Feliz
coincidência - no mesmo dia na cidade no Convento de Jesus estava em
câmara ardente - um dos meus ídolos televisivos de sempre -Prof Dr
Hermano Saraiva. Felizarda vivi numa vila de província onde a televisão
entrou na minha casa em 1962 - o 1º comunicador que retenho na memória -
Vitorino Nemésio - apesar do sotaque forte da ilha da Madeira aquele
homem de cariz pesado e óculos grandes de massa sentado num maple em
frente de mesinha de sala de estar tinha sob o tampo jarra de flores e um copo de água -
estrebuchava com as mãos em gestos alternados de força elevada exasperava a voz
forte - sem o entender mesmo assim prendia-me ouvi-lo falar...fazia-se ouvir...se bem me
lembro...semelhança haveria de encontrar no início de 70 com o Hermano
Saraiva a falar de história, de reis, de terras deste Portugal ,
gastronomia e...veleidade esta minha de ser genuína em gostar de contar
estórias, julgo adquiridas a ouvi-lo tantos anos, houve altura...
desejei conhece-lo... empiricamente sonhava em o poder substituir na descoberta e mostra deste
nosso Portugal - no mesmo gosto de falar com gente anónima, saber outros saberes em via de extinção,
entender a história dos locais, e estórias que delas no tempo se foram
cimentando...veleidades...desculpem. Quem se atreve a não sonhar?
Vesti-me fresca e colorida para as agruras da feira em terreno aberto. Mesmo assim quis na companhia da minha amiga homónima entrar no convento no atrevimento mayor em prestar os sentimos pêsames à sua querida esposa vestida de luto - imagem incrivel de beleza , na televisão nas poucas vezes que se fez à fotografia nunca foi tal beleza exaltada...ouvi-a a partilhar emoções com alguém muito especial agachada ambas de mãos entrelaçadas... confidenciava-lhe..." amava-o muito "...fiquei sem pinga de sangue - como é possível amar-se tão fervorosamente durante décadas, e décadas...do Prof, sei a conduta de alto cavalheirismo, e presenteador à laia de namorado eterno - tal as prendas que constantemente surpreendia a sua amada. Amo este tipo de atitudes - pena não haver homens desta índole e igual envergadura romântica!
Vesti-me fresca e colorida para as agruras da feira em terreno aberto. Mesmo assim quis na companhia da minha amiga homónima entrar no convento no atrevimento mayor em prestar os sentimos pêsames à sua querida esposa vestida de luto - imagem incrivel de beleza , na televisão nas poucas vezes que se fez à fotografia nunca foi tal beleza exaltada...ouvi-a a partilhar emoções com alguém muito especial agachada ambas de mãos entrelaçadas... confidenciava-lhe..." amava-o muito "...fiquei sem pinga de sangue - como é possível amar-se tão fervorosamente durante décadas, e décadas...do Prof, sei a conduta de alto cavalheirismo, e presenteador à laia de namorado eterno - tal as prendas que constantemente surpreendia a sua amada. Amo este tipo de atitudes - pena não haver homens desta índole e igual envergadura romântica!
Nas minhas poucas palavras deixei a convição do meu eterno carinho e simpatia por ele e seus programas .Despedi-me - o seu rosto sereno exalava a sono profundo...ao limite das mãos havia um pergaminho atado com fita de seda branca a fazer lembrar tempos de antanho - na minha cabeça imaginei se tratar da despedida dos seus netos ou bisnetos adorados , neles via o continuar da sua descendência.
Tenho o privilégio de ter um livro
seu autografado onde estive pacificamente na fila horas...também com ele estive numa exposição na Caixa Geral de Depósitos na João XXI sobre velharias - ali aprendi que a Vista Alegre começou a laborar em vidro por falta de caulino - havia um exemplar que por acaso era igual ao da minha avó paterna - hoje meu - Fiquei exasperada de paixão!
Resta-me
a memória da sua voz eloquente ,e da paixão em falar para as massas -
tivesse eu professores na primária do seu gabarito seria hoje uma mulher
mais conhecedora da cultura, dos saberes da nossa terra e da
globalização do mundo. Aprendi com ele o jeito de agarrar as pessoas na
conversa, na partilha de saberes, no gosto de ir na louca aventura a calcorrear trilhos
para saber, e mostrar - homem nascido em Leiria por mero acaso - ali os
seus pais moravam - de pequeno deleitava-se com os irmãos a descobrir o
castelo - sorte a dele - igual em Donas - terra com muita história onde o seu pai
nasceu - que dizer das filhoses que adorava saborear aqui , e do calor do madeiro de natal a
arder na praça - um nato contador de histórias, com história - jeito
simples, cativava todas as faixas etárias de público - longe do jeito pesado que outros
historiadores teimam persistir - quando lidos - há 2ª linha desisto da
leitura...apesar de muito bem escritos, acredito.
Homem antigo, mais de 92 anos - moderno no estar - apesar de bem vestido de fato, gravata, e colete. Soube como ninguém COMUNICAR!
Homem antigo, mais de 92 anos - moderno no estar - apesar de bem vestido de fato, gravata, e colete. Soube como ninguém COMUNICAR!
Sinto-me honrada em ter participado por breves minutos no seu velório, no meu dizer... disse-lhe muda...descanse em Paz e ,... até mais logo ...
Na saída ...tomámos o rumo transversal para matar caminho - havia a intenção de passar pelo mercado na expetativa de lhe mostrar um espadarte - nunca tinha visto in loco...
No
desfilar da feira tabelei conversa com um colega que antes nunca por
aqui visto, nem noutra poisado o olhar - silhueta ímpar de beleza escultural, bem
vestido, rabo de cavalo cor d'oiro, olhos pequenos ligeiro amendoado, e
sorriso aberto tímido- João de seu nome vive em Mafra- confidenciou ter
duas filhas, sendo uma delas linda...olhando ao pai - uma Miss com certeza - catapultou-me para falar sobre as nossas origens sendo eu fenícia ele é de origem celta - que a gosto condiz com o símbolo da t-shirt
. Se fiquei deslumbrada com o style mais ficaria a ouvi-lo falar - de cabeça racional
senti apurado estudo de antropologia social - garra na entoação da
palavra , líder, um comunicador nato - senti e apreciei o grande sentido
de justiça de tal modo vincado - não tive outro jeito senão perguntar o
signo - delirei ao saber que é Touro - 6 de maio - sem qualquer
comparação adorei a coincidência lunática - véspera - do meu!
Tinha
muitos bons preços - móveis, malas de lata e em cabedal - peças belas a
fazer jus à sua pessoa ainda algumas peças de José Franco assinadas.
A
feira foi estonteante pelas abordagens ao acaso. Ao fim da tarde apreciava uma saboneteira em faiança branca grande com a D. Isabel... levanta-se o marido - Antero - num relance
pega nela, oferece-ma!
Disse-me trouxe-a de França há 15 anos ,era azul, alguém lhe disse que é do século XVII...não creio - apesar de ser muito graciosa - vou ofertá-la à minha filha se a quiser por na sua casa de banho a servir de suporte para vela ou uma flor.
São gestos igual a este que nos últimos tempos tenho sido agraciada - não é tanto o valor das ofertas, sim o gesto de ofertar - a quem perguntei o porquê - resposta escorreita " a senhora é muito simpática" ...já tinha ganho outro presente logo de manhãzinha do Paulo Filipe - um almanaque de 1982 - ano de nascimento da minha princesa - perguntei o preço..."dou-to, quando te começo a dar coisas logo de manhã é sinal que vendo..."
Havia ao final do dia lhe comprar esta molheira de Alcântara - mui graciosa.
Na minha amiga homónia enfeirei num bule de caldo - o que equivale a dizer que o dinheiro que faturei o gastei, e julgo não chegou!
O Paulo Filipe em tempo de despedias deu-me um fogareiro de cobre a petróleo, um Cristo em meio corpo em lata que uma das mãos mexe e uma lanterna antiga usada nos barcos que foi electrificada - o companheiro da minha homónima dizia entre dentes - agora percebi - vocês são iguais gostam de lixo - ri-me...porque ele está redondamente enganado. O fogareiro areado fica novo é para mim, o que tenho em latão, mandei-o electrificar em Odemira - fiz dele um candeeiro de mesinha de cabeceira que foi do meu bisavô num quarto com cama de ferro, a lanterna vou oferece-la à minha irmã que sei adora recuperar...raspar e pintar, no seu churrasco acredito irá ficar!
Oferta do Sr Antero |
São gestos igual a este que nos últimos tempos tenho sido agraciada - não é tanto o valor das ofertas, sim o gesto de ofertar - a quem perguntei o porquê - resposta escorreita " a senhora é muito simpática" ...já tinha ganho outro presente logo de manhãzinha do Paulo Filipe - um almanaque de 1982 - ano de nascimento da minha princesa - perguntei o preço..."dou-to, quando te começo a dar coisas logo de manhã é sinal que vendo..."
Havia ao final do dia lhe comprar esta molheira de Alcântara - mui graciosa.
Na minha amiga homónia enfeirei num bule de caldo - o que equivale a dizer que o dinheiro que faturei o gastei, e julgo não chegou!
O Paulo Filipe em tempo de despedias deu-me um fogareiro de cobre a petróleo, um Cristo em meio corpo em lata que uma das mãos mexe e uma lanterna antiga usada nos barcos que foi electrificada - o companheiro da minha homónima dizia entre dentes - agora percebi - vocês são iguais gostam de lixo - ri-me...porque ele está redondamente enganado. O fogareiro areado fica novo é para mim, o que tenho em latão, mandei-o electrificar em Odemira - fiz dele um candeeiro de mesinha de cabeceira que foi do meu bisavô num quarto com cama de ferro, a lanterna vou oferece-la à minha irmã que sei adora recuperar...raspar e pintar, no seu churrasco acredito irá ficar!
Ainda voltando a
falar de lixo - deve entender-se em várias nuances. Nem tudo o que é
velho e em mau estado se considera lixo - para mim lixo não tem qualquer
hipótese de reutilização, sem contar com a analogia da palavra a
compras desmesuradas por fanáticos...
Domingo - o vento afastou-nos da praia. O inusitado aconteceu na feira de velharias de Algés. Trocava
impressões com a D. Maria uma feirante que conheço há tempos - apreciava
na sua banca belos pratos de faiança - Coimbra e havia um em especial do norte
- nisto reparo num belo homem, jovem de sorriso pasmado a deleitar-se
com o ouvir da conversa - segundo seguinte percebi comungarmos os 3 a
mesma paixão por pedras, e no meu caso e dele também por
faiança...convidou-me a ir ao seu restaurante "Touro Ibérico" a
dois
passos onde fui com o meu marido - mostrou-me o espaço - amei pela
eloquência da mistura onde o mobiliário antigo brilha e se destaca do
moderno - apreciei tampos de mesa que outrora foram portadas com grades e
fechaduras agora assentes em postes dos telefones e tampo de vidro -
lindas, havia outra igualmente bela com pés de azinheira que apanhou na
estrada cortadas à pressa numa dessa ventanias sem explicação...mostrou
-nos com orgulho o livro
da - Quinta Vila Vitória - sobranceira à praia das Maças construída de
raiz ao gosto antigo com pedras, madeiras, azulejos e afins comprados em
demolições e antiquários. Fabulosa. Golpe de pasmo haveria de me
transportar para a
infância - sempre existiram homens fascinados pelo belo - hoje conheci o
Jorge Figueira noutros tempos fui ao local ver o que restou depois da
morte do Dr
Bacalhau no Espinhal nas faldas da Lousã - também ele um visionário
adquiriu em demolições do hotel Sherton e palacetes na Linha do Estoril
-
pedras e construiu uma estância de luxo...fatalmente a morte chegou-se
sem
herdeiros - ficou ao abandonado - incrível como gente sem escrúpulos
assaltou o espaço arrancou mosaicos do cimento, surripiou estuques,
azulejos...pedras, vasos enormes...um desatino de mau gosto!
Despedimo-nos
com vontade de
voltar aqui para um jantar com sevilhanas ao fim de semana - julgo que
será no aniversário do meu casamento no principio de setembro.
O
melhor? O êxtase era comum ao meu marido. Nestas andanças apresenta-se
sempre mais distante - julgo foi a 1ª vez que lhe senti ver admiração por mim ao constatar que outros me admiravam no passar da mensagem sobre faiança - sentimos que portas foram abertas,
sem ser esperado - uma abertura para outros conhecimentos...a minha explicação!
Tudo por causa do mesmo fascínio, vício - pedras e velharias - lancei o mote - se quisesse comprar havia dois pratos maravilhosos, e de muito valor: um covo pequeno marmoreado com o brasão das Armas de Portugal da Fábrica Bandeira cercado por filete azul, na aba motivos de flores com pássaros. O brasão não se apresentava delimitado a azul como se vêem noutros do tempo que o reino estava a ser disputado por Miguelistas e liberais. O outro maior será -Fervença ou Santo António do Vale da Piedade - exuberante o esmalte e as cores que delem exalam - verdes a preenche -lo no todo, salpicado por laranja, e raminhos revirados do grande ao pequeno em vinoso quase preto, no rebordo filete fino laranja - amazing!
Mais tarde voltaria a passar - congratular-me ao ouvir dos vendedores o agradecimento na minha ajuda par as vendas - com o remate - pena a senhora não ter ficado com ele - sendo que são dois vendedores distintos, e disseram -me o mesmo - elevo o pensamento para o conhecimento com que amavelmente me distinguiram...
Adorei ter tido este privilégio, na feira conhecer assim do quase nada um homem como é raro ver-se em Portugal - trabalhador, e com muito talento na preservação do património ao dar-lhe nova vida para desfrute de outros - eventos, casamentos, e dele próprio que ama o espaço sendo que a sua família prefere viver num apartamento...a vida não é perfeita! Podendo viver num palácio nunca viveria em propriedade horizontal...
Bem haja Jorge Figueira pelo prazer que me deu na mostra gratuita dos seus tesouros!
Tudo por causa do mesmo fascínio, vício - pedras e velharias - lancei o mote - se quisesse comprar havia dois pratos maravilhosos, e de muito valor: um covo pequeno marmoreado com o brasão das Armas de Portugal da Fábrica Bandeira cercado por filete azul, na aba motivos de flores com pássaros. O brasão não se apresentava delimitado a azul como se vêem noutros do tempo que o reino estava a ser disputado por Miguelistas e liberais. O outro maior será -Fervença ou Santo António do Vale da Piedade - exuberante o esmalte e as cores que delem exalam - verdes a preenche -lo no todo, salpicado por laranja, e raminhos revirados do grande ao pequeno em vinoso quase preto, no rebordo filete fino laranja - amazing!
Mais tarde voltaria a passar - congratular-me ao ouvir dos vendedores o agradecimento na minha ajuda par as vendas - com o remate - pena a senhora não ter ficado com ele - sendo que são dois vendedores distintos, e disseram -me o mesmo - elevo o pensamento para o conhecimento com que amavelmente me distinguiram...
Adorei ter tido este privilégio, na feira conhecer assim do quase nada um homem como é raro ver-se em Portugal - trabalhador, e com muito talento na preservação do património ao dar-lhe nova vida para desfrute de outros - eventos, casamentos, e dele próprio que ama o espaço sendo que a sua família prefere viver num apartamento...a vida não é perfeita! Podendo viver num palácio nunca viveria em propriedade horizontal...
Bem haja Jorge Figueira pelo prazer que me deu na mostra gratuita dos seus tesouros!
Havemos de nos voltar a encontrar!
O
dia prometia - com a Isabel de Carcavelos conversei mais de meia hora -
na minha espera o meu marido tabelou conversa com um novo vendedor de
cerâmica - de todas as peças a mais emblemática - um canhão assente em
estrutura de madeira - tal perfeição achei barato para decorar um
jardim.
Deu uma "seca"
sobre religião ao meu marido - notoriamente lê muito , explicou a
diferença do homem para a mulher - nos cromossomas - que estas vão
comandar o mundo - pior os homens estão a ficar efeminados...
justificou!
Ups!!!!
No início da feira perdi-me de amores com este prato, comprando os dois o preço foi muito convidativo - o vendedor é porreiro - faz-me sempre bons preços. O 1º gateado lindo o 2º num esmalte cor de grão de pintura exuberante - marca uma época (?) ultimamente tem aparecido alguns.
A minha amiga homónima apresentou-me a um colecionador....de boa carteira viciado em loiça de Sacavém ornada com publicidade - falantes...no meio de uma banal conversa partiu em demandada, viu uma peça que passava despercebida, em tempos custava mais de 200€ , a comprou no momento por 35€...estava delirante!
Já em casa tinha uma mensagem " tou farto das feiras"...respondi - eu não, amo cada vez mais...resposta - desiludes-me...julgo a forma de me fazer ver que me esqueci do seu recente aniversário...sendo assim tem toda a razão - facto que no momento ressalvei!
Foi um fim de semana estonteante!
Ups!!!!
No início da feira perdi-me de amores com este prato, comprando os dois o preço foi muito convidativo - o vendedor é porreiro - faz-me sempre bons preços. O 1º gateado lindo o 2º num esmalte cor de grão de pintura exuberante - marca uma época (?) ultimamente tem aparecido alguns.
cacos de faiança encontrados no Castelo de Guimarães |
A minha amiga homónima fez deles alfinetes - oferta em plena feira. Amei os broches de faiança! |
Já em casa tinha uma mensagem " tou farto das feiras"...respondi - eu não, amo cada vez mais...resposta - desiludes-me...julgo a forma de me fazer ver que me esqueci do seu recente aniversário...sendo assim tem toda a razão - facto que no momento ressalvei!
Foi um fim de semana estonteante!