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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Azeitão na feira de velharias com verão de S. Martinho 2013

O querer, voltou a teimar, em me fidelizar na feira de velharias de Azeitão. Como ainda não tenho lugar fixo, ao chegar já havia uma enchente de colegas na roda da D. Lúcia. 
Uns para vender velharias e outros para artesanato. 
  • O fresco da aragem da manhã atazanava o meu pensar na pouca verdade com a ordem da lista de chegadas -, a meu ver seria mais sensata e correta -, se na árvore da concentração fossem colocadas duas folhas -, uma para cada especialidade e à medida que cada um chegasse preenchia o seu nome, há falta de melhor solução!
Porque aquilo que senti e não gostei -, por um lado ver feirantes que tem de ir embora por falta de lugar, enquanto que outros sabichões os vi candidatar a um lugar de velharias, e na verdade o que venderam: roupas, sapatos, malas, loiças tudo em 2ª mão que trouxeram de casa ( porque ao montarem a banca no espaço adstrito a velharias há mais clientes com mais probabilidades de vendas)...
  • Sendo que esta categoria na feira  a ser permitida, deveria ter lugar especifico.
  • Não me parece correto misturarem artesanato com velharias e artigos em 2ª mão.
O certame até se divide por patamares na frente do palácio. 
Sendo definido(?) o das velharias em baixo, no patamar do meio artesanato e no de cima de novo velharias.
  • Também não me parece correto sendo Azeitão pertença do concelho de Setúbal  haver diferenciação de critérios.
Em Setúbal os feirantes até podem começar por não estar credenciados, mas logo são disso chamados à atenção, quem não se coletar não pode abancar, também não é permitido venderem roupas  e sapatos em 2ª mão.
  • Já em Azeitão uma grande maioria são vendedores de ocasião, não estão coletados, não pagam impostos nem tão pouco Segurança Social, aproveitam  enquanto podem, só vendem em feiras onde não há rey nem roque -, isto é fiscalização. 
  • Há feirantes que começaram a vender em Setúbal, não se quiseram coletar nem tão pouco pagar o cartão que a câmara exige e para espanto tem lugar fixo em Azeitão, para pensar!
Gostava de ver a GNR aparecer e pedir a documentação...por certo uma grande maioria tinha de levantar os estaminés!
  • Claro que a vida está difícil para todos, mas há que estabelecer regras, e essas tem de ser para todos  e não só para alguns.
Quis o inusitado da espera reencontrar um antigo conhecido - Luís que na altura conheci pelo apelido Pires, já não o via há anos. Atrevida disse-lhe que o conhecia mas não sabia de onde ... diz-me se calhar é dos correios. Lembrei-me logo. Montámos no seguimento das bancadas com o Sr Carlos ao meio. Conversámos imenso. Falei de Ansião o que no imediato o fez lembrar dos bons momentos da sua infância, por 2 ou 3 vezes tinha ido passar uns dias no Escampado de S. Miguel.  Foi uma alegria recordar motes de episódios dum tempo de criança, de caminhos com buracos em terra, das casas de pedra, da lojita do Ti Nicolau, dos filhos e dos primos -, sobretudo do Isidro Leal com quem um dia de bicicleta e um garrafão de 5 lt de vinho no guiador e se aleijou...
As boas lembranças tomavam conta dele ao recordar um tempo que com outro primo em comum, o Necas, viajaram cá dentro-, jamais se esquece das férias em S. Martinho do Porto e,...
Perplexa havia de ficar quando me falou no Isidro que conheço do face virtualmente , aqui me encontrou com as minhas crónicas sobre recordações de  Ansião.

O mundo é mesmo pequeno. O Luís é um homem de 62 anos,o seu rosto melancólico revela vida amargurada, sei e senti, fosse ao tempo incompreendido no trabalho, fosse pela filha de pêlo na benta, ingrata, de quem não abona carinho e devia, mas ali naquela conversa mostrava-se um homem solto, como se fosse amigo de toda uma vida -, fiquei tão feliz que não resisti na ousadia de lhe confidenciar. Humilde de olhar castanho e doce, cavalheiro, num repente foi à sua banca e trouxe um livro para me ofertar, sobre o Zoodiaco, tema que o meu marido em conversa lhe diz eu apreciar.

Apareceram outros colegas que costumam andar por outras bandas-, Luís de Sintra trazia apetrechos da agricultura da sua casa da Covilhã. Outro alto, tatuado, não me recordo agora do nome, do Monte Estoril trazia um Santo António do século XVII e uns castiçais dourados. A banca do Tó do Pragal, pequenina, não me reteu o olhar. O Humberto fiquei contente de o ver de melhor aspeto, da outra vez em Setúbal de bengala parecia que ia morrer...magro e de cor cinzenta, andava mal medicado, ousadia teve ao mudar de médico. A Zélia também andava aflita da coluna tal como o João marido da Carla,e o Aroucha dizia que estava melhor do pé, se não cuida como deve ser...os diabetes não perdoam!

O diabo desta feita ficou atrás da porta, a feira para mim desta vez revelou-se prazeirosa nas vendas, transaccionei algumas peças, fiz descontos, dei outras, conversei bastante, ainda comprei uns azulejos...
Relaxei sentada na cadeira na hora do farnel aviado de casa, as pataniscas deliciosas feitas de véspera entaladas em pão alentejano comprado na feira do Montijo.
  • Refastelada com a maçã "casanova" que me dita mote para sonhar com o nome do sedutor D. Juan ... num ápice estiquei as pernas, de sombreiro na cabeça, que o Peres me deu em tempos na feira de Setúbal, parti em divagações muito pelo sol de luso fusco de  S. Martinho que me batia de frente, num repente se descobriu brilhante, doce e quente, me fez calores...quase me despi! 
Enfim uma feira e pêras!

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