queira, não seja mais uma condenada ao fracasso(?)...peca por ser bimensal em detrimento de mensal, pior é sentir que a
sua população não participa no evento, apenas aqui aparecem poucos
amantes das velharias que vivem nas redondezas, nem excursões
apeadas para sofregar comes e bebes e esvaziar águas, deixam tostão, são
apenas andantes e mirantes...
Falta publicitar o evento cultural, seja em Badajoz para chamar espanhóis e em Montemor o Novo nas entradas, saídas , auto estrada, em todo o lado, e ainda encorajar as pessoas para sair de casa e virem desfrutar da piscina, do jardim, da gastronomia, do património existente, e da magia que é um evento de velharias no recordar objetos que ainda fazem parte de memórias de muitos e que hoje são de novo expostas em casas minimalistas em novo ornamento muito apreciado, por isso cada vez mais vendidos para o estrangeiro, quando deveriam ficar em Portugal e alguns o deveriam ser peças de coleção em Museus. Incrível nem no cemitério distingui vivalma...
Falta publicitar o evento cultural, seja em Badajoz para chamar espanhóis e em Montemor o Novo nas entradas, saídas , auto estrada, em todo o lado, e ainda encorajar as pessoas para sair de casa e virem desfrutar da piscina, do jardim, da gastronomia, do património existente, e da magia que é um evento de velharias no recordar objetos que ainda fazem parte de memórias de muitos e que hoje são de novo expostas em casas minimalistas em novo ornamento muito apreciado, por isso cada vez mais vendidos para o estrangeiro, quando deveriam ficar em Portugal e alguns o deveriam ser peças de coleção em Museus. Incrível nem no cemitério distingui vivalma...
Constatei
um vendedor de lábia bastante pelo uso e abuso de venda agressiva que
outros dele comungam o mesmo triste opinar - assisti a uma
pequena comédia na troca de um grande prato Sacavém por 3 peças de
vidro, sendo que esta troca até pode não ter sido prejudicial (?) para
ambos, somente por os vidros sendo peças frágeis se partem com maior
facilidade...homem que enxerga longe supostamente testou terreno para mais tarde de
novo atacar a exposição em fileira de tachos em latão-, o vejo vir em passo
apressado na direção do estaminé de chão e à medida que os agarrava
lhe punha defeitos para em relance encaixar oito com valor estimado por baixo em
200 € , e ainda guloso de olho num grande reluzente por ser martelado, a
rondar 100€ , mas vendo que sobre este não teve alternativa de pegar,
se encaminha com os demais nas mãos para a sua banca para se efetuar
escolhas ... deixei-me com outros de ar em pasmo
por ver que a troca dos latões constou em apenas 5 peças de vidro- todas produzidas ontem
-, vidros modernos coloridos-, sinceramente não lhes acho piada alguma
(?), por fazerem lembrar a loiça berrante de determinada época produzida em
Alcobaça, e pelo tempo que anda com eles na banca, não sei se terão
venda rápida(?), o que facilmente levantou a suspeita da alegada necessidade em
diversificar o material da banca e sem escrúpulos "enfeitiçou" (?) as
duas mulheres por as saber doridas e bastante sofridas com o nefasto que
lhes ocorreu nos últimos meses, porque dantes, aqui noutras feiras,
jamais assim procedeu!
Seja
por isso o fato maior que não aprovei, apesar de homem educado e
aparentemente de estar simpático, revelou-se sem ética, ao se
aproveitar de mulheres fragilizadas, olhando apenas para o seu umbigo e bolso!
Porque
dele não o julgo ser pessoa de perfil de má índole, como é uso se falar
na gíria, já ao seu estilo comercial de vendedor agressivo que muita vez oiço e
vejo a vender "gato por lebre" no ensejo maior a ludibriar quem o ouve
com mentiras e estórias hábeis, faz em mim sentir o inevitável - pessoa que não
simpatizo ...porque na realidade não vende só velharias, também reproduções do antigo, peças novas que apregoa como antigas!
O dom de vender está entranhado na pele e na voz, e na verdade vende bem!
O dom de vender está entranhado na pele e na voz, e na verdade vende bem!
O que transparece é que uma maioria compradora denota ser parca de cultura (?), embrenha
pelos ouvidos e jamais se questiona (?), ou então não, porque na verdade
há gente com talentos diversos, gente que gosta de ser enganada, outra o será sem o saber, público que cativa e fascina na sua efervescente atuação em palco. Toda a pessoa que se abeira da
banca ou lhe pergunta algo difícil a deixar ir embora sem comprar o que
quer que seja-, nunca está atrás da banca sempre a rondar o suposto cliente para o cercar e debruçando-se sobre o mesmo encena teatro,
elevando a peça nas mãos para lhe dar ênfase e abençoado de linguagem entusiasta e
escorreita ligado à energia a 100 à hora confere argumentação quanto baste de convencimento ao
jeito de poesia, e com a ajuda do sol ainda a enaltece e de que maneira
-, veja o brilho que irradia, disto já não se faz, são os últimos
exemplares, iguais não tenho mais nada, nem sei se ainda se encontra, é
uma peça única, uma preciosidade, vai bem servido e,...lábia ao estilo de
cassete riscada, não pára até à decisão final do comprador-, manha para
vender, que a tem de sobra para convencer e persuadir, quem quer que seja, quiçá herdada em trabalho que defendeu antes
de abraçar o ramo das velharias (?), pessoalmente distingo este perfil
por me ser mui familiar num tempo longínquo que senti em angariadores
de clientes em finais da década de 90 em
Franchisings do ramo imobiliário, onde aprendizes vendiam tudo de
qualquer maneira a pensar no recebimento das altas comissões, sabendo "usar e abusar de
pessoas de espírito fraco, limitadas (?)", a quem enrolavam de tal
modo por serem destituídos de fraco ou nulo raciocínio, incrédulos,
ainda faziam fé nas lérias que estes lhes impingiam, mostravam e diziam, sendo aldrabões e ludibriadores , mas disso nem se davam conta ficando com a sensação que era uma tramitação suave, um mar de rosas, muito
facilitada pela ajuda que lhes estavam a dar, lamentavelmente só abriam
olhos no dia da escritura assinada em notário quando eu os arregalava
primeiro ao me deparar com tamanho inusitado - resulto de venda
agressiva aliciada com supostas boas condições financeiras e o capital
remanescente para pagamento de custas ou compra suplementar de algum mobiliário naquele momento final se mostrava totalmente incalculada pelas contas deturpadas
que tinham apresentado aos comuns clientes, e na verdade o dinheiro
espetável sobrante, não existia, e muita vez ainda faltava para pagar a conversão dos registos provisórios em definitivos...seja por
isso que me é insuportável estar na presença de gente desta estirpe,
coitados daqueles que estão um dia ao seu lado... bem, podem ser surdos,
ou simplesmente não os afeta, por isso sortudos!
Logo
de amanhã outro vendedor que conheço há anos, praticante de preços
muito razoáveis tem neste colega um cliente assíduo que lhe compra em
grande quantidade, sobretudo vidro antigo-, garrafas de refrigerantes,
pirolitos, e... a muito bom preço. Trazia o tejadilho da carrinha cheio
de garrafões de 16 L empacotados em caixotes individuais que tinha
comprado na véspera na feira de Estremoz dito na voz de uma colega,
supostamente a pensar na sua revenda nesta feira atendendo à resposta
que me deu pela manhã quando o indaguei que me responde "já estão todos
vendidos para o ..." já tinha passado o almoço e os garrafões ainda
estavam no poleiro do carro quando passa o referido colega a quem se referiu de
manhã "a quem já os tinha vendido" que ali entra no palco em cena de gesto inusitado,
sem pedir licença vai direito à banca e retira dois garrafões expostos, e
de lábia apressada diz para o dono "levo este dois à consignação"...
atitude inusitada que deixa o homem perplexo que o interpela - porque
razão leva os que estão expostos e não os que estão encaixotados?
Responde sem papas na língua, "porque estes vejo que estão bons..."
Entendi
naquele momento o supimpa desplante do despropósito da atitude dirigida
a um homem bom, fiável, de bom coração que lhe vende há muito boa
mercadoria a preço irrisório para depois este lucrar e bem , que se
deixa de semblante visivelmente abatido (?) para em minutos a sorte do
jogo se virar a seu favor com a pergunta de uma colega que estava comigo, mas durante o dia nada se apercebeu que o questiona
sobre o preço dos garrafões, que lhe responde - "faço o mesmo preço que
costumo fazer para o ..." sem delongas vendeu dois, eu segui a mesma
onda de compra e mal os arrumava despoletei vontade noutro vendedor, que
sendo lisboeta de nascimento, se encantou com uma bela
alentejana, e aqui nesta terra a morar uma vida, hoje com 88 anos, sem
jamais ter ganho o hábito do uso do canivete na algibeira, também lhe
ficou com três...num virote foram vendidos 7 garrafões, desta vez o tal
que tem o hábito de comprar acrescentando defeitos para baixar o preço,
se julgava que levava os garrafões em final de feira julgo só lhe
restaram dois, os tais que levou à consignação...hombridade é saber
tomar atitudes sinceras com os demais, acaso se não tinha interesse na
sua aquisição-, a mercadoria , trazida a pensar nele por ser habitual
freguês, no pressuposto de se ter afirmado logo de manhã nesse
desinteresse e se descomprometer (?) e assim o libertar para serem postos à
venda , a atitude cordial e certa ao vendedor de sotaque alentejano
que conheço há muitos anos, homem carismático, de tudo o que vende ganha a sua
cota parte, dando a maior fatia a ganhar a outros, por isso merecedor
de postura de sinceridade e muito respeito no exercício da mesma arte-,
a de feirante, porque parte e reparte e não fica com a maior parte, nem
tão pouco se mostra ganancioso, nem papista-, ganha pouco, o suficiente
para a sua vida, é o seu estar nesta profissão, e eu sabendo o preço da
compra e da venda, ganhou 5 € por cada unidade, sendo que depois voltarão
a ser vendidos por margem maior do que a 1ª e 2ª venda ...
Acalmei a ira quando em final de feira apareceu um cliente que comprou às senhoras da cena das trocas e beldrocas um conjunto de chá para ser usado numa cena teatral...bem a propósito!
Acalmei a ira quando em final de feira apareceu um cliente que comprou às senhoras da cena das trocas e beldrocas um conjunto de chá para ser usado numa cena teatral...bem a propósito!
De
regresso a casa sob sol baixo de grande brilho ao entardecer, atiçou-me
o estômago o falar das migas do almoço o meu marido, mal entrou no
restaurante a dona o reconhece e lhe diz "hoje é a feira de
velharias"...sendo que seguramente há mais de 9 meses não púnhamos os
pés em Montemor... gente sã que se lembra com agrado dos clientes que
não levantam ondas, só por levantar. Sentados numa mesa estavam uns
homens, um deles nascido em 35, foi à Índia fazer a tropa, ganhou a sua
vida para agora se lamentar não ter ninguém para lhe fazer a cama e uma
sopa ...lamentava-se que a mulher se baldeou com os filhos, todos lhe
viraram costa, ainda confidenciou que foram ao banco à procura de
poupanças, que tiraram algumas, ganhas com o seu suor...todos de bem na
vida a viver nos arredores, fazendo uso do que ele angariou, um até lhe
deu uma bofetada...o pobre homem lastimava-se com esta atitude nefasta
do filho, de bater num pai...entra na conversa a cozinheira que lhe diz
" já é o vinho a falar por você , está a colher o que semeou, sempre
foi um mulherengo..." ele vira-se para o marido dela e diz-lhe " gosto
de ti como se fosses meu filho, andei contigo ao colo...vocês são hoje a
minha única família" , visivelmente o marido da senhora emocionado, por
ser homem parco de palavras, sentiu o que o pobre homem lhe disse que
se refletiu no olhar, e humilde ficou perante os demais nessa verdade do
recebido agrado e sincero elogio.
Revivi boas pessoas, o melhor do dia, já que a bifana não estava muito gordurosa, coroada com o café que a Carlota fez o favor de me oferecer. Pior mesmo a notícia da morte inesperada ocorrida na véspera do marido da Luísa, uma das fundadoras do evento na recolha da coleta para a Associação que deixou todos que a conhecem em estado de grande e profunda dor e consternação!
Dia atípico vivido com sol quente descoberto e encoberto pela sombra resfriado de fortes sensações!
Revivi boas pessoas, o melhor do dia, já que a bifana não estava muito gordurosa, coroada com o café que a Carlota fez o favor de me oferecer. Pior mesmo a notícia da morte inesperada ocorrida na véspera do marido da Luísa, uma das fundadoras do evento na recolha da coleta para a Associação que deixou todos que a conhecem em estado de grande e profunda dor e consternação!
Dia atípico vivido com sol quente descoberto e encoberto pela sombra resfriado de fortes sensações!