Ouvi dizer no recinto que o palacete altaneiro ao cimo do jardim da vila de Azeitão esteve à venda por um milhão e meio de euros...Ouvi falar do antiquário que daqui tirou uma grande mesa...Do palacete não sei se o imóvel mudou de dono!
A feira espraia -se na sua frontaria apresentava-se pelas nove horas num andarilho de gentes, velharias, artesanato, clientes e mirones de ocasião.
A feira espraia -se na sua frontaria apresentava-se pelas nove horas num andarilho de gentes, velharias, artesanato, clientes e mirones de ocasião.
Ao longe descortinei a D. Lúcia com uma comitiva de gente atrás dela na espera de lugar para abancar, onde me juntei. Mais uma vez pude constatar com agrado que não me enganei quando escrevi sobre o perfil desta zeladora no sentido da sua notória diplomacia -, cariz calmo e profissionalismo com que presenteou a contento, todos os presentes . Tive a oportunidade de observar um caso de negligencia na usurpação do limite de um dos espaços onde mostrou muita classe ao explicar a situação, depois ainda lhes disse..."deixem estar, já montaram tudo, mas tem de perceber que a banca se monta de nº a nº ,e não se pode ultrapassar, pois já ocupam o lugar para outro colega." No caso tratava-se de pessoas que andam nestas andanças à pouco... Supostamente ainda não se deram conta de meandros e regras porque fazem outras feiras onde a organização não é rigorosa pelo número restrito de feirantes .
- Há quase um ano sem voltar, ainda se lembrar do meu apelido, no mínimo achei enternecedor!
Acabei por ficar na entrada principal onde sempre fiquei das outras vezes. Ajudou-me nos caixotes o Paulinho de Setúbal - um gentilmen...
Na boca de colegas apareceram excursões de "Miranda pronunciado em sotaque espanhol..." sob o meu espanto a pensar em Miranda do Corvo ou do Douro -, diz-me o colega de artesanato que estava ao meu lado "Mira e anda"...Passeiam e nada ou pouco compram , porque o que aqui se vende é quase tudo transacionado entre colegas...
- Não vale a pena levar livros...O que tenho sentido!
- Senti haver vendedores que não devem estar credenciados, neste agora neste negócio para sobreviver à crise, vendem ao desbarato a colegas para faturar... Os ouviria em final de feira a penar entre dentes, em desabafos sentidos de honestidade...
- O homem da feira para mim eleito de seu nome Zé Manel que já conhecia de outras feiras mas nesta onde falámos mais. De realçar o seu porte atlético, alentejano, de belo chapéu à cowboy , muito simpático com humor. Dizia-me "sou filho de mãe russa e pai inglês"...perante o meu olhar de espanto rematou " a minha mãe tem apelido, russa -, e o meu pai alcunha do inglês, acabou por ficar no meu nome, das minhas duas filhas e agora no nome dos netos..." curiosa perguntei-lhe o porquê...diz-me" era arruçado de cabelos, olho azul e boa figura como eu, que saí de olhos e cabelos à minha mãe tal como o meu irmão"...
Falou-me das migas à alentejana que na frigideira devem saltar com força para sair pela chaminé a correr para as apanhar na porta da cozinha...
- O Sr Carlos trazia uma bela camisa em tons rosa na véspera na feira da Moita e de tarde na da Amora faturou bem, até a mulher estranhou...Também fiquei feliz por ele.
- O Rogério com o estendal de ferro velho comprou uma panela de 3 pés rota que disse ir remendar...
- Na banca da D. Helena a mais chique, e de artigo caro tal como a da D. Carolina e do Sr Pedro e,...
- Remato com o artesão das vergas, a Carla que reencontrei depois de Alcochete, o Sr Peres e o Sr António que teimam ficar na banda de fora do recinto.
Travei conversa com o "cigano António" de Portalegre com parte da sua banca prostrada no chão-, a quem perguntei pelas melhoras do pai Orlando, reparei que gostou, aproveitei para lhe dirigir cumprimentos e rápidas melhoras, na certeza de me guardar o prato com o "peixe em tons azul melado que se lhe partiu no tripé "passados meses será que ainda sabe dele?
- Senti o Santiago em baixo, nem piropos me agraciou como de costume, tinha três peças das Caldas muito interessantes a bom preço: um cão em pose; um galo paliteiro e uma caneca com bicos tipo ananás e flor abaixo do bico.
O Paulindo de óculos em aro branco e chapelinho na cabeça com ares de hippie com a esposa Clara safaram-se com a venda do carrinho vermelho a um colecionador.
Na banca da D. Carolina fotografei um prato em tons verde para comparar com um meu muito semelhante que julgo atesta autenticidade de Coimbra. Nesta banca há muitas e boas peças!
Na banca do Vitor fotografei duas travessas e molheira da Fábrica Sacavém.
Redescobri a Ana Luísa Barros , esteve comigo há quase um ano, vende artesanato que ela própria faz.
- Noutra banca de velharias conheci a Fátima com o marido onde pedi para fotografar um grande prato de faiança de Coimbra gateado..Não pude trazer achei carote...