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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Por que razão Deus se escreve com maiúscula e diabo com minúscula?

Numa pesquisa Google sobre o porquê de se escrever maiúsculas e minúsculas num nome , deparei-me com uma interessante dissertação de comentários sobre o título que acabei por dar à crónica e passo a citar:

"Sendo que Deus e Diabo são nomes próprios (?), e por isso escritos com a inicial maiúscula, independentemente de que algumas pessoas pensarem que Deus é divino e o Diabo não, sendo que ambos são seres da mesma natureza, por pertencerem ao mundo mágico, das figuras fantasmagóricas, totalmente imaginários (?) e, para os que acreditam nestas coisas se revela debate de batalha interminável e permanente, porque um não pode ser concebido sem o outro (?), sendo cada um a razão do outro (?). Para os que acreditam, se teme ao Deus e ao Diabo, sendo que nenhum pode ganhar essa batalha, pois são uma e a mesma coisa, iguais (?)..."
Na minha modesta opinião até hoje quem é que pode afirmar que viu  Deus ou o Diabo(?), muita gente- basta algo de muito bom acontecer para logo se dizer que é coisa de Deus e o inverso, quando corre mal, ser coisa do diabo...
Mas também há muita gente por aí que escreve Deus com letra maiúscula, bate com a mão no peito, cumpridora dos rituais cristãos, como frequentar assiduamente a missa e comungar, rezar o terço todos os dias, e vive praticando na sua vida  coisas que o diabo gosta...
Por nesta dupla existirem contracensos brutais apesar de católica, não muito praticante, tenho muitas dúvidas e nunca me deixei levar em cantilenas e coisas que não entendo como a do "Espírito Santo ter encarnado na Virgem Maria..."
E os ensinamentos de Jesus nas Bem- aventuranças  "Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu"...
"A palavra Diabo (do latim diabolu, "demónio") é o nome mais comum atribuído à entidade sobrenatural maligna da tradição judaico-cristã, o Satanás, por ser a representação do mal, não necessariamente com uma forma, mas muitas vezes associada à cor vermelha, de feição humana com chifres, rabo pontiagudo e um tridente na mão, que remete ao cetro ( poder de rei). Imagem criada, sobretudo, pela Igreja Católica, quando se deu conta da perda de  fiéis para o paganismo, o caminho para se apropriar de um elemento de cada Deus pagão, junção essa que toda vez que um dos seus fiéis olhasse para uma divindade sentisse medo, associando-a a Satanás, o que pode ditar que a perda de fiéis diminuiu notavelmente ( sem fontes credetícias apuradas) . Na verdade muitas vezes, também, a imagem do Diabo corresponde a de um ser metade humano metade bode, com o pentagrama invertido inscrito no corpo (imagem de Baphomet), embora não tenha ligação com Baphomet, ( imagem iniciada pela Igreja Católica). São muitos os nomes, as características e os poderes atribuídos ao Diabo - o Senhor dos Infernos - na cultura ocidental. Na verdade, o Diabo é o resultado da fusão de muitas crenças de diversas entidades e de diferentes culturas. Aparece na Bíblia Sagrada como sendo a serpente que seduziu Eva e Adão ao paraíso, levando-os a comerem do fruto da árvore do conhecimento; ou quando da agonia de Cristo no deserto, o Diabo aparece tentando-o, oferecendo-lhe o mundo como recompensa para que Jesus abandone o plano de Deus para sua vida. Da mitologia grega, o Diabo é herdeiro direto de Hades, o Deus do mundo dos mortos, local para onde as almas dos condenados eram enviadas, após pagarem ao barqueiro Caronte; para entrar na morada de Hades era preciso passar por Cérbero, o cão de três cabeças que guardava os portais do Tártaro. Já o tridente foi herdado de Neptuno, o Deus dos mares; os pés de bode eram de Pan, uma entidade benéfica, que vivia nos bosques e florestas. A aparência hedionda de Lúcifer só se veio se concretizar a partir do fim do Império Romano (476 d. c.), quando a Igreja Católica passou a ocupar o vazio de poder deixado pela queda de Roma; a Europa via-se mergulhada pelas invasões bárbaras, sem contar com um poder sólido para garantir a ordem social. Era preciso demonizar as crenças pagãs, para que a religião cristã se prestasse como nova ferramenta de poder e de controle sobre os diversos povos que viviam dentro das fronteiras do decaído império Romano; fornecendo uma base de cultura comum para um mundo extremamente diverso e conflitivo. Para manter seu domínio sobre estas populações, durante a "Idade das Trevas" a igreja resolveu personificar "a encarnação do mal"; passou então a representar em Lúcifer toda a maldade, os vícios, os pecados e os sofrimentos do mundo; e também a figura de um "Demónio malévolo", comandante de uma legião de outras criaturas das trevas em luta eterna contra Deus, os santos e os anjos, para "corromper a humanidade", carregando-a para a perdição do pecado, afastando-a da "verdadeira Igreja de Cristo". 
Conjunto de fatores que vieram dar consistência para o projeto de poder de uma igreja que ambicionava reerguer o Antigo Império Romano e unificar a fé e as crenças por todo o mundo. Há até quem afirme que o Demónio seria uma espécie de oposto de Cristo (?); o seu inverso; a encarnação da maldade e da vilania. 
Dante escreve "A Divina Comédia", livro em que a alma do poeta fausto percorre os Céus e os infernos. A crença em Deus era alimentada pelo temor nas forças das trevas; o Diabo passou a ser visto em Hereges (dissidentes de fé diversa), bruxas, cientistas, judeus (por receberem a culpa da prisão e condenação de Cristo, e por negarem que este seria o "Messias" anunciado no velho testamento, os judeus sempre foram perseguidos e associados ao Diabo). Acreditava-se que o mundo estaria próximo do fim, e que o Anti-Cristo estaria reinando na Terra; bruxas, lobisomens, vampiros, assombrações, hereges, cientistas (como Copérnico e Giordano Bruno) eram todos considerados adoradores do Diabo e agentes da danação a serviço da corrupção da humanidade. Como acreditava-se na época que o Papa "falava por Deus", os protestantes também foram associados ao Diabo, por desobedecerem ao pontífice. A pretexto de defender Jesus Cristo e a sua "Verdadeira Igreja", muitos governos instituíram o Tribunal da Santa inquisição, quando as bruxas, os judeus e os hereges eram presos, torturados e julgados por crimes contra a cristandade. Acreditava-se que com isso o "reinado do Ante-Cristo" estaria sendo combatido (o próprio Napoleão Bonaparte foi tomado como sendo a "encarnação do Anti-Cristo" na terra, para a maioria de seus inimigos).
Às luzes do Renascimento e do Iluminismo, com o advento da ciência clássica e da economia de mercado só vieram radicalizar os extremismos. Cresce a superstição de que, para cada criatura humana viva na terra, o Diabo havia designado um "Demônio tentador" para garantir que aquela alma se perdesse nos descaminhos da maldade; já Deus, em sua infinita bondade, teria designado um "anjo da Guarda" responsável para tentar levar a alma deste vivente para o "caminho do Bem". Acreditava-se que desde o início da criação dos tempos o mundo testemunhava esta luta eterna entre Deus e o Diabo pelas almas dos humanos.Com a descoberta da América, duas visões se cristalizaram: a primeira dizia que o Novo Mundo era o reino do Anti-Cristo na terra; o Diabo estaria dominando os índios e habitando suas almas e corpos; a outra dizia que este continente era o "o Paraíso perdido", local onde Deus teria colocado o primeiro homem e a primeira mulher para viverem em felicidade eterna, antes do pecado original. Foi aí que o Diabo ganhou contornos nativos, sendo Maíra, Anhanguera, tupã, ou qualquer entidade indígena. Com a escravização dos negros, logo a Igreja e os senhores brancos se apressaram em associar a figura do Diabo às divindades africanas. O Diabo ganhou uma aparência africanizada (tornando-se um homem negro enorme, numa referência preconceituosa à raça negra em geral), passou a ser chamado também de Exú, Tranca-Rua e outras definições afins.Na Cientologia, "diabo" ou "Satanás" não é visto como algo vivo ou espiritual, tal palavra encaixa-se ao lado mau da vida, como quando ocorrem catástrofes. A cientologia não acredita na existência de um suposto ser do mau, simplesmente interpreta o seu nome de forma diferente, como sendo uma representação para sentimentos humanos. O Diabo no Cristianismo já foi um anjo de luz e estava junto a Deus, e seu nome era Lúcifer (do hebraico hêlîl, "estrela da manhã", Lúcifer foi a tradução mais próxima). Houve uma rebelião nos céus, onde Deus lançou Lúcifer fora dos Céus junto com seus anjos seguidores (segundo o livro de Apocalipse, correspondente a 1/3 dos anjos), onde ele se tornou o responsável pelo mal no Universo que na sua primeira aparição, em forma de uma serpente, foi no Jardim do Éden, quando persuadiu Eva a comer o fruto do conhecimento do Bem e do Mal, fazendo que o homem viesse a estar sujeito ao pecado. "
Outro comentário aventa coexistir uma mistura de alta magia com catolicismo e judaísmo (?).
"Se ambos  (Deus e o Diabo) fazem parte do "mundo imaginário" ao lembrar Yung e o seu "inconsciente coletivo". Na verdade um chama-se Lúcifer, (tradução)  criado pelo criador de todas as coisas visíveis e invisíveis cujo nome é literalmente IMPRONUNCIÁVEL por conterem apenas as consoantes: YOD HE VAU HE. (grafado de forma a ser lido em português e não em hebraico)
Que indica: " Masculino-feminino-hibrido-feminino" gerando cabalisticamente os 72 nomes da hierarquia.
Para os que sabem hebraico: ANÍ LÓ MEDABERE IVRITE.
O nome Deus está diretamente ligado a antiga ideia panteísta de junção de DIVERSOS EUS para unificação daquilo que É.
"D" da palavra "diversos" e "EUS" da junção das mônadas individuais.
Há os que imaginam que o plural vem da trindade cristã. 
"Na verdade TUDO está contido numa palavra e numa palavra de quatro letras: O Tetragrama dos Hebreus, o Azoth dos alquimistas, o Thot dos Boêmios e o Taro dos Cabalistas. Esta palavra expressa de diversas formas significa Deus para os profanos, homem para os filósofos, e dá ao adepto a ultima palavra das ciências humanas e chave do poder divino. Dela se serve aquele que não a revela" (E.L.)
Análise desta maravilhosa de exposição:
"O equilíbrio é resultante de duas forças. Toda a natureza é bissexual e o movimento que produz as aparências de morte e vida é uma contínua geração.
Deus ama o vácuo que fez para encher; a ciência ama a ignorância que alumia; a força ama a fraqueza que sustenta; o bem ama o mal aparente que o glorifica; o dia é apaixonado pela noite e a persegue sem cessar, girando ao redor do mundo; o amor é ao mesmo tempo uma sede e uma plenitude que tem necessidade de expansão. Aquele que dá recebe e aquele que recebe dá. O movimento é uma troca perpétua."(E.L.)"
O nome diabo aparece tempos depois como sendo uma variação de DIABOLU.
Quando uma pessoa é extraordinariamente inteligente e faz coisas inacreditáveis, é comum dizermos:
Ele é um verdadeiro demónio.

Demónio não tem em si uma má conotação, ao contrário é um elogio intenso."
"O grande músico Paganine, foi taxado na época como movido pelo demónio, pelo então Papa. O excesso de impossível virtuosismo humano que a todos deslumbrava, surpreendia a ignorância medieval.
O mundo ainda pisa fortemente o solo da idade média e em religião, muitos estão ainda vivendo um estado anterior (idade antiga) aos escritos de Moisés. Os evangélicos costumam ver o Satanás em cada esquina.....
Sendo Deus, o nome dado ao Incognoscível, causa primeira dos efeitos fenoménicos, deve-se grafá-lo com letra maiúscula, em respeito a sua total inacessibilidade (nada se é possível saber ou divinar).
Já o diabo, tanto faz. Vem do grego pela filosofia, chegando ao latim carregando a ideia de demónio, de genialidade ímpar, e significa algo completamente diferente do sentido que hoje se atribui a palavra.
Lúcifer deve ser grafado com letra maiúscula, obrigatoriamente.
Na teologia Católica, especialmente Agostiniana, o Diabo é a representação de tudo o que Deus não representa, perversidade, apatia, tentação, luxúria, morte, destruição, como Deus representando a Luz, que existe, e o demónio as trevas, ou seja, a ausência da Luz. Referências Bíblicas: Isaías 14, Ezequiel 28 e Apocalipse 12. No Neo-Satanismo, Satanás (não existe Diabo) não é visto como uma entidade viva, mas sim como um símbolo de vitalidade, poder, virilidade, sexualidade e sensualidade. Satanás é visto como uma força da natureza, não uma divindade viva. O conceito a respeito de Satanás não tem nada que ver com o Inferno, demónios, tortura sádica ou o Mal. Satanás não passa de representações para sentimentos naturais humanos.Já no Satanismo, não existe o culto ao Diabo.Satanismo é uma filosofia de vida, a palavra Satan significa opositor (opositor à Deus no caso do Cristianismo). Logo o Satanismo Clássico é uma filosofia de pensar e agir. "

FONTES
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