Figueira da Foz na 1ª feira de velharias de agosto
Estando por Ansião e com afazeres na casa da minha mãe na cidade, decidimos ir de véspera para uma estada de 3 dias.No porta bagagens levei uns caixotes para fazer a feira. Cheguei bem cedo, constatei a continuada anarquia na atribuição dos lugares pelos feirantes que não tem lugar fixo.O senhor da organização, que é sem dúvida educado e simpático, revela conduta suficiente neste estar, sendo que também é preciso profissionalismo e ética, em respeitar todos, pelo que deveria existir lista com a ordem de chegada , para não haver gente que chega atrasada e passa à frente. Na minha cara, aconteceu com alguns chegados depois de mim. Duas mulheres mais novas, que nem conheço nestas andanças, uma fez-se descaradamente a um lugar estratégico, que o organizador não conseguiu dizer "não", tendo em atenção que a hora dos fixos ter sido alterada das 9 H para as 8.30 H, presenciei telefonemas que choviam com os atrasos de alguns, e um casal meu conhecido (carrancudos) no imediato a fizeram num ápice sair do seu lugar , e sem modas se arredou num ápice para se pôr ao lado deles, ficando na mesma estrategicamente bem posicionada. Já a outra, também delambida, chega-se risonha na lábia " o sicrano não vêm, vou para o lugar dele"...ora eu também sabia que ele não vinha, até já tinha falado com o colega ao lado, o Sr Manel, mas deixei-me ficar boquiaberta, apalermada, com tanto atrevimento e descaramento!
Fartei-me de tão mau estar, vi jeito de desistir antes de abancar, acabei por andar ali de trás para a frente para acabar por ficar nos bancos, só porque não levei bancada, o homem deve ter pasmo aos estaminés de chão...Péssimo local!
Dei-me conta de um velhote com um saco pelas mãos, trazia um relógio, capela.
Parado e hirto olhava e devia achar-me com cara de senhora pelos grandes óculos em detrimento disso, virou-se para a colega do lado mais gorda e mostrou-lhe o relógio muito antigo de 18...que tinha na adega, até lhe o dava porque precisa de restauro...E deu!
Nem a ouvi no agradecimento com ênfase, pois além de mal educada é trombuda para não dizer estúpida, jamais esqueço a fita que me fez uma vez em Pombal...Passadas horas o marido sentado no banco da frente pôs-se a desmontar, julgando que era relojoeiro!
Ainda tivemos um desaguisado de acesas e surdinas palavras. Eles nada vendiam, já eu a cada venda que fazia, no imediato vinham os dois, um atrás do outro ver as peças com os preços divididos por setores. Havia uma molheira sem tampa, da Fábrica Sacavém modelo Sintra, em verde por 5€ , ela pergunta-me se não tem tampa ao que lhe respondi, se tivesse é óbvio que não seria a esse preço, ato imediato responde-me com lábia- não foi isso que lhe perguntei - ah não, mas a resposta continua a mesma...
Encontrei muitos colegas e o Tony dos discos, um sedutor aquela voz da rádio, é do melhor!
E o Carlos da Redinha, deu-me mirtilhos, queria que eu comesse do seu almoço, massa com carne.
Um pobre diabo, reservado, já vai longe o tempo que nos conhecemos.
Reparei neste pequeno prato coberto em muito mau estado, por dentro o desenho "comido" e sem o torniquete da pega da tampa, a dona dizer ser Vilar de Mouros.
Pois a meu ver será certamente Coimbra!
A selfie de tarde na feira com a rainha da Figueira da Foz
Veio buscar uma encomenda, a peixeira Rosa que conheço desde miúda, mulher exuberante de olhar fulminante, era e ainda é bela ao jus dos genes gregos!
Ao fim da tarde ao deixar o carro no estacionamento encontrei uma filarmónica a tocar música em frente do Museu, para a inauguração de uma exposição de artes
A Arte Nova na azulejaria na Figueira da Foz
A caminho da casa da minha mãe um novo olhar nos azulejos que revestem o casario de beleza da Fábrica Fonte Nova de Aveiro
O Mercado da Figueira da Foz Engenheiro Silva
Fotos de antigamente e de hoje em contraste
Em tempos de antanho o rio chegava ao mercado
Exposição de fotografia no piso superior do Mercado
As gentes que vendem no Mercado
Algumas mulheres conheço seguramente há mais de 40 anos. Faltou na foto uma mulher com uma trança de cabelo preto enrolada em grande rodilha.
Havia um reparo no Livro de Honra
Alguém precisou de usar as casas de banho que se mostravam fechadas, parece ninguém sabia onde paravam as chaves...
Montra de fotografo com fotos antigas da Figueira da Foz na Praça Velha
CGD, julgo aqui funcionava o antigo BNU
Almoço cozido à portuguesa
Com o mínimo dos mínimos de loiça ( não reparem, é loiça de piqueniques, mais leve) consegui apresentar um bom cozido para três, a minha irmã telefonou e ficou de água na boca, pois se a tivesse convidado teria ido com gosto...mas nem me lembrei!
Acreditam que a hortaliça que está na bandeja no carrinho se comeu todinha...
Visita ao Museu Municipal Santos Rocha na mente há anos, aconteceu desta vez!
Fundado em 1894 pelo figueirense António dos Santos Rocha (1853-1910) com o objetivo de albergar o valioso espólio recolhido por si e pelos seus colaboradores em várias campanhas arqueológicas na Serra da Boa Viagem e Montemor o Velho. O Museu Municipal foi primeiramente instalado na Casa do Paço, onde permaneceu até 1899, sendo então transferido para o andar nobre dos Paços do Concelho até ter casa nova construída pela Fundação Gulbenkian nos anos 90.Além da colecção exposta das peças vindas de escavações arqueológicas, escultura religiosa, cerâmica, mobiliário, tem ainda uma área dedicada à etnografia africana e oriental. Durante todo o século XX conseguiu reunir uma colecção de peças de arte contemporânea, com destaque para obras de pintura e escultura de artistas portugueses.
- Lamentavelmente nada expõe de FAIANÇA, tendo sido a região circundante abundante em olarias de cariz familiar, e fabris em Carritos e Tavarede , que as tem nas reservas e pode ser visitada com marcação prévia, por isso tenho de voltar.
Belo painel de azulejos retratando um relógio de sol
Bela tapeçaria
Coche
Sepultura romana ladeada por tegulae
Exposição permanente indo-portuguesa com belas peças de mobiliário em teca e pau santo com embutidos elaborados em sissó, o ébano, o pau santo e o pau rosa, mas essencialmente o marfim ao tom natural e tingido, fragmentos de colchas da 1ª metade do século XIX ricamente bordadas a seda e chita estampada com motivos florais e vegetalistas, provenientes da Índia, e pequenas esculturas talhadas em marfim, provenientes da antiga Índia Portuguesa. abarca o período entre o século XVII e os finais do século XIX.
Pela cidade esculturas da autoria do escultor Laranjeira Santos
Outras esculturas: Os Noivos; O Beijo; Insinuação; A Leda e o Cisne ; Menina Lisboa; Blá,Blá,Blá; A Rita; Autoretrato; Delicodoce; SublimeTentação; Conceção; OsManequins; Mãe; Grávidas; Ela continua indiferente.
No Parque das Abadias a oeste do Museu foto na escultura Tentativa de Encontro de 1991
Mal a olhei logo a senti !
No local deste hotel durante anos foi um descampado onde paravam os autocarros das excursões, também tenho recordações do meu pai por aqui. Só carros de espanhóis a aproveitarem o bem bom ...
Fomos até ao oásis que o Santana Lopes mandou fazer quando aqui foi presidente da Câmara
Depois de saborear um gelado de champanhe, o empregado trouxe-me o troco em moedas pretas e amarelas...Que remédio outro não tive que levar o alforge cheio a tilintar...
Picadeiro, o castelo de cara lavada onde morou a Rosa Lobato Faria quando o pai aqui trabalhou
Gostei francamente do espelho de água junto do Forte de Santa Catarina
Escultura A Preguiça de 1959 no espelho d'água no Forte de Santa Catarina, incita tal cenário romântico a devaneios no registo de fotos...
Outra escultura nascida em Lisboa salva da "morte" para ganhar nova vida na Figueira da Foz, diz o escultor Laranjeira Santos . Ao fim de décadas, encontrou finalmente o seu espaço aquático, para alegria do escultor...Também uma história de amor.
A Preguiça nasceu na Academia Nacional de Belas Artes onde estudava o escultor, que todos os anos atribuía seis prémios aos melhores alunos:dois escultores, dois pintores e dois arquitetos. Naquele ano de 1955 o Laranjeira Santos foi um dos escultores escolhidos. O prémio consistia numa estadia de um mês e meio na região, naquele ano calhou a Figueira da Foz. Criaram um atelier, e o diretor na altura do Museu, o Professor António Victor Guerra, foi nomeado pela academia para acompanhar os premiados. Ora ele tinha uma filha (sorrisos)...Diz ele " Começou a privar connosco em festas, passeios, piqueniques, idas ao Casino, enfim ficámos amigos até 59 quando a pedi em casamento. Entretanto, já estava a acabar o curso, e a apresentação do trabalho prático, a minha obra foi " A Preguiça" e a nota final 20 valores.Mas era um trabalho em barro, feito para ser avaliado e, depois, destruído.Mas o Professor António Victor Guerra achou que era um desperdício deitar fora uma peça de que ele, na altura, gostou muito. E por isso movimentou-se junto da Câmara Municipal da Figueira da Foz para a trazer para a cidade.E assim foi, a Câmara foi buscar a peça, subsidiou a passagem da peça de barro para betão, e colocou-a no Jardim Municipal."
O PERCURSO DA PREGUIÇA
" Existem poucos vocábulos, como Preguiça, a que se associam tanto sinónimos.
São muitos e variados, de tal forma que ficamos sem perceber o verdadeiro estado humano que traduz, parecendo mesmo que, se por um lado uns aprofundam o sentido do anterior outros parecem introduzir já um novo conceito ou até mesmo contrariar algum já enunciado.
Felizmente para os Figueirenses, a Preguiça é uma mulher bonita e lânguida,esticada à superfície de um plano de pouca água; aconchega a cabeça num dos braços e repousa a perna direita na esquerda, enquanto alonga o corpo calmo e lascivo de forma indolente; possui os olhos lassos e um sorriso ténue num rosto de rara beleza. Encanta as aves, em particular as gaivotas, o que foi competência de mulheres poderosas que a história acolheu.Ao que parece, Kierkegaard confessou que empregava metade do seu tempo a dormir e a outra metade a sonhar..."
Foi o que senti!
Escultura LAZER de 1979 no espelho d'água no Forte de Santa Catarina
Forte de Santa Catarina antes da intervenção urbanística
Por aqui a Dra. Maria Andrade com raízes de Penela, encontrou nas remoções de terras uma trempe cerâmica de ir ao forno com as peças para cozer e fragmentos de faiança "ratinha", supostamente aqui instalada na foz do Mondego teria existido uma olaria familiar, ou possivelmente aqui chegou nas enxurradas do Mondego de Coimbra (?).
Fotos da trempe e do Forte retiradas do seu Blog- Arte livros e velharias Maria Andrade
Nova imagem com o espelho de água
Trechos retirados do Magazine Cultural PREGUIÇA julho 2014
Casino Oceano em contraste com o Casino da Figueira num tête à tête
Casa do Paço
A marina, cada vez maior
Praça 8 de maio
Era miúda quando esta fonte luminosa foi inaugurada
Alfandega o cais era defronte
Ao cimo da rua da casa da minha mãe, o Convento da Ordem Franciscana
Porque a Universidade já era...
É sempre gratificante voltar à Figueira da Foz que conheço desde criança.