A caminho da Lagarteira, no seu encalço nomes de lugares sonantes; Porto Largo, Constantina, Ribeira do Açor, Fonte Carvalho, Loureiros, Curcialinho.
Nomes de lugares que encontrei em pedidos de passaportes no início do século XX: Torre de Vale Todos, Casal de João Bom; Lindos; Loridos; Rua d'Além
na Torre; Estrada da Pragosa; Portela; Barreira; Casalinho; Barrosas;
Vale da Figueira; Outeiro; Casais; Vale da Sancada; Vale de Pião; Casais
da Póvoa, Castelo de S. Jorge, Paço, Luta e,... Desconheço se no que foi o Couto da Torre de Vale de Todos, se ainda existe a toponímia Paço e Luta - perguntei na festa da Torre, disseram-me que nunca ouviram falar...
Citar o livro Vila de Ansião do Padre José Eduardo Reis Coutinho de 1986
"O topónimo Lagarteira, na sua etimologia afigura-se ambivalente, pois, tanto pode significar a sinuosidade dos caminhos, parecida ao movimento dos lagartos, como a sua total exposição ao sol, igualmente deles colhida".
Desencadeou em mim outro pensar...
Pode derivar da existência de lagares. Na verdade a região teve forte atividade de lagares de vinho e de azeite, a determinar a raiz do topónimo.A caminho da Lagarteira na beira da estrada existe pelo menos ainda um lagar e outro transformado em restaurante junto da Lagoa da Cabeça Redonda, que lhe banha os pés e mais à frente a da Lagoa do Pito. A sugerir que o nome Lagarteira deriva de Lagar e da regateira do azeite de bica aberta.Na
região o termo regateira foi no tempo muito usado nas serras de
Alqueidão e circundantes, quando se formavam na força do inverno deixando um rasto nas
margens dos costados muitos fósseis.Em tempos de antanho as mulheres nelas lavavam a roupa.Contos da Ti Júlia nascida no Alqueidão e se casou com o Chico Serra do Escampado Belchior. Supostamente o povo amenizou as palavras; Lagar e regateira no termo que hoje existe - Lagarteira.
A ribeira do Nabão velho
Dos lados de Aljazede, forma-se uma ribeira com as chuvas passa pela lagoa do Pito, poço Minchinho, a metros da Fonte Carvalho, desliza em leito de ziguezague na direção da Ribeira do Açor, banha os pés ao Serrabino e Constantina , em ardente adeus a graça no açude em queda d' agua, a lembrar véu de noiva!
Na Lagarteira, junto do cemitério velho em local
altaneiro vestido de casario disperso onde se enxergam soberbas vistas dos outeiros
circundantes, brutal miragem bordada pela abundante pedra calcária.
Vinda da estrada principal de Chã de Ourique, na Mouta do Açor , hoje apenas Mouta atestada numa rua na subida para a Lagarteira - onde foi um antigo Marco da herdade de Ansião, virei nessa curva escondida à esquerda para subir à igreja da Lagarteira.
Vinda da estrada principal de Chã de Ourique, na Mouta do Açor , hoje apenas Mouta atestada numa rua na subida para a Lagarteira - onde foi um antigo Marco da herdade de Ansião, virei nessa curva escondida à esquerda para subir à igreja da Lagarteira.
Mais que evidente que o entroncamento na rua principal deveria merecer melhor alternativa de grandeza, se para tal houver brio em derrubar casa ou palheiro e alargar o local que merecia melhor desafogo!
A igreja estava fechada. Sei que as colunas do altar em verde são de mármore descoberto pelo químico italiano que fundou a cadeira de Minas, Domingos Vandelli na sua pesquisa na centúria de 700.
A igreja estava fechada. Sei que as colunas do altar em verde são de mármore descoberto pelo químico italiano que fundou a cadeira de Minas, Domingos Vandelli na sua pesquisa na centúria de 700.
A igreja embora pequena ao olhar, a mim por não a conhecer a senti bela, sobretudo pelo alpendre com três arcos de cantaria, na ombreira da porta a data de 1703 com restauro em 1975.
"segundo historiadores, teve ao culto uma Trindade do século XVI, e uma imagem de S. Sebastião, espólio da igreja, guardadas."
Perspetivas da Igreja da Lagarteira
Com armação a ferro forjado faz lembrar uma gaiola japonesa...
A calçada presta homenagem ao conterrâneo imigrado com fortuna no Brasil ,Carlos Dias e família.
Paisagem no redor do adro
Vistas do planalto rodeado pelas serranias das Serras de Ansião.
Alguns historiadores sobre a Lagarteira falam da sua pobreza de solos.
Gostei da torre do campanário |
Frondoso freixo no adro
Bem conservado, falta certificação e saber a idade.
Coreto Com armação a ferro forjado faz lembrar uma gaiola japonesa...
A calçada presta homenagem ao conterrâneo imigrado com fortuna no Brasil ,Carlos Dias e família.
Paisagem no redor do adro
Vistas do planalto rodeado pelas serranias das Serras de Ansião.
Dei de caras com a placa "Rua da Calçada"
Logo julguei ser denominação antiga de calçada romana...Debalde me parece calçada atual com 40 anos...A ser nova supostamente encomendada pela autarquia e Junta de Freguesia num tempo que deram muito trabalho a calceteiro da vila, na verdade a melhor aposta teria sido o alcatrão na sorte de piso direito em prol de altos e baixos e menos barulho...Afinal o que me deixou indignada? Notória falta de imaginação na freguesia para outro nome a merecer menção na rua, sem saber se chão da antiga calçada romana, e a ser tinha de estar mencionado, quem se lembra como era a estrada antes?' Tinha lajes?!
Não me fui embora sem observar outra homenagem a mais um conterrâneo da terra, Alfredo Marques, infelizmente já falecido e na sua terra sepultado. Foi casado com uma prima do meu pai a Elsa Caseiro, dele recordo ser um homem de excelente silhueta, bonito e muito simpático, quando regressou no inicio da década de 60 da Venezuela trazia brinquedos de madeira de corda, que nunca tinha visto, com eles brinquei com os filhos-, a Lila hoje professora e o Carlitos médico cirurgião, ainda recordo as malas de cânfora com grandes fechaduras douradas, as vi a serem arrumadas por trás da taberna da tia Carma, também das fotografias que nos tirou.Sempre gentil.
Nesta terra não faltam belos exemplares de oliveiras centenárias e milenárias deixadas pelos romanos.Conferem à paisagem estonteante beleza, se apostassem em maior plantio, maior seria a riqueza ! Falta contudo certificação e apurar a idade.
Alguns historiadores sobre a Lagarteira falam da sua pobreza de solos.
Apesar dessa aparente pobreza , os solos se fossem bem estruturados no emparcelamento de proprietários, apostando no olival e plantio de vinha, tudo mecanizado.
Implementar a pastorícia e suas valências; lã, queijos e carne de cabra para a chanfana. A várzea de Aljazede e os campos da Ateanha, inseridos na denominação "Queijo Rabaçal".
O mote da grande aposta passaria por haver rebanhos comunitários de
ovelhas e cabras, com queijaria para feitura do queijo, ao modo das congéneres de
sucesso nas imediações dos concelhos de Penela e Soure. Mas queijo
genuíno e não adulterado com leite em pó, tão pouco com leite de vaca. Há
que diferenciar a qualidade e com ela os preços, mas jamais vender gato
por lebre.
Lamento
constatar ainda há coisa de dois anos distingui o inicio da construção
de uma estrutura junto ao morro da Ateanha, para um rebanho, o que me
disseram e mais tarde ao voltar por não ver ao questionar ouvi dizer que o negócio " tinha dado em frosques"...
Devia ser resposta a raça de porco preto ibérico neste chão foi rei no passado, aposta na apicultura, ervas para chás e no turismo. Brutais pilares de sustentabilidade para grande progresso na região.
Fiquei perplexa com uma plantação de eucaliptos por não fazer parte desta paisagem!
Se
houver persistência, vontade e força no trabalho, acredito no sucesso, a
que devem juntar as belezas naturais, de fortes contrastes, algumas
quase desérticas, vestida de tomilhos, arruda, orquídeas e oregãos, a lembrar bulício campestre.
O que fala? usadia de um punhado de boa gente para implantar empreendedorismo e teimosia bastante, par avançar. Acredito que da pobreza se podia tirar brutal rendimento, havia de brotar muita riqueza.Disso não tenho dúvida!
Basta olhar para Trás os Montes, aquilo sim é xisto a perder de vista com giestas, e há riqueza e qualidade nos bons enchidos, no queijo, produção de batata, castanha, amêndoa e as vinhas do Douro, em terrenos em escarpa de belas uvas.
Basta olhar para Trás os Montes, aquilo sim é xisto a perder de vista com giestas, e há riqueza e qualidade nos bons enchidos, no queijo, produção de batata, castanha, amêndoa e as vinhas do Douro, em terrenos em escarpa de belas uvas.
Foto em Trás os Montes onde já estive - Peredo dos Castelhanos
Acredito por aqui também se daria um bom netar ...Há que apostar na casta certa!
Acredito por aqui também se daria um bom netar ...Há que apostar na casta certa!
A foto possível registada em julho de 2012 pela mão da minha mãe.
Quantas vezes a desencaminho nas minhas aventuras, na desfaçatez de negligenciar outros trajetos possíveis, em prol de revigorar forças apreciando as COISAS QUE GOSTO.
Nesse dia a meta tinha como destino a Feira Medieval de Santiago da Guarda.
Mas antes deambulámos por Casas Novas, aldeia castiça de pedra, pertença de Soure que dista a dois passos, mas sendo do concelho da outra banda da serra-, divisões administrativas que jamais compreendo.
Aposta em percursos com trilhos pedestres na ligação às aldeias para apreciar as vistas e as famosas pedras nas Carvalhosas, o trilho dos percursos ao longo do rio velho do Nabão e, da envolvente das Lagoas; Pito, Cabeça Redonda, Aljazede, Ateanha.
Nesse dia a meta tinha como destino a Feira Medieval de Santiago da Guarda.
Mas antes deambulámos por Casas Novas, aldeia castiça de pedra, pertença de Soure que dista a dois passos, mas sendo do concelho da outra banda da serra-, divisões administrativas que jamais compreendo.
Urge saber manter o casario de traça antiga e os muros de pedra seca com os seus degraus flutuantes, a jus de escada, na Cabeça Redonda, devia a JF deve refazer o muro que se encontra em mau estado, pois trata-se de património ancestral que para o turismo e para a cultura é fulcral manter.
Sem esquecer a sinalética para ninguém se perder.
Sem esquecer a sinalética para ninguém se perder.
Cabeça Redonda ex líbris degraus flutuantes
Lagoa da Cabeça Redonda
Ainda persiste casario ancestral de grande envergadura que foi de famílias abastadas na Ribeira do Açor, Loureiros, Lagarteira e Curcialinho.
Lagoa da Cabeça Redonda
Ainda persiste casario ancestral de grande envergadura que foi de famílias abastadas na Ribeira do Açor, Loureiros, Lagarteira e Curcialinho.
Seria interessante lhe juntar a celebração de eventos vários, com incremento publicitário a chamar o turismo de massas, como o foi no passado de nacionais e estrangeiros.
A Lagarteira, parte só integra o concelho de Ansião, desde os finais do séc. XIX. Gente hospitaleira e benemérita, bem podiam ser mais mecenas, a reivindicar a terra que os viu nascer no passado foi Grande, o poderá hoje ser hoje ainda maior-, apesar da retirada do estatuto de Freguesia, e jamais devia ter acontecido!
Urge tempo das Gentes da terra mostrar garras e o dinheiro aparecer para encetar empreendedorismo, na deixa acabar o "forrobodó" de fazer coisa pequena!
Urge tempo das Gentes da terra mostrar garras e o dinheiro aparecer para encetar empreendedorismo, na deixa acabar o "forrobodó" de fazer coisa pequena!
Orgulho seria?!Destemido ensejo e brutal iniciativa de força com honra em pôr em definitivo a Lagarteira no mapa do progresso e do turismo!
Também no mapa do Mundo!Seria a homenagem merecida a todos os que se resignaram em ficar, sem deixar de agraciar a ajuda de todos os outros que daqui saíram para além e aquém mar, de laboro não menos meritório na mesma luta e na mente o mesmo angariar riqueza para a sua terra!