terça-feira, 30 de junho de 2015

Rua Maria da Fonte e o elétrico 28 aos Anjos

Rua Maria da Fonte em frente do Mercado do Forno do Tijolo, onde fui ao talho comprar borrego, peru e galinha, para o Vicente-, maravilhada só de ver o borrego inteiro, aberto à minha frente.
Ao sair do Mercado de gaveto encontra-se um belo prédio julgo só nele vive uma moradora no último andar. que já a vi à janela.
O prédio é pertença da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Tardoz com um mirante ladeado por duas belas chaminés elegantes de fogões de sala, e marquises de madeira de estrutura frágil mas com algum requinte ornadas a telhados de lata com rendados e portadas de tabuinhas.
 No jardim  nêsperas que ninguém as apanhou...

Hoje  fui à Casa Romero levar uma carteira para arranjar a pega que se partiu uma peça, já passava das 11 H, onde deparei com um jovem sentado num marco de pedra a retratar este tardoz em iminente ruína-, nele viu o belo que eu vira também há dias .
O Vicente olhava para os rabiscos do pintor...
Antes no Mercado apreciámos este belo mural com o místico elétrico "28", que há 30 anos apanhava na Rua da Conceição para ficar na Graça e em corrida ia à CGD ver os lotes de oiro e ainda tinha tempo para licitar e vir de volta e chegar em tempo ao Banco.Memórias!
Ouvi comentar que este elétrico vai ser vendido à parte das outras carreiras da Carris!
Nas imediações das ruas da rota do "28",  hoje nela vi turistas de mapa na mão meio perdidas na Rua de Macau, vinha um senhor de cabelos alvos, distinto, com um saco para compras, que nem sorriu de lábios fechados ao ver-me passar com o Vicente...no entanto ao ver as miúdas paradas com o mapa logo trava conversa em bom fluente inglês, parecia avô delas, tal a facilidade linguística, os três na minha frente caminhavam e trocavam informação, despediram-se na esquina da Rua do Forno do Tijolo, depois entrou no Posto de Pão.
Assim neste dia de névoa e aragem fresca , o convite de passeio, vi 5 turistas a percorrer estas ruas, o que achei ótimo, é preciso fomentar o turismo nesta parte oriental da cidade e até incrementar circuitos dos TUK-TUK contemplação do património arquitectónico, azulejar e dos miradouros de Monte Agudo e de Penha de França, que deles pouco ou nada  se fala!  
Muro do jardim do chalet em azulejos verde e manganês
Chaminé dos Cafés Negrita
Vista do tardoz da chaminé dos Cafés Negrita
Chaminé de padaria, na frente ainda existe o Posto de Venda. A D. Isabel está de baixa, parece caiu. Senhora simpática, de vez em quando ali descanso no seu banco, conversamos, a substituta também não lhe fica em atenções atrás.
Votos de rápidas melhoras.
 Vista o tardoz do Posto de Saúde da 7ª colina
Quero ver turistas a desandar  e desvendar beleza!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Do Intendente à Alameda e Barão Sabrosa

Esta semana vi afixado na parte oriental de Lisboa anúncios com a palavra  "VENDIDO", julgo um igual apareceu na frontaria da Assembleia da República onde esteve supostamente 20 minutos...
No Largo do Intendente Pina Manique, assisti à retirada de uma lona de calendarização de espectáculos cujo prazo já tinha terminado.O que me reteu a vista foi estarem três supostos técnicos, em espera da camioneta com elevador da câmara, onde vinham com o condutor também três pessoas. No total eram seis pessoas, mas a trabalhar apenas vi duas a operar, um funcionário que vinha na camioneta subiu para manobrar o elevador , com  outro elemento do grupo armado de tesoura de poda para cortar o cordão que segurava a lona. Os outros quatro ficaram em baixo de pé em espera, um a ler uma revista, outro a fumar, outro com o telemóvel e o motorista de mãos nos bolsos.
Continua a ser impressionante ver-se neste País, num determinado trabalho  na via pública, apenas um a dois operários, funcionários ou técnicos a trabalhar, com uma comandita de hierarquias, ou fiscais a ver ...

De manhãzinha muita gente a correr, caminhar e a fazer ginástica
Descansei num banco da Alameda, com o Vicente a dormitar, em dias diferentes.
Havia gente da câmara a varrer e a limpar os caixotes.Outros a cortar a relva.
Avistei ao longe passar vários carros da câmara com recolha de monos, ainda vi um funcionário armado de pá de ferro, de fazer cimento, a retirar do chão sacos e lixo para um caixote que a colega o despejou na camioneta.


No final da tarde observei outro funcionário de carrinho nas mãos limpar a Rua Febo Moniz. 
Mas o Bairro das Colónias e o Bairro Inglês, não tem a mesma sorte (?) só lixo nas ruas debaixo dos carros, também a recolha do lixo retirado de locais indevidos, apesar dos avisos e coimas-, deixam o chão empestado, porque nunca é varrido nem tão pouco lavado.
Na Alameda andava outro funcionário a abrir os fluxos de água para regar o relvado, sendo que a poente não deitavam água uns três, estarão entupidos?Estavam. Dias depois vi um funcionário de ferramentas na mão; chaves de bocas e inglesa, a reparar, os fluxos são abertos fazeadamente!

A Fonte Luminosa foi construída para celebrar o abastecimento regular de água à zona oriental da cidade. Apesar de concebida originalmente em 1938, foi inaugurada apenas em 30 de Maio de 1948.
O projecto é dos irmãos Carlos Rebello de Andrade e Guilherme Rebello de Andrade, enquadra-se no estilo conservador, frequentemente apelidado Português Suave, dominante na década de 1940 ; as  esculturas são da autoria de  Maximiano Alves (Cariátides) e de Diogo de Macedo (Tejo e Tágides); os baixos-relevos (painéis laterais) de Jorge Barradas.
Mal acordou subi a Alameda Dom Afonso Henriques onde descobri este prédio em cor de rosa com um belo exemplar em ferro forjado da Rosa dos Ventos no cimo do telhado
 Interessante o apontamento do muro da propriedade com o términos em caracol como foi usado em portais de quintas.
 No patim na frontaria do prédio do lado  nascente bancos, mas que romântico este arquiteto projetista!
Em caminhada íngreme, o cimo da Alameda mostra-se de pinheiros, verdejante
Na Rua Barão Sabrosa encontrei a Igreja dos Santos Doze Apóstolos, encomenda do benemérito Raul Alves Fernandes, obra do arquiteto Raul Tojal.
Ao lado da igreja, onde hoje está instalado o Colégio Pelicano funcionou um Asilo "Caridade" em 1928, que foi um orfanato feminino, fundado pelo mesmo benemérito.
O circuito deste dia tinha na mira a visita a uns amigos das feiras -, o Vitor e a Lucília, ausente, com banca na Avenida da Liberdade. O Vitor foi muito cortez, deu-me a sua cadeira para me sentar com o Vicente, mostrou-me a loginha com artigos em 2ª mão que fica sediada no nº 249. Ainda me confidenciou que ao almoço ia saborear um bom arroz de cabidela.
De regresso desci por umas brutais escadas onde tirei esta foto com vista de Lisboa, fui dar à Rua Carlos Mardel, deixei-me parada e perplexa, a pensar como um homem tão importante na reconstrução de Lisboa após o terramoto, a meu ver merecia ter sido recompensado com uma avenida ou rua na baixa lisboeta, e não aqui, sem descrédito deste belo local, apenas porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa... 
Nisto estava um homem que reconheci à porta de uma loginha, entrei e tabelei conversa, era o Sr Rocha, antiquário, mais alfarrabista, muito simpático, conversamos, ainda me deu um carrinho formula 1 para o Vicente.
Fontes
pt.wikipedia.org/wiki/Fonte_Luminosa
http://restosdecoleccao.blogspot.pt/

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Divertido o S. João de Almada

Véspera de S. João 2015 em Almada. Enderecei convite o meu marido, que não se mostrava de grande vontade, mas arrebitou, perante o meu aviso " se não fores vou eu..."
Mal saímos de casa deparei com imensos avisos : Supostamente um gato persa cujo valor ronda 1.000 €...
O mote para a noite em alta voz...MIAUUUU...500€!!!!
Jardim de Almada o repuxo a ornar a obra de Cargaleiro-, merecia ser limpa de grafites...

Muita gente na Capitão Leitão, nos comes e bebes em esperanças de bailarico. 
Na mira tinha de assistir ao pôr do sol no miradouro do castelo, ideia gorada, pela afluência de público nas mesas na Capitão Leitão, que nos dissuadiu de alguma demora, também porque o astro rei ainda se mostrava em alto voo a derreter brilhos no Tejo...
Deixei o miradouro numa selfie atrevida pela nortada a levantar-me os cabelos.
De volta ao recinto, já não havia mesas disponíveis.Tivemos sorte, logo nos arranjaram uma.
Gostei da sardinha, do chouriço, da febra, do vinho-, uma pomada com grau, sintomas  de " graozito na asa", uma boa fartura , um crepe de mel, e claro dois Moscatel de Setúbal.
No ímpeto  dum pé de dança, atrevida, puxei o meu marido apesar de não ser dançarino...
Segurei-o, não o larguei, rodopiou mal ou bem, assustado, ao sabor do samba, ainda assim envergonhado, de ver a assistência de olho em nós...que chatice ser assim introvertido, com receio da crítica das massas, seria mais interessante se mostrar alegre, escorreito, no gostar de sambar ao sabor da música.
Demos o mote a esta senhora que sem tabus nem clichés, vestida a preceito para bailar e esvoaçar na blusa, se revela dançarina de salão, vedeta em palco, sozinha!
 Ao sabor da luz doce que irradiava do campanário descemos a Pedreira, a caminho de Cacilhas.
Ao chegar deparei-me com um mar de gente a comer na rua em Cacilhas.O transito parado com um jipe sem condutor, mal estacionado...ao meio do recinto estavam três guardas, que fui avisar do insólito,no imediato agradeceram e se meteram a caminho
Não resisti a pedir à senhora para fotografar o cabaz, de tanto me lembrar deles no meu tempo de infância
O S. João estava à porta da igreja, registei o momento ao dar-lhe a minha mão.
 
Os WC's públicos, melhor equipamento não há, um deles ficou-nos com a moeda e não abriu, remédio santo, entramos os dois na outra...
 Deixámos Cacilhas a caminho da Margueira
Margueira, o paquete FUNCHAL ancorado no estaleiro da antiga Lisnave-, iluminado!
 Margeuira o desfile das marchas populares com muita gente na assistência.
Padrinho desta marcha o ator João de Carvalho
Atalhámos à Praia da Mutela a caminho de casa já a noite ia alta e no dia seguinte aqui feriado, mas tinha de ir para Lisboa.
Porém na garganta não paravam os slogans 
MIAUUUU....500€
Véspera de S.João e não fui à procissão ( porque o Santo vem dormir à capela da Ramalha)....
 Capela da Ramalha
 Teto na entrada
 Portal da antiga quinta da Ramalha
 O S. João exposto para veneração do povo
 Coroa de frutas, deste lado apenas flores com romãs, do outro pêssegos, damascos, figos, uvas e,...
 Fonte  com tanque e ainda oratório  revestido a conchas
Comprei um mangerico, já que este ano estou cansada para O acompanhar, e trazer os habituais cravos vermelhos do andor...
De regresso a casa  fiz uma pavlova de chocolate com fambroesas
Depois do jantar o meu marido diz-me " o vinho e o moscatel deram-te volta à cabeça, ontem não te calavas...Miauuu...500€...

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